“Não se defina”, já dizia a célebre frase de uma famosa banda brasileira dos anos 80.
O problema de criar uma definição sobre um aspecto importante de você
mesmo ou de algo, é justamente quando as pessoas passam a esperar um
comportamento ou característica baseados naquela palavra-chave de definição.
Na psicologia isso é visto como um problema. Na vida pessoal também,
visto que tal costume limita as reais possibilidades e variáveis de uma pessoa.
Na economia esse fenômeno é igualmente prejudicial: todo mundo fala em
crise o tempo todo sem nem parar pra saber melhor do que se trata. E não são
raras as pessoas que se deixam influenciar (em geral negativamente) pelas
flutuações quando deviam estar mais preocupados é com a onda em si.
Para trocar em miúdos e remover a interrogação da cabeça do leitor,
explico: diante de momentos de crise econômica como esses, muitas pessoas
vestem a carapuça de algo que talvez nem venham a vivenciar de fato. Tal fenômeno
foi facilmente observável no ano de 2008, 2009, quando o Brasil foi pouco
impactado pela grave crise mundial que assolou a economia, mas lojas insistiam
em fechar as portas ou reduzir o quadro de funcionários. Se o país sofreu menos
os efeitos por causa de uma administração econômica irresponsável, isso já é
história pra outro blog. Mas a ideia central é essa.
Antes que o leitor clique no X lá em cima, quero deixar bem claro que
não estou negando a terrível situação econômica pelo qual nosso sofrido país
passa. Muito pelo contrário. São momentos como estes que nos fazem parar pra
pensar um pouco mais nas coisas e reavaliar nossas decisões futuras.
"Fallout 4, The Witcher 3, Need 4 Speed... Será que dá?" |
Games são parte fundamental na vida de uma considerável parcela de
brasileiros. Seja como meio de sustento ou como simples válvula de escape de um
dia estressante, os jogos eletrônicos finalmente começaram a fazer parte da
cultura do brasileiro. Um claro sinal disso é quando uma pessoa pode dizer
abertamente que aprendeu inglês jogando Final Fantasy sem atrair para si
olhares de estranheza.
Pensando nessa conjuntura funesta pela qual os brasileiros passam no
momento (sem querer colocar mais lenha na fogueira, mas as estimativas são de
mais de 8 milhões de desempregados em plena época de natal...), eu deixo o
leitor agora com uma lista de alternativas para quem não quer deixar seu
entretenimento favorito de lado, mas não dispõe de muitos recursos pecuniários
no momento (esse linguajar todo polido foi apenas para evitar expressões
batidas como “a grana tá curta”...).
VAPOR BARATO
Um console de games é um equipamento caro. Mesmo com as várias
funcionalidades dos aparelhos modernos, em resumo é um objeto que “só serve
para jogar videogame”. Nem todo mundo pode se dar ao luxo de investir R$2000,00
em um console e mais R$200,00 em jogos de lançamento.
Mas computador, acredito eu que a maioria da população economicamente
ativa deve ter em casa (os que estão lendo isso com certeza têm, nem que seja
um smartphone).
E uma boa alternativa para quem joga games no bom e velho PC é a
Steam, um serviço de venda de jogos digitais da Valve que facilita a vida
financeira de muitos jogadores Brasil afora.
A Steam costuma praticar preços prá lá de acessíveis, visto que ela
não sofre de taxações absurdas como qualquer produto que faça sombra no país (não que este maravilhoso governo que aí está não tenha tentado acabar com isso também). Volta
e meia o site lança promoções que vão te causar o maior sentimento de culpa
pela quantidade de jogos não jogados na sua biblioteca. Ou seria Steamteca? Vaporteca?
Whatever...
Aposto como Todd Howard é o de cabeça branca, que solta ácido. |
Mesmo com empresas gananciosas como a Bethesda querendo cobrar
R$200,00 por um download de arquivo (só resta saber de qual cabeça do Tiamat chamado
Zenimax Media partiu essa ideia inescrupulosa...), ainda dá para um gamer menos
abastado sobreviver com pouco dinheiro na conta, e jogando títulos de alta
qualidade. Fallout New Vegas Ultimate Edition por R$16,00... um dia ainda consigo
superar isso.
COMPARANDO PRA NÃO TER QUE
PARAR
Usuários do site entenderão a imagem... |
Se a sua praia é mídia física e acabou, prepare-se: além de ter que
pagar quase o mesmo valor do produto em frete, o jogador de consoles e PCs que
não larga a mão de seus disquinhos precisa de muita cabeça fria e paciência
para garimpar preços que não o levem à falência no final do mês.
Para isso, temos ótimas ferramentas como o site Compare Games. No site,
é possível digitar o nome de um jogo e ver uma lista de todas as lojas do país
que oferecem aquele produto. Dá pra organizar por ordem de relevância (??? Fico
me perguntando o critério utilizado para julgar a relevância...) ou por preço. Levando
em consideração o fato de estarmos navegando em um site de compras e não um
veículo de análises, sugiro urgentemente que os mantenedores da página mudem a
pesquisa padrão para ordem por preço mesmo.
Ainda no site, é possível consultar as promoções disponíveis para cada
plataforma de jogos, além de links para notícias e produtos recomendados ou análises dos próprios usuários sobre vários games.
Mas, como diria uma terrível música de uma banda de brega aqui da
minha região, “ninguém é perfeito e a vida é assim”, e o Compare Games possui
lá as suas falhas.
A que mais me irrita, além do já citado padrão da pesquisa, é quando o
site teima em exibir resultados de produtos que ou não estão mais disponíveis
ou se encontram esgotados. Nem sei se isso é culpa do site, mas me irrito e
ponto final.
MÉLIUZ... UM NOME ESTRANHO PRA
CARAMBA.
Se der errado, já sabe com quem reclamar... |
Méliuz não é bem um site, e sim uma ferramenta que te permite receber
descontos ou uma porcentagem de uma compra na internet de volta. Os valores
geralmente variam entre zero vírgula alguma coisa e 1,5%. Eu consegui um
desconto de 1,5% na compra do Fallout 4, o que pode parecer pouco, mas já deve
ser o suficiente para me garantir uma aposentadoria tranquila, dados os preços absurdos
a que os lançamentos chegaram neste ano.
Para utilizar o serviço é preciso se cadastrar gratuitamente no site
e, quando for comprar algo, verificar se a loja é parceira do Méliuz. Depois você
ativa o desconto, dentro do site da loja mesmo, e recebe um valor em crédito. Pra
ser sincero eu ainda nem colhi nenhum fruto com o site, mas a simples ideia de
receber algo ao invés de perder, em tempos como estes, já me parece apetitosa o
suficiente. Receber de forma honesta, só pra deixar bem claro.
FOCO
Você joga Fallout desde a sua estreia nos PCs. Ou então você conheceu
a franquia no terceiro jogo, nos consoles, assim como eu. É uma das suas séries
favoritas e você sabe que, assim como The Elder Scrolls, não sai um jogo novo
dessa franquia com a frequência que maças desabam de árvores. Não tem jeito:
você PRECISA jogar o Fallout 4 o quanto antes...
No texto acima, pode substituir o termo “Fallout” por qualquer outro
jogo, como Assassin’s Creed, Halo, Final Fantasy, Metal Gear, Star Wars e etc. Todo
jogador de videogames possui AQUELA franquia favorita, pela qual ele espera
ansiosamente um novo episódio. Não jogar um lançamento desta franquia é algo
fora de cogitação, inclusive valendo a tática de deixar de lado outras coisas
mais “supérfluas” para que o seu mimo passe à frente na longa fila de objetos
de desejo (desculpe, almofada de alfinetes com o tema da Tifa, vai ter que
ficar pra depois...).
Então a dica que eu deixo é essa: defina as suas prioridades com antecedência.
Prepare sua rotina de lazer, digo financeiramente mesmo, para constatar o que
realmente faz diferença em suas escolhas. Vinte reais em um ingresso de cinema
de um filme medíocre que você vai esquecer em dois dias, ou vinte reais naquele
download de Chrono Trigger que vai te proporcionar horas de diversão segura na
poltrona da sua casa? A resposta fica por sua conta...
Algumas estratégias, como estar por dentro das listas de lançamentos,
reviews, e escolher um jogo mais importante no ano pra comprar podem te dar uma
luz de como passar por essa maré de azar sem deixar de curtir aquela obra
indispensável ao seu currículo gamer.
RECICLE: A NATUREZA AGRADECE
"Que tédio. Tô sem nada pra jogar..." |
Essa dica pode parecer bastante óbvia, mas a facilidade de acesso e baixo
custo citados no exemplo da Steam podem acabar fazendo alguns jogadores
esquecerem disso: se você trabalha e tem dinheiro para comprar seus preciosos “joguinhos”,
com certeza deve ter uma pilha (mesmo que virtual) de games que você: a) não
jogou até o fim; b) não completou 100%; c) só jogou uma vez e deixou de lado,
pra jogar coisas novas; e d) desprezou completamente devido ao tempo de vacas
gordas.
Então o conselho é este: revisite a sua gameteca já adquirida. Com certeza
você vai achar um ou outro jogo que você deixou de se dedicar mais a ele por
causa do excesso de oferta de outros jogos mais novos.
Lembre-se que um clássico é um clássico. Um bom jogo pode envelhecer
tecnicamente, mas na sua mente a diversão vai ser a mesma (isso se você não for
um analista de blog chato que fica procurando defeito em tudo).
Concentre-se no que você JÁ tem, ao invés de só correr atrás do que
ainda não conseguiu. A aquisição apenas pela aquisição pode acabar tirando o
sentido de se ter algo, que é justamente desfrutar desse mesmo algo.
PLUS PRA MAIS
“Mas na PS Plus do PS4 só tem indie. Dois jogos ou três jogos por mês
é muito pouco. Eu quero jogar Metal Gear Phantom Pain. Mimimi, mimimi...”
É claro que se nós pudéssemos jogar tudo que queríamos, o mundo seria
perfeito e o país não se chamaria Brasil. Mas é sempre bom se ater à realidade
que você se encontra. Caso contrário eu não estaria escrevendo um texto sobre
conselhos de como sobreviver durante a crise.
Pra quem não conhece, a Playstation Plus é um programa da Sony (mais
um que ela copiou da Microsoft na cara dura) que garante algumas vantagens ao
assinante. Quem estiver disposto a desembolsar a quantia de R$99,00 por ano vai
gozar de benefícios como: guardar seus arquivos de save em nuvem, como forma de
backup; ganhar descontos na compra de jogos digitais; ter acesso exclusivo a
betas e demos de jogos; e o melhor, ganhar de um a três jogos por mês
TOTALMENTE GRÁTIS.
Claro que existem algumas ressalvas: os jogos que você ganha só ficam
disponíveis naquele mês em especial. Passados os trinta dias, novos jogos
estarão disponíveis e quem baixou, baixou, quem não baixou não baixa mais.
Uma vez baixado o game fica na sua biblioteca, podendo ser baixado
novamente a qualquer momento, mesmo que o mês de oferta já tenha passado. Ou seja:
baixe até Barbie no país do cogumelo encantado, em caso de dúvida. O futuro a
deus pertence, não é mesmo?
Se a sua assinatura expirar e você não renovar, pode ir dando adeus ao
Barbie no país do cogumelo encantado e a TODO E QUALQUER JOGO QUE VOCÊ ADQUIRIU
PELA PLUS. Isso mesmo: a Sony bloqueia os jogos já baixados caso você deixe de
ser um cliente Plus.
Já no PS4, temos o “privilégio” de contar com o recurso de multiplayer
nos games, que não está mais disponível ao usuário comum como sempre foi no
PS3. Quanto a isso, eu gostaria de encontrar pessoalmente o executivo engravatado responsável por essa decisão. E eu gostaria de estar de posse de uma calibre acima do numeral
12 nessa maravilhosa ocasião...
Mas como não adianta chorar pelo leite derramado, fica a dica: o PS3
conta com alguns excelentes jogos gratuitos na PS Plus, como Uncharted,
Bioshock, a versão GOTY do Tomb Raider e etc. No PS4, por causa da frescura de
não ter retrocompatibilidade, temos mais indies mesmo. Encare isso como uma
ótima oportunidade de conhecer excelentes títulos, como Valiant Hearts,
Guacamelee, Super Meat Boy e outros que não me recordo agora.
Basta você lembrar que dá pra recuperar o investimento da assinatura
com uma média de três ou quatro jogos bons que você conseguir jogar. O que vier
depois já é lucro...
POLITICAMENTE CORRETO
Quem dera ficasse só na piada... |
A última dica é fundamental, muito embora que o site não seja sobre
economia ou política: DEIXE DE SER ACOMODADO E APRENDA O BÁSICO SOBRE POLÍTICA.
Existe uma frase, que a minha preguiça impede de descobrir a autoria, que
afirma mais ou menos que “uma pessoa que não gosta de política terá a vida
governada por aqueles que gostam.”
De forma alguma estou querendo dizer que você deva apoiar ou atacar um
partido X ou Y, e sim que você deve ter a noção de que política tem a ver com
pessoas, como essas pessoas vivem e o que afeta a vida delas. Se você não se
interessa por isso, além de ser um misantropo de merda, você está alienado à
realidade ao seu redor. E também não vai ter o direito de cobrar depois.
Eu, como muita gente, tenho aversão a política justamente por ver tanta
coisa errada sendo feita em um país cuja corrupção parece ser um dos
componentes culturais que constituem a sociedade. Mas eu acho ridículo pessoas que
parecem se orgulhar de bradar aos quatro cantos que não suporta política, como
se isso fosse uma qualidade ao invés do visível demérito que realmente é.
Duvido que ela vá arcar com as consequências. O povo é quem vai pagar essa conta. |
Sabe o que é bastante fácil? Chamar todos os políticos de ladrão,
enterrar a cabeça na areia e esperar pelo menos ruim. Sabe o que é difícil? Se acostumar
a tolerar algo que não suporta, pesquisar e se informar sobre um assunto que
tem muito impacto, não só sobre a sua vida como na das pessoas que você gosta. Eu
prefiro não me acovardar e ficar com o caminho mais estreito, que leva a
recompensas melhores e mais duradouras.
Se você não consegue enxergar onde conscientização política se encaixa
em um post sobre crise econômica e altos preços dos jogos, só posso temer pelos
próximos tempos (que com certeza serão ainda piores que este nefasto ano de
2015) e lamentar pelo nível de ignorância da sociedade.
E é isso folks. Espero que tenham gostado do post, e que pelo menos
uma das dicas que eu dei tenha sido de serventia para o leitor. Obrigado a
quem assistiu até o fim. Se gostou deixe seu joinha... ops! É a força do
hábito. Obrigado a todos e até o próximo post.
Au Revoir!
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