2015 é ano do lançamento do
Fallout 4, o mais recente capítulo da franquia radioativa. Para entrar no clima
de lançamento do jogo, além de lançar uma série de posts abordando a franquia,
decidi revisitar os dois jogos que mais conheço pelo fato de tê-los jogado de
cabo a rabo: Fallout 3 e Fallout New Vegas.
Sobre o Fallout 3, todos já estão cansados de saber a minha opinião.
Quem está por fora, aqui vai (mais uma vez) o link para o Review Supremo que
fiz a respeito desse jogo. O New Vegas já é outra história, pois infortúnios da
agitada vida cotidiana simplesmente me atravancaram de escrever um Review
Supremo sobre este outro jogo, que com certeza figura como um dos cinco
melhores jogos que tive o prazer de jogar na geração passada de games. Bem,
dizem que enquanto há vida há esperança, então acho que chegou a hora de
corrigir essa falta no Mais Um Blog de Games. Que comece então o Meu Review
Supremo de Fallout New Vegas.
Você não faz ideia de onde esse atirador se encontra... |
Falar sobre Fallout New Vegas é um pouco complicado, pois a quantidade
de história, referências à série clássica (visto que a equipe de
desenvolvimento deste game contou com algumas pessoas que trabalharam nos dois
primeiros jogos da franquia Fallout), detalhes pitorescos e lugares
inesquecíveis fazem dele um jogo bastante complicado de se analisar. Se isso
serve de consolo, senti a mesma dificuldade com o Review Supremo do Fallout 3
(quase não falei do enredo e facções naquela ocasião).
Pensando nisso, e também me entregando à necessidade de saciar a minha
vontade de escrever um texto sobre este magnífico jogo, resolvi acabar com o
impasse fazendo um post baseado em alguns detalhes técnicos do Fallout New
Vegas.
O cerne do texto não é focar em muitos detalhes desse jogo em si, e
sim me focar nas diferenças entre o terceiro game e este, que foi produzido
pela Bethesda, mas desenvolvido pela Obsidian utilizando o já surrado motor
gráfico Gamebryo. Então, que comecem os jogos mortais!
HISTÓRIA
(SEM HISTORINHA CHATA
DESSA VEZ)
Horas de enredo pra você colocar as mãos em uma armadura legal dessas. Acredite |
Fallout New Vegas foi um game que eu adiei de comprar várias vezes. Em
parte porque eu estava cansado dos bugs e problemas que o terceiro jogo
apresentava, e achava que sofreria do mesmo problema com este aqui. Também
porque eu considerava o Vegas (pra encurtar) um caça-níqueis desprezível que só
queria pegar onda no sucesso do jogo anterior.
Bem, ainda bem que sou esta metamorfose ambulante chamada Shadow
Geisel, dei o benefício da dúvida ao game e tive uma surpresa mais do que grata
com ele.
Fallout New Vegas conta a história do Courier, um entregador
free-lancer encarregado de levar uma ficha de casino de um ponto a outro no
mapa do deserto de Mojave.
Uma cena em CGI digna dos tempos de PS2 nos mostra que a missão
simples não é tão simples assim, e o nosso protagonista é interceptado por
Benny e seu bando. O sujeito de terno branco rouba a Ficha de Platina do
courier e mete uma bala na sua fuça, encerrando o prólogo do game.
Em um futuro post que eu planejo falar sobre excelentes começos
(introduções) de jogos, com certeza Fallout New Vegas era um dos integrantes
dessa lista. Em grande parte pela forma charmosa como esse jogo começa (mesmo
que quebre a regra de começar com uma música antiga de fundo mostrando uma
paisagem devastada pelo desastre nuclear, onipresente nos outros jogos da
série).
O courier é salvo por Viktor, um Securitron com cara de cowboy que o
desenterra de sua cova e o leva para Goodsprings, onde o célebre ex-Vault
Dweller Dr. Mitchell dá um trato nos seus ferimentos e toca pra frente um dos
tutoriais mais legais já feitos em um jogo do gênero.
Eu vejo neutrinos dançando entre ondas de rádio. Passei no teste doutor? |
O resto é resto: você precisa saber o motivo da emboscada, tentar
achar os culpados pelo ataque e descobrir o porquê de uma ficha de cassino
valer a vida de um ser humano.
Claro que eu estou abordando apenas a quest principal do enredo.
Existem TONELADAS mais de histórias
malucas e peculiares que com certeza vão agradar a qualquer tipo de jogador,
não importa o que te apeteça. Mas pra isso existem os guias de mais de 1000 páginas
(hipérbole OFF) pra esmiuçar esses detalhes.
Não posso terminar de falar sobre enredo sem comentar sobre as
principais facções que permeiam o deserto de Mojave.
Robert House
“sucesso depende de antecipação
e cálculo não tendencioso de probabilidades, levando em conta cada
possibilidade de variáveis”. Mr. House.
Você não achou que eu ia perder esse trocadilho, achou? |
Começando pelo Sr. House, o misterioso administrador da cidade-cassino que nomeia o jogo (e fundador da RobCo Industries). Ele é uma figura que nunca foi
vista por nenhum ser vivo da cidade e toca os cassinos como uma harpa do
inferno por meio de seu exército de securitrons, uma espécie de robôs policiais
que mantêm a ordem no recinto.
Uma das maiores características principais do enredo deste game é que,
diferente de outros games e até do próprio jogo que o antecede, aqui a
diferença entre vilão e mocinho não é tão fácil de distinguir (exceto, talvez,
pela legião de Cesar). É possível se aliar a qualquer uma das facções (entrarei
em mais detalhes adiante), mas a linha entre bem e mal no enredo do New Vegas é
mais sutil e tênue que em outros jogos que joguei anteriormente. Isso me deixou
um pouco confuso no começo, mas depois achei esse detalhe um ponto mais
positivo que negativo, fazendo uma aproximação mais acurada com a nossa realidade,
onde não podemos distinguir pessoas más pela cor da roupa que elas usam, ou
ladrões pela máscara e camiseta listrada que eles possam vir a trajar.
NCR
“Uma pessoa segura é uma pessoa
forte”. Presidente Tandi.
"Quer a minha armadura? Vem pegar"! |
Uma outra facção é o NCR, ou Exército Republicano da Nova Califórnia. Esse
grupo militar já existia no Fallout original, e retorna para tentar estabelecer
uma nova ordem político-militar na terra sem lei de céu azul e areias
alaranjadas. Basicamente eles são um grupo dedicado a restaurar algum tipo de
ordem no mundo devastado, assim como valores democráticos aos cidadãos (e por
valores democráticos, entenda-se: Estado, impostos e uma moeda própria).
Followers of the Apocalypse
“Nós não idolatramos o ato de
seguir como nada além de um conjunto de princípios. Nós queremos trazer de
volta a paz ao deserto radioativo. O mundo tem uma tendência à destruição,
então nós tentamos fazer a diferença”.
NPCs de Fallout: esquisitos até na hora de dizer xis... |
São humanitários que angariam recursos para ajudar os menos abastados.
Desse grupo fazem parte cientistas que pesquisam modos de melhorar a vida dos
desabrigados e todo tipo de voluntariado. Um personagem bastante interessante
dessa micro facção é Arcade Gannon, um cientista gay que pode ser recrutado
como seu aliado.
Enclave
“Eu sou o representante eleito
pelo povo. Os EUA ainda existem. Deus abençoe a todos nós. Nós tivemos que nos
adaptar para sobrevivermos ao pós-guerra”.
Presidente Dick Richardson (numa referência óbvia ao ex-presidente
americano Richard Nickson...)
Cara de besouro é a tua mãe! |
Pra apimentar as coisas temos o Enclave (a pronúncia correta é
“ancleiv”. Descobri isso depois de centenas de horas ouvindo os diálogos do
jogo). Esse grupo é composto por pessoas que formavam os escalões do governo do
mundo pré-guerra. São eles que usam a clássica armadura vista em algumas capas
dos jogos. Eles arrogam a si o direito de continuar o governo americano que foi
interrompido pela catástrofe nuclear.
Vale lembrar aqui que o Enclave (Adoro destruir seus bots de patrulha)
se encontra numa situação de escanteio no roteiro do game, visto que essa
organização não conta com o prestígio visto nos jogos anteriores. Eles são mais
um pequeno grupo formado por remanescentes da outrora poderosa facção que fazia
frente ao...
Brotherhood of Steel
“A única salvação que este
planeta sofrido e suas pessoas possuem. Sem nós, com certeza a espécie humana
perecerá”.
"Será que aqui eu finalmente encontrarei a tão sonhada paz"? |
Outra organização de origens militares. São formados por pessoas
ligadas às Forças Armadas e a cientistas. Essa facção tem características
típicas de sociedades religiosas, inclusive separando seus membros por castas.
O objetivo principal da Irmandade do Aço é proteger o mundo dos super mutantes
e resgatar tecnologias avançadas do mundo pré-guerra.
Veronica é um membro da Brotherhood of Steel e pode ser adquirida como
acompanhante no game.
Caesar’s Legion
“Minha legião me obedece, até
mesmo em face da morte. Por quê? Porque eles vivem para servir a um bem maior,
e também porque eles não têm outra alternativa”. Caesar.
Céu azul e bandeira são vendidos separadamente |
A Legião de César é um grupo radicalista, composto por canibais,
assassinos e torturadores que gostam de escravizar suas vítimas. Eles ocupam o
outro lado do rio que separa o deserto pela barragem de Hoover.
Uma coisa curiosa sobre essa facção é a pronúncia do nome: algumas
pessoas no game falam “Cizar” enquanto outras falam “Caisar”. Esse grupo é
liderado por Cesar, um maluco que utiliza estrutura e filosofia datadas do
império romano para liderar sua horda, com sistema de castas também.
Great Khans
“Ainda que eles tenham tido uma
trajetória difícil, os lendários Great Khans são um dos bandos de raiders mais
antigos vindos do sudoeste”. Texto de uma das telas de loading.
O nome desse clã seria uma alusão à Great Chain, de Andrew Ryan? |
Você já jogou Vampiro A Máscara? Lembra daquele clã de vampiros , os
Panders, de um dos livros anexos da franquia? Eles eram um bando formado por
vampiros sem clã algum, que viviam nas ruas e não possuíam uma Disciplina
específica. Pois bem, tirando os caninos retráteis, os Great Khans são
exatamente isto: um enorme bando de raiders que vivem em um local chamado Red
Rock Canyon.
O líder desse bando é Papa Khan, que busca vingança por massacres
cometidos pelo NCR contra seu povo.
Claro que existem várias outras facções menores vistas no jogo. Não
vou detalhar todas, é claro, mas não queria deixar de apontar para o fato de
que a main quest do Fallout New Vegas é deveras mais interessante que a vista
no Fallout 3. Não estou fazendo coro com muitas pessoas que afirmam que a
história principal do terceiro game é fraca. Eu não acho isso. Pra mim ela é
boa o suficiente pra te fazer continuar a acompanhá-la.
Mas não tem como negar que a história do MR. House e do Courier Six
apresenta fatores bem mais marcantes de enredo que a do outro jogo.
GRÁFICOS
Chama a Luisa Mel, pelo amor de deus! |
Como eu já citei em algum momento do começo do texto, o Vegas utiliza
o mesmo motor gráfico que deu vida a jogos como The Elder Scrolls: Oblivion,
Fallout 3 e Skyrim. Então, é de se esperar que os gráficos vistos no 3 sejam os
mesmos aqui, certo?
Bem, em parte sim. Há uma diferença (suavemente pra melhor) nos
visuais do New Vegas (não leve em conta a CGI esquisitona da intro: ela é feia
e destoa do clima de abertura dos outros jogos). Mas o maior diferencial desse
jogo está em sua direção artística em si, e não nos zeros e uns que compõem a
ilusão de ótica a qual chamamos de “gráficos”. E nem vá se animando: mesmo
motor gráfico é sinônimo de mesmos NPCS esquisitões com pouca expressão facial
(muito embora que a sincronia labial seja tão boa quanto no terceiro jogo).
Fallout New Vegas é um jogo visivelmente mais colorido que seu
antecessor. Conta com céus azuis, pôr-do-sol alaranjado e mais vegetação do que
estamos acostumados a encontrar nos ambientes monocromáticos de Capitol City.
Claro que tudo isso tem um custo para o jogador: os loads do Vegas são
consideravelmente mais longos que do Fallout 3. Neste, era comum entrarmos e
sairmos de localidades fechadas (e até de portas que davam pro mapa principal)
sem aturar quase nenhum load. No Vegas, até uma reles sala dentro de um outro
ambiente interno é suficiente para ativar uma bela tela de load com comerciais
de cerveja fictícia como pano de fundo. E isso é um saco, simplesmente.
Uma looooonga relação de amor e ódio com as telas de load desse jogo |
Bem, os loads maiores não têm muita razão de ser, visto que a melhoria
gráfica de um game para o outro é quase imperceptível. De fato, quem não gastou
mais de 200 horas ouvindo a conversa fiada de Moira Brown pode até jurar que
não vê diferença alguma nos dois visuais (mas tem sim. Pode confiar na minha
opinião tosca e tendenciosa). Mas o visual mais “alegre”, colorido, tem uma
explicação dentro do enredo: o Vegas se passa no deserto de Mojave, uma região
que não foi atingida diretamente por nenhuma bomba atômica. Então, muito de sua
vegetação original não foi atingida.
Não sei se isso se encaixa exatamente no tópico gráficos, mas nesse
jogo existe um modo de câmera lenta muito legal quando atiramos fora do
V.A.T.S, que se ativa quando matamos o último inimigo de um bando. É bem
divertido recarregar a arma quando esse efeito acontece, pra poder conferir a
(detalhada) animação de cada arma ao recarregar.
SISTEMA
Tem coisas no sistema desse jogo que nunca mudam. E nem devem... |
Se você vivissecou o Fallout 3 como eu, então seria chover no molhado
explicar como funciona o sistema do game. Você ganha experiência por matar
inimigos, encontrar locais novos e completar quests. A diferença das quests
aqui é que algumas delas são multidivididas, e podem exigir de duas até cinco
etapas para serem totalmente completadas.
Há ganho de níveis, com a liberação de Perks (habilidades) que dependem de outros atributos seus para serem compradas. Essas habilidades também interferem na forma como você vai interagir com pessoas, equipamentos e diversos objetos no jogo.
Outro detalhe sobre as quests é que, dependendo do que você fizer (e
das suas escolhas de facção), uma quest pode dar falha sem que você nem mesmo
aceite fazê-la. Por exemplo: os seguidores de Caesar são inimigos de
praticamente todas as outras facções. No geral você vai poder completar quests
dos dois lados sem que isso prejudique a sua reputação com nenhuma das facções
(existe um ranking individual que avalia seu nível de aceitação com a população
local de cada cidade relevante para o enredo). Mas uma hora uma determinada
facção vai querer saber “qual é a sua”, então se você escolher um lado vai
estar obrigatoriamente rejeitando o outro, perdendo todas as quests e níveis de
interação possíveis com aquele grupo em especial. Isso é muito bom para dar um
peso nas suas escolhas durante o jogo.
Você ficaria muito chateado se eu respondesse Não? |
Um dos fatores que influenciam na sua aceitação com um determinado
grupo é a roupa que você está usando. Não, você não leu errado não: dependendo
da sua indumentária, uma facção pode atirar em você e (não) perguntar depois.
Vista uma armadura de um dos Legionários da legião de Caesar e os integrantes
do NCR vão meter bala no seu traseiro sem pensar duas vezes. Vista uma farda de
escoteiro do NCR e o oposto vai acontecer. Claro que também é possível comprar
briga com todas as facções ao mesmo tempo, bastando apenas atacar algum membro
do respectivo grupo.
Isso me remete à ausência do sistema de Karma do jogo anterior. Ele
até existe, mas não faz muita diferença para as suas telas de status se você é
bom ou mal, visto que algumas das escolhas que realmente afetam o roteiro
principal não giram em torno da sua bondade ou maldade, e sim quem você apoiar
ou deixar de apoiar na batalha final do game.
Existem alguns detalhes que abordarei futuramente que com certeza se
encaixariam no tópico Sistema, mas abordá-los agora tiraria a graça do tópico
sobre o que mudou do 3 para o Vegas, então não vamos nos precipitar (trocadilho
nível Very Hard para poucos entendedores. Quem matar a charada ganha uma cópia
do Fallout 4 na faixa).
SOM
Acredite: eu já fui preso por desligar um destes |
Quando jogava o Fallout 3 eu sempre desligava o rádio do Pipboy-3000
para poder ouvir melhor os temas ambientes do game. Música durante as andanças
é algo que simplesmente não combina com a fantástica atmosfera de desolação e
abandono daquela distopia.
Mas fazer isso com o New Vegas seria um crime, visto que suas músicas
estilo Western dão um climão de faroeste tão denso ao jogo que, mesmo sem ter a
pretensão, o jogo acaba ganhando de concorrentes deste mesmo estilo de jogo
(como Red Dead Redemption).
Abaixo sequem algumas das faixas que eu mais gosto de ouvir no jogo
enquanto arranco o rabo de matilhas de Bark Scorpions FDPs.
HEARTACHES BY THE NUMBER
LET'S RIDE INTO THE SUNSET
BIG IRON, UMA DAS MELHORES FAIXAS DO JOGO!
HAPPY TIMES (TEM COISA MAIS MEIGA QUE ESTOURAR A CABEÇA DE UM RAIDER COM UMA TRILHA SONORA DESSAS?)
LAZY DAY BLUES (IMPOSSÍVEL NÃO ASSOBIAR JUNTO)
I'M MOVING OUT (SE VOCÊ GOSTA DE COUNTRY, TEM QUE OUVIR ESSA AQUI)
LONE STAR
I'M SO BLUE (TRISTE E CHARMOSA)
AIN'T THAT A KICK IN THE HEAD (DO MESTRE FRANK SINATRA)
JINGLE JANGLE JINGLE (TE DESAFIO A NÃO CANTAR "JINGLE JINGLE TODA VEZ QUE OUVIR...)
GOING UNDER (A MINHA PREFERIDA DE TODA A TRILHA)
A dublagem do jogo continua tão boa quanto antes, e os efeitos sonoros
são bastante variados. O barulho do V.A.T.S por exemplo está ligeiramente mais
suave, e os diálogos não passam a impressão de reciclagem de games como Oblivion.
Nada mais a acrescentar sobre este tópico em especial.
MODO HARDCORE
Pra mim também fez toda a diferença |
Eu ia nomear esse tópico de “Diferenças entre o Fallout 3 e o New
Vegas”, mas acabei achando o nome muito técnico e bobo. Falar sobre o modo
Hardcore é uma forma mais direta de se referir ao elemento mais importante
quando falamos do que mudou do 3 pro Vegas.
Fallout 3 é um jogo fantástico. Eu sei, eu preciso dar uma passadinha
no Google pra renovar o meu repertório de adjetivos quando for me referir a
esse jogo, e se eu ganhasse um real por todas as vezes que elogiei esse game,
com certeza não precisaria juntar três sacos de tampinhas de garrafa pra adquirir
o mais novo jogo da série. Mas... droga, alguém teve essa ideia antes de mim.
O fato é que não tem como admitir o que muitos consideram uma falha no
terceiro game, e não estou me referindo ao fato de você conter o impulso de
estourar a cabeça da Moira Brown logo na primeira linha de diálogo. Me refiro à
baixa dificuldade do jogo e ao seu sistema mais raso.
Pessoas que jogam o Harcore Mode no very easy vão direto pro inferno sem direito de defesa |
Por exemplo: no Fallout 3 chega um momento que você fica praticamente
invencível, depois da aquisição dos perks certos (um que enche TODO o seu AP
após uma morte, um outro que praticamente dobra sua quantidade de ponto de ação
e um terceiro que aumenta a recuperação desses mesmos pontos de ação).
No Vegas isso jamais acontece, mesmo com alguns itens dos pacotes de
expansão ou da aquisição das melhores armas do jogo (alguém falou Euclides C.
Finder?). Daqui a pouco eu falo por quê.
Então, antes que eu me esqueça do tema do tópico, faço a pergunta: o
que significa esse tal de Hardcore Mode? Como sou esquizofrênico e gosto de
falar comigo mesmo, eu respondo.
Depois do checkup médico com o doutor Mitchel, no começo do jogo, você
vai ser perguntado sobre a ativação do Hardcore Mode. Esse modo é um tipo de
nível de dificuldade que faz do Fallout New Vegas o game que o Fallout 3
deveria ter sido desde o começo, aproximando mais este segundo jogo dos dois
primeiros. Só o que eu não entendo é o fato dos desenvolvedores colocarem a
observação de “Não Recomendado” ao lado da opção de ativar o modo, pois eu acho
que sem ele New Vegas não teria metade da graça que possui (correndo o risco de
ser apenas um Fallout 3 se passando em locações diferentes).
Esse perk também faz muita diferença |
Nesse modo são adicionados alguns detalhes que fazem toda a diferença
na hora de administrar os seus recursos e tomas algumas decisões, até de ações
corriqueiras de gameplay mesmo. Vou listar cada uma delas a seguir, já tendo a
certeza de que é por causa desse modo que os jogadores da série clássica têm
melhores sentimentos com relação ao Vegas que ao seu antecessor.
-ITENS DE RECUPERAÇÃO
No Fallout 3, ao ser machucado, você só precisaria se preocupar com
duas coisas: se tinha itens de cura em seu estoque e se eles seriam suficientes
para recuperar todo o dano recebido. No Vegas o buraco é mais embaixo: itens
como Stimpacks, Radaways e todos os outros de recuperação de status demoram um
tempo para fazerem efeito.
Não há mais uma quantidade “fixa” (aspas, pois ela varia de acordo com
seus níveis de medicina) de recuperação, e sim uma contagem de tempo que leva
para o item fazer efeito.
Os Stimpacks, por exemplo, recuperam uma média de cinco pontos de HP
por segundo, com uma duração de uma média de 18 segundos por unidade utilizada.
Deu pra sentir o drama? Trocando em miúdos: não adianta mais você pausar o jogo
com o Pipboy e usar o mesmo item de cura todos de uma vez para recuperar sua
vida plenamente, visto que os efeitos só serão acumulados se você usar fontes
de cura diferentes.
Ou seja: planeje muito bem a hora de se curar e a distância que separa
seu personagem e as garras de um furioso Deathclaw, pois caso ele esteja muito
perto pode ser tarde demais para o item de cura recuperar a sua vida.
-MEMBROS ALEIJADOS
Antes era só entrar na tela de status de seu personagem, apertar o
botão quadrado e usar Stimpacks para curar membros aleijados (apenas braços e
pernas, mente suja!). Com esse novo modo isso não é possível: é preciso visitar
um médico em uma das cidades (pagando a consulta, é claro) ou utilizar uma das
raríssimas (e caríssimas também) Doctor Bags, um tipo de maleta do Dr. Chapatin
(aposto que você não faz ideia do que raios eu estou falando...) específica
para dar cabo do serviço. Mais um ponto para a Obsidian e fico na torcida para
que o mesmo pessoal que cuidou dessas decisões no Vegas tenha participado do
sistema do Fallout 4.
-O PESO DO MUNDO
No jogo anterior, apenas munição de armas como Flamer, Fatman ou
Missile Launcher ocupavam espaço em seu inventário. Sim, isso era irreal pra
caramba, mas é sempre bom lembrar que (ainda) estamos falando de jogos de
videogame, e certas licenças poéticas devem ser tomadas em prol de uma
experiência de jogo que não cause trauma nos jogadores.
No New Vegas tudo que você pega de munição terá seu peso
correspondente, desde um Mininuke até as cápsulas vazias de uma pistola 10mm
(acredite, até isso tem uma utilidade no sistema desse jogo).
-MODS, TIPOS DE MUNIÇÃO E
FABRICAÇÃO DAS MESMAS
Além de pesarem no bolso (perdão pela piada sem graça, Senhor!), as
munições contam com algumas variações no sistema do jogo: algumas são do tipo
Impacto, enquanto outras servem para passar pela defesa do inimigo. Não
entendeu o que eu quis dizer com “defesa do inimigo”? Calma que eu explico mais
pra frente.
Também temos a opção de aplicar modificações em algumas armas
(melhoria de mira, aumento da capacidade de bala, silenciador e etc.), bem como
a chance de fabricar (ou reciclar) nossa própria munição. Eu confesso que, dos
elementos novos presentes no New Vegas, este foi o mais subaproveitado por mim.
Mas fazer o quê? Cada jogador tem seu próprio estilo de atravessar um deserto
radioativo...
-CONSERVAÇÃO DE ITENS
No Fallout 3, diferente dos dois primeiros, armas e armaduras possuem
uma taxa de durabilidade. Pra poder consertar um item, é preciso visitar alguém
especializado na tarefa ou usar a habilidade Repair, gastando um item igual no
conserto.
Esse sistema ta longe de ser inédito ou original, e seu problema maior
é o extremismo: um item seu só vai ter eficiência máxima caso ele esteja com a
barra de durabilidade totalmente cheia.
No New Vegas foi tomada uma atitude simples que não só resolve o
dilema como renova minha fé na inteligência e criatividade humanas: os itens
contam com a mesma barrinha de sempre, só que subdividida em duas. Uma parte
dela pode representar 50%, e em outro caso uma das partes pode representar 25%
e a outra 75%. O que isso significa?
Significa que um item não precisa mais estar 100% cheio pra atingir
eficiência máxima. Basta alcançar os 50 ou 75%. Bem mais justo que o sistema
anterior.
-DPS, DAM, FDP E DT...
Tá, a terceira sigla eu forjei, mas as outras existem de verdade.
DPS significa Dano por Segundo. Além do Damage normal, as armas contam
com esse novo parâmetro de força. Isso quer dizer que uma arma que causa 10 de
dano, mas conta com apenas 1 de DPS, é pior do que uma arma que causa 5 de
dano, mas conta com 3 DPS.
Já o status DT refere-se ao Damage Threshold, ou Limite de Dano em bom
português. O limite de dano vai conflitar com o nível de armadura que o seu
alvo possui. Por exemplo: não adianta nada você passar meia hora atirando
naquele Deathclaw que ficou preso entre rochas enquanto te perseguia, se você
utilizar uma arma com um DT que é inferior à tolerância ao dano que esse bichão
tem (e já adianto que é uma das maiores). Colocando em números: sua pistola tem
um Damage de 10 pontos. O Deathclaw tem uma defesa hipotética de 25 pontos.
Esse valor superior é o bastante para que o bicho absorva seu dano e considere
as balas de sua pistola como meras picadas de inseto. A menos que você use uma
munição especial que quebre a defesa do inimigo, momento no qual aparecerá um
ícone de escudo estilhaçado na barra de vida do seu alvo.
Obrigado mais uma vez, Obsidian, por adicionar um pouco mais de
estratégia a essa série fantástica e por manter o status de motherfucker
supremo do inimigo mais temido do jogo.
-PANIS ET CIRCENSIS (SEM O
CIRCENSIS)
Vamos ser honestos: Fallout 3 possui uma tonelada de itens que não
servem para absolutamente porcaria nenhuma. São cacarecos inúteis que só fazem
confundir os novatos na série acerca da sua real utilidade e utilização no
sistema do jogo (cinzeiro? Bitucas de cigarro? Sério, Bethesda?).
Entre esses itens inúteis posso citar as diversas comidas encontradas
mundo afora, que no jogo anterior só serviam para aumentar um pouco sua barra
de HP e te fazer questionar sobre quanto sadismo é necessário para que um ser
humano se sinta à vontade enfiando um espeto de churrasco no ânus de um
esquilo.
No New Vegas, itens de pouco brilho como Dirt Water ou Potato Crisps
vão fazer você rever o modo como encarava esse tipo de item em sua jornada.
Isso porque, além de tudo que eu citei acima, o modo Hardcore acrescenta também
necessidades fisiológicas básicas ao nosso personagem, como precisar se
alimentar, beber água e dormir. Além da radiação, altos níveis nas barras
dessas necessidades causarão penalidades e podem até levar o indivíduo à morte.
Bem, nunca deixei que as coisas chegassem a esse nível, mas acredito que isso
realmente aconteça.
Que impactos esses detalhes causam no gameplay, além do fato de que a
compra do Perk Strong Back é praticamente obrigatória?
Significa que, além de precisar satisfazer seu Sim, quero dizer,
Wastelander, será preciso rever a forma como você vinha lidando com os
elementos de jogo até então.
Por exemplo: os games dessa série contam com um sistema de autosave
quando dormimos, usamos Fast Travel ou adiantamos o tempo com comando Wait, no
botão select. Eu usava muito este último, mas tive que parar de fazê-lo depois
de colocar o meu personagem para esperar e ser presenteado com mensagens
avisando que meu personagem estava sofrendo de fome, cansaço ou fome profundos
depois de esperar. Depois do New Vegas passei a considerar a real necessidade
de ficar dando Fast Travel de cinco em cinco minutos, não importa em qual
jogo...
-A CARAVANA DA CORAGEM
Eu sei que essa novidade não está atrelada ao modo Hardcore, mas acho
que esse tópico é o melhor lugar para encaixar esse elemento.
Em um jogo que fala sobre cassinos, nada mais natural podermos jogar
os jogos de apostas que permeiam esse tipo de ambiente. E New Vegas está cheio
deles, com a maioria só podendo ser jogada nos próprios cassinos e o famigerado
21 podendo ser jogado com qualquer NPC que ofereça a opção.
RPGs como Final Fantasy 8 e seu inesquecível Triple Triad me fizeram
ficar mal-acostumados com minigames neste estilo de jogo. O Gwent, do The
Witcher 3, só veio para consolidar ainda mais o meu vício virtual. E aqui não
temos muito o que falar: os jogos encontrados no deserto de Mojave são uma
réplica quase exata dos jogos que costumamos jogar no mundo
real (com a diferença que temos que montar três pilhas que somem 21 pontos cada).
Eu sei que ficaria meio fantasioso, mas eu não consigo deixar de lado
a ideia de um minigame de cartas com figuras e monstros do próprio universo de
Fallout, ao estilo Yu-Gi-Oh de ser. Fica a dica para a Bethesda.
-ANGELS, MR. BUBBLES...
Confesso que levei um choque quando descobri que não havia Bubleheads
no mundo do Fallout New Vegas. Pra quem não conhece a série, os Bubleheads são
aqueles bonequinhos cabeçudos que penduramos no retrovisor do carro. No jogo
existe um deles para cada atributo da sua folha de personagem, seja do
S.P.E.C.I.A.L ou dos atributos mais corriqueiros (como Speech ou Lockpick, e
eles conferem um ponto definitivo ao atributo correspondente quando encontrados
e coletados (no Fallout 3 tem até uma estante própria para guardá-los).
New Vegas joga um balde de água fria na cabeça dos colecionadores
compulsivos, retirando os bonequinhos (assim como o deleite de vasculhar cada
cantinho dos ambientes para não perder nenhum deles) e os substituindo pelos
Snow Globes, aqueles globos de vidro que ficam caindo neve quando você
chacoalha eles. Tem um pra cada grande localidade do jogo, como o de
Goodsprings por exemplo. E nada de aumento de atributo: os Snow Globes são
meros itens que valem 1000 caps cada, caso você encontre a pessoa certo com o
hobbie de colecioná-los. Decepcionante...
-ARMAS
Além das armas clássicas que encontramos na série, o Vegas conta com
algumas das armas mais divertidas que eu pude usar nessa série. Uma das minhas
preferidas, a Cowboy Repeater, seria mais uma arma corriqueira se não fosse
pelo fato de que atirar fora do V.A.T.S nesse jogo é mil vezes mais divertido
que no terceiro. Seja pela melhor precisão dos comandos, pelo efeito de câmera
lenta nas mortes ou pelo zoom de mira com o L1 que, agora, realmente coloca a
visão em primeira pessoa (no três a mira ficava meio que “de ladinho”...).
Algumas menções honrosas: Euclides C. Finder; a Alien Blaster (sim,
ela está no jogo); as pistolas de 9mm; e as soqueiras com propriedades de fogo
e choque.
-CATADOR DE MATO
New Vegas bebe da mesma fonte de jogos como Oblivion e Skyrim (e
provavelmente Morrowind também), onde é possível coletar não só pedaços da
fauna do game como também da flora. E pra quê as plantas servem neste game?
Além do óbvio recurso de recuperar vida, as plantas servem para
fabricação de remédios e poções, utilizando o mesmo sistema da fabricação de
outros itens. Só que aqui utilizamos uma fogueira para preparar as infusões, ao
invés de mesas de ferramentas.
-ABRA A RODINHA PROS SEUS AMIGOS...
Desde o primeiro Fallout é possível andar acompanhado de várias
figuras ilustres em sua jornada. Várias literalmente, pois em minha curta
jornada exploratória do primeiro capítulo (ganhei os dois de grátis em uma
promoção da GOG):um cachorro (que eu acho que é o onipresente Dogmeat), um
carinha chamado Ticho e um outro que não lembro o nome.
No terceiro jogo isso também era possível. Quem não se lembra do super
mutante Fawkes e seus bloqueios de passagem a todo instante?
Em New Vegas, além de ter mais companheiros para encontrar, agora o
jogador conta com a Companion Wheel, uma roda de comandos e opções para lidar
com seu parceiro.
De fato, algumas das quests pessoais dos ajudantes só poderão ser
acessadas a partir dessa roda, pelo comando de conversar. Também é possível
usar seus “amigos” como mula de carga (se livrando de itens que você não quer
carregar) ou comandar o uso de stimpacks diretamente a eles.
O outro diferencial do Vegas é que cada ajudante possui um Perk
especial e único, que só vai fazer efeito enquanto você estiver na companhia
daquele personagem em especial.
Por exemplo: Raul, o ghoul, tem um perk que diminui a taxa de desgaste
de item; ED possui a habilidade de ampliar (de forma quase “professor Xavier
usando Cérebro”) a sua percepção de inimigos pelo radar do Pipboy; Arcade
Gannon aumenta em 20% a cura por itens; Veronica te permite criar itens de
workbench SEM o workbench; Lilly dobra a duração do stealthboy e aumenta pra
10% sua chance de critical hits, entre outros.
ED-E é um bom companheiro! Ninguém pode negar! |
Os perks de companheiros são tão bons que nos deixa com a vontade de
poder burlar a limitação de só poder andar com um ajudante. Quase todas as
habilidades se encaixam de verdade no gameplay, independente do estilo que você
adota (rambo;viciado no uso de “fármacos” e álcool; bundão que foge dos
monstros a cem metros...).
ATUALIZADO: para uma completa descrição de todos os companheiros do game, acesse o post neste link aqui.
-BUGS FREE, THANKS
Essa é uma das diferenças que eu mais pude notar entre o Fallout 3 e o
Fallout New Vegas: a quase ausência de bugs e problemas técnicos durante as
partidas. Veja bem, antes de me tacar pedradas: de forma alguma estou dizendo
que o jogo Fallout New Vegas, em todas as suas versões, é livre de bugs. Estou
afirmando apenas que A MINHA experiência com o game foi bastante tranqüila. Não
conheço as versões de Xbox 360 e PCs, então fica o esclarecimento.
Fallout 3 roda muito lisinho e bonito... nas primeiras vinte horas de
jogo! Ao desbravar mais ambientes e acumular quinquilharias, os loads aumentam
de duração e os problemas começam a pipocar na cara do jogador: lentidão
absurda; travamentos; personagens tendo ataques convulsivos depois de mortos;
saves sendo apagados do nada; desligamento do console. Isso, claro, na versão
de PS3, que foi a que eu joguei.
O bom disso é que, salvo algumas lentidões durante uma das expansões,
posso respirar aliviado por ter conseguido jogar mais de 100 horas de Fallout
New Vegas sem sofrer nem 10% dos problemas que tive com o terceiro jogo.
Sem dúvida um exemplo a ser seguido, Fallout 4.
-SUBINDO O NÍVEL DO BALDE DE ÁGUA FRIA
Nível dois, logo no começo do jogo, e você é agraciado com a típica tela de distribuição de skill points, seguida de uma outra com a lista de perks disponíveis de acordo com seu nível nestas habilidades. Nível 3, a mesma tela de skills aparece, só que desta vez solitária, acompanhada apenas pela minha certeza de "um bug, sem sombra de dúvidas".
ATMOSFERA,
LOCALIDADES PITORESCAS E AMBIENTAÇÃO
On the first part of the journey... I was looking for a river bed... |
A primeira coisa que eu percebi no Fallout New Vegas foi a redução de
escala de seu mapa, que ao menos em questão de extensão geográfica parece ser
menor que o de Fallout 3. E sabe o que eu acho disso? Uma decisão de muito bom
senso por parte dos criadores, obrigado!
Fallout 3 é um jogo enorme, que parece não ter fim. Eu adoro andar
perdido por um mapa gigantesco indo em direção daqueles triângulos vazios que
indicam lugares não explorados no radar do Pipboy. Mas o terceiro jogo tem uma
coisa que eu chamava de Zonas Inúteis, que são aqueles lugares que você vai e
não nenhum item especial, nenhum personagem (fora os inimigos) para interagir e
nenhum quest giver para dar um sentido à existência do lugar (Dunwich Building
que o diga: cinco ou mais andares cheios de nada, com algumas pitadas de super
mutantes para matar o tédio ocasional...).
O Rei não morreu |
No Vegas isso ainda acontece: por diversas vezes, você vai ser
premiado com o texto de uma nova localidade enfeitando o canto mediano esquerdo
do seu vídeo para descobrir uma cadeira com algumas maletas e umas garrafas de
vodka espalhadas pelo chão.
A diferença é que neste jogo a proporção dos ambientes e freqüência
com que isso acontece é bem menor.
Dos pontos mais legais e pitorescos que encontrei no jogo (deixando
bem claro que os locais que citarei não são nem 20% do total de áreas), posso
citar:
-Quarry Junction, um sítio
de construção civil lotado de... criaturas com altas taxas de armadura que te
matam com um golpe só! Sobre essa área, só preciso dizer que ela serviu de
ponto morto no meu mapa, visto que pra chegar a outros locais do deserto tive
que contorná-la completamente a fim de evitar mortes certas. Preciso dizer que
o nome dessas criaturas mortais começa com D e termina com eathclaw? Acho que
não.
-Novac: uma cidade normal,
tão normal quanto o mundo de Fallout permite que uma cidade seja, exceto por
uma estátua de 30m de um tiranossauro verde;
-Sunset Sarsaparilla
Headquarters, a fábrica das famosas cervejas que vão quebrar um galho
enorme enquanto você não consegue meios melhores de recuperação de HP. Atenção
ao atendente que troca tampinhas premiadas (seriam as Star Bottle Caps uma
substituta dos Bubleheads?) por algum souvenir inútil;
-Camp Searchlight, uma
cidade usada de base pelos integrantes do NCR. Digamos que essa cidade apresenta
um horizonte deveras peculiar devido aos altos índices de radiação nos
arredores. Uma dica: vasculhe os ambientes internos da cidade para uma “enorme
surpresa”...
-New Vegas, a tão sonhada
cidade dos cassinos. Aqui fica claro o talento da Bethesda/Obsidian em criar
ambientes in-game que poderiam muito bem declarar independência como jogos à
parte. De fato, New Vegas é tão grande é com tantas quests e coisas pra fazer
que você pode tranquilamente considerá-la como um jogo em separado, que você vai
deixar pra explorar quando tiver com mais tempo e mais paciência pra jogar e
ler diálogos extensos.
-Vault 22: nesse jogo há
uma quantidade considerável de Vaults para encontrar e explorar, cada um com
seu motivo particular do por que das coisas terem dado errado. Talvez tenha
mais Vaults aqui que no Fallout 3. Mas um Vault em particular me chamou mais a
atenção que os outros. O Vault 22, ou Vault Ecológico como eu o chamava, é um
abrigo que foi invadido pelas plantas em um experimento que deu errado. Esse
mesmo experimento acabou dando origem a uma raça de mutantes meio planta, meio
humanos. Nem de longe é um dos inimigos mais chatos do game, mas eu sempre gosto
quando aparece um inimigo novo pra eu fritar.
Ainda pertinente ao tópico, gostaria de falar um pouco sobre um dos
poucos aspectos no qual eu acho que o Fallout New Vegas não supera Fallout 3: a
atmosfera e ambientação.
Sim, eu amo de paixão o clima de Western que permeia esse jogo. Gosto
dos redemoinhos de poeiras que voam deserto afora; das manchas alaranjadas e
com oito patas que te avistam à distância, lá ao longe; do céu azul que, mesmo
sendo lindo, não consegue me tirar da cabeça que estou vivendo em um mundo
devastado e sem regras de conduta. Gosto muito de tudo isso.
O problema é que eu sou uma pessoa que adora filmes de terror. E sabe
qual a diferença entre os temas comumente abordados em filmes de terror (como
vampiros, fantasmas e criaturas que estouram o peito do seu hospedeiro) e esse
tema de hecatombe nuclear? É que os desastres por guerras nucleares são uma
possibilidade bastante sólida no nosso mundo real.
Mesmo com o Gamebryo Vegas é lindo de todo jeito... |
Com o perdão da digressão, o motivo que me faz gostar mais dos
cenários e ambientação do terceiro jogo que deste é um fato que eu já citei em
algumas ocasiões em que opinei sobre o Vegas: céus azuis e areias alaranjadas
acabam meio que estragando o clima de distopia pós-apocalíptica que a série se
propõe a retratar.
Eu sei, eu sei. Tudo é justificado pelo fato de as bombas não terem
atingido diretamente as regiões mostradas no game (uma catástrofe nunca pode
atingir o planeta inteiro de forma homogênea). Mas mesmo tentando racionalizar
a impressão, ela é uma impressão que ficou. E pode ser apenas a minha opinião
pessoal, afinal de contas.
INIMIGOS
Tá bom velho, pode parar! Apelação tem limite! |
Como feijão requentado que é, é lógico que o cast de inimigos do New
Vegas não poderia ser inteiramente novo. Por esse motivo, nada mais natural que
algumas palette swap (troca apenas das cores do personagem) e reciclagem de
modelos antigos tenha sido utilizado.
Um detalhe legal que eu preciso acrescentar sobre os inimigos é que
eles agora apresentam uma reação diferente dos demais antagonistas vistos no
jogo anterior: ao serem feridos gravemente, os inimigos do Vegas vão tentar
fugir de você ao invés de continuar vindo pra cima. Pelo menos nos inimigos
mais selvagens (como os Gecko) foi o que eu pude perceber.
Sem mais embromação, vamos à lista de inimigos novos ou recauchutados
presentes no game, deixando bem claro que vão ficar de fora os inimigos comuns
aos dois games que não apresentam mudança alguma (salvo suas variantes).
GECKO
Dane-se a ordem alfabética. Os Gecko são os primeiros inimigos com os
quais você terá contato no game (aquelas garrafas de Sarsaparilla do tutorial
não contam, ou vai me dizer que você já foi atacado por uma delas no
Wasteland?). Isso se seguir o curso normal dos eventos.
Eles são uma espécie de lagarto que atacam com cabeçadas e correm de
um jeito putamente engraçado, como aquele lagarto Jesus Cristo que caminha
sobre as águas.
Ele tem a variante Fire Gecko, um modelo um pouco maior e que solta
fogo, como as clássicas formigas cospe-fogo dos jogos anteriores.
RAD MANTIS
É um louva-a-deus do tamanho de uma capivara que ataca com as serras em
suas patas. Vêm em bando e podem também ser encontrados no tamanho GG (de
gigante). Não representam uma ameaça, apenas um incômodo facilmente removível
com alguns golpes de taco de beisebol.
NIGHTKIN
Na verdade não são inimigos novos. São os mesmos super mutantes de
sempre. Mas eles têm uma tonalidade de pele que me faz lembrar o Hulk cinza,
com a diferença que os Nightkins não são nem um pouco mais inteligentes que
seus compatriotas verdes e bobões.
BIGHORNER
Adoro esse “inimigo” novo. O motivo das aspas é
que o Bighorner (uma espécie de búfalo com enormes chifres) só vai ser seu
inimigo se você pisar na bola com ele, tipo atirando em um deles ou nos
filhotes que costumam acompanhá-los.
Nem de longe o bighorner é um oponente pra se preocupar. Nem me lembro
de já ter morrido pra um deles nas mais de duzentas horas que joguei o New
Vegas. Mas gosto deles pela aparência (e pela quantidade de HP que suas carnes
restauram) e pela forma frenética com que vêm correndo pra cima de você pra
atacar.
COYOTE
Uma variação daqueles cachorros virulentos que te atacavam no meio do
Wasteland, no Fallout 3. Não são nada com que se preocupar, mesmo atacando em
bando. Mas são mais legais visualmente que os cachorros normais.
NIGHTSTALKER
Adoro esses aqui: são uma mistura de cachorro-do-mato com cobra. Eles
são feios pra caramba e envenenam. Eles sim serão motivo de muitas telas de
load durante a sua jornada. Uma menção honrosa fica por conta da quest do Chupacabras.
Não posso dizer muito sem estragar, mas quem jogou lembrará.
São uns robôs que andam em um monociclo e possuem uma tela que dá pistas sobre sua personalidade e nível de periculosidade. A carinha de policial significa que você não terá muitos problemas caso deseje burlar as regras do cassino e resolver peitá-los. Uma cara de soldado indica que você está ferrado, com um inimigo mais forte e com um arsenal mais potente. Uma cara de "sorriso amarelo" significa lidar com um carinha que só sabe dizer Yes. E uma cara de cowboy significa ter sua vida salva por um compadre que adora dizer "Howdie, pardner"! Entendedores entenderão...
SPORE CARRIER
São parecidos com o Licker de Resident Evil 2. São uma espécie de
homem-planta quadrúpede que aparecem endemicamente no Vault ecológico. Nada que
umas boas porretadas não deem conta do recado.
CAZADOR
Eu não deixei esse bicho por último à toa. Estou apenas seguindo
a regra do blog de falar do melhor por último.
O cazador é um besouro filho da puta que ataca com ferroadas. Ele pode
vir voando pra cima de você ou vir (bizarramente) correndo de lado pelo chão
até te alcançar. Um cazador filhote não será muito problema na sua jornada. Mas
um cazador adulto tem a habilidade de te presentear com lindas telas de
carregamento regadas a marchas fúnebres como música de fundo.
E qual a razão de tudo isso? Simples: a picada de um Cazador causa
danos abissais no alvo. Dependo do nível em que você estiver jogando, duas
picadas de um bicho desses será o suficiente pra te mandar (de volta e de novo)
pro cemitério.
Como se isso não bastasse, o Cazador é venenoso e ataca em enxames: o
veneno de um Cazador pode matar em instantes, mais uma vez, dependendo da
dificuldade escolhida. Se você não tiver um antídoto (outro item exclusivo
desse game), pode ir encomendando o caixão e o paletó de madeira.
Cara, quando vem um enxame a porra fica séria! |
É por essas e outras que eu coloco uma toga preta no corpo e bato meu
martelo (também imaginário, ou você achava que eu realmente tinha uma toga
preta?) para declarar, em juízo, que o Cazador é o segundo inimigo mais filho
da puta de toda a série Fallout, perdendo apenas para
você-sabe-quem-com-garras-e-chifres...
EXPANSÕES
Juro que se eu comprasse saporra num disco separado eu me matava! |
O histórico da Bethesda com conteúdo de DLC é algo que merece um
capítulo à parte no meu texto. Como o post é enorme, por se tratar de um review
no qual eu tento ser o mais completo, minucioso e abrangente possível, vou
fazer uma breve relação das minhas experiências com DLCs das franquias da
Bethesda.
O tipo de jogo que dá vontade de comprar duas vezes, de tão bom! |
The Elder Scrolls: Oblivion
é um jogo fantástico, que implora por uma atualização com uma lista de troféus
pra desbloquear com a mesma ânsia com que implora por um sistema de batalhas
decente.
Esse jogo eu adquiri já com os pacotes de DLC inclusos, então ficou
meio difícil discernir o que era conteúdo original e o que era extra. Mas o que
eu sei sobre o assunto é uma coisa que eu sempre afirmo quando trato dessa
questão: Shivering Isles poderia ser um jogo de videogame à parte, fácil fácil.
Dois lados da mesma moeda, a mesma loucura em ambos. |
Nessa expansão você parte para o reino da loucura, liderado pelo
soberano e excêntrico Prince dédrico Sheogorath. E pode se preparar para uma
enxurrada de quests bizarras, toneladas de locais novos para visitar e uma
meia-dúzia de inimigos exclusivos pelos quais você dará graças aos Nove Divinos
por não estarem à solta no mundo principal do jogo. Ah, antes que eu me
esqueça, deixo uma dica crucial de sobrevivência: JAMAIS, EU REPITO, JAMAIS,
TENTE AGREDIR SHEOGORATH EM SEU PRÓPRIO DOMÍNIO. Quem jogou vai saber do que
estou falando...
Um jogo que todos que curtem fantasia e cenários únicos deviam jogar antes de morrer |
The Elder Scrolls: Skyrim:
é engraçado como algumas pessoas se referem a esse jogo apenas como SKyrim, sem
ao menos se darem conta de que existe toda uma mitologia e uma franquia
pré-existente por trás desse quinto capítulo.
Skyrim é um jogo fantástico, que acabou ficando injustiçado aqui no
meu blog pela falta de um Review Supremo também. Claro que eu pretendo corrigir
essa falha, assim como fiz com o Vegas. Não sei se essa promessa se
concretizará da mesma forma que o review do Vegas, à luz do lançamento do próximo
capítulo da franquia The Elder (um Elder Scrolls novo seria a sequência lógica
ao modus operandi da Bethesda, que sempre alterna um Fallout e um Skyrim). Mas e
quanto às expansões deste excelente RPG (de ação, alguns diriam...)?
Skyrim conta com três pacotes de expansão. No Dragonborn nós nos
aprofundamos um pouco mais no enredo principal e visitamos uma versão
atualizada de Morrowind, a região que dá subtítulo ao terceiro jogo da série. Essa
expansão eu joguei até o fim, e posso dizer que é a melhorzinha das três.
Na Dawnguard, nós somos
presenteados com uma main quest que destrincha um pouco mais a árdua tarefa de
ser um vampiro em Tamriel (não tão árdua quanto ser um vampiro no Oblivion...).
E pode acreditar: fica difícil de entender como um tema tão legal pôde render
um conteúdo de DLC tão chato e sem motivação como esse.
"Dona Bethesda, um tal de seu Lovecraft ligô pedino as idea dele de volta"! |
Pra ser sincero, nem me lembro se cheguei a terminar Dawnguard. Isso pode
ser mais um indício do fator “tanto faz” que o conteúdo despertou no meu ser
enquanto gamer. E nem mesmo o (atrapalhado e pouco empolgante) recurso de
montar em dragões foi capaz de acabar com essa impressão. Pra não dizer que
Dawnguard é um pedaço de bosta fedorento, as localidades e dungeons da expansão
são bem interessantes, assim como a possibilidade de me tornar um dragonborn “verdadeiro”
ao me travestir com uma luxuosa armadura espiritual de dragão.
Em Hearthfire, a Bethesda manda o planejamento de conteúdos baixáveis
pras cucuias e nos presenteia (ao custo de algumas verdinhas a mais) com uma
expansão de... cuidar da sua casa; casar e ter filhos; cuidar das suas
dragoncrias e arar o campo como se não houvesse amanhã no horizonte da região
gélida de Skyrim.
Preciso dizer que nem cheguei a experimentar essa expansão? Acho que
não...
Não consigo esquecer essa expansão... |
Fallout 3. Sobre esse game
eu não posso falar muito, visto que no Review Supremo dele eu já detalhei cada
uma das expansões e o motivo da razão de eu ter gostado tanto delas.
The Pitt é inesquecível; Point Lookout é excelente e com certeza vai
chamar a sua atenção, por um motivo ou por outro; Mothership Zeta é uma
expansão que você DEVE jogar, sendo obrigatória para os fãs de humor pastelão,
abduções alienígenas e criancinhas sabe-tudo que conseguem viver sozinhas em
ambientes totalmente inóspitos.
Só pra bater o martelo, as expansões de Fallout 3 são um universo à
parte no já vasto macrocosmos do game, sendo um exemplo a ser seguido em jogos
futuros.
Fábricas abandonadas são lugares onde o mal prospera. Lembre-se disso. |
E quanto às expansões do Fallout New Vegas, o alvo principal deste
post? Vamos lá então, pela ordem de jogada.
OLD WORLD BLUES
Sim, isso é uma torradeira falante. Não tente entender, apenas jogue! |
Foi a primeira e a melhor de todas, em minha opinião.
O Blues do Velho Mundo conta a história de uma cratera que abriga uma
base científico-militar chamada Big Mountain.
Foi expansão que eu mais gostei do jogo, pois aborda temas como
robótica, isolamento, inimigos mutantes bizarros, prolongamento da vida por
meio da ciência e etc.
Mesmo que não seja a sua praia, vale uma conferida nem que seja pra
conhecer a pitoresca equipe de cientistas que mantém o lugar funcionando.
LONESOME ROAD
Destruição e abandono: é disso que eu estou falando. |
Lonesome Road ganha em ambientação e atmosfera na mesma proporção que
perde em história e personagens marcantes. A quest visita um lugar chamado
Divide. O Divide se resume a áreas civis completamente destruídas (prédios,
estações de metro, viadutos), permeada por inimigos como Deathclaws (que não
serão um problema tão grande quanto no início do game, já que você estará em um
nível maior e com melhores equipamentos).
Foi a segunda que eu joguei, e por coincidência a segunda com a qual
eu mais me identifiquei.
Vale uma menção honrosa a uma quest que temos que destruir (com uma arma laser) cerca de 30
ogivas não detonadas, espalhadas pelo imenso e divertido mapa.
HONEST HEARTS
Se eu matar Joshua com um lança-chamas eu ganho um troféu? |
Se passa no Zion National Park, um tipo de cânion gigantesco habitado
por tribos indígenas.
Essa expansão conta a história do Burned Man, um missionário mórmon
que co-fundou a legião de Caesar.
Essa quest foi uma enorme decepção, pois eu achei que ela seria bem
mais interessante pelo fato de abordar a controversa facção Caeser’s Legion. Mas
ela apenas tem alguns lugares bastante repetitivos, lotadas de inimigos sem
criatividade com armas também sem criatividade que tanto faz quanto tanto fez
no gameplay do jogo.
De fato, eu só joguei ela pra completar 100% da lista de troféus e
pelo fato dela ter vindo no pacote da versão Ultimate. Pagar por ela em
separado é um exercício de arremessar bottle caps na lata do lixo, e fica o
aviso. Outra dica: não se empolgue com o trailer. E depois não dica que eu não
avisei...
DEAD MONEY
Ei belezinha, você vem sempre nessa praça pós-apocalíptica? |
Fallout New Vegas gira em torno dos cassinos e dos perigos que o vício
e a prostituição representam para os cidadãos do deserto de Mojave. E é triste
constatar como a expansão que trata do tema principal do game pode ser tão sem
graça quanto esta.
Dead Money conta a história do cassino de Sierra Madre, que teve a sua
inauguração interrompida pelo cair de bombas atômicas com o despertar da guerra.
Pelo menos é isso que eu me lembro do roteiro.
Nós começamos em um lugar totalmente inóspito, com um colar do tipo “se você não participar dos joguinhos mortais
que eu criei, eu te explodo” atarraxado a seu pescoço.
Assim com as outras, é bastante sem sal (um pouco menos sem sal, por
causa dos perigos do ambiente inóspito) e com armas e inimigos novos que passam
aquela velha impressão de que a desenvolvedora já estava ficando sem idéias naquela
altura do campeonato.
A impressão que as expansões de Fallout New Vegas e Skyrim deixa é que
a Bethesda, de fato , está ficando sem idéias do que escolher como um conteúdo
por download de qualidade. Espero que Fallout 4 e o próximo The Elder Scrolls
(que eu acho que será o Elseyr) venham para provar que eu estou redondamente
enganado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
SOBRE MEU REVIEW SUPREMO DO FALLOUT NEW VEGAS
Fallout New Vegas é o que toda continuação deveria ser (muito embora
que ele não tenha essa intenção de ser uma sequência do terceiro jogo). Ele é
mais profundo em quase todos os aspectos técnicos e de sistema. Dá um passo à
frente com relação a enredo, mecânicas de jogo e de interação com as diversas
facções presentes no universo de Fallout.
Uma rápida pesquisa sobre as empresas que tornaram este game possível
e você vai ver que os ventos não estavam lá muito a favor do projeto quando ele
finalmente saiu do papel. Então, acho uma baita sorte que o New Vegas não só
tenha acontecido da forma como ele é como considero esse jogo um presente aos
fãs, vindo de pessoas que realmente gostam do que estão fazendo e têm confiança
na qualidade do produto que oferecem aos consumidores.
Desde as primeiras horas com este jogo eu já sentia o desejo de que os
próximos jogos da Bethesda, seja da série Fallout ou da The Elder Scrolls, seguissem
o exemplo deste jogo aqui.
Se os criadores do Fallout 4 tiverem o mínimo de juízo, acredito que
as melhorias do New Vegas com relação ao Fallout 3 ou serão mantidas ou serão
adaptadas.
Com relação à experiência de jogo como um todo, New Vegas vem pra
provar que um jogo pode agradar a gregos e troianos no mesmo disco de blu-ray,
e não é à toa que esta segunda iniciativa da nova franquia é a preferida entre
os fãs antigos de Fallout.
Claro que existem problemas. Como eu já falei, o fato de eu não ter
tido muitos problemas com o jogo não quer dizer que ele é livre de problemas. Inclusive,
muitos jogadores de PC reclamam bastante desse tipo de coisa. Mas se você for
pesar os prós e os contras, a sua conclusão é de que Fallout New Vegas é um
jogo que te dá muito mais alegrias que tristezas em sua jornada pelo quente
deserto de Mojave.
É um jogo enorme, que faz parte desse rico e extenso universo criado
pelos desenvolvedores da Obsidian, em parceria com a produtora Bethesda, que só
vem dando bolas dentro com os games de sua propriedade intelectual.
E é isso pessoal. Fico feliz por ter conseguido terminar esse texto
enorme sobre um jogo que eu gostaria de ter falado bem antes no blog, mas não
pude por causa dos velhos problemas da vida moderna de um jogador de games
(tempo, tempo, tempo, muitos outros jogos pra experimentar, tempo, tempo...).
Espero ter conseguido criar um texto interessante de se ler e ter conseguido
fazer justiça a um dos melhores jogos de FPS/RPG da geração que se foi.
Au Revoir!
Deve ser só eu que nunca tive problemas com Cazadores. Sempre achei eles bem fáceis, até...Estou jogando no Hardcore Mode, e rapaz, eu sonho com esse modo no F4 ou em um próximo TES, ia ser MUITO massa. As comidas ajudam, permadeath pros companions, etc.
ResponderExcluirAliás, o REVIEW SUPREMO ficou muito legal. Só uma coisa que eu discordo: a DLC Mothership Zeta foi UMA GRANDE PORCARIA. Tanto na história (aliens em Fallout é uma coisa idiota) como em gameplay e inimigos. Meu Deus, que coisa horrível. Me faz ter vergonha de jogar F3 e ainda dizer que ISSO É CANON.
Takeshi, depende muito do nível de dificuldade e da arma que você vai enfrentá-los. Com a Pushy (não sei se o nome é realmente esse, mas é aquela soqueira que solta um raio branco, encontrada em uma caverna) até os Deathclaws ficam fáceis.
ResponderExcluirO modo Hardcore é uma declaração de comprometimento dos desenvolvedores com aqueles jogadores mais antigos, que gostam de maiores minúcias e desafio mais alto. Faço meus os seus votos, de que ele (ou algo similar) dê as caras no FO4.
Obrigado pelo elogio. Sobre a Zeta, eu gosto dela pela atmosfera e ambientação (aquela parte que saímos da nave, e aquela que usamos um canhão pra enfrentar a nave-mãe, é bem legal). Eu não acho que aliens não combinem com a série não, pois Fallout trata muito desses temas da ficção (como vampiros, zumbis, lobisomens e etc.). Inclusive, se você jogou o primeiro jogo da série deve ter visto um easter egg de um disco voador nele. E os arquivos de áudio dessa expansão valem a jogada. Muito engraçado. Dá uma lida no review do Fallout 3 e você vai ver que eu não falei tão bem dela assim não.
Muito boa mesmo essa REVIEW SUPREMO do F:NV, e sinceramente eu gostaria q o esse blog fosse mais famoso ;-; suas reviews devem ser lidas por um público maior. Não sei como vc ainda tem tanta motivação pra escrever tanto (e coloca tanto nisso) aqui, kkkkkkkkk.
ResponderExcluirPena q no Fallout 4 n tem nada q o F:NV adicionou, ele n te dá nem a opção de escolher entre jogar no modo hardcore ou n, o sistema de RPG foi bem simplificado, bugs pra todos os lados... Na minha opinião o Fallout 4 é muito bom, e divertido como qual quer outro Shooter Sandbox, mas não é como um Fallout de verdade deve ser...
Bethesda, Bethesda nunca muda...
Jester Thomas, fico feliz que você tenha gostado do post. O meu incentivo vem da vontade de dizer coisas que só eu penso sobre os jogos, bem como da minha satisfação pessoal de escrever. Se você gostou do blog e acha que ele merece mais notoriedade, vc pode ajudar a divulgar se inscrevendo no feed para receber postagens. Também tem a área de membros do blog, a página do Facebook e o Twitter.
ResponderExcluirSobre o Fallout 4, ainda estou jogando ele, então não posso dar muitas opiniões. Com certeza vai ter texto enorme sobre ele. Agora, se vai ser um review supremo, só o tempo dirá. Mas estou em uma fase de saber pesar melhor as qualidades e defeitos de um jogo, e tento aproveitar o melhor que as coisas têm a oferecer. Se vc se nega a jogar um jogo como Skyrim, FO3 ou New Vegas só pq eles não são o que os dois primeiros jogos foram, vc estará se privando de conhecer excelentes jogos. E jogos marcantes como estes são raridades hoje em dia. Em suma: prefiro enxergar o copo meio cheio que meio vazio. Abraços.
i like your post thank you for posting Fallout: New Vegas
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