Eu sou um amante da
natureza. Mas não no sentido clichê do biólogo deslumbrado, que leva uma
ferroada de arraia no peito porque não sabe seu lugar no plano maior da mãe
natureza.
Eu adoro a natureza
porque, além de nos presentear com visuais estonteantes que só vemos em pinturas
de grandes artistas, ela também garante alimento quase que infinito à curiosidade
humana, com exemplos bizarros de seres vivos que deixam as criaturas mais
fantásticas da ficção científica no chinelo. Se duvida, procure se aprofundar
no mundo fantástico e bizarro da entomologia (o ramo da biologia especializada nos insetos).
Nos jogos de
videogame, temos ótimos exemplos de games que representam com uma fidelidade davinciana
a beleza de paisagens, organismos e eventos naturais que ocorrem no ventre de
Gaia.
Como alguns exemplos
mais recentes, posso citar The Witcher 3 e seus cenários absurdamente
paisagísticos; Fallout 4, com uma homenagem às avessas a toda essa beleza que
eu descrevi nas linhas acima (nunca deixando que a gente se esqueça dos perigos
de se brincar com coisas como radioatividade); Flower, um jogo que não encanta
tanto pela sua jogabilidade atrapalhada pelo indigesto sensor de movimentos do
Sixaxis, mas dá um verdadeiro show na hora de nos arrebatar com uma das
melhores sensações que o corpo humano pode vivenciar (a do voo livre por campos
verdejantes); e The Elder Scrolls IV: Oblivion, um jogo com lindas paisagens,
que figura até hoje no meu top 10 de melhores games a retratar a natureza.
O caso é que 2016 não
parece ser um ano que vá conseguir ficar à altura do excelente ano de 2015, no
quesito de jogos, mas alguns títulos prometidos para o ano vigente despertaram
algum interesse em mim, neste quesito de retratar a natureza e nos embasbacar
com visuais dignos de serem retratados em tecido e tinta.
Eu sei que existem
outros, mas gostaria de deixar os leitores com três jogos que, de certa forma,
abordam essa temática de natureza, programados para saírem em 2016, se tudo
ocorrer como o planejado.
HORIZON ZERO DAWN
Em meus breves anos
de fã assíduo histórias de quadrinhos, eu pude ter contato com grandes
clássicos que compõem as melhores obras deste ramo de entretenimento. Monstro do
Pântano, de Allan Moore; quase tudo de Grant Morrison; uma boa parte da obra de
Neil Gaiman; todo tipo de quadrinhos de super-heróis; clássicos obrigatórios, como
Watchman, Batman o Cavaleiro das Trevas e V de Vingança; tudo isso foi
refletido nestas retinas que produzem os textos lidos no Mais Um Blog de Games, em uma fase da minha vida.
Mas nem só de
clássicos vive um leitor, seja de livros ou de quadrinhos. E em minhas andanças
por sebos de livros e HQs da minha cidade, eu costumava topar com uma HQ que
nunca cheguei a ler, mas que sempre me chamava muita atenção: A Era Metalzóica,
da série 2000 A.D.
Eu sei, só um
pré-adolescente se sentiria atraído por um conceito tão bobo quanto o de um
mundo governado por seres vivos robóticos. Felizmente, era exatamente isto que
eu era na época: um pré-adolescente. Então, posso me sentir perdoado pelo
exemplo de mau gosto.
O fato é que Horizon
Zero Dawn brinca justamente com este conceito: no game, a civilização humana já
não canta mais de galo, e a vida na Terra evoluiu para um tipo de híbrido entre
ser vivo e máquina.
Horizon é o tipo de
jogo que poderia facilmente passar despercebido sem causar muito barulho, se
não fosse pelo nome de peso da sua desenvolvedora: a Guerrila Games.
Se esse nome não
disparou nenhum alarme na sua cabeça, essa é a produtora do super alardeado
Killzone 2, que prometia gráficos “dignos de um filme da Disney” rodando em
tempo real, antes mesmo do Playstation 3 ter sido lançado.
De certa forma
Killzone 2 até superou as expectativas daquele trailer fodástico da E3 2005. Mas
o atrativo maior de Horizon (além de sua bela protagonista) é oferecer ao
jogador um mundo aberto (por que não ser de mundo aberto pega mal nos dias de hoje, não é
mesmo?) vastíssimo e belo, cheio de flora variada e fauna soltando fumaça e
deixando manchas de óleo por onde passa.
Claro que eu estou
apenas conjecturando, mas se Horizon ficar à altura das expectativas
levantadas, teremos um belo e detalhado jogo de caçar monstruosidades mecânicas
gigantes em nossas mãos (tipo, um Monster Hunter, só que lançado fora do Japão).
Ao menos se você tiver um PS4, visto que o game será exclusivo do console da Sony.
WILD
No jogo nós controlamos
um xamã com a habilidade de possuir corpos de animais selvagens. O enredo
envolve ajudar um amigo da sua tribo, que foi picado por uma cobra e precisa da
sua ajuda. E isso me lembra aquela piada da cobra que pica um carinha em suas
partes íntimas, que você provavelmente já ouviu alguém contar.
O criador do game,
Michel Ancel (você adivinhou: com um nome estranho desses, ele só podia ser
francês), afirma que Wild não se trata de domar a natureza, e sim aprender a
conviver bem junto com ela.
Segundo o pai do
Rayman, nós teremos várias habilidades, de
acordo com o animal que possuirmos: visão noturna com um lobo; voo com pássaros
(óbvio); rugido ameaçador com animais de grande porte, como o urso; rola até
algumas missões que teremos que interagir com o espírito que representa
determinado animal, ocasião na qual teremos que cumprir alguma tarefa em
especial para satisfazer a divindade.
Se a moda da vez dita
que um jogo precisa ser de mundo aberto, Wild nos dá a certeza de que esse é o
único estilo que permitirá que o game seja bem-executado. E caso seja, com
certeza os amantes da natureza vão ter um ótimo motivo para prestar uma atenção
especial a este título.
Resta saber se Wild
contará com objetivos variados e interessantes, que sustentem os elementos de
gameplay, ou se será apenas uma espécie de passeio virtual em uma reserva
ecológica de mundo aberto.
FAR CRY PRIMAL
Far cry 3 foi um ótimo
jogo. Eu sei que você já leu essa mesma frase no post sobre os meus jogos de
2015, mas faz-se necessário frisar o contexto no qual será lançado, em
fevereiro, a nova empreitada da Ubisoft: Far Cry Primal.
O jogo nos leva à era
das cavernas, onde controlaremos um membro de uma tribo que precisa recrutar
aliados para combater as ameaças de uma tribo rival.
Ele nem foi lançado
e já prepara uma dose de “polêmica” para lançar nos jogadores, visto que exibirá seios e contornos de
genitálias masculinas, por debaixo das roupas. Segundo os criadores, naquela
época não havia cuecas de qualquer espécie, então a moda era criar o bicho
solto mesmo, sob risco de atrair os mais diversos predadores.
Em uma época onde o
Tarzan precisa usar calças compridas para não ser apedrejado por uma legião de
puritanos desocupados (e inimigos da lógica, em prol dos “valores da família”),
eu só posso bater palmas pra atitude da Ubisoft.
![]() |
Bem-vindo à era onde todo mundo se "ofende" com todo mundo... |
Eu sou fã da série,
mas não me senti muito empolgado com o Far Cry 4 por causa da repetição de
estilo de jogo. Então, tenho grandes esperanças de que este game seja um Far
Cry digno da nova geração (o 4 foi um jogo de transição de gerações), e que ele
consiga dar um fôlego novo pra franquia.
Ah, antes que eu me
esqueça, o motivo da polêmica com aspas é que eu acho totalmente desnecessário
você pegar no pé de um jogo por causa de violência ou sexo,
quando existe (desde 1994) um órgão como o ESRB, que estampa um belo PARA
MAIORES DE 18 ANOS na capa de jogos com tal conteúdo.
Como caprichosa que é,
eu tenho certeza que a Ubisoft nos presenteará com belas paisagens de natureza
pré-histórica neste game. Então só nos resta esperar até o mês que vem, e que
comece o mimimi dos hipócritas conservadores, que parecem ter nascido de uma
chocadeira ao invés de terem vindo ao mundo através de relações sexuais como
todo o resto.
E é isso folks. Espero
que tenham gostado das indicações do texto, e torçamos para que os games vistos
na minha curta lista não sejam umas belas porcarias. Nos vemos no próximo post.
Au Revoir.
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