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sábado, 19 de novembro de 2011

PORTÁTIL, SIM. INSIGNIFICANTE, JAMAIS



Nunca fui muito de jogar jogos de celular. Até mesmo porque, também, nunca fui um daqueles geeks que trocam de celular a cada seis meses.
Costumo passar uma média de três anos com o mesmo aparelho, então é desnecessário dizer que os meus celulares não são lá um exemplo de “máquina de jogos”.

Em março de 2009, adquiri um “novo” aparelho que me permitia jogar jogos num nível melhorzinho que aquele jogo tosco da cobrinha.
E seja por coincidência ou não, o primeiro jogo de celular que eu joguei foi um dos melhores para portáteis: Doom RPG.




Tomei conhecimento desse jogo através da (hoje) “finada” EGM Brasil, numa seção da revista que tratava jogos para celular.
Depois que adquiri um aparelho compatível com o jogo, tentei de todas as formas baixá-lo via download legal, por meio do próprio aparelho.
Estamos no Brasil, a terra das complicações, e é claro que não consegui o jogo oficialmente. Para não ficar sem jogá-lo, tive que apelar a um daqueles sites genéricos que disponibilizam games para celular. Consegui baixar uma versão multiscreen, que serve a qualquer tamanho de tela.
E o resto é história, que será contada a seguir.

  
DOOM RPG

O próprio título do jogo já remete a algo absurdo: transformar um FPS em um jogo de RPG. E como isso funciona, você pergunta?

Assim como no jogo homônimo de 1993, você controla um marine (no Doom RPG, o militar é chamado por esse termo mesmo, assim como os soldados da série Aliens) que se encontra preso numa instalação científica/militar localizada em uma das luas de marte. Para lhe fazer companhia, hordas de demônios e monstros vindos direto do inferno.


OBSERVADOR, O DEMÔNIO MAIS BOA PRAÇA DO JOGO


O combate no jogo funciona de uma forma bem simples: você anda e pega itens como num FPS qualquer.
Ao se deparar com um inimigo, suas ações continuam as mesmas (inclusive movimentos), mas passam a ser medidas por turnos.
Atirar; caminhar para se afastar do inimigo; utilizar itens de cura e outras ações são baseadas no nível de agilidade do seu personagem, que pode subir de nível quando derrota as criaturas no game tendo, inclusive, a possibilidade de melhoramento de atributos como força, destreza, defesa etc. Algo bem interessante no game é que todas as armas conhecidas da franquia estão presentes nessa versão, desde a simples pistola até a célebre BFG. Além de duas ótimas adições que não citarei aqui para não cair em Spoilers.


COLOQUE 1 MILHÃO DE CRÉDITOS NO SEU CELULAR E ENVIE UM TORPEDO PARA *666.QUEM SABE O DOOM RPG GANHE UM VISUAL ASSIM...


Outra coisa notável no jogo é o seu enredo. Sim, Doom RPG TEM um enredo.
A história não é das mais originais, mas o que chama a atenção aqui é a forma como ela nos é apresentada.
Durante os capítulos, o jogador se depara com diversos emails acessíveis através de terminais de computador (toscos e bem antigos, do jeito que eu gosto. Culpa da tecnologia analógica do filme Alien, o Oitavo Passageiro). Esses emails são uma herança direta do Doom 3 (ótimo jogo que ninguém conseguiu jogar por não possuir em sua casa, no ano de 2003, mainframes da NASA ), e transmitem informações das mais variadas, desde senhas de portas até bate-bocas entre os cientistas da instalação. Aliás, sem querer, acabo de adentrar na característica mais marcante do jogo: o humor.

Doom RPG mostra bem mais profundidade do que se espera de jogos para celular. Profundidade em todos os sentidos, desde a sua duração bem incomum para um game casual (na primeira jogada, terminei o game em aproximadamente quatro horas e meia) até o ótimo senso de humor presente nas mensagens de email ou diálogos com os cientistas.
Em um desses diálogos, por exemplo, um cientista se indaga quanto à similaridade física percebida nos seus companheiros do complexo. “Seria limitação de memória dos celulares atuais ou falta de criatividade dos criadores mesmo”?
Um pouco de humor auto-depreciativo sempre cai muito bem à essa indústria de criadores arrogantes e pretensiosos.

SINTO MUITO, SR. CACODEMON: O SR. TEM APENAS 5 SEGUNDOS DE VIDA


Por falar em criadores, Doom RPG foi idealizado e desenvolvido, inteiramente, por pouquíssimas pessoas, algo bem comum no desenvolvimento de games para celular. Dentre eles, John Carmack, um dos criadores do jogo original para PC.
A presença de Carmack no time de desenvolvedores tornou Doom RPG um exemplar autêntico da série. Todas as características dos jogos originais (sanguinolência, atmosfera de terror e etc.) estão aqui, apenas em menor proporção (com o perdão do trocadilho).
Agora ficou mais fácil entender porque esse jogo não é só mais um no meio de tantos jogos casuais para celular.

Doom RPG foi lançado em outubro de 2005, sendo desenvolvido pela Fountainhead Entertainment & ID Software e publicado pela Jamdat Mobile Inc.
Também foi lançada uma continuação para celulares com tela de toque (iPhone e iPod Touch), em fevereiro de 2010.


MELHOR, MAIOR E MAIS BONITO? VEREMOS...


Mas essa já é uma história para ser contada daqui a três anos, época na qual eu provavelmente estarei dando um “upgrade” no meu surrado celular modelo 2009.












Au revoir!


4 comentários:

  1. O personagem principal no Doom era denominado "Space Marine" , então Marine não chega a desvirtuar o nome - quem sabe economizar caracteres??
    E eu achando que a "RPGização" era recente...E pior , com o crivo do John Carmack!É, os sinais do fim do mundo estão cada vez mais evidentes!!
    Brincadeiras á parte , a verdade é que está havendo uma "simbiose" de estilos ,talvez pela escassez de criatividade - ou seria uma nova onda de criatividade? - que faz com que os responsáveis pela criação dos jogos misturem os gêneros.Eu particularmente não gosto , mas a verdade é que alguns que experimentei deram muito certo, como Mass Effect 2.

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  2. Marcos, nem me fala em Mass Effect 2. Estou querendo esse jogo faz um tempão e não tive oportunidade de comprar ainda (a versão ps3 ainda tá bem carinha), pois tenho outros games em mente. espero conseguir comprá-lo antes do Mass Effect 3.
    Quanto a essa questão da simbiose de estilos, não acho que tenha sido o caso do Doom RPG. Acho que a equipe escolheu esse gênero pro game mais pelas limitações técnicas de se fazer um FPS pra celulares em 2005 que por outro fator.

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  3. Sofro do mesmo problema com celulares e o meu é ainda mais antigo: meu filho de quatro anos e meio não tinha nascido quando eu ganhei meu aparelho atual! Sempre imaginei que RPGs poderiam ser o gênero perfeito para celulares por se focarem mais na história do que nos gráficos. Até um RPG de texto puro seria interessante para mim. Infelizmente esqueço que casual é casual e RPG é RPG e a mistura nem sempre dá certo... Queria um jogo que eu pudesse me dedicar dez minutos hoje, mas amanhã aqueles mesmos dez minutos se emendariam em mais dez minutos em uma história continuada. Mas acho que não existe.

    Minha esposa conseguiu um aparelho mais moderno para ela este ano e eu fui brincar de baixar um demo de Need For Speed. A imagem da capa é fantástica, mas quando o jogo finalmente baixou era patético! Voltei a sonhar com meu RPG de celular. Quem sabe um dia eu consiga instalar este Doom RPG para ver o que se o metre Carmack conseguiu realizar o que eu quero.

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  4. Aquino, essa coisa da capa do Need for Speed que você falou me lembra daquela época dos 16 bits. Na maioria das vezes, as capas eram mais bonitas que o visual "interno" dos jogos.
    Quanto ao Doom RPG, acho ele uma exceção no meio de tantos jogos sem personalidade para celular. Ele é uma prova de que um game não precisa ser medíocre só porque é pra portáteis.

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