Já dizia um sábio
poeta e anônimo da internet: “eu não preciso fazer sexo. A Konami me fode todo
dia.”
Quem conhece meu blog
sabe que eu sou o maior fã de Yu-Gi-Oh! Da mesma forma que a maioria das
pessoas por aí, eu conheci a obra de Kazuki Takahashi por meio da série animada
que passava na TV Globinho, por volta de 2001.
Mais tarde, a migração para os jogos eletrônicos foi
quase que imperceptível: eu comecei a jogar o game de Psone, o Forbidden
Memories, ainda num PC K6-2 velhão que tinha aqui em casa e, na era do PS2, eu
continuei experimentando os jogos portados do PSP e aqueles outros mais obscuros,
como o Duelist of the Roses e o Capsule Monster.
Quem disse que a Konami não dá "amor" a seus consumidores? |
Falando nesses jogos, aqui
vão os links para as análises que eu escrevi para alguns deles, em ordem de
lançamento dos textos. O primeiro jogo que resenhei foi o primeiro GX, um dos melhores
games de Yu-Gi-Oh! em minha modesta opinião (clique AQUI para ler).
Em seguida veio a
análise do Legado do Duelista, uma gambiarra até que competente na tarefa de
fazer o jogador saudosista reviver alguns dos duelos clássicos de todas as temporadas
do anime. Essa primeira versão só cobre até a saga Arc-V, e muito mal, como bem
sabe quem leu o texto (caso não tenha, faça agora clicando AQUI)
Lançamento da coleção Duelist Anencephalous, agosto de 2020 |
Por último foi a vez
do Forbidden Memories, um clássico absoluto apreciado até por quem não costuma
gostar desse gênero de jogos ou sequer faz ideia do fenômeno que a franquia é
fora dos jogos eletrônicos (clique AQUI).
Jabá feito, agora eu
vou tirar um espaço para comentar sobre algumas coisas que eu acho pertinentes
falar sobre a “continuação” do Legacy of the Duelist, o Link “Evolution”. E vá
se acostumando com as aspas, pois elas encontrarão terreno bastante fértil
nesta análise que se segue...
GRÁFICOS,
SOM, SISTEMA E TODO O RESTO NUM TURNO SÓ
É isso mesmo que você acabou
de ler. Prepare-se para encrenca, e encrenca em dobro, já que uma alteração
drástica dessas na estrutura dos meus textos só pode significar uma coisa: a
merda atingiu o ventilador. E em cheio.
Antes de começar a
detalhar algumas coisas sobre esse “jogo” é preciso adiantar o veredito da
análise, a fim de evitar maiores confusões mentais na cabeça do leitor. Link “Evolution”
não é um jogo. Ele tá mais pra uma DLC do primeiro Legado do Duelista que
sairia de forma gratuita, caso a Konami tivesse alguma vergonha na cara e respeito
pelo seu consumidor.
“Tá achando caro?
Joga UNO!” Se você faz parte do grupo de pessoas com esse tipo de mentalidade,
sinta-se convidado a fechar a página do meu blog e procurar fazer coisa melhor com o seu tempo. Saiba
que você não é bem-vindo aqui e não é um texto de um anônimo em um blog
obscuro que vai fazer você mudar de ideia.
Alguns cenários receberam um leve retoque. E até ficou legal. Por que raios não fizeram isso com o resto do jogo? |
Aviso dado, faz-se
necessário explicar o contexto da afirmação em dizer que Link Evolution não é
um jogo. Quem leu meu review do Legado do Duelista (ou jogou) vai saber que
aquele game só trazia os duelos até a fase Arc-V, como já falei na intro do
post.
Pelo fato de ter sido
lançado antes da era Link, esse jogo não trazia a campanha do VRAINS e as novas
regras da Master Rule 4. Ele também traz um calhamaço de duelos extras via DLC,
caros pra caramba (da última vez que chequei, cada duelo custava R$15,00) e sem
trazer nem as fotinhos dos momentos do anime que víamos no resto da campanha.
No dia 25 de abril a
Konami, em conluio com a Other Ocean Interactive, lançou para Nintendo Switch o
Legacy of the Duelist: Link “Evolution”, um game que atualizava o conteúdo do
primeiro Legado com a mecânica Link e as novas cartas até aquele momento.
O pequeno Yugi e sua turma: uma vaca que a Konami não cansa de ordenhar. |
Em março do ano corrente,
a fim de ganhar mais dinheiro não deixar os fãs das outras plataformas
órfãos, a Konami decidiu lançar o “game” para Steam, PS4 e Xbox One (creio eu. Não pesquisei). Além das novidades contidas na versão do Switch, o título
atualizava as cartas até a coleção Duel Overload (aquela mesma que trouxe o
Crystron Halqifibrax, Union Carrier e Verte Anaconda para o TCG).
Desnecessário dizer
que, dois meses depois, o game já estava desatualizado, dada a tamanha fome de dinheiro velocidade com que a Konami lança produtos novos no mercado de
cartas do mundo físico do card game. Mas enfim, contexto explicado, é hora de
começar a listar os problemas que esse não jogo da Konami arremessa sobre nós.
Primeiramente, Link
Evolution possui um acabamento visual porco. Quem jogou o primeiro sabe que
isso não é nenhuma novidade, como também não é fator excludente para você
aproveitar e se divertir com aquele jogo.
Padrão Zeebo de qualidade gráfica! |
“Mas Shadow, seu
jogador de pêndulo do caralho, o Link Evolution tem aquelas novas animações de
monstros ases que são da hora. Com um pouco de boa vontade quase dá pra dizer
que estão no nível de um jogo de Playstation 3!”
Sim, meu querido hater
de internet, é verdade que as animações novas são bem legais. Algumas, como a
do Salamangreat Heatleo, quase me passaram a impressão de que a Konami se importa
com os jogadores e obrigou a Other Ocean a dar um acabamento melhor ao game.
Mas, fora algumas, e
eu friso que são apenas ALGUMAS dessas animações que ficaram legais, Link Evolution
é praticamente o mesmo produto que era o Legado do Duelista em 2015. E o pior,
custando R$179,90 reais em seu lançamento na Steam e mídia digital para
consoles.
Pra não dizer que eu tô mentindo... |
Sim, o preço é devido
ao dólar. A Konami não tem culpa se o Real vale cinco vezes menos que o dólar americano.
Olhando apenas por esse viés cambial é até de espantar que o jogo não chegue a
R$250,00 Bolsonaros pra nós aqui do Brasil.
Mas o problema é que,
pra começo de conversa, nem era pra esse “jogo” ter preço cheio de título em
lançamento, visto que o conteúdo extra e o trabalho adicional que foi feito em
cima do jogo base não justificam esse valor. Uma criança estudante de desenvolvimento
de games poderia fazer melhor com o tempo que levou pra lançar essa
atualização.
Dos aspectos de sistema nem tem muito o que dizer, visto que não mudou nada com relação ao lançamento
de 2015 e a base do jogo de cartas permanece a mesma. Agora, na parte de atualização de cartas e conteúdo dos duelos, senta
que lá vem história...
As cartas estão atualizadas, mas só até certo ponto. O Linkross ou Access Code Talker? Vai sonhando... |
Vamos começar falando
dos duelos da campanha principal. Sim, alguns decks de duelistas clássicos
foram atualizados. Vamos pegar o exemplo do Bonz, aquele carinha bizarro que
usa deck de zumbis. Na época do Reino do Duelista não existia a carta de campo Zombie
World.
Mas, na campanha
clássica, ele a usa, o que torna os duelos clássicos bem mais interessantes e
desafiadores, muito embora que isso meio que destoe da proposta de reviver os
duelos passados que o jogo propagandeia aos quatro ventos.
Infelizmente, o mesmo
não pode ser dito sobre os Challenges, desafios de duelo onde, supostamente, os
baralhos dos duelistas clássicos trariam um upgrade para dificultar as coisas
pro lado do jogador. Eles simplesmente copiaram e colaram os decks do primeiro
Legado do Duelista sem atualizar as estratégias com as novas cartas
disponíveis.
Os decks dos inimigos simplesmente não acompanham o teto do jogo atual. Um baralho minimamente bem montado já o suficiente pra varrer o chão com a cara dos oponentes. |
Um trabalho preguiçoso
e apressado, típico do quem só quer mudar a capa de um jogo para fazer parecer
que está lançando um produto novo no mercado. O mesmo vale para a campanha do VRAINS.
O desleixo foi tanto que nem as fotos estáticas de história que existem nas
outras campanhas colocaram nesse caso.
Mas e enquanto
simulador, você se pergunta? Dá pra usar o Link Evolution pra treinar com seu
baralho do TCG, não é? Essa era uma ideia bem intuitiva de se ter, já que as
versões de Steam, PS4 e Xbox One datam de março deste ano. Só que não, caro duelista
desamparado.
Não dá pra treinar com
seu maravilhindo deck de Altergeist em duelos online por dois motivos. O primeiro
é a lentidão (que já assombrava o jogo original desde sempre). Eu sempre me
pergunto como um jogo com 12 jogadores num mapa relativamente grande de um FPS como Overwatch consegue rodar sem lag no meu PS4, mas um mesmo jogo com duas pessoas
jogando cartinha fica tão lento daquele jeito.
Muitos arquétipos estão razoavelmente completos. Mas faltam suportes essenciais às suas estratégias. |
A resposta mais óbvia?
Servidores. Deve ter um chimpanzé sentado num Pentium 133 tomando conta dos
duelos online dos jogos da Konami, só pode. O segundo motivo é a lista de
cartas banidas, limitadas e semilimitadas do game que simplesmente não segue a
realidade aqui. Ash Blossom a duas cópias, Konami? Teu cu!
Não me interessa o
sistema ou lógica (ou falta dela) que a Other Ocean, a cúmplice da Konami,
utilizou pra criar essa lista. Ela não funciona (pois um deck com cartas
proibidas não pode ser usado online) nem no contexto de partidas amistosas
contra um oponente humano, muito menos num contexto de viagem no ácido da Konami onde o
Link Evolution poderia ser usado como simulador oficial do TCG.
A economia do game não é injusta, mas ele exige um grinding absurdo. Levei quase um mês seguido jogando todo dia pra chegar a esse nível na loja de cartas. |
Sim, meu caro. Pra explicar
mais esse absurdo eu preciso fugir um pouco do rumo do post. Pra quem não sabe,
eu também me meto a fazer vídeos para o Youtube no canal novo que eu criei pra
falar especificamente sobre Yu-Gi-Oh! No Yu-Gi-Over! (eita trocadalho do
carilho) eu abordo temas como TCG, listas de banimento e decklists de baralhos
que eu uso no jogo da vida real (link pro canal AQUI).
Lá eu deixei todos os meus
3 inscritos por dentro do que está acontecendo no game de cartas reais neste
atual contexto de pandemia. Como não está dando pra jogar cartas fisicamente, a
Konami (pra não admitir que as pessoas usam sites como Dueling Book/Nexus ou
YGO Pro) sugeriu que o jogador utilizasse o sistema de Remote Duel.
A sugestão da Konami
que, desnecessário dizer, virou meme instantâneo na net é a de que você monte
uma estação espacial em cima de seu PC pra poder competir virtualmente com um
coleguinha pra concorrer a... um playmat e duas cartas promo que nunca verão
jogo no TCG atual. É sério isso. Não estou brincando. Se duvida vá no site oficial da empresa.
Precisa listar os
problemas que essa plataforma traria aos jogadores (como trapaças, questões de
setup e “problemas” na webcam e outras coisas mais)? Mas o pior de tudo é a
cara-de-pau da Konami, no ápice de sua sandice, de achar que jogos como o Link
Evolution e o Duel Links possuem condições de substituir simuladores do naipe
do Dueling Book nesses momentos difíceis de pandemia.
Uma dúvida sobre o Remote Duel: em qual planeta do sistema solar eu consigo comprar os componentes de seu setup? |
Como se achasse pouco
a tiração de sarro com a cara do seu público, a Konami lançou uma banlist que
simplesmente ignorou o meta game que está acontecendo online e tacou um belo
FODA-SE na cara de quem coloca o pão na sua mesa, com uma freelist que não traz
melhoria nenhuma ao atual estado em que o jogo se encontra (putaria do
Halqifibrax + decks retardados como Adamancipator e Eldlich).
CORAÇÃO
DAS CARTAS É O CARALHO!
Eu sei que a ideia de
posts com análise dos games de Yu-Gi-Oh! era falar dos aspectos técnicos dos
jogos. Mas a safadeza e o descaso da Konami com os jogadores do TCG tá tão gritante
que simplesmente não dá pra ficar calado, fingindo que nada está acontecendo.
Até porque, de uma
forma ou de outra, a saúde de um produto está relacionada com o bem-estar de
outros. Não existe Yu-Gi-Oh! sem aquilo que a Konami mais preza em sua
existência: dinheiro correndo direto pelas suas veias. E produtos como o Duel Links
e o Legado do Duelista possuem seu quinhão de responsabilidade nessa conta.
NOTA FINAL: 2,5
Ah, sim, tem uma
análise pra finalizar né? Então, mesmo com novas animações, novos duelos e com
todo o conteúdo extra do game anterior desbloqueado, Yu-Gi-Oh! Legacy of the
Duelist Link Evolution é um produto caro demais para as poucas novidades que oferece.
A Konami te obliterá!!! |
Eu gosto bastante do jogo
e sinto a necessidade de veículos digitais pra treinar com os decks que eu jogo
na vida real. Entretanto, do ponto de vista de um jogador casual que está pouco
se fodendo pra papéis coloridos caros, eu não consigo enxergar nenhum motivo
para adquirir esse produto.
O preço agora está
absurdo e o jogo já está desatualizado (e a Other Ocean em concubinato com a
Konami não dá o menor indício de que novas cartas serão adicionadas via updates, dado seu histórico).
Imagina como fica a situação de um jogador que quer treinar com um simulador
oficial mas não tem uma cesta básica pra pagar num arquivo digital de um jogo?
E é isso. Espero que
essa crítica à Konami disfarçada de resenha tenha sido útil para os jogadores e
nos vemos na próxima escarrada que a empresa der na cara de seus fãs.
Au Revoir.
Top blogspot games, tenho um blog tbm só q é de curiosidades e história, quiserem dar uma olhadinha o nome ta ai kkkk bye
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