O título do post, assim como o original do game, é um pouco apressado na sua afirmação.
No jogo de 1993/1994, seus vizinhos ainda não foram comidos por zumbis. E a sua missão é justamente impedir que isso aconteça.
Zombies Ate my Neighbors foi um game de Super Nintendo e Megadrive (versão inferior em gráficos, músicas e efeitos sonoros, diga-se de passagem) que prestava uma “homenagem” aos clássicos do cinema de terror das décadas de 50 até os anos 80.
A ação no jogo era apresentada sob uma perspectiva isométrica, e era possível escolher entre dois personagens: Zeke (o carinha com cabelo de manga chupada e óculos de cinema 3-D) e Julie (chamada de Ela aqui em casa).
Parece o Macaulay Culkin depois de ver um fantasma |
Os dois adolescentes precisavam resgatar os moradores da vizinhança, que no game eram chamados de “vítimas”. Só se for vítima da própria estupidez, pois eles nem se quer tentavam se esconder das ameaças. Ficavam parados, esperando ao ar livre, pra passarem dessa pra melhor. Em cada cenário havia dez deles, e se você deixasse que alguns deles morressem, essa quantidade ia diminuindo até que o inevitável game over acontecia.
Era pra ser sangue, mas jogo da Nintendo... |
E o pior é que não havia save no cartucho.
Esse game não era muito difícil mas, se você morresse, teria que inserir uma password para continuar do estágio em que parou, só que com os todos os itens zerados! Ah, que saudosa a época do SNES...
Nas fases mais avançadas, prosseguir nessas condições era uma missão quase impossível.
Os 55 estágios (48 fases normais + 7 fases bônus) eram variações das localidades principais do jogo, e contavam com diversas ameaças, como os genéricos “zumbis seu Madruga”, vampiros, lobisomens e muitos outros. Falarei deles mais adiante, pois o inimigo mais aterrorizante do game era as “encalacradas” que os personagens davam nos cenários (sabe quando você fica enganchado numa borda, quina, canto de parede ou objeto tentando andar sem conseguir sair do canto?). No quesito encalacrada, Zumbis Comeram meus Vizinhos só perde pros jogos da série Bomberman (e Bioshock 2 no multiplayer, claro!).
O arsenal dos heróis era bastante variado: arma de água (benta?); bazuca (aqui elas também serviam pra abrir portas, viu Resident Evil?); cortador de grama; crucifixo; tomates (inúteis. Evitava pegar pra não ocupar espaço); picolé (idem aos tomates); pratos (bons pra matar múmias, vai saber o porquê); extintor de incêndio (um dos mais úteis); uma arca mágica dourada que funcionava como uma BFG de Doom (parando pra pensar, acho que era uma caixa de música); refrigerante e a minha arma favorita: a Arma dos Marcianos, uma ancestral da Alien Blaster do Fallout 3 (pelo menos na minha cabecinha...). Essa arma é perfeita pra acabar com a praga de formigas no seu quintal, se é que você me entendeu.
Também havia itens de suporte, como os medikits; a fórmula de virar monstro; a fórmula com interrogação (vários efeitos, desde recuperar/remover vida até se transformar num zumbi); as chaves para portas e gavetas; os tênis de corrida e o melhor de todos eles: o Palhaço (servia de isca). Até hoje ainda me lembro da sua risada hipnótica.
O game também tinha uma trilha sonora muito divertida e carismática (uma das melhores do SNES), inspirada nos clássicos do terror e músicas populares infantis (você não me peega...).
Destaque para o tema do Jason; música do primeiro cenário; música do cenário Evening of the Undead (parangaranca, parangaranca...); música da pirâmide das múmias; música do castelo do Drácula e uma atenção especial ao grito estridente de morte das vítimas, que tinha o poder de sempre me fazer pular de susto no sofá.
No Megadrive/Genesis, a qualidade sonora foi muito prejudicada. Preste atenção às vozes da música do primeiro estágio. Simplesmente desapareceram!
Se você pretende se divertir pra valer com o game e aproveitar todos os seus detalhes, fique com a versão SNES.
Os cenários do game não eram muito variados, e até davam a impressão de que tinham sido gerados aleatoriamente. Mas cumpriam o seu papel de forma satisfatória (um dos meus favoritos era a Cidade Caipira Abandonada por Deus que estava infestada de formigas gigantes e aquamens).
A Repartição Pública, um dos cenários mais assustadores |
Amoxarifado de Fábrica |
O Shopping Center |
Pirâmide Labiríntica |
Sítio Arqueológico |
Agora, detalharei os elementos mais divertidos do jogo: vítimas e inimigos.
VÍTIMAS
Bebê- fico imaginando que tipo de pais irresponsáveis abandonam o próprio filho numa vizinhança cheia de zumbis;
Turistas- devem ser os pais do bebê. Os cretinos só querem saber de tirar fotos (do seu filho sendo comido por zumbis);
Carinha do Churrasco- se esse game fosse da Capcom, ele poderia sair por aí matando os zumbis com sua espátula de hamburguer.
Cachorro- cães se perdem o tempo todo. Nada mais normal.
ao menos esse cachorro tem o bom senso de ficar parado para ser resgatado, diferente da...
Líder de Torcida- pela foto, não dá pra ter noção, mas a Cheerleader tem o péssimo hábito de pular para "torcer" quando você chega perto pra salvá-la. Essa pentelha às vezes pede pra ser morta, provavelmente porque achou um luxo o vestido de alma penada.
Indiana Jones- um dos meus preferidos. Parece que ele é feito de ouro.
E será que ele realmente espera localizar algum achado arqueológico num supermercado?
Professora Louca pra te dar Zero- quase não dá pra ver, pois ela está em baixo dos indicadores do jogo, mas tenho certeza que a nota que ela quer te dar é um zero.
Soldado Inútil- bem que ele podia usar esse fuzil pra me ajudar a matar uns zumbis. Mas só o que ele faz é ficar parado ao lado do seu irmão gêmeo num Shopping Center. Por isso ele é um inútil.
Ruivinha da Cama Elástica- essa é a mais esperta. Como não há inimigos alados no game, ela está mais do que segura no seu canto.
Tiozinho Barrigudo na Piscina- esse tiozinho careca acha que está muito seguro, pois zumbis não sabem nadar, certo? Ele mal sabe o que o espera no nível Monstros da Lagoa Azul...
Menina que eu nunca vi- essa menina ao lado dos turistas deve ser a irmã perdida da ruivinha da cama elástica.
Provavelmente, ela se encontra em um dos estágios bônus. confesso que, se cheguei a salvá-la, não me lembro.
INIMIGOS
Eles são uma atração à parte. Vou logo avisando que não consegui achar foto do Drácula em lugar nenhum da internet. Tá bom, só procurei no Google, mas vamos lá.
Zumbis seu Madruga- são zumbis, retardados e genéricos. O mais legal é que eles devem ser da mesma espécie de cadáver do filme Um Morto Muito Louco. Isso fica evidente na forma como eles andam pra cima de você tentando te dar um abraço.
Aquaman/Homem-Peixe- aparecem nas fases mais avançadas, pro azar do tiozinho barrigudo da piscina.
Bebê Gigante- uma graça esse moleque. Ele vai tentar te pisotear e afogar com gotas (gigantes) de leite.
Falando sério, ele é um dos inimigos mais difíceis do game.
Brinquedo Assassino- Chuck, pros íntimos.
A foto ao lado não é capaz de demonstrar o sacana que esse inimigo é. Ele arremessa machadinhas em você sem parar. Quando você consegue derrotá-lo, ele retorna das cinzas pegando fogo. Por que todas as crianças do game que não são você querem te matar? Boa pergunta.
Chiclete Vivo- esses aí saem dos barris de lixo tóxico (que bela vizinhança!). Ficam tentando encostar em você (lembre-se: na época dos 16 bits, contato corpo a corpo de qualquer espécie era fatal) e arremessavam pedaços de si mesmos que, quando atingiam, cobriam a sua cabeça de gosma e drenavam sua vida gradualmente.
Clones Estúpidos- eles cresciam do chão, como plantas, e tentavam te enganar copiando seus movimentos. Algo hilário era quando o clone de Julie tentava enganar o jogador que controlava Zeke, e vice-versa.
Nota 10 pela I.A.
Disco Voador- ele soltava raios em você. Era bem difícil de destruir, só podendo ser alcançado com "armas" como o refrigerante. Provavelmente era de onde saíam todos aqueles malditos...
Marcianos- esses cabeçudos corriam que era uma beleza. Atiravam com suas Alien Blasters de molho de tomate e eram bem chatos de matar.
Só não eram páreo para as...
Formigas- as formigas gigantes são os inimigos mais pentelhos de todo o jogo.
Uma vez que elas te avistassem , irrompiam em uma perseguição frenética que só acabaria com uma parede alta ou algo do tipo. E nem assim as malditas desistiam. Ficavam tentando dar a volta e achar um caminho pra poder te alcançar. E quando alcançavam, ficavam em cima de você como uma mosca, dificultando acertá-las.
A melhor arma para matá-las era a dos marcianos, pois não havia uma animação no game pra uma formiga sendo aprisionada. Então, por falta de alternativa, elas simplesmente explodiam.
Sua especialidade era matar as últimas vítimas do cenário e te mostrar aquela linda tela de game over com catarro roxo escorrendo na tela.
Frankenstein- não dava muito trabalho, podendo ser evitado a maior parte do tempo. soltava umas cobrinhas elétricas pelo chão. Nada ameaçador.
Vejam só: o Drácula resolveu fazer uma aparição na foto do Frank. Nem eu mesmo havia percebido ele aí, no canto direito.
Lobisomens- bem chatinhos. Ficavam na sua cola enquanto podiam. Melhor arma para combatê-los: crucifixo, claro. Não faz sentido? Quem é você para julgar as crenças alheias?
Os lobisomens podiam surgir nos cenários noturnos, inclusive as próprias vítimas corriam o risco de se transformar neles se você demorasse muito para resgatá-las.
Quando eles morriam, seus espíritos verdes abandonavam o corpo e deixavam a pele desossada pelo caminho. Bem legal!
Planta- era uma mutação da flora local, causada pela radiação desse meteorito que pode ser visto na foto. Ela impedia a passagem e podia ser morta pelo aparador de grama ou refrigerante, entre outras.
Múmia- era corcunda e lançava ataduras.
Ela era bem resistente, mas nada que um prato na cara não desse jeito.
Minhoca- não era tão durona quanto aparenta. Só demorava um pouco pra ser derrotada. O lado bom do seu tamanho é que ela não conseguia te acompanhar em espaços apertados. E sim, você adivinhou, ela se escondia embaixo da terra e esperava a chance de atacar. Ah, minhocas, tão previsíveis...
Jason- você não achou que eu me esqueceria dele, achou? O Jason é um dos inimigos mais implacáveis no game. Ele ataca com uma serra-elétrica (e contato de pele, claro) e sai abrindo caminho por paredes, grama, portas e tudo mais.
Ele é bem resistente e é um daqueles inimigos que é melhor evitar. Até porque você não vai ganhar nada matando-o, além de uns poucos pontos no score, . O máximo de proveito que você pode tirar dele é usá-lo pra abrir caminho pra você.
Ele tem uma quedinha por palhaços, e o seu tema musical é um dos mais legais do jogo.
CONCLUSÃO
Zombies Ate my Neighbors é uma daqueles jogos únicos, cheios de personalidade, que já estréiam como clássicos de sua geração.
É meio estranho a Lucas Arts e Konami nunca terem esboçado interesse em fazer uma continuação do jogo, nem mesmo no auge do console. Ou talvez não.
O pai do terror, H.P. Lovecraft, nos ensinou que, às vezes, é melhor que certos mistérios permaneçam adormecidos.
Só de pensar no desastre que seria uma continuação mal planejada de um dos games que mais gosto, prefiro ficar com as ótimas memórias que ainda tenho do título.
Au revoir!
Melhor jogo que eu ja vi !
ResponderExcluiresse jogo era muito bom mesmo. difícil e grande pra caramba. ainda bem que nunca tentaram fazer uma continuação, pois seria um desastre total. certas coisas é melhor ficarem apenas na nossa memória.
ResponderExcluirEsse jogo tem continuação sim e se chama Ghoul Patrol... Testa o jogo e depois posta aew pra gente! ^;^
ResponderExcluirrealmente amigo. fiquei sabendo depois que há uma continuação para SNES do jogo. fica pra próxima.
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