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quarta-feira, 10 de junho de 2020

ANÁLISE: YU-GI-OH! LEGACY OF THE DUELIST LINK "EVOLUTION" (PS4)























Já dizia um sábio poeta e anônimo da internet: “eu não preciso fazer sexo. A Konami me fode todo dia.”

Quem conhece meu blog sabe que eu sou o maior fã de Yu-Gi-Oh! Da mesma forma que a maioria das pessoas por aí, eu conheci a obra de Kazuki Takahashi por meio da série animada que passava na TV Globinho, por volta de 2001.

Mais tarde, a migração para os jogos eletrônicos foi quase que imperceptível: eu comecei a jogar o game de Psone, o Forbidden Memories, ainda num PC K6-2 velhão que tinha aqui em casa e, na era do PS2, eu continuei experimentando os jogos portados do PSP e aqueles outros mais obscuros, como o Duelist of the Roses e o Capsule Monster.

Quem disse que a Konami não dá "amor" a seus consumidores?

Falando nesses jogos, aqui vão os links para as análises que eu escrevi para alguns deles, em ordem de lançamento dos textos. O primeiro jogo que resenhei foi o primeiro GX, um dos melhores games de Yu-Gi-Oh! em minha modesta opinião (clique AQUI para ler).

Em seguida veio a análise do Legado do Duelista, uma gambiarra até que competente na tarefa de fazer o jogador saudosista reviver alguns dos duelos clássicos de todas as temporadas do anime. Essa primeira versão só cobre até a saga Arc-V, e muito mal, como bem sabe quem leu o texto (caso não tenha, faça agora clicando AQUI)

Lançamento da coleção Duelist Anencephalous, agosto de 2020

Por último foi a vez do Forbidden Memories, um clássico absoluto apreciado até por quem não costuma gostar desse gênero de jogos ou sequer faz ideia do fenômeno que a franquia é fora dos jogos eletrônicos (clique AQUI).

Jabá feito, agora eu vou tirar um espaço para comentar sobre algumas coisas que eu acho pertinentes falar sobre a “continuação” do Legacy of the Duelist, o Link “Evolution”. E vá se acostumando com as aspas, pois elas encontrarão terreno bastante fértil nesta análise que se segue...


GRÁFICOS, SOM, SISTEMA E TODO O RESTO NUM TURNO SÓ



É isso mesmo que você acabou de ler. Prepare-se para encrenca, e encrenca em dobro, já que uma alteração drástica dessas na estrutura dos meus textos só pode significar uma coisa: a merda atingiu o ventilador. E em cheio.

Antes de começar a detalhar algumas coisas sobre esse “jogo” é preciso adiantar o veredito da análise, a fim de evitar maiores confusões mentais na cabeça do leitor. Link “Evolution” não é um jogo. Ele tá mais pra uma DLC do primeiro Legado do Duelista que sairia de forma gratuita, caso a Konami tivesse alguma vergonha na cara e respeito pelo seu consumidor.

Tá achando caro? Joga UNO!” Se você faz parte do grupo de pessoas com esse tipo de mentalidade, sinta-se convidado a fechar a página do meu blog e procurar fazer coisa melhor com o seu tempo. Saiba que você não é bem-vindo aqui e não é um texto de um anônimo em um blog obscuro que vai fazer você mudar de ideia.

Alguns cenários receberam um leve retoque. E até ficou legal.
Por que raios não fizeram isso com o resto do jogo?

Aviso dado, faz-se necessário explicar o contexto da afirmação em dizer que Link Evolution não é um jogo. Quem leu meu review do Legado do Duelista (ou jogou) vai saber que aquele game só trazia os duelos até a fase Arc-V, como já falei na intro do post.

Pelo fato de ter sido lançado antes da era Link, esse jogo não trazia a campanha do VRAINS e as novas regras da Master Rule 4. Ele também traz um calhamaço de duelos extras via DLC, caros pra caramba (da última vez que chequei, cada duelo custava R$15,00) e sem trazer nem as fotinhos dos momentos do anime que víamos no resto da campanha.

No dia 25 de abril a Konami, em conluio com a Other Ocean Interactive, lançou para Nintendo Switch o Legacy of the Duelist: Link “Evolution”, um game que atualizava o conteúdo do primeiro Legado com a mecânica Link e as novas cartas até aquele momento.

O pequeno Yugi e sua turma: uma vaca que a Konami não cansa de ordenhar.

Em março do ano corrente, a fim de ganhar mais dinheiro não deixar os fãs das outras plataformas órfãos, a Konami decidiu lançar o “game” para Steam, PS4 e Xbox One (creio eu. Não pesquisei). Além das novidades contidas na versão do Switch, o título atualizava as cartas até a coleção Duel Overload (aquela mesma que trouxe o Crystron Halqifibrax, Union Carrier e Verte Anaconda para o TCG).

Desnecessário dizer que, dois meses depois, o game já estava desatualizado, dada a tamanha fome de dinheiro velocidade com que a Konami lança produtos novos no mercado de cartas do mundo físico do card game. Mas enfim, contexto explicado, é hora de começar a listar os problemas que esse não jogo da Konami arremessa sobre nós.

Primeiramente, Link Evolution possui um acabamento visual porco. Quem jogou o primeiro sabe que isso não é nenhuma novidade, como também não é fator excludente para você aproveitar e se divertir com aquele jogo.

Padrão Zeebo de qualidade gráfica!

Mas Shadow, seu jogador de pêndulo do caralho, o Link Evolution tem aquelas novas animações de monstros ases que são da hora. Com um pouco de boa vontade quase dá pra dizer que estão no nível de um jogo de Playstation 3!”

Sim, meu querido hater de internet, é verdade que as animações novas são bem legais. Algumas, como a do Salamangreat Heatleo, quase me passaram a impressão de que a Konami se importa com os jogadores e obrigou a Other Ocean a dar um acabamento melhor ao game.

Mas, fora algumas, e eu friso que são apenas ALGUMAS dessas animações que ficaram legais, Link Evolution é praticamente o mesmo produto que era o Legado do Duelista em 2015. E o pior, custando R$179,90 reais em seu lançamento na Steam e mídia digital para consoles.

Pra não dizer que eu tô mentindo...

Sim, o preço é devido ao dólar. A Konami não tem culpa se o Real vale cinco vezes menos que o dólar americano. Olhando apenas por esse viés cambial é até de espantar que o jogo não chegue a R$250,00 Bolsonaros pra nós aqui do Brasil.

Mas o problema é que, pra começo de conversa, nem era pra esse “jogo” ter preço cheio de título em lançamento, visto que o conteúdo extra e o trabalho adicional que foi feito em cima do jogo base não justificam esse valor. Uma criança estudante de desenvolvimento de games poderia fazer melhor com o tempo que levou pra lançar essa atualização.

Dos aspectos de sistema nem tem muito o que dizer, visto que não mudou nada com relação ao lançamento de 2015 e a base do jogo de cartas permanece a mesma. Agora, na parte de atualização de cartas e conteúdo dos duelos, senta que lá vem história...

As cartas estão atualizadas, mas só até certo ponto. O Linkross ou Access Code Talker? Vai sonhando...

Vamos começar falando dos duelos da campanha principal. Sim, alguns decks de duelistas clássicos foram atualizados. Vamos pegar o exemplo do Bonz, aquele carinha bizarro que usa deck de zumbis. Na época do Reino do Duelista não existia a carta de campo Zombie World.

Mas, na campanha clássica, ele a usa, o que torna os duelos clássicos bem mais interessantes e desafiadores, muito embora que isso meio que destoe da proposta de reviver os duelos passados que o jogo propagandeia aos quatro ventos.

Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre os Challenges, desafios de duelo onde, supostamente, os baralhos dos duelistas clássicos trariam um upgrade para dificultar as coisas pro lado do jogador. Eles simplesmente copiaram e colaram os decks do primeiro Legado do Duelista sem atualizar as estratégias com as novas cartas disponíveis.

Os decks dos inimigos simplesmente não acompanham o teto do jogo atual.
Um baralho minimamente bem montado já o suficiente pra varrer o chão com a cara dos oponentes.

Um trabalho preguiçoso e apressado, típico do quem só quer mudar a capa de um jogo para fazer parecer que está lançando um produto novo no mercado. O mesmo vale para a campanha do VRAINS. O desleixo foi tanto que nem as fotos estáticas de história que existem nas outras campanhas colocaram nesse caso.

Mas e enquanto simulador, você se pergunta? Dá pra usar o Link Evolution pra treinar com seu baralho do TCG, não é? Essa era uma ideia bem intuitiva de se ter, já que as versões de Steam, PS4 e Xbox One datam de março deste ano. Só que não, caro duelista desamparado.

Não dá pra treinar com seu maravilhindo deck de Altergeist em duelos online por dois motivos. O primeiro é a lentidão (que já assombrava o jogo original desde sempre). Eu sempre me pergunto como um jogo com 12 jogadores num mapa relativamente grande de um FPS como Overwatch consegue rodar sem lag no meu PS4, mas um mesmo jogo com duas pessoas jogando cartinha fica tão lento daquele jeito.

Muitos arquétipos estão razoavelmente completos. Mas faltam suportes essenciais às suas estratégias.

A resposta mais óbvia? Servidores. Deve ter um chimpanzé sentado num Pentium 133 tomando conta dos duelos online dos jogos da Konami, só pode. O segundo motivo é a lista de cartas banidas, limitadas e semilimitadas do game que simplesmente não segue a realidade aqui. Ash Blossom a duas cópias, Konami? Teu cu!

Não me interessa o sistema ou lógica (ou falta dela) que a Other Ocean, a cúmplice da Konami, utilizou pra criar essa lista. Ela não funciona (pois um deck com cartas proibidas não pode ser usado online) nem no contexto de partidas amistosas contra um oponente humano, muito menos num contexto de viagem no ácido da Konami onde o Link Evolution poderia ser usado como simulador oficial do TCG.

A economia do game não é injusta, mas ele exige um grinding absurdo.
Levei quase um mês seguido jogando todo dia pra chegar a esse nível na loja de cartas.

Sim, meu caro. Pra explicar mais esse absurdo eu preciso fugir um pouco do rumo do post. Pra quem não sabe, eu também me meto a fazer vídeos para o Youtube no canal novo que eu criei pra falar especificamente sobre Yu-Gi-Oh! No Yu-Gi-Over! (eita trocadalho do carilho) eu abordo temas como TCG, listas de banimento e decklists de baralhos que eu uso no jogo da vida real (link pro canal AQUI).

Lá eu deixei todos os meus 3 inscritos por dentro do que está acontecendo no game de cartas reais neste atual contexto de pandemia. Como não está dando pra jogar cartas fisicamente, a Konami (pra não admitir que as pessoas usam sites como Dueling Book/Nexus ou YGO Pro) sugeriu que o jogador utilizasse o sistema de Remote Duel.

O anime conta com mais de 100 episódios e a Other Ocean não se deu ao trabalho nem de tirar uns prints do desenho pra ilustrar o modo história. Pura má vontade de lançar um produto mais bem-acabado pro consumidor.

A sugestão da Konami que, desnecessário dizer, virou meme instantâneo na net é a de que você monte uma estação espacial em cima de seu PC pra poder competir virtualmente com um coleguinha pra concorrer a... um playmat e duas cartas promo que nunca verão jogo no TCG atual. É sério isso. Não estou brincando. Se duvida vá no site oficial da empresa.

Precisa listar os problemas que essa plataforma traria aos jogadores (como trapaças, questões de setup e “problemas” na webcam e outras coisas mais)? Mas o pior de tudo é a cara-de-pau da Konami, no ápice de sua sandice, de achar que jogos como o Link Evolution e o Duel Links possuem condições de substituir simuladores do naipe do Dueling Book nesses momentos difíceis de pandemia.

Uma dúvida sobre o Remote Duel: em qual planeta do sistema solar
eu consigo comprar os componentes de seu setup?

Como se achasse pouco a tiração de sarro com a cara do seu público, a Konami lançou uma banlist que simplesmente ignorou o meta game que está acontecendo online e tacou um belo FODA-SE na cara de quem coloca o pão na sua mesa, com uma freelist que não traz melhoria nenhuma ao atual estado em que o jogo se encontra (putaria do Halqifibrax + decks retardados como Adamancipator e Eldlich).


CORAÇÃO DAS CARTAS É O CARALHO!


Eu sei que a ideia de posts com análise dos games de Yu-Gi-Oh! era falar dos aspectos técnicos dos jogos. Mas a safadeza e o descaso da Konami com os jogadores do TCG tá tão gritante que simplesmente não dá pra ficar calado, fingindo que nada está acontecendo.

Até porque, de uma forma ou de outra, a saúde de um produto está relacionada com o bem-estar de outros. Não existe Yu-Gi-Oh! sem aquilo que a Konami mais preza em sua existência: dinheiro correndo direto pelas suas veias. E produtos como o Duel Links e o Legado do Duelista possuem seu quinhão de responsabilidade nessa conta.

NOTA FINAL: 2,5

Ah, sim, tem uma análise pra finalizar né? Então, mesmo com novas animações, novos duelos e com todo o conteúdo extra do game anterior desbloqueado, Yu-Gi-Oh! Legacy of the Duelist Link Evolution é um produto caro demais para as poucas novidades que oferece.

A Konami te obliterá!!!

Eu gosto bastante do jogo e sinto a necessidade de veículos digitais pra treinar com os decks que eu jogo na vida real. Entretanto, do ponto de vista de um jogador casual que está pouco se fodendo pra papéis coloridos caros, eu não consigo enxergar nenhum motivo para adquirir esse produto.

O preço agora está absurdo e o jogo já está desatualizado (e a Other Ocean em concubinato com a Konami não dá o menor indício de que novas cartas serão adicionadas via updates, dado seu histórico). Imagina como fica a situação de um jogador que quer treinar com um simulador oficial mas não tem uma cesta básica pra pagar num arquivo digital de um jogo?

E é isso. Espero que essa crítica à Konami disfarçada de resenha tenha sido útil para os jogadores e nos vemos na próxima escarrada que a empresa der na cara de seus fãs.

Au Revoir.

Um comentário:

  1. Top blogspot games, tenho um blog tbm só q é de curiosidades e história, quiserem dar uma olhadinha o nome ta ai kkkk bye

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