Apesar das
brincadeiras que eu faço nos meus textos, existem poucas coisas na atual
existência que eu possa dizer que realmente odeio. E uma delas são os boatos.
Além de serem produtos
de pessoas preguiçosas que não querem se preocupar em investigar se uma
informação procede ou não, eles servem para disseminar dados errados sobre
algum assunto.
Quando esse assunto é
a marquinha de bronze da Bruna Marquezine, estou pouco me lixando pra isso. Mas
o problema é quando é algo que afeta direta ou indiretamente a nossa vida.
Se você é um jogador “antigo” como eu, já deve
ter ouvido aquela velha frase de que “videogame estraga a televisão” (nossa! Nesse
exato momento, os leitores que não leram meu post sobre Final Fantasy 10 devem
estar gerando uma imagem mental da minha pessoa que é mais ou menos como o
Galdalf, da obra O Senhor dos Aneis. E falo do Gandalf de O Hobbit, que parece
uma versão com magia do Mr. House, do Fallout New Vegas). E provavelmente você ouvia
essa conversa fiada da boca daquela sua tia, que tem uma verruga enorme
enfeitando o buço, e que não sabe acertar a hora nem de um daqueles
relógios-calculadora da década de 80, mas se acha gabaritada a falar de um videogame.
"Nada de videogame, Greywarden. Estraga a TV." |
A má notícia que eu
tenho pra te dar é que isso não é uma conversa fiada, não totalmente. E a boa é
que eu pretendo explicar, em poucas e descomplicadas palavras, como toda essa
questão funciona. Acredite: hoje em dia, com a internet e a difusão do
conhecimento, é muito mais fácil chegar a uma conclusão acertada sobre esse assunto
do que na época em que a melhor ferramenta de esclarecimento que nós podíamos
contar era o Globo Repórter das sextas-feiras.
Explicando de uma maneira
fácil: como funciona a criação de imagens em um aparelho de TV? Pra entender de
um jeito bem tranquilo, imagine uma enorme cartolina cheia de pontinhos, como
se fossem uma matriz (aquelas mesmo que você é obrigado a estudar no ensino
médio).
Na tela da sua TV,
seja de tubo, plasma ou LCD, cada pontinho desses (chamados de Pixels) representa
um pedacinho da imagem que vai ser construída no aparelho. O processo é sempre
o mesmo, mudando apenas a forma como a TV vai acender esse pontinho luminoso
(usando um gás, como nas TVs de plasma; pequenas lâmpadas, como no caso das
LED; ou uma corrente elétrica que estimula diretamente os pontos fosforescentes da tela).
O problema com os
jogos antigos é que eles não contavam com muitos movimentos na tela. Alguns deles,
se você der uma conferida nos grandes clássicos, exibiam uma moldura estática,
comum a todas as fases, que pouco variava durante a jogatina. E isso causava um
efeito conhecido como Burn-in, que é quando o pixel perde a capacidade de
reagir e trava na mesma posição, como se fosse uma mancha que nunca sai. Isso acontece
em TVs de plasma antigas e TVs de tubo, por causa do fósforo utilizado na tela,
principalmente se você assiste muito àqueles canais de TV que exibem um logo
permanente na tela.
Esse filme é uma prova de que videogame estraga a TV |
Conheço uma história
de um conhecido meu que tinha uma destas TVs de plasma antigas. O sujeito foi
ao shopping, fazer umas comprinhas “rápidas”, e demorou quase uma dezena de
horas no lugar. O problema é que ele esqueceu a TV ligada, e quando voltou pra
casa, ficou mais que feliz ao descobrir que seu aparelho havia esperado ele
dar as costas para fazer uma bela tatuagem de Killzone no rosto.
Mas não precisa se
desesperar: se economizar energia e evitar a volta do Capitão Planeta ao mundo
não faz parte das suas preocupações, saiba que este foi um problema que ficou
no passado.
Pra falar a verdade,
os jogadores de videogame dos dias de hoje têm muito pouco com o que se
preocupar na hora de adquirir um novo aparelho de TV.
Quando eu comprei a
minha TV LCD, em 2008, termos como “tempo de resposta”, LED, plasma e LCD eram
um motivo de perda de sono para um consumidor de um mercado que começava a dar seus primeiros
passos. Hoje em dia, é fácil simplesmente abrir a carteira e escolher a TV com
a melhor imagem que seu bolso puder pagar, visto que tais problemas foram
sanados pela popularização desse tipo de aparelho, bem como da melhoria da
tecnologia.
"Videogame te deixa retardado, Shadow. E ainda estraga a TV!" |
Então fica a dica:
quando a sua tia buçolenta vier encher o seu saquinho, dizendo que videogame
estraga a TV, você agora tem a chance de ouro de mostrar como ela é ultrapassada
tecnologicamente, jogando na cara dela que isso é uma verdade de trinta anos
atrás.
No mais, encerro este
curto post com o link de uma interessante matéria do Tec Mundo mostrando como se
forma a imagem em diferentes aparelhos de televisão.
Espero que tenha
contribuído para acabar com mais um boato infundado, e até o próximo post.
Au Revoir!
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