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sábado, 20 de junho de 2015

BALANÇO DA E3 2015


Essa semana foi uma das mais bizarras na minha vida. Voltei a trabalhar depois de seis meses de licença médica (acredite, dependendo do seu emprego isso pode ser algo bastante impactante) em uma semana bem estressante, “regada” a uma terrível falta d’água que desestruturou toda a rotina aqui em casa, além do clássico “trabalhos de faculdade dando cria desenfreadamente no final do semestre” e etc.
Mesmo estando no olho do furacão, consegui reunir um pouco de tempo para prestigiar um dos eventos mais importantes no mundo dos games: a E3 2015!

Acompanho a feira desde a sua primeira edição, em 1995, quando o evento ainda não era sinônimo de ditador de tendências na indústria dos games ou de trailers falsos feitos para enganar os jogadores (falarei disso mais à frente, na conclusão do texto).
Depois que inaugurei o blog, em 2011, escrevi sobre a E3 em 2012 e sobre a do ano seguinte. 2014 passou meio que batido, e não venha me perguntar o porquê. Provavelmente desinteresse, ou falta de tempo, ou as duas coisas juntas.



2015 também não ajudou muito pois, como já falei, a E3 foi “inventar” de acontecer justo na semana mais corrida do ano para mim. E, como de praxe, gostaria de esclarecer algumas regras aqui no blog, principalmente sobre listas:

-eu não falo sobre jogos de PC, pelo simples fato de eu ser um jogador majoritariamente de consoles e também pelo fato de que os PCs são um tipo de célula-tronco quando o assunto é multiplataforma (sai de tudo pra PC hoje em dia, principalmente depois da Steam). Eu sei que é egoísmo, mas essa é a minha história (desculpe por me apoderar da sua frase, Tidus, mas não consigo evitar...);

-não há qualquer ordem de preferência na escolha dos títulos. Eu simplesmente vou usar uma base de dados para me guiar e escolher quais jogos eu vou comentar e quais vou deixar de fora. Neste ano a base em questão será o post do Retina Desgastada, que fez um apurado de todos os jogos da feira, bem como dos vídeos de todas as conferências;


Um cara que não só venceu como se deu de bem na E3!


-não, pode ficar sossegado, eu não vou encher seu saco argumentando sobre quem eu achei que “venceu” a E3 2015. Esse é meu diferencial: falar sobre os jogos e apenas sobre os jogos;

-não vou colocar janelas de vídeos com as conferências, pois elas são muito longas e chatas. Mesmo eu, que escrevo pra um blog, não assisto a tudo na íntegra (pelo menos não mais). Colocarei apenas os vídeos com trailers.

E chega de enrolação. Vamos à lista dos jogos que eu achei mais relevantes no evento desse ano e se preparem que a E3 2015 com certeza deu o que falar!


DARK SOULS 3

Pra ser mais sincero do que eu costumo ser no blog, a verdade é que eu estou cagando e andando para a série Souls. Tenho vontade de jogar apenas o Bloodborne, e mais por uma questão de ver o que o meu PS4 é capaz de oferecer do que pela franquia em si. Os poucos que acompanham meus textos sabem que nunca fui com a cara do sucesso da From Software desde o lançamento de Demon’s Souls, então não posso dizer que estou contando os dias para este lançamento. Tudo isso não teria nenhuma significado na minha vidinha gamer se não fosse o fato de que eu não gosto desses jogos, mas tenho um irmão que me faz chantagens escabrosas caso eu não assista a suas sessões de jogatina dos jogos citados acima. Ok, eu menti pela milésima vez aqui no blog. Não sou chantageado coisa nenhuma. Mas todo o resto, infelizmente, ainda acontece na realidade.
Só fico me perguntando o porquê de lançar um terceiro jogo dessa franquia, visto que os títulos dessa série não parecem ter qualquer tipo de interligação de enredo. Mudar o nome do jogo pra vender mais do mesmo? Pode ser.




DESTINY: THE TAKEN KING
















Pra falar a verdade eu nem assisti a esse vídeo de Destiny. Só passei pra deixar o comentário de que só a Activision mesmo é cara-de-pau o bastante pra ir a um evento do porte da E3 pra mostrar apenas uma (das milhares que ainda estão por vir) expansão do seu jogo mais atual. A Actvision e Bungie parecem realmente estar convencidas de que o modelo de DLCs é o futuro dos jogos, e que o seu Halo multiplataforma é a melhor opção que os jogadores têm no momento. Cabe aos jogadores boicotarem esse modelo funesto de lançar jogos sem história e faltando pedaços pra depois compensar com uma dezena de conteúdos adicionais (pagos). E acho que é justamente aí que mora o problema, depender da atitude dos jogadores...





 DEUS EX: MANKIND DIVIDED
















Será que só eu achei Human Revolution um jogo bem aquém do desejado? Por desejado leia-se: algo que nos lembrasse bastante games cyberpunk como Shadowrun e... Shadowrun. Sério: qual a graça dessa franquia, visto que temos jogos de tiro em primeira pessoa mil vezes mais interessantes no fator gameplay e enredo (como a série Fallout ou Bioshock)?
Não, não fiquei nem um pouco entusiasmado com o que foi mostrado. E eu sei: Mankind Divided foi anunciado meses antes da E3. Mas quem liga...





DISHONORED 2

















A E3 2015 foi um evento de fortes emoções, diferente da sua versão de 2014 que foi tão sem sal que eu simplesmente não quis me dar ao trabalho de comentar sobre ela. E o anúncio de uma continuação de Dishonored serviu pra dar uma palhinha de como seria essa feira, que com certeza bateu todos os recordes no quesito “surpresas não tão surpreendentes assim, mas que foram feitas pra agradar aos jogadores na medida certa”.

Eu joguei Dishonored do começo ao fim e gostei muito de quase tudo que foi proposto no game. Gráficos estilizados. Liberdade para ir e vir ao meu bel prazer, mesmo sem se tratar de um mundo verdadeiramente aberto. Cyber e steam punk (oh god, como eu A-D-O-R-O isso em um jogo!). E uma das melhores habilidades que já foram criadas em um FPS: BLINK!

Dishonored 2 contará a história de uma protagonista feminina que parece ter acesso aos poderes concedidos pela misteriosa entidade sobrenatural que ajudou Corvo Altano em sua trajetória de vingança. Infelizmente eu não consegui fazer o final “verdadeiro” do jogo, então fiquei com um gostinho de “quero mais” sobre algumas questões que ficaram em aberto no enredo do primeiro jogo. Nem sei se elas são respondidas se você se comportar bem com Corvo, mas espero que Dishonored 2 venha aplacar alguns desses anseios.






DOOM

















Depois de devorar Doom, Doom 2 e Doom 3 quase que numa garfada só no ano passado, fico me questionando se um jogo de mecânicas simplistas como esse ainda tem espaço no mercado de sofisticados e espalhafatosos jogos de tiro em primeira pessoa. Não me leve a mal: o trailer de Doom (parece que realmente vai ser um reboot, não me pergunte por quê...) deixa bem claro que esse reboot é dotado de toda a brutalidade com que a série costuma presentear os jogadores (a parte da motosserra é show de bola. Assista e verá). Mas não consegui evitar de ficar com essa pulga atrás da orelha. Cabe apenas à Bethesda provar que minhas preocupações eram infundadas.





DREAMS

Esse aqui é uma criação da Media Molecule, o excelente estúdio por trás do também excelente Little Big Planet (e gostaria de deixar bem claro que me refiro apenas ao primeiro game). A sacada é um jogo que te permite criar sonhos, como se fossem um tipo de editor de fases.
Mas eu fico me perguntando: onde fica a parte de gameplay nessa história toda? Não é nada incomum a jogos voltados à edição de fases o fracasso em criar mecânicas intuitivas que realmente permitam a qualquer jogador, por mais escassa que seja sua criatividade, criar algo digno de ser mostrado aos amigos durante aquelas reuniões de fim de semana.

Jogos como LBP são bastante competentes em seu modo história, mas decepcionam igualmente na hora de convencer jogadores como eu de que eles poderão criar fases tão boas quanto as realizadas pelos desenvolvedores do game em si. E fica a dúvida no ar. E claro que eu não poderia deixar o trocadilho passar em branco: não custa nada sonhar...





FALLOUT 4

Em que planeta você vive se ainda precisa ler as linhas a seguir pra saber o que eu penso sobre esse jogo? Fallout 3 ressuscitou a franquia lado B dos mortos em 2008 e mais que cumpriu o seu papel de manter a qualidade da série. Fallout New Vegas, junto com Skyrim, foi um dos melhores jogos de mundo aberto que eu tive o prazer de jogar, mas 2010 já passou faz tempo. Seguindo a sua tradição de alternar entre um Elder e um Fallout, não foi nem um pouco de surpresa ver o jogo sendo anunciado alguns dias antes da E3. De fato, só havia um jogo pelo qual eu simplesmente não podia passar esse ano de 2015 sem saber nada a respeito, e esse jogo era Fallout 4 (passando na frente até de Kingdom Hearts 3).

O jogo foi anunciado há uns quinze dias atrás (procure pelos posts aqui no blog) e na conferência própria da Bethesda na E3 2015, apenas foi demonstrado um vídeo com mais gameplay e customização de personagens. E também foi confirmada a data de lançamento do jogo (que havia vazado no site da Amazon, poucos dias antes): 10/11/15, apenas para combinar com os algarismos do Vault 111 do enredo do jogo.

Não tenho mais nada a declarar. Assistam ao vídeo (que entre outros detalhes mostra um modo de V.A.T.S agora com câmera lenta, ao invés de pausar completamente a ação) e não esqueçam de agradecer à Bethesda por essa data de lançamento (do jeito que as coisas andam, eu não duvidaria nada se o game fosse mostrado esse ano mas só saísse em 2017...).





FINAL FANTASY 7 REMAKE

Era uma noite de terça-feira. Eu já tinha ido me deitar quando o gotejar de uma torneira no quintal da minha casa chamou minha atenção. Depois de quase cinco dias sem ter água pra nada (tendo que ir tomar banho no trabalho e dormir sujo depois de voltar da faculdade), era o alívio que eu tanto aguardava nos últimos dias.

Pra relaxar, enquanto as reservas de água eram normalizadas, preparei uma caneca de leite quente e dei uma passadinha no Youtube pra espiar o que acontecia de mais relevante na E3 2015. E qual não foi a minha surpresa ao ler os dizeres FF7 Remake no título de um dos vídeos de canais que eu acompanho?

O resto da noite foi pura euforia. Desde o começo da geração do PS3 a Square-Enix vinha enchendo o saquinho dos fãs da série com aquela bendita demonstração técnica que só foi feita para dar uma ideia do poderio do PS3, na época de seu lançamento. E essa postura de ignorar o feedback dos fãs e se recusar a dar vida a tal projeto foi algo sempre muito criticado por mim desde que estreei o blog.

Bem, parece que a Square-Enix está tentando retornar aos seus longínquos dias de glória, onde o lançamento de um novo Final Fantasy era motivo de comemoração e matança de aula mundo afora.
Parando pra pensar agora, eu nem sei bem o que esperar do jogo em si, pois a confirmação da existência do projeto me pegou tão de surpresa que ficou até difícil de raciocinar claramente na ocasião.

É claro que eu fiquei bastante feliz, pois a Square-Enix sempre foi o berço de jogos inesquecíveis que marcaram a infância e adolescência de muitos jogadores. Foi algo bastante lamentável de se acompanhar a derrocada de um dos maiores pilares da indústria no ramo dos games e RPGs.
Bem, parece que a Square-Enix finalmente acordou pra vida e se deu conta da sua grandiosidade, seja no papel de produtora, seja no papel de criadora de jogos épicos.
Apenas o futuro dirá se jogos como Kingdom Hearts 3 e Final Fantasy 15 (sem aspas dessa vez) resgatarão AQUELE velho sentimento de estar jogando algo épico, que faz o melhor uso das especificações do console caro que você acabou de comprar.





HORIZON: ZERO DAWN

Quando eu fui dar uma olhada no trailer de Horizon eu pensei: putz, mais um jogo com um futuro dominado por máquinas e seres humanos lutando pela sobrevivência... Bem, Horizon É um jogo com futuro dominado por máquinas e seres humanos lutando pela sobrevivência... mas ele não é apenas isso.

Horizon chamou minha atenção por ser um (dos poucos) exclusivos para o PS4, e por ser da Sony (não sei ao certo o estúdio e tampouco isso faz diferença agora). Mas ele também me lembrou muito uma HQ que eu não cheguei a ler mas que me chamava muita atenção nos sebos de usados durante a minha (curta) trajetória como colecionador de quadrinhos. O nome não me recordo, mas era uma HQ antiga que mostrava dinossauros mecânicos em um mundo pós-apocalíptico. Isso é tudo que eu sei, pois só via a capa da revista. Mas esse conceito voltou a minha mente depois que assisti ao trailer de Horizon.



Horizon conta a história de uma caçadora que vive num futuro dominado por máquinas. Essas máquinas querem acabar com a raça dos seres humanos, mas não no clássico estilo agente Smith da Matrix. Os seres mecânicos de Horizon são versões robóticas de animais selvagens e dinossauros há muito extintos. Esse simples detalhe, se o jogo for bem-executado, já pode conferir um diferencial bem interessante ao game.

De resto, Horizon deixou o diretor do game surpreso pelo fato de que os jogadores responderam muito bem ao fato de jogarmos com uma protagonista (forte) feminina. Isso me deixa bastante aliviado, vendo que um pouco do machismo da sociedade está se diluindo aos poucos, nem que seja por meio de narrativa nos games.
Fico na torcida para que Horizon não caia no esquecimento ou que não seja mais um The Order da vida.



KINGDOM HEARTS 3

















Em um ano de anúncio de um novo Fallout e da continuação da franquia XCOM (apesar da palhaçada da exclusividade nos PCs), um game que já vem sendo anunciado há várias E3s acaba meio que perdendo um pouco do seu impacto. Não que eu não tenha ficado feliz com o trailer de gameplay do jogo, longe disso. Mas as emoções foram tantas que essa simplesmente não pode ser classificada como a maior de todas presentes na feira. Lindos gráficos, Tetsuya Nomura ainda à frente do projeto e a velha qualidade costumeira da série foram o suficiente para me deixar certo de que escolhi o ano perfeito para fazer a aquisição do novo console.

Se teremos Star Wars e o universo Marvel na quebradeira que vai ser a Keyblade War, só o futuro e os advogados da Disney dirão. Mas confesso que a ideia de uma técnica dupla envolvendo Darth Vader ou o emaranhado de teias do Spiderman não me soa nada mal...






MIRROR'S EDGE CATALYST

















Acredite: o segundo jogo da franquia da Dice se trata de um tipo de reboot. Ele não continua a história de Faith, e sim tenta contá-la novamente como se achasse que o primeiro não foi bom o bastante. Ok, estou sendo um pouco extremista, mas eu acho que entendi por que a Dice está fazendo isto.

O primeiro Mirror's Edge é um jogo excelente, apesar da jogabilidade meio controversa. Mas fica claro que a sua fórmula linear e seu enredo difícil de acompanhar não permitiam que o conceito do jogo fosse explorado em sua plenitude.
Depois do sucesso de um jogo como Dying Light, ficou mais do que claro que linearidade e lugares muito apertados não combinam com Parkour. Cidades de mundo aberto, por outro lado, combinam muito. 

Sendo assim, só posso torcer para que a série ganhe a popularidade que merece com essa segunda tentativa. Fingers crossed.





NEED FOR SPEED

O mais recente episódio da franquia Need que joguei foi o Rivals, no PS4. Ele não ganhou nenhum post escrito, e nem sei se vai chegar a ganhar. Não que o jogo seja ruim. É que ele deixa a impressão de que algo melhor e mais “pra valer” poderia ter sido feito. Tem toda aquela cara de jogo de entressafra, lançado apenas para não deixar as prateleiras vazias enquanto o projeto principal está em fase de desenvolvimento.


E esse tal projeto principal recebe o nome de Need for Speed, pura e simplesmente, dando a entender que se trata de um reboot da franquia, com todos aqueles elementos clássicos da série (como foco em perseguição policial e tunning) que tanto fizeram falta para alguns fãs mais antigos.
Eu confesso que não dou a mínima para customização de carros. Se o jogo em si for bom e tiver uma trilha sonora inesquecível (como o Most Wanted 2012) eu já me dou por satisfeito. Mas muita gente sente falta, então é bem satisfatório que a EA e a Ghost Games tenham essa sintonia com os jogadores que colocam o pão em suas mesas.

Os gráficos estão demais. O jogo inteiro, como de costume, se passará em uma cidade aberta e só nos resta esperar a chegada do mês de novembro. Need for Speed, XCOM 2, Fallout 4... uma coisa é certa: carteiras vão chorar nesse fim de ano.





PERSONA 5

Gráficos fantásticos. Trilha sonora original e soberba, provando que elementos de cultura pop combinam sim com RPGs. Quilos e mais quilos da cultura japonesa sendo perfeitamente inseridos em uma mistura ideal de RPG urbano com batalhas por turno: se tem uma série que tem cacife pra chutar traseiros de outras séries de JRPGs, essa série se chama Persona.


O trailer mostrado na E3 2015 foi bastante morno, não mostrando nada que já não tenhamos visto no passado. Mas saber que a Atlus deixou a frescura de lado (por frescura entende-se: Persona para portáteis e jogos de luta na série) e resolveu colocar o carro de volta atrás dos bois.
A premissa de ser um estudante de manhã e à noite assumir o papel de um gatuno profissional é legal o bastante pra manter meu interesse pelo jogo em alta. Mas senti a falta de uma data de lançamento e de um gameplay no trailer. Fica a dica, Atlus.





SHENMUE 3

O mais perto que eu cheguei de um Sega Dreamcast foi jogar o Resident Evil Code Veronica X em HD, no PS3. De resto , exceto por algumas jogatinas casuais de jogos de luta, não tive muito contato com este console que agrega uma enorme comunidade de fãs mesmo quinze anos depois de seu lançamento. Sempre digo que o Dreamcast foi o console que bateu recordes de maior quantidade de bons jogos no menor intervalo de tempo, e Shenmue é aclamado como um desses jogos.

Shenmue sempre foi um projeto ambicioso demais para seu tempo. O game foi planejado pra ser um mundo aberto dividido em três capítulos, mais ou menos como um GTA oriental, só que sem veículos e brigas de porradaria no lugar de tiroteios contra traficantes.

O projeto ficou no limbo por muito tempo, gerando especulações e rumores infundados. Mesmo com seu sucessor espiritual dando as caras, o Yakuza, a Sega nunca deu uma resposta definitiva aos fãs sobre o projeto. Bem, os tempos são outros e o lançamento de um jogo não está mais tão atrelado ao modelo tradicional de desenvolvimento de games, com a Publisher no topo da cadeia industrial.

O criador da série, Yu Suzuki, aproveitou a oportunidade de poder lançar um projeto pelo Kickstarter e surpreendeu a todos com o anúncio do terceiro game, que promete ser a experiência completa que foi planejada (mas não plenamente executada) desde o início.
O fato é que o Kickstarter do game bateu todos os recordes possíveis de contribuições, causando uma pane no site do Kickstarter devido ao número de acessos e arrecadando vários milhões logo nos primeiros dias da campanha.

Eu joguei Yakuza no PS2 e não pude conferir o jogo original da Sega, no Dreamcast. Nunca fui e provavelmente não virei a ser um fã da série, mas fico feliz em ver o sonho de muitos jogadores finalmente se tornando realidade. E aposto que um certo japonezinho fã de ferraris deve estar exibindo um sorriso de orelha a orelha nesses últimos dias...





SOUTH PARK: THE FRACTURED BUT WHOLE

Eu confesso que nem sabia que esse jogo tinha sido anunciado. Simplesmente não vi nada sobre ele. Mas fiquei bastante feliz com a notícia. Ao clicar no vídeo, uma breve introdução do enredo começa, mostrando que o Stick of Truth foi jogado no vaso sanitário mas recuperado pelo Grande Feiticeiro. Um novo vilão está à solta, o Mago Negro, e precisa ser combatido. Nessa hora eu pensei com meus botões (de joystick rsrsrs): “cara, eu sei que esse jogo tem tudo pra ser tão bom quanto o primeiro, mas essa temática de brincar de RPG de novo? Sei não...”

No meu próprio review do primeiro jogo eu dei a sugestão de que as crianças de South Park poderiam mudar de brincadeira, fingindo uma grande partida de Resident Evil ou Guerra nas Estrelas. Isso seria ótimo, pois repetir a história de brincar de RPG seria indiscutivelmente algo repetitivo, independente da qualidade do título.

Eric Cartman e seus companheiros (humanos e elfos) chegam ao covil do Mago Negro, que se revela novamente ser o Clide (o pária que é banido no primeiro game). Aí eu pensei: “velho, ele de novo não”! É aí que o Grande Mago Eric Cartman tira a sua fantasia de mago medieval, diz que “é hora de brincar de outra coisa” e revela seu traje de Raccoon, o famoso super-herói que patrulha as ruas da pequena cidade em momentos de necessidade. Deu pra sentir o potencial da coisa? South Park com temática de cidade aberta de super-heróis...

Impossível descrever a sinergia de sentimentos e a alegria que eu senti nesse momento do trailer. É incrível como a Obsidian não só sabe exatamente o que fazer com um jogo da franquia South Park como, e mais importante ainda, sabe exatamente o que NÃO FAZER em uma continuação da série.

South Park Fractured But Whole (um trocadilho genial que significa “Quebrado Mas Inteiro”, mas que soa em inglês algo como “O Cu Fraturado”) não teve sua data de lançamento anunciada nem mostrou detalhes de gameplay (se vai continuar por turnos ou se vai ser voltado mais pra ação), mas foi uma das mais gratas surpresas dessa E3 (que de cara vem sendo uma das mais épicas).





STAR WARS BATTLEFRONT

Meu queixo já havia caído uma vez com o primeiro trailer desse jogo. Eu venho jogando muitos jogos remasterizados e jogos de começo de geração, que não demonstram todo o poder que um console como o PS4 tem pra oferecer. Então, nada mais natural que ansiar por um jogo genuinamente next gen como Battlefront.

Todo o gameplay do vídeo é capturado em tempo real dentro do jogo, então acredito que minha ânsia por visuais embasbacantes será aplacada. A única dúvida que eu tenho é se ele se configurará como um FPS realmente marcante de se jogar, seja o jogador um fã do universo Guerra nas Estrelas ou não. Vamos esperar pra ver.






STREET FIGHTER 5

Eu sempre dou uma desdenhada na série quando ela lança o próximo capítulo, mas acabo me rendendo à qualidade da franquia. Street Fighter 4 é um dos melhores jogos de luta de todos os tempos. Não por acaso é o texto de que abre o Mais Um Blog de Games. Então, é natural esperar algo de muito grandioso deste jogo em particular.

O trailer de Street Fighter 5 revela algumas novidades no sistema de jogo e algumas simplificações na execução de golpes. Lembra aqueles chutes rápidos de Chun-Li, que eram praticamente impossíveis de serem encaixados em um combo (a menos que você fosse um jogador que usa árcade com botão turbo ou que aplique a versão EX do golpe)? Agora é só dar uma repete, retrocesso ou meia lua pra trás no chute que o movimento sai de boa. E isso foi motivo suficiente para haters babacas acusarem o game de estar mais simples, comparando (de forma ridícula e infantil) o jogo em questão ao Super Puzzle Fighter, no qual usamos apenas dois botões pra tudo).

Deixa eu parar pra pensar um pouco: um golpe que era realizado simplesmente apertando um botão repetidamente agora é executado com uma meia lua pra trás, movimento esse que muitos jogadores menos habilidosos sentem certa dificuldade em executar. Isso é uma simplificação? Sério mesmo que você acha isso?
Se por simplificação os haters se referem ao sistema de apertar dois botões para realizar uma espécie de aura, então por que o sistema de focus não era acusado de ser simplista também, visto que sua execução e efeitos são praticamente os mesmos desse “novo” sistema?

Eu sempre disse isso e continuo a repetir: Street Fighter não é The King of Fighters, e elementos como corrida e combos muito complexos simplesmente matariam a personalidade própria que é característica da série. Mas alguns golpes e movimentos (como o execrável Ultra Combo de Guile) precisavam ser mudados há muitos jogos atrás.
Esse tipo de mudança só vem a acrescentar à qualidade do jogo. Lembra da mudança da água pro vinho que ocorreu com o personagem Heidern, no KOF 2001, pelo simples fato de que seus golpes foram “arredondados”? A meu ver, uma mudança em tempo de carregamento e movimento de alguns golpes é um sinal de que a Capcom tem noção da importância do seu jogo para o cenário dos fighting games na atualidade. E eu não consigo deixar de ver isso com bons olhos.

Tecnicamente o jogo impressiona bastante. Então só posso aguardar saírem dez versões que acrescentam uns poucos personagens para comprar a minha cópia, em 2025.






THE LAST GUARDIAN

















“Vocês não sabem o quanto eu esperei por este momento para reintroduzir The Last Guardian com seu primeiro gameplay no Playstation 4...”

Essas foram as palavras de Shuhei Yoshida, chefe da Sony Worldwide Studios, durante a conferência que finalmente mostrou alguma coisa sobre um dos games mais adiados e aguardados do console da Sony.

The Last Guadian já estava disputando, junto com o remake de FF7 e uma continuação de Shenmue, o título de “Duke Nuken Forever da vez”, tanto que foram os rumores de adiamentos e cancelamentos do projeto. O diretor original do projeto, Fumito Ueda (responsável pelo Shadow of the Colossus), aplaudiu de pé as palavras do diretor da Sony. Ueda pulou fora do projeto já tem um tempinho. Ele fundou seu próprio estúdio, o genDesign, mas vai contribuir como colaborador neste que é um dos mais importantes exclusivos da Sony.

O que eu sinto sobre esse jogo é um misto de felicidade, alívio e “puta que pariu, ainda bem que acabou esse chove não molha”. Shadow of the Colossus é um dos melhores jogos, com uma das melhores trilhas sonoras, que eu tive a oportunidade de jogar. Então só espero que seu sucessor esteja à altura. Só 2016 é que sabe a resposta desse questionamento...

P.S: vale lembrar que os visuais mostrados em todos os trailers do jogo eram relativos ao hardware da antiga geração. Então, nada mais justo depois dessa espera toda que os criadores melhorem o jogo em todos os aspectos possíveis. E pelo amor dos meus filhinhos: consertem aquela movimentação de boneca de pano que sempre é colocada nos protagonistas dessa série. Eu não aguento mais!





AQUELE TROÇO QUE LEVOU NOME DE METROID

Sério, mesmo não estando nem um pouco antenado com os lançamentos da Nintendo, quando eu assisti ao trailer daquele... daquele... sei lá o que dizer. Quando eu vi o vídeo do jogo que a Nintendo insistiu em chamar de Metroid, a minha reação foi de “QUE PORRA É ESSA”?

Sério Nintendo, que porra foi aquela que vocês mostraram na conferência (em vídeo, já que a Nintendo é boa demais pra sujar suas botas de ditadora nos palcos fétidos do evento)?

Se eu fosse nintendista, essa era uma hora perfeita para cometer suicídio justificado. O pior é que um dos grandões da empresa deu uma declaração, depois, na qual ele supostamente pedia desculpas aos fãs pela cagada generalizada (todos afirmam que tanto o formato da conferência quanto os jogos em si mostrados pela empresa foram os mais decepcionantes do evento). Mas, pouco tempo depois, Reggie Fills Aimes (eita nomezinho mais estranho) fez uma retratação afirmando que as palavras do chefão da Nintendo foram mal traduzidas, e que não se tratava de um pedido de desculpas. Que pena: eu quase cheguei a pensar que a Nintendo estava começando a aprender a lidar com o feedback de seus fãs e mudando um pouco seu antiquado modelo de mercado. Não foi dessa vez...

Não me entenda mal. Eu sei que visuais não fazem um jogo, senão The Order seria o melhor jogo de todos os tempos. Mas o problema nesse caso é que o jogo é tão feio e amador (parece uma versão beta de jogo de Nintendo 64) que descaracteriza totalmente a franquia. Se alguém me mostrasse aquele vídeo dizendo que era um jogo de Cybercops (aquele Tokusatsu bizarro que passava há mil anos, na extinta Rede Manchete) eu acreditaria de boa.
Pra uma empresa que se orgulhava de afirmar que não lança pedaços de seus jogos em eventos do tipo da E3, acho que a Nintendo deu uma pisada de bola feia com uma de suas principais franquias.






AUSÊNCIAS MAIS SENTIDAS (OU NÃO)

















-eu sei que a Capcom não ficou totalmente alheia ao evento, mas a baixíssima quantidade de jogos na feira pode acabar sendo um claro sinal de que a política de se focar em remasterizações veio pra ficar definitivamente, não deixando espaço para novas franquias ou para o ressurgimento de outras mais antigas e muito aguardadas (Megaman, Breath of Fire, Dino Crisis, um Resident Evil de verdade...).
















-um novo God of War: eu não apoio a ideia de continuar a série, visto que o terceiro e último capítulo da franquia deixou tudo muito bem amarrado e colocou um ponto final à altura de Kratos e sua sede de vingança. Mas seria legal, como já havia sido especulado, retratar guerras entre deuses de outras mitologias, como a nórdica por exemplo. Não seria nada demais pedir à Sony um novo God of War que popularizasse mitologias como a suméria, a árabe e tantas outras que apresentam figuras divinas tão controversas ou mais que as da mitologia grega.

















-um novo The Elder Scrolls: na verdade eu não senti a falta de um novo Elder Scrolls justamente pelo motivo que eu já falei no post: a Bethesda tem a nítida estratégia de alternar um lançamento de um Fallout e de um Elder. Skyrim já brilhou no seu momento e já arrancou horas e mais horas de nossas vidas sociais. Fãs da série: deixem de ser gananciosos e permitam que o bastão de ladrão de tempo livre seja passado à franquia Fallout em seu merecido tempo, já que não víamos um novo jogo da série desde 2010. Foi só uma resposta mesmo a quem se queixou da ausência de um The Elder no evento. Com certeza 2016 será a vez dos RPGs medievais de mundo aberto. É só saber esperar.






















-Cyberpunk 2077. Eu sei, eu sei: a Bethesda só vai se concentrar nesse título depois que Fallout 4 repercutir da forma que a empresa espera em seus cofres, mas a ideia de um RPG futurista (nos moldes de Shadowrun e do livro de Gibson, Neuromancer) é tão apetitosa que eu simplesmente não consigo perdoar a Bethesda por não ter mostrado pelo menos um reles gameplayzinho do game. Aliás, quando as palavras Fallout 4 e os números 10/11/15 retornam a minha mente, toda e quaisquer mágoas passadas e futuras com esta empresa desaparecem quase que instantaneamente. Não consigo explicar esse fenômeno...

















-a 2K realmente jogou a toalha para os consoles e PCs? Ken Levine, cadê você? Não me conformo com a ideia de que a empresa responsável por uma das mais incríveis atmosferas já criadas em um jogo (Infinite) esteja simplesmente alheia à produção de títulos AAA. Não,não me conformo de jeito nenhum...

















-eu sei que a Square-Enix fez mais que a sua parte anunciando o tão aguardado remake de FF7, mas e quanto a Final Fantasy 15 e o futuro da série? Depois de uma demo que causou bastante barulho, no primeiro trimestre do ano, o título simplesmente desapareceu e não foi mais visto. Aquele papo de 60 e poucos por cento apenas do game pronto me incomoda até hoje, pois este jogo carrega o imenso fardo de definir a atual situação da empresa: voltou com força total ou está apenas se aproveitando da expectativa com o remake pra fazer uma graninha extra?


















-já que o assunto é Square-Enix, por que não nos perguntarmos por que raios a empresa não fala mais nada sobre o futuro da franquia Chrono? Eu sei que a ideia de fazer um novo jogo sem a presença do dream team seria algo desastroso, mas acho que uma franquia como essa não merecia cair no esquecimento. Não banque a Capcom, Square-Enix. Aproveite seu bom momento para nos surpreender mais e mais. Quem sabe isso não limpa um pouco a barra pro seu lado...


E é isso pessoal. A E3 2015, por razões bastante subjetivas e pessoais, é considerada por mim uma das melhores edições do evento em anos, sem dúvida. Ficou clara a atitude de algumas empresas a vontade de fazer as pazes com os fãs, atendendo expectativas geradas há muito tempo atrás e contribuindo para que tenhamos alguma ânsia de adquirir um console novo, só pra jogar as delícias que foram prometidas na feira.

Muito embora que algumas das novidades anunciadas no evento não tenham sido tão surpreendentes assim, não tem como negar que tanto Bethesda quanto Square-Enix roubaram a cena, seja pela sua atitude com os fãs ou seja pelos anúncios que fizeram em si.

No próprio texto sobre a E3 2013, eu questionei a necessidade da existência de um evento desses em plena era da velocidade de informação propiciada pela popularização da internet. E o que eu mais ouvi este ano foi o mimimi de youtubers reclamando das manobras da vitrine capitalista que é a E3 na intenção de enganar os fãs e fisgar seu rico dinheirinho.

Sobre isso, faço coro com o youtuber Eric alguma coisa, do canal Critical Hits: se você não quer ser enganado pelas promessas da E3, USA O BOM SENSO PORRA! De que adianta ser um jogador experiente se você é sempre vítima do mesmo hype e acaba caindo em velhos truques, como se fosse um jogador estreante e inexperiente?
A E3 é uma vitrine do capitalismo sim, mas sinto desapontar os fãs do Che Guevarra quando afirmo que o capitalismo não obriga ninguém a nada (a não ser trabalhar oito horas diárias, feito um escravo rsrsrs).

As empresas não estão nessa por caridade. Elas investem em um projeto e precisam anunciar esse projeto da melhor e mais atraente maneira possível, sob risco de falência. Cabe a VOCÊ saber julgar o que é hype; o que é jogo rodando em PC quando deveria rodar num console; sobre o que é gameplay em tempo real ou trailer montado. Se você não tem experiência e discernimento na área, espera as análises e guarde o seu dinheiro para aqueles jogos que têm maiores chances de corresponderem às expectativas.



Quando eu rasgo a seda para um jogo como Fallout 4, não estou querendo dizer que eu viajei ao futuro e vi como o jogo é lindo e maravilhoso. Eu corro tanto risco de quebrar a cara quanto um jogador que não tem muita noção de tendências de mercado. Mas eu escolhi, baseado nas experiências passadas com os games dessa empresa, acreditar que as chances de um jogo desses sair ruim são praticamente nulas.

A E3 é um evento necessário, que serve para atrair todos os holofotes para o entretenimento e para nos dar uma ideia do que jogar e do que vai estar bombando no mundo dos games nos próximos meses e anos. É por isso que eu acho tão errônea essa postura da Nintendo de se isolar (participando por vídeo-conferências apenas) do evento dessa forma, como ela vem fazendo com todos os outros seguimentos que dizem respeito a lidar com fãs e anunciar seus produtos, bem como com relação ao conteúdo de seus produtos gerados por esses mesmos fãs.

A E3 não deve e não precisa ser extinta. O ano de 2015 veio pra provar a sua importância e confirmar o seu papel na indústria de games. E que venha o final de 2015 e o ano de 2016, pois meus polegares estão latejando de vontade de experimentar alguns dos excelentes anúncios mostrados no evento desse ano.


Au Revoir!