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sábado, 3 de dezembro de 2011

PORTAIS DO INFERNO VERSUS DRAGÕES DE GELO


É impossível jogar The Elder Scrolls: Skyrim sem compará-lo com seu antecessor imediato, The Elder Scrolls: Oblivion.
Mesmo porque, depois de um intervalo de aproximadamente cinco anos, o salto tecnológico entre os dois títulos fica evidente, trazendo todo tipo de comparações à tona.

A mais marcante e que se faz notar mais primeiramente, óbvio, é a diferença nos gráficos. Depois vem a jogabilidade de Skyrim, que também traz à vida debates acalorados sobre o game se enquadrar ou não no gênero RPG.

É bem verdade que este jogo “sacrifica” alguns antiquados elementos de RPG em prol de uma jornada mais “tranqüila” e menos burocrática pelo reino de Cyrondill.
Então, eis algumas diferenças básicas entre Skyrim e Oblivion.
Que o certame comece.


Indestrutível


























Round 1: The Beauty of Decay

Uma das primeiras coisas que eu notei no sistema de Skyrim é o desgaste das armas.
Lembra, no Oblivion, quando você tinha que parar de minuto em minuto para acessar o Repair Hammer no seu inventário e consertar as armas, indumentária ou acessórios? Isso não é mais necessário, pois no Skyrim as armas simplesmente não se desgastam como se fossem feitas de massinha de modelar. Ah, se você é um daqueles que adora perder tempo com detalhes irrelevantes em um RPG, ao invés de se concentrar na história e algo que realmente faça a diferença na experiência de jogo, posso te dar uma dica: Diablo, Diablo 2, Oblivion e todos os demais jogos masoquistas que usam esse sistema abusivo podem ser encontrados bem baratinhos hoje em dia.

Placar do round: Skyrim prova que um game não precisa ser burocrático para ser divertido. Oblivion joga a toalha;


Mais que precioso.



























Round 2: Um Anel para Todos Governar

Perdoem-me se eu entendi errado, mas no Skyrim só é possível equipar um anel por vez? É isso mesmo? Ainda não consigo acreditar, e ficarei mais do que feliz se alguém se pronunciar apenas para provar que eu estou errado.
Caso a Bethesda não saiba, seres humanos em perfeito estado de compleição física costumam ser dotados de duas mãos com pelo menos cinco dedos em cada uma delas. Prefiro acreditar que eu realmente entendi errado e que, da próxima vez que eu for jogar o jogo, conseguirei utilizar ao menos dois anéis ao mesmo tempo.

Placar do Round: Skyrim leva um banho do Oblivion nesse quesito, já que nesse último é possível utilizar pelo menos dois anéis (e um colar ou algo que o valha) ao mesmo tempo;


De longe é lindo, mas de perto...
























Round 3: Beleza Põe Mesa Sim Senhor

Skyrim é uma província do reino de Tamriel que se encontra numa região de cadeias de montanhas geladas, certo? Nada mais natural haver muitos cenários com neve e gelo, correto?
No game, toda sorte de belíssimas texturas pode ser encontrada durante a aventura. Sendo assim, nada mais natural esperarmos encontrar belos efeitos de neve e gelo cobrindo as superfícies dos objetos, certo?
Então, imagine a minha surpresa ao encontrar, logo no início do jogo, texturas de gelo e neve que lembram marshmallow derretido esparramado por tudo quanto é canto?

Vergonhoso, no mínimo, Sr. Skyrim, atiçar com belos trailers a nossa vontade de caminhar em vastas planícies abaixo de zero só pra jogar um balde de água fria nas nossas expectativas nerd.
Para a sorte dos jogadores, o visual em geral do jogo é bem bonito e faz por merecer todo o hype em torno dos gráficos do título. Até foi lançado um update que corrige possíveis falhas gráficas, pelas redes do PS3 3 e XBOX 360 (PC também, creio eu).
Acho que é a primeira vez que eu sou obrigado a realizar um download pela PSN que visa beneficiar o jogador, e não apenas a fabricante do aparelho.
Pena que eu não notei diferença alguma no visual do jogo, mas já valeu pela tentativa. Quem sabe na próxima.

Placar do Round: Oblivion deixa Skyrim pedindo água na questão dos gráficos. Não que ele seja mais bonito, é claro, mas Oblivion consegue apresentar homogeneidade em seu visual geral e sai na frente (mesmo sendo mais velho) pela sua natureza exuberante e itens mais caprichados;


























Round 4: Você Colhe Aquilo que Planta

As plantas do mundo de Skyrim parecem ser mais resistentes e saudáveis. Aqui, nada daquela frasezinha canastrona dizendo que você falhou em colher o fruto ou raiz de uma planta. Na verdade, no Oblivion, o que acontece é que você pode simplesmente não conseguir achar componentes satisfatórios na planta procurada. Daí a explicação para a frase que atesta seu fracasso.
Mas todos esses argumentos não vão mudar o fato de que, no Skyrim, a coleta de ingredientes se tornou bastante divertida e menos burocrática. Mimimi, Skyrim é menos RPG que Oblivion... ah, vá pentear macaco...

Placar do Round: Skyrim encaçapa mais uma.


O céu é o limite.

























Round 5: Le Menu, S’il Vous Plaît

O menu principal do Oblivion era o típico elemento visual que representa com toda elegância um RPG medieval. Mas não era nada legal esperar alguns (preciosos) segundos para poder trocar equipamento ou se utilizar de um dos (utilizados à exaustão) recursos do game, como Repair Hammers e etc.
O menu de Skyrim é simplório e feio? Sim. Isso foi feito propositadamente para acelerar o tempo de acesso ao menu e tornar a tarefa menos cansativa ao longo de duzentas horas de jogo? Quem sabe.
O fato é que o novo menu em cruz de Skyrim é bem prático e acessível.

Me lembro de quando comecei a jogar o Oblivion. Não conseguia acessar certos recursos do menu por causa de sua demasiada exuberância, tendo jogado mais de duzentas horas desse jogo no total e nunca conseguido dominar com fluência todos os seus atalhos e abas.
Skyrim não merece ser jogado por causa de seu menu pobretão? Só se você for o Clodovil para pensar isso.

Placar do Round: em cima do muro. Mas se você acha que a aparência de um menu pode atrapalhar a jogabilidade de um RPG, provavelmente argumentará que Skyrim perdeu feio essa “disputa”;

























Round 6: My Name is... What?

Já citei a minha frustração a respeito das legendas de Skyrim num post recente. Mas não custa nada reforçar: o que diabos se passa na cabeça dos desenvolvedores do game? Sério, os caras passam anos trabalhando na trama, gráficos, quests e sub-quests, pra no final colocar umas legendas que só o Super-Homem conseguiria ler?
Um detalhe tão simples, mas fundamental. É só parar pra pensar nos jogadores brasileiros, por exemplo. Quantos deles sabem ler em inglês? Poucos, a minoria eu acho. E quantos deles sabem inglês a ponto de não precisarem ler as legendas para acompanhar a narrativa do game? Pouquíssimos, certamente.
Então, softhouses, deixem de ser escrotas e parem de lançar games com legendas microscópicas, ok?

Placar do Round: Oblivion é isso. Skyrim é isso.

























Round 7: Quem Vê Cara Não Vê Coração

Kajiits, Orcs, Argonians e até mesmo humanos: me desculpem, mas vocês eram bem risíveis no game anterior.
Toda vez que eu jogava Oblivion e aparecia uma dessas raças, era obrigado a agüentar piadinhas de toda espécie (que geralmente envolviam o site Ugly People). Então, muito obrigado à Bethesda por ter dado aquele visual sinistro aos Orcs e uma aparência soturna e distinta aos Kajiits e Argonians.
Agora as minhas raças preferidas não são mais motivo de piada aqui em casa, e não consigo evitar de ficar com o coração apertado ao ver a carinha  de um Argonian desesperado me pedindo ajuda para sair do mundo das drogas...

Placar do Round: uma imagem vale mais que mil palavras.

























Round 8: It’s Evolution, baby?

No Oblivion havia a evolução das características do personagem através do level up, é claro. Cada habilidade principal do seu personagem representava um décimo do total da barra de experiência e contribuía para o preenchimento da barrinha de level up.
Após uma boa noite de sono, você tinha três pontos para distribuir entre os seus atributos. E nada mais.

Ao Skyrim, foram incorporados os Perks da série Fallout. Claro, isso simplificou um pouco o sistema do jogo, tirando a chance de evoluir atributos como sorte, carisma e outros, sendo possível apenas a evolução de três características principais: Magick, Health e Stamina. Os Perks, nesse caso, ficam apenas para serem usados diretamente nas habilidades, como Destruction Magick, Single-Handed, Restoration e etc.

E eu quase ia esquecendo de mencionar que, agora, seu personagem pode alcançar o nível 50 de evolução, batendo o recorde do Fallout 3 e New Vegas, onde o nível 30 era o limite.

Placar do Round: não há um vencedor direto nesse caso. Oblivion pisa um pouco na bola nesse quesito (não ter nenhuma habilidade extra para evoluir durante o level up é algo bastante limitante) mas, devido a sua idade avançada, acaba sendo perdoado.
E Skyrim implementa algo que não é nenhuma novidade há muito tempo.

























Round 9: O Dono do Mundo

O mapa-múndi de Skyrim é muito bonito, prático e 3D. Quer mais? Os objetivos ficam marcados nas localidades e, quando você conclui um cenário (mina, forte, caverna), aparece a palavra Cleared para marcar o lugar. Isso já resolve um grande problema que eu tinha no Oblivion: eu evitava de encontrar novos locais que não iria explorar naquele momento pois, uma vez marcados no mapa, eu me sentia na “obrigação” de explorá-lo até o fim. Desnecessário dizer que várias vezes me distanciei do objetivo principal por causa desse meu transtorno obsessivo.

Mas uma coisa que faltava ao Oblivion que ainda falta no Skyrim, é a marcação dos pontos do mapa local por ícones. Uma casinha para residências; espada e escudo para loja de armas; cajado de mago para loja de magias e assim por diante. Mas parece que os desenvolvedores do game não conseguem entender essa forma organizacional tão complexa. Paciência. Um dia eles aprendem.

Placar do Round: como essa é uma mudança que pende mais pro lado do aspecto visual mesmo, Skyrim sai na frente novamente. Não que os mapas de Oblivion fossem ruins, mas sabe como é: montanhas de gelo com visão isométrica nunca cansam...


"Ao meu sinal, pulem de ladinho!"
























Round Final: Trocando Seis por Meia-Dúzia

O combate de Oblivion, sem sombra de dúvidas, era o pior aspecto daquele game. Pra falar de todas as suas falhas seria necessário um post à parte.
Mas resumindo: as batalhas de Oblivion eram injustas, exageradamente demoradas (um personagem de nível trinta com força no máximo não deveria precisar dar vinte ataques de espada para matar um Necromancer usando um manto), burocráticas e desequilibradas. Isso porque nunca me atrevi a jogar na dificuldade Hard.
No Skyrim não mudou muita coisa.

Tente acertar um aprendiz de Ice Mage com a magia Ice Spike para se deleitar com a cena do maldito dando um pulinho para o lado e esquivando como o Neo do seu golpe. Mas se você conseguir acertá-lo (os inimigos desse game se movem em super-velocidade, ou você não sabia?), verá que a mesmíssima magia que te mata com dois acertos não causa nem a metade do dano que deveria.
Após a morte do infeliz, vasculhe o seu cadáver apenas para constatar que ele estava usando o mesmo equipamento que você. Êta apego à vida que esses inimigos têm.

Placar do Round: empate. Tanto um game quanto o outro, nesse aspecto, tiram sarro das suas escolhas e personalizações de atributos apenas para privilegiar antagonistas super-humanos formados em balé clássico com especialização em irritar o jogador.


Claro que as diferenças não param por aí. E quem saiu como vencedor nessa história toda? Nós, jogadores, é claro, pois temos dois ótimos games que proporcionam infinitas horas de diversão (e muitas tantas outras de raiva também, esteja avisado).
Mas por enquanto eu fico por aqui, desbravando as delícias e dissabores do continente gelado de Skyrim.


Au Revoir!

11 comentários:

  1. Sempre me surpreendendo com os textos, você tocou em pontos interessantes que eu não tinha notado. A Bethesda acertou em cheio nos visuais das raças, os orcs, finalmente, em algum jogo, acertaram a cor da criatura. (Eu gostaria de saber, de onde tiraram de que orcs são verdes limão, igual o Shrek). Só não concordei com o "Beleza Põe Mesa Sim Senhor", achei os gráficos de Skyrim magníficos, a água é a mais perfeita que ja vi em um RPG (apesar de minha experiência com RPG's ser amadora), com o mod de melhorar texturas, fica melhor ainda. Sempre que subo montanhas, eu paro um tempo pra contemplar as paisagens, e tirar algumas screens. Só não gostei dos gráficos de interiores. Tive que instalar um mod de texturas para fica mais agradável com a alta resolução que jogo.

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  2. uma coisa que eu acho estranho a respeito desse jogo é isso, Fagner. Por exemplo: a água do game é bonita...às vezes. em alguns lugares ela é perfeita e beira o fotorrealismo. em outras é bem tosquinha e se você reparar bem, verá que a correnteza vai em sentido contrário ao do rio.
    mas esses são pequenos detalhes que, de forma alguma, estragam a diversão de um grande game como Skyrim.

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  3. Acabei de descobrir que dá pra equipar um anel e um colar. Ufa!

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  4. Nossa Shadow, estava pensando em comprar a edição de Oblivion com todos os DLC's mas, depois de ler seu post, fiquei meio com o pé atrás...

    Não que os gráficos sejam meu Norte nos games (já joguei Fallout 1, pelo amor de Deus), mas é que já passei tanta raiva em Skyrim...

    Gostaria de saber sua opnião sobre Fallout New Vegas; tem algum post relacionado?

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    1. Bem vindo ao blog, Gledson. não entendi o porquê do seu pé atrás (acho que pra isso eu teria que ler o post de novo).

      sobre o New Vegas, depende: você conhece a série e jogou o Fallout 3? se a resposta for SIM, então vá de cabeça que o jogo é bom demais. ainda não fiz nenhum post sobre ele porque tô com uma baita dificuldade pra achar a versão completa pra PS3 com som e legendas em inglês. quando acha os caras querem cobrar quase duzentos reais no jogo. aí não dá...

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    2. Obrigado pelo boa recepção.

      É, consolistas realmente sofrem aqui no Brasil; varejistas... Vai entende-los.


      Fiquei com pé atrás por causa das mudanças de menu e desgaste de objetos. É o grande problema de jogar a versão mais nova de uma sequência e ter que fazer o "downgrade" para conhecer o seu universo por completo.

      Sobre Fallout, sou fascinado pela série. Peguei a versão GOTY do Fallout 3 na Steam justamente por esse fascínio e fui um dos sortudos que conseguiu o primeiro Fallout no GOG gratuitamente; mas acredito que sou mais fã da geração Bethesda (mesmo não tendo jogado o saudoso Fallout 2).

      Estarei esperando por um review seu de Fallout NV.

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    3. Muito obrigado pela boa recepção, Shadow.

      Pois é, consolistas realmente sofrem aqui no Brasil; varejistas... vai entende-los.

      Fiquei com o "pé atrás" com Oblivion por causa das mudanças de menu e do sistema de desgaste de objetos. É um daqueles casos em que se joga a versão mais nova de uma sequência e depois tem que fazer o "downgrade" para conhecer o universo da franquia por inteiro.

      Sobre Fallout, eu sou um fascinado pela série. Consegui, em uma flash sale da steam, a versão GOTY do 3 e estou ansioso para voltar a jogá-lo. Fui também um dos sortudos que conseguiu, pelo GOG, o primeiro Fallout gratuitamente, mas acho que sou mais fã da geração Bethesda.

      Estarei esperando pela sua review do Fallout NV, mesmo que demore.

      =P

      Vlws pelo feedback.

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    4. fiz uma besteira e apaguei o comentário antes de publicar. resumindo:

      -new vegas é muito melhor que o 3. comece a jogar o quanto antes e verá por conta própria;

      -o review dele ainda vai demorar mesmo, pois ainda não comprei a versão ultimate

      -não desista do Skyrim. mesmo não sendo tão profundo (e burocrático) quanto o Oblivion (game que eu amo de paixão, só pra deixar claro) ele é muito bom. no pc melhor ainda: mais bonito e menos load.

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    5. Bem direto, obrigado. Vou ver se consigo ele (Fallout NV UE, por o preço de Skyrim é um assunto delicado, =/) em uma promo ou algo assim; qualquer coisa, vou vir aqui encher o saco novamente.

      =)

      Continue com o bom trabalho. Até.

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  5. Ótimo post! Skyrim certamente evoluiu Oblivion, que é um ótimo jogo. No negócio de evolução, eu me lembro que no Oblivion, subir de nível era um sacrificio. E você sobe de nível conforme sobe o nível de suas habilidades e eu aumentava o nível de Atletismo muito mesmo, por que eu andava pulando pra todo lado, era só isso que tinha que fazer pra subir o nível de Atletismo, eu parecia um coelho! rsrsrsrs De qualquer forma, Skyrim é um ótimo jogo - 350 horas me fazem pensar assim -.

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  6. kkkkkkkkkkkkkk. Skyrim, acima de todas as suas falhas, é um grande jogo, como quase tudo que a Bethesda (a nova Square-Enix, na minha modesta opinião) faz. sobre o Oblivion acho que todo mundo usava truques pra se aproveitar do sistema de evolução do game. pra evoluir magias eu ia a uma cidade que tem uma estátua no centro. essa estátua, quando vc interage com ela, concede alguns bônus. um destes é recuperar todo o seu mp. o resto já dá pra imaginar. Oblivion é muuuuuuuuuuuuuito bom, mesmo com um combate horrendo. seria bom uma atualização com lista de troféus. com certeza eu platinaria. a trilha é uma das melhores da série. e a Dark Brotherhood está demais nesse jogo.

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