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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

ANÁLISE: FALLOUT ORIGINAL



Toda vez que eu falo de Fallout eu conto aquela veeeelha história, a mesma que eu contei no Review Supremo de Fallout 3, de que eu conheci a franquia pelo terceiro capítulo. Por essa razão é que eu não vou me prolongar muito nessa questão.

E eu não vejo o menor problema em admitir isso. O problema seria se eu dissesse que sou apaixonado pela franquia, como eu realmente digo, e nunca ter feito a minha lição de casa de correr atrás das origens da série.
Pois bem, eu FIZ essa lição de casa, muito embora que a lacuna desde o momento em que eu adquiri o jogo (2012), até o momento que eu realmente sentei o traseiro para jogá-lo seriamente, tenha sido de mais de três anos.

Bem, o fato é que a justiça (nerd) tarda, mas não falha. Infelizmente, esse não será um Review Supremo. Os motivos explicarei no final. O que eu vou fazer no texto é simplesmente analisar alguns aspectos do game que mais me chamaram atenção, seja pelos motivos certos ou errados. E que comece a minha análise do Fallout original.



HISTORINHA CHATA SOBRE O FALLOUT




Eu disse que não seria um Review Supremo. Mas não me lembro de ter falado nada sobre não ter historinha chata. Então...

O Fallout original, o Fallout 2 e o Tactics fazem parte de uma coletânea chamada Fallout Trilogy, que pode ser encontrada com bastante facilidade em sites como Amazon, ou até mesmo no Brasil, no Mercado Livre e lojas.

Eu tentei adquiri-lo através de uma loja que eu nem sei se existe mais, loja essa que eu não vou citar o nome para não gerar propaganda de graça a um estabelecimento que me tratou como um pedaço de lixo fedorento, ao menor sinal de problemas. Vou colocar o link do post que eu fiz, em 2012, detalhando toda a questão. Mas adianto logo que o bagulho foi sério, com ação no Procon e Juizado especial civil (o antigo Pequenas Causas). Felizmente, uma das boas lições que os games me ensinaram foi a de nunca desistir fácil, então me saí vitorioso...


Quis o destino que o GOG, um site de compras de jogos tipo Steam, resolvesse presentear os três jogos de graça, assim do nada mesmo. Um dos participantes do blog Retina Desgastada me avisou, e pude não só adquirir os jogos, como também a OST de cada um deles, bem como os manuais de instrução dos games, que, diga-se de passagem, são simplesmente fantásticos.


É terrível conseguir boas fotos de jogos antigos.

O manual do Fallout foi confeccionado para parecer, de verdade, com um guia de sobrevivência no deserto radioativo no qual o jogo se passa. Pelo menos até onde eu li (é uma bíblia em PDF, com mais de 120 páginas), em nenhum momento o material se refere a você como jogador, e sim como Survivor ou Dweller, o que gera um efeito bem legal de imersão na brincadeira. Outra coisa que também ajuda nesse clima são umas anotações pregadas por cima das páginas, com fita crepe. Elas tratam-se de umas dicas deixadas pelo Overseer, para tentar amenizar a sua hercúlea tarefa de salvar o rabo de todos dentro do Vault 13. Mas falarei melhor sobre isso no tópico seguinte.

Pra finalizar, a capa do manual do Fallout segue o mesmo padrão visual dos produtos da Vault Tech, inclusive sendo o mesmo usado no manual do Fallout 4.


HISTÓRIA


























Fallout conta a história do habitante do Vault 13, como eu já havia dito. O problema central do jogo gira em torno de encontrar um chip para o purificador de água do lugar. E uma coisa que me assombrou muito nesse jogo foi justamente a contagem regressiva para a merda atingir o ventilador, caso você não encontre a peça de reposição a tempo.

Em jogos de mundo aberto, muito embora que esse conceito ainda não se aplicasse a esse jogo e suas escassas 12 localidades para explorar, sou terrivelmente contra a decisão do jogo ao colocar um contador acima da cabeça do jogador, principalmente pros marinheiros de primeira viagem. O lado bom disso é que eu descobri que o jogo não acaba depois que você completa a missão principal, coisa que eu só aprendi vendo vídeos no Youtube.

Outra coisa que me assombrou bastante foi o fato do Overseer deixar bem claro que todos no Vault 13 dependiam do sucesso da minha missão, pra sobreviver, mas se recusar a me emprestar alguns mantimentos do abrigo, que certamente me ajudariam em minha difícil jornada.
“Desculpe, mas não posso te dar a chave do depósito de armas.” Não seria mais lógico inventar uma desculpa mais convincente pra mandar o jogador em uma missão suicida, armado apenas com uma pistola e alguns Stimpacks (encontrados FORA do Vault 13, diga-se de passagem e obrigado por nada, seu Overseer!)?



Essa tela vai te perseguir durante o jogo todo.


O mais longe que eu consegui chegar no enredo desse jogo foi à base dos super mutantes. Mas algo que eu só posso classificar como um bug impediu meu progresso. Os campos de força amarelos que impedem a sua passagem, depois que você inicia a autodestruição do complexo, simplesmente não queriam se desativar, não importa com qual pessoa ou computador eu falasse (ou qual skill eu sacasse da manga). Cansado das agruras e da tentativa e erro de alguns momentos do jogo, eu simplesmente parti pro Fallout 2. E posso dizer que essa foi uma das melhores decisões que eu tomei com esse jogo...


Mas, apesar das agruras, não posso dizer que minha experiência com a história do jogo foi de toda problemática: eu puder conferir, em primeira mão, todos os elementos que fazem parte dos jogos mais novos, como os sacanas da Brotherhood of Steel (que neste jogo se assemelham mais a um culto que uma facção militar); os sempre detestáveis Raiders (que nos colocam em uma difícil escolha de ter que massacrar escravas inocentes para poder ingressar ao bando); as Crianças da Catedral (um bando de loucos que vestem mantos e adoram a um tal de Mestre...); os super mutantes, que longe de serem retratados como débeis mentais esponjas de dano, representam uma ameaça ainda maior que os temidos Deathclaws; e por aí vai.

ATMOSFERA E AMBIENTAÇÃO


























Lembrem-se do que eu sempre digo, que esses dois elementos são fundamentais para a imersão com um jogo. Esse é um ponto no qual o Fallout original brilha com maestria, sem deixar nenhuma dúvida de que os criadores construíram um mundo que representa, de forma perfeita, o clima de desolação e abandono visto em todos os jogos da franquia.

Se você não sabe que o mundo de Fallout foi devastado por bombas nucleares, se mate. Sério. Pegue uma faca e se mate. E eu não estou brincando. É que eu simplesmente não aguento mais pessoas ignorantes, que possuem maravilhosas ferramentas de obter informação nas mãos, mas saem por aí curtindo qualquer página acerebrada do Facebook sem ao menos questionar antes a veracidade de algumas informações.

Bem, acho que me arrependi do conselho suicida que eu acabei de dar. Mudei de ideia: não precisa se matar. Só precisa tirar o seu traseiro catarrento do meu blog, antes que eu descubra e escreva seu nome no Death Note (ou pior: mande um super mutante do Fallout 1 pra te pegar, o que é bem mais humilhante que simplesmente morrer). Tendo esclarecido esse detalhe, posso prosseguir.

Atmosfera tensa, já na abertura.
Não sei se eu estou certo, ou se foi apenas viagem da minha cabeça, mas eu achei o clima de Fallout muito parecido com um outro jogo, que eu joguei no SNES: Shadowrun. Isso. Se você adivinhou antes de ler, saiba que existe uma conta milionária secreta em seu nome, como recompensa. Ok, este ainda é um review, e eu prometo que as piadas sem noção vão parar por aqui.

Não estou dizendo que Fallout copia Shadowrun, apenas que o TIPO de ambientação e a forma como interagimos com ambientes e NPCs (diálogos em cascata) me causou essa impressão.


GRÁFICOS



























É mais que óbvio que eu terei que fazer um enooooorme parêntese nessa parte do texto, pelo simples fato de que não dá pra julgar um jogo de 1997 com a mesma isenção de quem jogou na época do lançamento.

A primeira reação que uma pessoa terá ao ver o jogo hoje em dia é a de vomitar em cima do teclado do PC, e depois correr para o banheiro para lavar o corpo e se purificar das impurezas de ter visto um jogo tão horrendo quanto Fallout original (simplesmente não consigo escrever só Fallout, sem nenhuma palavra depois). Mas aí você estaria caindo no grande erro de achar que eu sou uma pessoa normal, se acha que a minha reação foi essa.

O visual do jogo é bastante competente. E eu não estou dizendo isso pra colocar panos quentes não. Do início de sua maravilhosa abertura (com música de época, como sempre) ao final, o game é apresentado ao jogador em uma deliciosa roupagem retrô, capaz de deixar malucos por steampunk (como eu) de cuecas molhadas de empolgação.
Não, eu não vou explicar (de novo) o que é steampunk. Vá procurar sozinho. Bem, continuando...

Toda a interface do jogo é criada com um tipo de maquinário retro-futurista, que por sua vez é comandado por uma série de botões analógicos dignos da era do transistor. Aliás, se você assistiu ao vídeo que eu legendei, aquele que explica a história da série, vai saber que quem comanda a brincadeira tecnológica do game não são os transistores, e sim tubos de vácuo.
Eles podem ser vistos em quase todas as telas do game, até mesmo no Pip-boy 2000, que não recebe o mesmo tratamento VIP dado pela Bethesda, mas tem seus 15 minutos de fama no jogo.

Simplesmente ADORO esse tipo de visual em jogos.

Pra começar a tacar pedras, preciso fazer uma crucial pergunta, que vai ditar o ritmo do restante deste tópico: COMO RAIOS UM JOGO DE 1997 CONSEGUE RODAR TÃO MAL EM UM COMPUTADOR COMPRADO EM 2010?
Simplesmente não entra na minha cabeça como um jogo de 1997 conseguiu piorar tudo que já havia sido feito antes dele. O inventário é truncado e não funciona em favor do jogador. É um tormento navegar por menus que parecem ter sido entalhados em madeira, ao invés de estarem sendo exibidos em uma tela de computador (repare na vagareza com que a tela de diálogo desliza pra baixo e pra cima, depois de ações como Barter).

Sério: Fallout original tem uma das PIORES INTERFACES GRÁFICAS QUE EU JÁ VI EM UM JOGO DE COMPUTADOR. “Mas Shadow, você precisa dar um desconto. Fallout 1 é um jogo velho. O que você esperava? Acho que você reclama disso porque é um cagão mimado com jogos de console, e não saberia usar a combinação teclado + mouse nem que Stephen Hawkins se dispusesse a te ensinar.”


Só pra colocar os pingos nos Is: eu sou um jogador majoritariamente de consoles SIM, mas isso não quer dizer que eu não esteja habituado a jogos de computador. Eu tive meu primeiro computador no longínquo ano de 2001, e pude jogar clássicos como Commandos; Command & Conquer; Age of Empires; Vampire The Masquerade; Diablo; Diablo 2 e Blip & Blop, só pra citar alguns. E se você não chegou à quarta fase de um jogo como Blip & Blop não tem envergadura moral para me criticar, ok? Aliás, o próprio Diablo original é um ano mais velho que o Fallout, mas conta com uma interface anos-luz mais agradável, prática e funcional que este outro. Explico os porquês.


Você vai passar muuuuito tempo nessas telas de item...

Fallout funciona como qualquer outro jogo de computador: você usa o cursor para clicar em um ponto do mapa, e seu personagem se direciona a esse ponto.
O problema é que, aqui, o personagem é demasiadamente lento, e se arrasta como uma lesma desobediente pelos cenários. Muitas vezes seus cliques não surtirão efeito, sem muita razão aparente (fica um sinal de X dentro do hexágono de movimento).

E já que falei em cenários, alguns lugares dos mapas internos são tão confusos que parecem uma colcha de retalhos, com áreas que parecem não ter conexão com o restante do ambiente (duvida? Te desafio a encontrar a saída de Boneyard, sem se perder, na primeira vez que for à cidade...).

 O mesmo vale para pegar itens, conversar com pessoas ou atacar durante os combates. E acho que acabei de resumir o problema principal de sua interface com estes três últimos exemplos.

Diferente de jogos como Diablo, que utilizam um ÚNICO CURSOR PARA TODAS ESSAS AÇÕES, Fallout usa um imbecil sistema de alternância de tipos de cursores diferentes, num total de quatro: um cursor para movimentação; um para examinar objetos/falar com NPCs; um para atacar, nas pelejas; e um quarto para usar as skills da sua ficha de personagens, sendo este uma variação do cursor de combate, só que amarelo. E essa burocracia desnecessária torna a exploração do jogo PESADA, DESAGRADÁVEL E TORTURANTE, principalmente quando levarmos em conta um problema que eu vou citar mais à frente.

Pense no sufoco que é atravessar grandes áreas...

Pombas! Qual a necessidade de tantas formas de seleção com o cursor? É um inferno ter que ficar alternando entre eles, com o botão direito do mouse, para fazer as mesmas tarefas que em outros jogos são realizadas com um clique contextual, como no já citado Diablo.
Vou deixar bem claro que eu joguei o jogo com um patch de correção para aumentar a resolução do jogo, mas só posso concluir que esse patch não deve ter mudado em nada os problemas que eu citei, visto que eu joguei umas boas horas antes, sem ele, e as dificuldades eram as mesmas. Só pra não passar batido: eu aconselho veementemente que você baixe esse patch, no site NMA, para diminuir o impacto causado pelo gargalo temporal que os visuais do jogo apresentam.

O que seria o NMA? É o No Mutants Allowed, aquele site especialista na série Fallout, lotado de haters da série pós-Interplay, que enaltecem as falhas dos jogos mais novos e convenientemente ignoram as dos jogos antigos, como se estes fossem o estandarte da perfeição no mundo dos games.
Mas deixemos os fanboys do NMA um pouco de lado. Tem outras coisas, do tópico gráficos, que eu gostaria de comentar. Por exemplo, as famosas TALKING HEADS.

As talking heads são aqueles avatares medonhos que algumas janelas de diálogo apresentam, quando se trata de um importante personagem para o enredo (como o Overseer do Vault 13, logo no começo do jogo). Eu particularmente adoro este diferencial no jogo, apesar de ter usado a palavra “medonhos” para descrevê-las (não tem como negar: as talking heads SÃO medonhas). É uma forma de acompanhar diálogos mais elaborados, visto que são totalmente dublados, e imergir um pouco mais na atmosfera do jogo (muito embora que você vá ter pesadelos com aqueles bonecos de cera tão expressivos quanto a Kirsten Stewart).



Aqui temos um típico troll de NMA tentando argumentar sobre a superioridade da série original...

Outro ponto fica por conta da janelinha de descrição situada no canto inferior esquerdo da tela. Ela apresenta frases que narram tudo que acontece ao seu redor, como resultados das suas ações em combate ou detalhes sobre objetos do cenário. Você sabe, como nos RPGs de mesa, que eu tenho certeza que você jogou pelo menos um, em algum momento da sua vida.

Um detalhe que eu percebi jogando é que praticamente todo o estilo visual dos jogos subsequentes, feitos pela Bethesda, usam as ilustrações vistas nas características do seu personagem, ou no manual de sobrevivência da Vault Tech. Isso é um sinal de que a Bethesda não apenas expandiu o universo da franquia, como também fez sua lição de casa e se inspirou diretamente nos jogos originais. Isso prova que a empresa não é o enviado de Satã, responsável por desgraçar a franquia, que os haters do NMA tanto pintam. E sim: chafurdando nas origens da série Fallout, eu acabei pegando entojo  daquela gente.

Quanto aos mapas, mais especificamente o mapa-múndi, acontece uma repetição extrema nas localidades aleatórias. Deserto, deserto, mais deserto... eu sei que o nome Wasteland não é por acaso, mas se na época do Fallout 3 havia pessoas reclamando das estações de metrô do Capitólio (que estão no jogo porque, vejam só, fazem parte do capitólio...), por que não posso ir contra a arquitetura esperada desse jogo e fazer o mesmo?

Pra piorar, nos ambientes internos, o jogo mostra muito pouco do cenário em algumas ocasiões, com um raio de visualização que te obriga a chegar muito próximo de quase tudo. Muitas vezes você não consegue identificar onde está a entrada de uma construção, e tem que ficar rodando em volta do lugar pra achar (é incrível como algumas portas teimam em se parecerem com paredes, nesse jogo). O teto cobre a visão, te obrigando a entrar nos lugares se quiser saber mais detalhes. Uma tarefa que seria bastante simples, se não fosse pelos já citados problemas de interface. 


Ironicamente, no esgoto a poluição visual é baixa.

Também cabe uma observação sobre os combates, a poluição visual que encontramos neles, pra ser mais exato: lutas com mais de 3 inimigos viram uma bagunça (lembre-se que neste jogo podemos andar com quatro ajudantes simultaneamente).  Fica quase impossível mirar no alvo certo (o cursor em modo de batalha não exibe o nome do alvo), e o mais leve ataque desferido contra um aliado já provoca a ira assassina de todo seu bando, sem direito a recolher a arma para mostrar arrependimento. Pra piorar, alguns NPCs inimigos apresentam uma incômoda semelhança, tanto com seu protagonista quanto com alguns dos ajudantes.

Pra finalizar a parte dos gráficos: pode até parecer mimimi de jogador acostumado com setas dizendo até onde ele deve atirar, mas não há nenhuma indicação de itens a coletar e etc. Não estou dizendo que concordo com a fartura (muitas vezes) exagerada dos jogos mais recentes, mas é frustrante vasculhar mais de vinte estantes em um ambiente para encontrar absolutamente nada. Uma perda de tempo desnecessária ao desenrolar do jogo.




SOM


























Esta vai ser a parte mais fácil de escrever no review. A trilha sonora do Fallout 1, de longe, é a melhor de toda a série até o presente momento (Fallout 4 chega perto, com seus sons ambientes que lembram muito a trilha do jogo original, mas sabe como é: pirataria é crime. Prefira o original...).

Muito embora que não conte com estações de rádio para ouvir no Pip-Boy 2000, a OST do jogo é o melhor trabalho que eu já vi nesse quesito de casar atmosfera com as faixas ouvidas durante a aventura.

Como eu havia comentado, a versão do GOG que eu ganhei de grátis veio com a trilha completa, composta por “apenas” 17 faixas no total. Isso pode parecer pouco, principalmente se comparado aos jogos mais recentes, que devem ter o triplo disso (fora as trilhas de rádio). Mas acredite, a pouca quantidade de faixas seria um problema se não fosse por um simples detalhe: CADA UMA DAS 17 MÚSICAS DO GAME É UTILIZADA DE MANEIRA DESGRAÇADAMENTE ACERTADA, DE FORMA A CRIAR O CLIMA IDEAL QUE OS CRIADORES SE PROPUSERAM A PASSAR.

O jogo abre a tradição na série de começar a aventura com uma música de época (geralmente anos 50 ou 60), que milagrosamente combina de um jeito cirúrgico com um jogo de temática futurista (deve ser o steampunk).
Depois de ser amaciado por Maybe, o tema de abertura cantado pelo grupo The Ink Spots, somos enebriados pela morbidez e frieza do tema do Vault 13, que já vem para nos dar uma pista de que a jornada pelo Water Chip não será nada parecida com uma canção de ninar.


Claro que eu não vou comentar faixa por faixa, pois eu não consigo em pensar em tantos adjetivos diferentes para elogiar o excelente trabalho feito com este jogo, mas o destaque fica para... cara, é sério: simplesmente todas as músicas desse jogo são fenomenais, e passam o clima certo que os ambientes talvez pequem um pouco em nos transmitir, pela defasagem gráfica.


OST insuperável, sem dúvidas.

De novo, vou tentar mais uma vez: o destaque vai pro tema do mapa; o tema de Shady Sands; o charmoso tema dos Raiders, que consegue passar a sensação de mistério e perigo ao mesmo tempo; o tema de terror industrial de Junktown, lar de Dogmeat; o tema de The Hub, uma variação do tema do mapa, só que com bem mais tambores e ganzá (você não sabia o nome, mas deve conhecer aquele instrumento que faz um som parecido com o chacoalhar de areia);
A inquietante buzina de City of the Dead, que casa muito bem com a cidade de Necropolis; o charmoso tema de L.A. Boneyard, que não nos dá a menor ideia do perigo que encontraremos no lugar; o tema da BOS, que mesmo sendo militarista (coisa que eu detesto) ainda consegue ser deliciosamente bem-encaixado no contexto; e a minha preferida de todas ever: o tema das Crianças da Catedral. Não vou descrevê-la. Faça um favor a si mesmo e ouça. Aliás, procure pela trilha completa que vale muito a pena.

Como som não se resume apenas a música, posso afirmar que todo o resto do trabalho sonoro realizado no jogo é da mais alta qualidade, desde os sons de tiros e facadas, até os diálogos e efeitos sonoros do V.A.T.S.

Eu sei que o review não é sobre os jogos mais recentes, mas cabe um elogio à direção musical dos jogos feitos pela Bethesda também, principalmente do Fallout 3, por terem construído uma atmosfera musical mais próxima da original possível.


Pra terminar este tópico, eu costumo dizer que existem poucas coisas nesse mundo que merecem o adjetivo de perfeito. A trilha sonora do Fallout 1 é uma delas.


SISTEMA


























Este será o tópico final, e com certeza será o maior deles também.
A primeira coisa que eu tenho pra falar do sistema do jogo é sobre a sua dificuldade: FALLOUT É DIFÍCIL PRA CARAMBA.

Hoje em dia, já de default, eu começo um jogo no nível hard de dificuldade, em busca de um pouquinho mais de desafio. Com este aqui, a ousadia de passar o interruptor da posição normal pra hard não se passou na minha cabeça nem por um instante. E boa parte disso se dá por um detalhe bem peculiar nesse tipo de jogo, que usa sistema de porcentagem pra decidir os erros e acertos do jogador: A MALDITA CALCULADORA DE PROBABILIDADES DE ACERTO.

Lembra na análise do XCOM, quando eu falei que usava a expressão “esse jogo usa a calculadora do Final Fantasy Tactics”? Pois bem: depois de jogar Fallout eu pensei seriamente em atualizar a minha frase pra “parece que esse jogo usa a mesma calculadora ladrona do Fallout original pra definir os acertos.”

Pra exemplificar eu preciso fazer uma pergunta: como diabos pode, durante um combate, um personagem com 85 pontos no atributo de armas brancas errar DOIS MALDITOS GOLPES DE 92% SEGUIDOS? Um caso sério isso: nem espere maiores sucessos com taxas abaixo dos 80%, e isso é só pra começar.


Outro problema que eu encontrei no jogo foi com relação aos atributos das armas: como é que pode a diferença de dano entre uma pistola e uma calibre 12 ser de apenas um ponto? E não me venha com essas churumelas de que depende dos pontos que você investiu nas respectivas skills. EM NENHUM CANTO DO MUNDO UMA PISTOLA CAUSA O MESMO DANO QUE UMA CALIBRE 12. Nenhum...


Esse rato deve usar uma Power Armor. Só pode!

E outra: como diabos um rato consegue aguentar o dano de uma marretada? E não estou falando de um rato gigante, ou de uma mole rat, e sim de um rato comum mesmo. E já que falei nos roedores, eu gostaria que alguém me explicasse como é possível esse mesmo rato possuir uma taxa de acerto MAIOR que uma mole rat, que neste jogo consegue ser maior que um Yao Guai do Fallout 3.

E já que o clima é de desabafo, não posso deixar passar um detalhe: eu sabia que o jogo original era casca-grossa, mas CINCO de AP pra dar dois passos à frente durante um combate? Sendo que meu personagem possui 6 de agilidade? Por favor...
Continuando no âmbito dos combates, particularmente eu achei a taxa de encontros no mapa-múndi baixa até demais. Dá pra abrir quase a tela inteira sem encontrar vivalma nos desertos aleatórios. Por outro lado, em alguns momentos, somos surpreendidos por um grupinho modesto de CINCO RADSCORPIONS DE UMA VEZ SÓ em uma batalha.

Sabe o que aconteceria no Fallout 3 se você encontrasse essa quantidade de inimigos, a despeito das (justificadas) reclamações sobre a divindade alcançada pelo nível 30? Seria morte instantânea, ao menos aos loucos como eu que aceitam o desafio de encarar o nível hard de dificuldade. Agradeço a Dogmeat por suas quatro ações consecutivas. Agora sei por que o vira-latas virou celebridade na série...


Acredite: essa tela mostra uma das batalhas mais "fáceis" do jogo...

Ainda tratando dos combates, a maioria absoluta dos inimigos não dá nada, zero de loot quase sempre. Você mata um membro da Children of the Cathedral de manto e quando vasculha o corpo não tem nada pra pegar. Frustrante isso. Fallout 1, em alguns momentos, usa um sistema truculento e desonesto pra dificultar ainda mais a vida do jogador.

Outro ponto que me incomodou muito no jogo foi com relação a seu cursor. No tópico dos gráficos eu falei sobre a variedade deles. Aqui cabe um comentário à parte: em Fallout existem atalhos pros comandos. Por exemplo: se você abrir a janela de opções e pressionar S, o jogo abre a caixa de salvar. Mas a questão é que, em nenhum momento DENTRO DO JOGO (em caixa alta mesmo, pois nem todo mundo deve ser obrigado a ler um manual de 124 páginas para aprender uma Hotkey de um jogo de PC) somos ensinados a respeito dessas opções (como em todos os outros jogos de computador que eu já joguei).


Não meu amigo, não são filhotes de ursos, são mole rats, por incrível que pareça...


E acho que acabei me perdendo sobre a história do cursor. Continuando e explicando: o cursor neste jogo depende de onde você está pra realizar uma ação. Por exemplo: se você estiver longe do lugar onde você clicar, MESMO QUE NÃO HAJA OBSTÁCULOS, o seu personagem não vai se dirigir ao ponto indicado, diferente de outros jogos como Diablo, em que o personagem anda pra qualquer lugar que você mandar, desde que visível na tela. Impraticável para quem usa touchpad de notebook, como no meu caso.

De fato, eu tive que comprar um mouse especialmente pra jogar este jogo, de tão pesarosas que eram as partidas de Fallout. É frustrante não poder clicar onde quer e ficar à mercê da tentativa e erro, pois, sem razão alguma, áreas mais distantes que você ficam bloqueadas até que você chegue perto.
Uma vez aberta uma janela de diálogos, o único jeito de fechá-la é mirando no minúsculo botãozinho vermelho do lado da palavra Cancel. Eu tentei ESC, TAB e outras teclas, sem sucesso. E foda-se o manual. Eu não quero ler um manual inteiro pra aprender um atalho, só porque a produtora do game é desleixada o suficiente pra não colocar a letra da tecla ao lado das opções, como todas as outras fazem.


Cruzar certas áreas do mapa é uma tortura.

Uma coisa que eu achei que seria feita com mais seriedade no jogo é com relação à forma como você explora os ambientes e lida com os NPCs. Resumindo: o sistema de transgressões do jogo não parece seguir uma lógica muito exata. Uma hora somos esfaqueados até a morte por abrir uma gaveta vazia na casa de um ghoul (acredite, isso aconteceu comigo!). Na outra, saqueamos lojas na maior cara dura e nada nos acontece, coisa que não faz o menor sentido pra um NPC que ganha a vida com a venda de suas quinquilharias.
Por isso fica o conselho: SALVE SEMPRE QUE PUDER. E falando em save, dá pra nomear o arquivo da forma que você desejar (com um limite de caracteres, é claro). Então, aproveite para marcar seus saves com pistas do que você está fazendo no momento, como por exemplo: “fugindo da base militar” ou “esgotos de Necropolis.”

O sistema de Quests de Fallout 1 foi algo muito decepcionante para mim. Longe de apresentar as diversas e minuciosas opções tão alardeadas pelos fãs dos dois jogos originais, elas apresentam falhas que eu jurava que só tinham sido estreadas nos jogos mais recentes.

Por exemplo: na quest de incriminar um sujeito em Junkytown (acho que era Gizmo seu nome), precisávamos usar um aparelho com escuta para gravar sua confissão de um crime. Mesmo ligando o aparelho e tentando de todas as formas que a interface me permitia, eu não consegui completar a quest (o aparelho mostrava a palavra ON, mas nada acontecia). Tendo perdido a paciência, tive que ir contra a natureza pacífica de meu personagem com 9 de inteligência: meti chumbo na cara do sujeito e segui minha vidinha miserável de Andarilho dos desertos...


Agora percebo que devia ter tirado mais capturas de tela, enquanto jogava...

Também tive um problema em Necropolis, na quest de consertar a máquina de bombear água. Ao ser capturado pelos super mutantes do lugar, tive o desprazer de conhecer o detestável Lou, que afirmava que sua espécie é superior tanto física quanto mentalmente em relação aos seres humanos (tá vendo que minha rixa com os mutantes retardados do Fallout 3 é mais que justificada?).  
Depois de ser torturado pelo líder mutante e de rodar muito pra descobrir que deveria usar o comando lockpick de dentro do menu de skills pra fugir da cela (quando em nenhum outro momento do jogo isso me foi exigido), me são oferecidas duas opções: ser levado de volta a Lou pra morrer pelo cano de sua minigun, ou ser morto pelo fuzil de assalto do carcereiro ali mesmo.

E eu me pergunto: onde foi parar o templo absoluto das escolhas que era o Fallout original, em comparação aos jogos mais recentes? Por isso que eu sempre digo: só confio em uma opinião, a minha própria, depois de jogar e analisar um jogo. 
A dica que eu deixo sobre as quests de Fallout? Tenha sempre mais de um arquivo de save, principalmente quando der de cara com algum super mutante. Neste jogo eles são o inimigo mais pau no * que eu já enfrentei: te matam com apenas um golpe ao menor sinal de um movimento seu. E parece que são feitos de aço na hora de levar dano. Não diga que não avisei...

Ainda em Necropolis, ao desafiar Terry, um super mutante em um cômodo separado, os amigos dele, de alguma forma, ouviram um combate com armas brancas e vieram ajudar. Putz! E eu que pensava que só os jogos mais novos tivessem NPCs abençoados com o dom da onisciência conveniente... Desisti de tentar interagir com eles e fui tentar a sorte com a BOS e sua quest suicida.

Como você já deve saber, contar com a ajuda de aliados é uma tradição que começou com o primeiro jogo da franquia, sendo que aqui podemos andar em bando, com todos os quatro ajudantes encontrados no game: Dogmeat, um cachorro perdido em Junkytown; Ian, e não me pergunte onde o encontrei; Tycho, a mesma regra de Ian; e Kat-Ja, encontrada na Catedral.


Olha a galera aí, toda reunida pra sair na foto.

Mas qual foi a minha tristeza ao descobrir que os ajudantes deste jogo possuem o mesmo maldito hábito de TAMPAR A PORCARIA DO SEU CAMINHO NOS CENÁRIOS, ou ficar na frente dos alvos na batalha (não adianta escolher o comando de mandá-los manterem distância. Simplesmente não obedecem).
Sério: eu tive que mandar Tycho ir embora, quando inventei de entrar em um elevador na base dos super mutantes, pois o filho da mãe insistia em tapar a minha saída do lugar. E posso afirmar que não derramei nenhuma lágrima quando meus ajudantes, um a um, tombaram diante das armadilhas da base militar mutante, para que eu pudesse atravessar...

Pra não dizer que só taquei pedras no sistema do jogo, realmente ele conta com diversas opções de realizar as quests, baseadas nas suas skills. Existe até um speedrun de um carinha que completa o jogo em 10 minutos, sem precisar travar um combate sequer no jogo, coisa que é possível, mas bastante difícil de fazer nos jogos de hoje, mais voltados pra ação e tiroteios deliciosamente divertidos.

Eu também gostei muito de alguns pequenos detalhes, como o fato de só ganharmos ponto de Perk level sim, level não, recurso adotado também no Fallout New Vegas e que impedia o seu personagem de virar um super soldado invencível (como acontece no 3).
Como sempre, ao subir de nível, nós ganhamos pontos de Skill de acordo com nosso valor de inteligência, sendo que aqui as skills podem passar dos 100%, e pontos gastos nas Tag Skills valem o dobro das outras habilidades.


É hora de negociar, e que vença o melhor!

O sistema de Barter do jogo também é uma delícia, que combina perfeitamente com a realidade de escambo que um mundo pós-apocalíptico como esse traria aos seus sobreviventes. Ao invés de simplesmente trocar uma moeda, as tampinhas de garrafa, por um produto, você pode negociar itens que você possua para comprar alguma coisa. Esse mero detalhe serve pra justificar completamente a skill barter, que nos outros jogos só servia pra reduzir o preço de compra e venda de objetos.
De fato, esse foi o primeiro Fallout no qual eu me senti realmente tentado a investir nesta habilidade, visto que a escassez e a posse de determinados itens pode ser a diferença entre a vida e a morte no cruel mundo do jogo.


CONCLUSÃO



Fallout é um jogo cruel. A atmosfera de abandono e desespero é refletida diretamente no gameplay, seja pela escassez de itens, pelas condições desiguais de combate ou pela eterna aura de nivelamento pra baixo que permeia cada segundo do jogo. E sabe do que mais: eu prefiro um jogo cruel, que te põe pra baixo nas horas certas, mas te leva às alturas pelos motivos certos, que jogos que entregam o mundo inteiro em uma bandeja, quando tudo em volta de seu personagem parece dizer exatamente o contrário.

O water chip com certeza é um dos itens mais cobiçados e sofridos de conseguir que eu pus as mãos em um jogo de videogame. Fui dominado por uma sensação de alívio sem precedentes quando conquistei a posse do pequeno bastardo. Danem-se os ghouls de Necropolis. Que morram todos de sede. Eu voltei correndo pra ajudar meu Vault 13 e acabar com a sofrida jornada do Andarilho de azul, se você me pergunta. E essa é a lição que o mundo cão de Fallout tatuou na massa cinzenta do meu cérebro: se virar a qualquer custo, não importa o que aconteça.


A alegria de finalmente conseguir esse item foi indescritível...

Mesmo com todos os problemas, posso atestar que minha experiência com o jogo acabou com um saldo positivo: conhecer algo por experiência própria é sempre melhor que orbitar em torno de opiniões alheias, até porque escapar de saudosismo é tarefa que poucos conseguem. Mas joguei FO apenas para comprovar o que eu já sabia: a época de experimentar o game em seu total esplendor passou, e jogá-lo quase 20 anos depois de seu lançamento acabou com quaisquer chances de sentir na pele a mesma magia descrita por jogadores veteranos em blogs e sites especializados nele.

É por causa dessa estranheza que eu sempre procuro jogar um jogo em sua época adequada. Skyrim, por exemplo, já perdeu muito de seu impacto visual ao longo desses quatro anos que já se passaram desde seu lançamento. E Fallout é, de fato, um jogo fascinante, que me despertou certo pesar por não tê-lo jogado na época certa.

E sei que vou irritar os mais aficionados pelo jogo clássico com o comentário a seguir, mas não vi essa profundidade toda que é alardeada aos quatro cantos no sistema e exploração do jogo. De fato, senti falta de algumas coisas que só foram implementadas nos jogos novos, como a necessidade de beber água, dormir e outros detalhes os quais não recordo no momento (sem falar no recurso de ouvir rádio no Pipboy, claro).


Esse nome fez história nos RPGs.

O que me irrita mesmo são os fanboys, que julgam os games mais recentes da série como se fosse a Bethesda a empresa que inventou as incongruências em um jogo. Não acho nada justo os fãs dos dois primeiros games colocarem o Fallout original em um pedestal, e os jogos mais recentes nas profundezas do Hades, como se ambos não tivessem as suas falhas.

Fallout vale a pena sim, nem que seja pela sua OST maravilhosa e pela lição de casa de correr atrás das bases da franquia. Claro que não vou atribuir nota, pois todas as circunstâncias convergiriam para que meu julgamento não fosse nem um pouco isento nesta ocasião. Então fica o conselho: não importa se você conheceu a série já nas posses da Bethesda, como eu, ou talvez agora, com o Fallout 4. É sempre bom fazer a lição de casa que vai te proporcionar um maior conhecimento das origens de uma coisa da qual você virou fã.


Confesso que sofri, mas vou sentir falta de cada cantinho desse jogo...

E é isso pessoal. Apesar de não ter deixado muito claro, pela maior quantidade de informações, Fallout original é um jogo muito bom e que me divertiu muito, sendo super indicado a fãs de jogos sci-fi com mundos pós-apocalípticos. Espero que tenham gostado das minhas considerações sobre este jogo memorável, e nos vemos no review do Fallout 2.


Au Revoir!

6 comentários:

  1. É engraçado, conheci a série pelo New Vegas. Depois pulei para o 3 (que eu julgava ter uma atmosfera mais desolada e cinza, no que eu acertei) e MUITO tempo depois parti para o primeiro e pro segundo jogo (não diria muito tempo assim porque só tenho 14 anos, mas OK). Cara, Fallout 1 é um jogo MARAVILHOSO. Tem aquela pegada desolada única de um RPG isométrico, sei lá, estiloso. E os lugares, os personagens, como esquecer? (em cada Fallout, um personagem foda a se lembrar) Sandy Shares (é assim que se escreve?) com o problema e a solução das picadas de Radscorpions, junto com Aradesh, Seth (vulgo cara barbudo das notas da NCR) e ÓBVIO, Tandy. Junktown (minha preferida), com Killwater, cara legal e foda, com os guardas que me ajudaram a combater o mal na cidade... Necropolis, The Hub e Boneyard, com seus deathclaws (PQP).

    Como você disse, o jogo tem uma interface zoada, lerda e desajeitada. Mas os diálogos envolventes e bem escritos (Sra. Bethesda, por favor, escreva diálogos melhores para o protagonisa. Beijos, Obsidian) e aquela sensação de ter feito o bem (P.S.: CADÊ O KARMA?).

    É engraçado tanto ver como a série mudou de '97 pra cá, principalmente para um gamer mais novo com eu, de 2001. Alguns fãs amam os "antigos" e odeiam os "novos" (Oblivion com armas, alguém?) contra os outros fãs que adoram tanto os antigos quanto os novos... é amigo... ser fã é duro...

    Apanhei muito mais no Fallout 2 no que no original (inclusive, achei o original muito melhor em personagens, lugares e etc.). E tem pouca munição, acabou tem que se virar, yes! (não aquela porcaria de 15/1200 de munição pra uma pistolinha).

    Recomendo o mod Fallout 2 RP, el adiciona várias coisas bacanas, apesar da maioria ser non-canon, tem outros detalhes como correcão de bugs e etc.

    Status: viciado em F4, querendo muito voltar a F:NV, esperando a Obsidian fazer um novo Fallout.

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  2. Takeshi, fica até difícil responder seu comentário, pois eu concordo com tudo que você disse, mas confesso que meu queixo caiu quando você falou que só tem 14 anos. Bom gosto pra jogos, heim rapaz? Continue assim. Fallout é um jogo excelente, e é por saber que eu o analisei fora de contexto que eu me abstive de dar uma nota (não teria como ser justo, simplesmente).

    Cara, meus votos são os mesmos que os seus. Eu amei Fallout 4. Acho ele melhor que o 3 em muita coisa, principalmente na main quest, mas fico na torcida também pra que a Obsidian faça um jogo novo da série (de preferência com um novo motor gráfico. Tá fogo esse Creation Engine). Quando terminar de jogar passa no blog de novo que tem Review Supremo do Fallout 4. Abraços.

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  3. acompanho esse blog a um bom tempo,desde 2013 mais ou menos, mas hoje me senti compelido a comentar. apesar de concordar com sua análise do jogo não posso deixar de disser que fallout foi um dos top 10 da minha lista tendo em vista que tive a sorte de jogar o game na época do seu lançamento. Então eu jamais poderia analisa essa obra prima com imparcialidade pois ele provoca em mim um grande sentimento de nostalgia. Parabéns pelo blog gosto muito do seu trabalho aqui.

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  4. Agradeço pelo carinho Marco. Pois é cara, eu fiz muitas reclamações sobre o jogo, pois você já deve saber que eu sou um reclamão crônico, rsrsrsrsrs. Mas foi justamente por essa questão de não ter acompanhado o jogo na época certa que eu fiquei impedido de dar um veredito. Apesar dos percalços, foi muito bom conhecer este jogo. Bate aquela vontade de começar de novo, pra tentar outras estratégias e tentar sucesso nas coisas que ficaram pendentes. Um título indiscutivelmente épico, não importa o contexto que você o analise. No momento estou jogando o 2, então espere por uma análise dele no futuro.

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  5. Gostei da análise. Eu escrevi um textão pra postar aqui mas perdi kkkk Bem, agora eu tomei coragem pra comprar os dois jogos :)
    Comecei a acompanhar o blog em novembro de 2015 e que sorte q eu tive pq não encontrava nenhum texto bom sobre Fallout ou qualquer outro jogo.

    Ps: acho q sou uma das poucas pessoas q ainda jogam Diablo 2.

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  6. Karine, aconselho a baixar os patches que corrigem a resolução e outras coisas. Dizem que o FO2 é bem bugado, então é bom baixar pra ele também. É meio estranho jogar um jogo bastante antigo, mas Fallout vale a pena, pelo enredo, atmosfera, música e pra conhecer as raízes da série. Se você for discutir sobre os novos jogos com alguém, vai estar em desvantagem se não tiver jogado pelo menos o primeiro.

    Sobre o conteúdo de FO, pode ficar tranquila que eu sou muito fã da série. Sempre que possível (e quando for apropriado) eu posto alguma coisa sobre a franquia no blog.

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