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quinta-feira, 12 de junho de 2014

MEU REVIEW SUPREMO DE FINAL FANTASY 10



























Ouça a minha história. Esta pode ser a nossa última chance...


Final Fantasy é uma das maiores séries de RPG do mundo. Muito embora que sempre tenha feito mais sucesso no Japão (talvez pelo fato de ter começado como um “mais do mesmo” de Dragon Quest), ela conseguiu converter fiéis em todas as partes do globo na década de 90, principalmente por causa do sucesso de jogos como Final Fantasy 6, Crono Trigger e o insuperável (ao menos em hype e demonstrações de fanboysismo) Final Fantasy 7. Sim, você (que leu meus últimos textos) sabe o que eu já vou dizer: eu estava preparando um mega texto com uma descrição detalhada da minha experiência com todos os jogos da série, mesmo aqueles que não cheguei a finalizar. Mas, infelizmente, fui burro o suficiente pra confiar em um computador e deixei os arquivos de texto salvos (mesmo que por um breve momento) apenas no HD. Precisei formatar o meu único pendrive (na época) e meu PC achou de dar chilique justo nesta brecha na minha segurança de backups. Resumindo: necas de texto enorme sobre a série.

Bem, o fato é que os jogos de Final Fantasy sempre exerceram um enorme fascínio em mim. Comecei a jogar pelo 6, em um emuladoz (não é erro de digitação não. Fica a dica do melhor emulador de Super Nintendo que a Terra já viu) em meu eterno K6-2 de 500mb de memória. Depois parti para o FF7, em locadoras. Continuei com o 8 (um dos mais bem feitos, mesmo que tenha outros atributos com qualidade duvidosa) e passei pelo 9 meio que pela obrigação de concluí-lo, visto que naquela época eu já tinha um PSone em casa e podia me dar ao luxo de jogar qualquer jogo que um CD pirata de R$10,00 pudesse pagar.
Sobre o melhor jogo de RPG que eu joguei em minha carreira gamer e, quiçá, um dos melhores jogos de videogame já criados em toda a história, começarei a falar no tópico seguinte.


HISTORINHA CHATA SOBRE FINAL FANTASY 10

O ano era 2005. Fazia pouco menos de um ano que meu PSone (pra ser mais exato, do meu irmão mais encostado a mim em idade) havia sido comprado mas já não tinha muita coisa pra jogar além dos clássicos que eu já tinha desbravado nas locadoras de hora (haja dinheiro pra terminar jogos imensos como FF7 e 8...). Foi então que os primeiros consoles de PS2 começaram a aparecer nas redondezas, e eu pude conhecer as maravilhas da geração que ainda era medida em bits através do PS2 de um aluno de reforço em português e matemática. Um dos jogos que ele tinha era o Final Fantasy 10-2 (sobre o qual, inevitavelmente) falarei neste review. Mais tarde, depois de uma campanha ferrenha para convencer aquele mesmo irmão (que havia feito a alegria da casa com a compra do PSone) a adquirir um PS2, fui conhecer o Final Fantasy 10 na casa deste mesmo (agora ex) aluno e colega.


As impressões não foram muito boas. Claro, a cena de abertura é de encher os olhos até do jogador mais exigente e as invocações mostradas pelo meu colega eram deveras interessantes, mesmo que não tivessem tanto impacto quanto os Summons dos dois FF anteriores.

A compra do tão sonhado PS2 aconteceu. Com o console (pirata, claro) vieram três jogos: Splinter Cell (que quase causou a minha revolta, pela escolha de um jogo tão sem sal com tantas opções no menu riquíssimo do PS2); Metal Gear 3 (um jogo que vale a pena ser jogado até hoje, principalmente em HD) e Castlevania Lament of Innocence (um dos melhores jogos da série, em minha modesta opinião).

Alguém avise a Sony que venda casada é crime


Se você é jogador de PCs (me pergunto o que faz lendo um texto desses) ou começou a jogar games na geração do PS3 e 360, deve achar que todos os atores do espetáculo já estavam em cena para começar o show. Mas havia um pequeno detalhe: o console veio com três jogos, mas não acompanhava um Memory Card, um caríssimo acessório (na época custava mais de R$130,00) que te permite salvar o progresso nos jogos. Mais ou menos uma semana depois eu convenci o meu irmão da sandice que era ter um PS2 sem poder salvar e ele foi comprar o tão necessário acessório. Junto com ele eu encomendei o meu primeiro jogo de PS2: Final Fantasy 10. E o resto é a história de amor que será contada no (enorme) texto a seguir.


ENREDO


"Ei, coroa, posso te chamar só de 'Auron' ?"

A regra sobre o enredo nos meus textos todo mundo já conhece. É por esse motivo que eu não vou citá-la de novo. Mas, posso adiantar que falar de Final Fantasy 10 sem falar da sua história é impossível. Acho que já comentei sobre isso em outros textos aqui no blog, mas a frase continua tão atual quanto da primeira vez que eu a proferi: O MAIOR MÉRITO DE FF1O É QUE TUDO NO JOGO GIRA 200% EM TORNO DO ENREDO. E o enredo de FF10 gira 200% em torno dos Aeons, a versão dos já conhecidos summons (magias de invocação) que me fizeram me apaixonar pelo senso de grandiosidade e espalhafato que sempre acompanham os capítulos desta série.

Dia de jogo do Brasil é assim: estádio lotado


O enredo conta a história de Tidus, um jogador de Blitzball (???. Calma que chegaremos lá) que vê a sua cidade ser atacada (ao som do melhor rock pauleira que poderia sair da mente do mestre Nobuo Uematsu) por um monstro parecido com o Godzila durante uma partida do jogo.
Tidus é sugado pelo bichão e descobre que foi parar no mundo de Spira, uma versão de seu próprio mundo só que mil anos à frente. E pode descartar quaisquer clichês de carros voadores ou dispositivos de teletransportação que vierem a sua mente: o mundo de Spira apresenta uma civilização culturalmente atrasada que vive como tribos indígenas, enquanto luta pela sobrevivência (pois o monstrão Sin passeia mundo afora destruindo tudo que esboce a mínima tentativa de organização em sociedade) no planeta hostil.

Depois de chegar ao mundo do futuro Tidus conhece Yuna, uma summoner. Na história deste jogo, diferente dos outros da série, os summoners não são meros conjuradores de criaturas sobrenaturais mais poderosas. Eles são uma espécie de sacerdote que possui a missão de enviar a alma das pessoas mortas a um plano espiritual superior. Uma das mais belas cenas do game mostra justamente a dança que Yuna realiza durante o ritual.

"Se eu marcar um gol, farei esta pose de idiota pra vocês".


Claro que eu não vou poder descrever cada detalhe e acontecimento do enredo, mas o que vemos logo no começo (um mundo distópico, mil anos no futuro, em total clima de desolação, abandono e claustrofobia) é a base para uma das melhores e mais bem fundamentadas histórias já contadas nos games.
Basta dizer que jogar este jogo sem prestar atenção ao enredo é como... é como... simplesmente não dá pra colocar em palavras. Fica a dica: se você gosta de RPGs mas não entende uma palavra em inglês, das duas uma: ou crie vergonha na cara e faça um cursinho de inglês o quanto antes ou nem comece a jogar.

Outra coisa que eu sou muito fã no enredo deste jogo, além do fato de que tudo tem uma razão de ser, é a forma como o enredo é contado pela perspectiva direta do protagonista Tidus. Sim, jogos de interpretação de papéis deveriam dar AO JOGADOR a chance de viver a história. Mas como sabemos que isso não acontece, nada melhor que testemunhar um excelente enredo pelo ponto de vista direto de um dos protagonistas, e não como em alguns jogos que nos dão a impressão de que controlamos um avatar sem alma que apenas assiste a tudo, passivelmente (me vem à cabeça agora o White Knight Story, da Sony, e o Kingdons of Amalur).

Pois sin?


Mas, do que trata a história de FF 10, afinal das contas? Ela fala sobre um grupo de heróis tentando salvar o mundo de uma inevitável destruição, certo? É aí que eu respondo: sim e não.
Sim porque o objetivo central dos heróis do jogo é esse mesmo: Yuna, acompanhada de seus Guardiões, precisa viajar de templo em templo para ganhar a bênção de criaturas espirituais conhecidas como Faith que lhe permitirão invocar, em batalha, os mais diversos ajudantes. Mas é aí que está a grande sacada e quebra do eterno clichê dos RPGs (o de salvar o mundo) quando falamos em Final Fantasy 10: SE OS PERSONAGENS PRINCIPAIS NÃO CONSEGUIREM DERROTAR SIN, O MUNDO DE SPIRA CONTINUARÁ EXATAMENTE DO JEITINHO QUE ESTÁ, com catástrofes diárias assolando o planeta mas com seus habitantes travando uma luta diária pela sobrevivência. Nada tão diferente do que já acontece na realidade.
Então, o objetivo de Tidus, Yuna e companhia não é salvar o mundo. É dar aos seus moradores condições melhores de vida e um pouco de tranqüilidade de 10 em 10 anos (em um período onde a criatura Sin não reaparece, conhecido como The Calm).

Outra coisa excelente neste quesito é que o enredo de FF10 é muito simples de entender. Se você ficou traumatizado com termos como fal’ cie, L’ cie, cie’th, Pulse ou Cocoon, pode ficar tranquilo aqui. Muito embora que haja um pouco de confusão geográfica nos momentos iniciais, tudo é explicado da forma mais respeitosa e gradativa ao jogador. Nada de ficar decorando nome complicados de Pokémon pra entender o enredo de um game.
Mas simplicidade para entender não significa falta de profundidade. Não neste caso. Se você reparar bem, Final Fantasy 10 faz uma crítica velada e silenciosa à religião e ao modo engessado como as pessoas, às vezes, seguem uma tradição sem nem se perguntar o porquê de estar agindo daquele jeito.

Al Bhed não significa ser satanista, Waka. Apenas não acredito em seu deus!


No jogo temos duas “facções”, por assim dizer: os Al Bhed e os seguidores de Yevon.
Os Al Bhed, caso você não seja do tipo que presta atenção a detalhes, são os clássicos ladrões mostrados nos outros jogos da série. Eles são nômades, têm fama de gatunos e falam uma língua estranha compreendida apenas entre eles. Os Al Bhed são um tipo de ciganos inventores que utilizam tecnologia e ciência (os humanistas, no mundo real).
Já os seguidores de Yevon são os religiosos que cultuam os Faith, espíritos de pessoas aprisionados em estátuas que concedem o dor da invocação aos summoners. Os seguidores de Yevon (os teístas, no mundo real) acreditam que Sin (pecado, em inglês) é uma espécie de punição aos humanos pelo uso indiscriminado de máquinas. Uma vez que a humanidade compensar os pecados cometidos, Sin desaparecerá de uma vez por todas. Isso te lembra a certa promessa de um carinha que disse que voltaria, ninguém sabe quando, para trazer a salvação da humanidade? Foi o que eu pensei...
Não por coincidência, a maioria dos seguidores de Yevon são autoritários, hipócritas e arbitrários. O representante de Yevon no nosso grupo é Wakka (além de Lulu e Yuna, mesmo que estas duas não sejam intransigentes como o jogador). Do lado dos Al Bhed, Riku. Não é preciso dizer que os dois grupos não vão muito com a cara um do outro, não é mesmo? E a relação que se desenvolve entre Wakka e Riku é coisa muito bonita de se ver, mesmo against all odds...

Dói no coração só de ver essa cena novamente


Mesmo este sendo um Review Supremo, que na Shadowlândia está livre de penas perante acusação de crime de spoiler, não posso falar mais do enredo do game sem estragar a surpresa de quem ainda não jogou e pretende fazê-lo (eu aconselho totalmente).
Então, para finalizar, gostaria de atentar ao fato de como o enredo deste jogo consegue ser brilhante e triste, mas sem ser exageradamente melodramático. De fato, poucos jogos de videogame conseguiram arrancar lágrimas reais deste que vos escreve. Final Fantasy 10 foi um deles. Em parte pela grande identificação que tive com o personagem principal, Tidus. Em parte porque FF10 aborda temas que mexem fundo com sentimentos como a perda de uma pessoa amada, autossacrifício e preconceito.

No rascunho original do texto eu havia planejado criar um tópico de falhas do game. Agora, enquanto escrevo, percebi que as poucas falhas que o game tem se encaixam nos tópicos já conhecidos, como gráficos, enredo, som e etc.

Se o "suor" ainda não tinha escorrido no seus olhos até aqui, a hora é agora


No enredo propriamente dito, FF10 não tem falhas. Simplesmente não há espaço para pontas soltas, deus ex machina ou buracos de lógica aqui. Mas tem algo que pode incomodar os menos letrados ou os jogadores mais impacientes: FINAL FANTASY 10 APRESENTA UM EXCESSO DE CENAS QUE PODEM INCOMODAR AQUELES QUE NÃO SE DERAM CONTA DA IMPORTÂNCIA QUE O ENREDO EXERCE NO TODO DA EXPERIÊNCIA DO GAME.
Na versão original não havia opção de cortar os diálogos. Eu sempre achei isso um problema, já que tal recurso já devia ser padrão desde que os jogos de videogame desenvolveram a mania de exibir cenas com mais de 10 minutos de duração.
Tal recurso não foi incluído nesta remasterização, então eu acho que pode ser considerada como uma falha (mesmo que não ateste queda na qualidade do game em si).


GRÁFICOS



Toda a vez que comprávamos um console novo aqui na minha casa eu sentia aquela sensação estranha de que não estava aproveitando o máximo que a máquina tinha a oferecer. Mas quando eu adquiria um jogo da série Final Fantasy essa sensação desvanecia quase que instantaneamente.

Final Fantasy sempre foi uma série de vanguarda. Desde o sexto episódio da franquia que, junto com Super Mario RPG (não por coincidência da mesma Square) e Crono Trigger, conseguia arrancar leite de pedra do já cansado hardware do SNES, nós estávamos acostumados a ver os melhores gráficos, músicas e cenas que os games podiam proporcionar. Com o décimo capítulo e com a Square com sua criatividade a todo vapor a coisa não podia ser diferente. Resumindo: já em 2001, ano do lançamento original deste jogo, FF10 já dava uma aula de como programar usando o complicado hardware do PS2. Já no final da vida útil criativa do aparelho, posso atestar que quase nenhum jogo tinha conseguido a façanha gráfica alcançada por Final Fantasy 10. A versão remasterizada em HD é a prova cabal da vanguarda que o título trazia na época, e não é exagero dizer que muitos jogos de PS3 adorariam chegar aos pés do acabamento gráfico e de efeitos mostrado neste game. E estamos falando de um jogo de 13 anos de idade...



Final Fantasy 10 em HD é lindo. Você vai esquecer que está jogando um game de mais de uma década enquanto aprecia os cenários de Spira. Os efeitos de magias são únicos e, junto à série Kingdom Hearts, consegue entregar shows pirotécnicos não vistos nem mesmo nos consoles da geração passada (PS3 e 360).
Os visuais do game são bem limpos. Mesmo sendo construído com polígonos, em 3D, FF10 apresenta ângulos de câmera pré-determinados (como nos Resident Evils clássicos). Em alguns momentos, como no lindo Remien Temple, a câmera gira e nos dá um panorama da grandiosidade dos cenários contidos em Spira.
Não há janelas de diálogo aqui. As falas aparecem soltas, no canto inferior da tela. Um alívio depois de jogos como FF7 e 8, que poluíam o ambiente com desnecessárias janelas durante combates e cutscenes.

O design do game, como eu já falei, é inspirado em tribos indígenas lideradas pela Lady Gaga,. Tá certo, isso eu não falei e tampouco entraria no extinto tópico Falhas, mas quem tem dois olhos na cara logo pode perceber.
Os personagens do game usam roupas que parecem uma mistura de roupas de brechó com o guarda-roupa de Punky, A levada da breca. Oh, Jesus, eu tenho certeza de que você leitor não faz ideia do que eu estou falando e também de que eu estou começando a ficar velho...

Pronta pra arrasar no Blitzball


Sim, eu não acho que o design do game erre ou peque pelo exagero. Final Fantasy 10 apresenta conceitos artísticos de criadores que tinham segurança da qualidade do produto que estavam colocando no mercado, e não precisavam de postagens no Tweeter pedindo a opinião dos jogadores.

Mesmo design de FF10, tirando a criatividade, o bom gosto e o bom senso...



O gráfico de FF10 era (e é) tão bonito que, na primeira vez que eu joguei, eu sentia uma dificuldade extrema em discernir o que era cena em tempo real e CGs pré-determinadas.
Os efeitos do jogo são lindos (chore com o ataque de raios da Omega Weapon e depois volte pra me dizer quantos jogos de PS3 você conhece que tem um efeito tão bonito quanto este, dadas as devidas proporções tecnológicas). As magias são muito bem planejadas e impactantes. Falando em impacto, os golpes e todas as outras formas de ataque são muito legais. Eu adoro todos os visuais e detalhes visuais presentes neste game, desde o simples efeito de transição de batalha (sem load, antes que eu me esqueça) até o perfeito menu que se abre instantaneamente com um toque no botão triângulo.
Falando em menu, houve uma leve repaginada nas cores da tela de menu do jogo original. Das mudanças que fizeram, esta foi mais que bem-vinda, já que o menu original tinha uma cor bem feiosa na época.
Pra finalizar, cabe ressaltar que alguns esmeros visuais foram acrescentados, como as texturas de objetos nas roupas dos personagens principais e certos acessórios que antes pareciam uma pintura grudada no corpo de alguns (como o colar que Tidus usa).


SOM

Uma das cenas mais constrangedoras dos games


Aqui eu cito, logo de cara, a principal baixa trazida por esta versão em HD: as músicas de FF10 não tiveram apenas a sua qualidade sonora melhorada. Algumas faixas foram modificadas e remixadas. Em alguns casos nem dá pra notar (é o caso do tema de batalha), principalmente se você não jogou o game 6 vezes como o maníaco aqui .Mas em outros casos, como o tema do Chocobo, o tema de Seymour e a música que toca na parte com água no interior de Sin, as músicas foram tão alteradas que acabaram por perder parte da graça original. Desnecessário dizer o que eu acho nessa coisa de mexer na obra de um dos melhores compositores da indústria dos games.
Procurei, em vão, na tela de configurações, uma opção para tocar as faixas do jeito original da primeira versão. Como eu disse, em vão...

A trilha de FF10 não chega perto de clássicos como FF8, mas cumpre muito bem o seu papel. O simples fato de quebrar o clichê de apresentação pomposa com faixa orquestrada (nada contra faixas pomposas orquestradas, diga-se de passagem) com um rock pauleira do mais alto nível já se configura como uma prova cabal da segurança dos desenvolvedores na qualidade do seu produto.
Se você não jogou, mas assistiu aquela excelente retrospectiva de FF do site Game Trailers, deve saber que FF10 foi o primeiro da série que contava com personagens dublados. E é aqui que reside o maior e mais significante problema técnico encontrado em FF10. Explico.

Final Fantasy 10 teve duas versões em sua época de lançamento. A tradicional japonesa e uma chamada Final Fantasy 10 International. Na japonesa os diálogos eram em... japonês, claro. Na internacional os diálogos foram dublados em inglês, mas a sincronia labial não foi consertada. Já deu pra ter uma noção da tosqueira que às vezes acontece nas cenas do game, né? Se não, aqui vai um vídeo pra você rir um pouco (ou se assustar, dependendo do caso) e ter uma noção do que eu estou falando.



Bem, o vídeo acima não deixou essa falha muito clara. Admito que estou com preguiça de procurar melhor. Se você se interessou, simplesmente jogue e verá.

De resto, as vozes são muito fiéis às originais, como deu pra ver no vídeo. A dublagem é muito boa em todos os personagens. Os efeitos sonoros gerais do game são de alto nível e tudo é muito bem sincronizado. Nada mais a acrescentar.


SISTEMA



Final Fantasy 10 é um RPG com batalhas por turnos. Pra quem não conhece, isso significa que a ação do game não acontece normalmente como no resto dos games, nos quais os inimigos e heróis se atacam concomitantemente, sem a educação de esperar o outro bater. Turno significa vez, e é assim que acontece: baseado no atributo de agilidade de um personagem, ele terá a vez de executar um comando. A batalha de FF10 é por turnos, mas é estática, o que significa que você tem todo o tempo do mundo pra decidir que ação executar. O sistema de batalha de FF10 foi desenvolvido por ninguém menos que Toshiro Tsuchida, o criador de séries como Front Mission e Arc the Lad. A intenção dele, para este jogo, era fazer do CTB (conditional turn-based battle) uma espécie de jogo de xadrez: dependendo da sua ação, o turno tanto dos inimigos quanto dos seus aliados pode ser adiantado ou atrasado. Isso é demonstrado em uma coluna no canto superior direito da tela, que mostra a vez de agir de todos os envolvidos no combate. Algumas ações, como os Overdrives por exemplo, são muito lentas e darão a chance do oponente atacar várias vezes. Soltar Overdrives de Aeons, dependo do agility do Aeon em questão, pode ser uma sentença de morte até para o mais forte dos bichinhos mascotes de Yuna.

Na batalha só podemos jogar com três personagens de uma vez, SQN: Final Fantasy 10 vem para quebrar alguns paradigmas da série, e um deles é a quantidade de personagens por batalha. Na maioria dos FFs só podemos jogar com três personagens ao mesmo tempo, gerando muitos problemas, como no FF8 em que tínhamos que passar as configurações de GFs de um para o outro (lembre que na versão original, japonesa, não tem o comando Junction Exchange para facilitar a vida...). No FF9 chegávamos ao limite, de cinco personagens na batalha. Em Final Fantasy 10 há sete personagens jogáveis. Você começa a batalha com os três primeiros da lista, mas pode pressionar o botão L1 e trocar por qualquer outro personagem que estiver na reserva.
Esse recurso é muito bom, e será vital para o sucesso em algumas pelejas. O problema é que só ganha AP (a experiência) quem participar do combate. Já deu pra sentir o drama, né? Ter que agir com todos os sete personagens pra não perder XP é uma tarefa entediante que pode atrasar muito a vida de quem ainda não entendeu muito bem o papel e a utilidade de cada um no combate.

"eenie, minie... minie, mo"!


Uma coisa muito boa nesta questão é que cada personagem exerce uma função dentro da batalha, assim como cada peça de xadrez tem suas limitações e pontos fortes no jogo. Por exemplo: Sir Auron é fortíssimo. Logo de cara ele vem com 1000 de pontos de vida e possui a maior taxa de ataque do jogo. Mas a sua função é dar cabo de monstros encarapaçados. Se ele tentar atacar um monstro voador ou de pequeno porte, especialidades de Wakka e Tidus respectivamente, com certeza ele fracassará em sua investida (considerando os parâmetros originais do personagem, não os turbinados por idas e vindas na Sphere Board. Calma que eu já chego lá). Ou seja: nada de ter que ficar gastando três ou quatro personagens no turno pra matar um único inimigo, como bem acontece em jogos mais sádicos como Dragon Quest 8. Final Fantasy 10 poupa seu saquinho e seu tempo, e por isso foi acusado de linearidade na época do lançamento.

Quando você acessa uma esfera de save (uma maquete da arena de Blitzball), todos os status são removidos e seu HP e MP são restaurados. Um personagem morto ao fim da luta volta com 1 de HP na próxima batalha, caso não seja curado. No jogo também há um mapa que indica, com uma seta, o objetivo do grupo. Não há mapa-múndi no game, e isso causou desconforto entre os jogadores mais saudosistas na época.
Por essas e outras que o jogo foi acusado de linearidade. Pra rebater esses argumentos eu preciso contar uma historinha breve sobre um Final Fantasy que também causou o maior estardalhaço entre os fãs, só que pelos motivos errados.

Espera deitada que sentada cansa, Claire


Final Fantasy 13 é o pior jogo da série, em minha opinião. Ele foi lançado em 2010 e possuía (acho que ainda possui) visuais de deixar seu queixo batendo no chão por longos minutos seguidos. O problema desse jogo é que ele é insuportavelmente linear. Os cenários são formados por linhas quase retas, sem muita coisa pra fazer além de coletar itens em umas esferas futuristas flutuantes (RPG sem baú? Tem como isso dar certo?) e matar inimigos. Na batalha a coisa não é muito diferente: ele usa o ATB, no qual a ação corre sem pausas e sua barra é subdividida em níveis que te permitem realizar combos de ataques. Algo que me lembra o Final Fantasy 12, só que sem o mesmo estilo e criatividade. O problema é que a ação é tão frenética que mal dá tempo de você escolher o comando que vai usar. O mote da batalha de FF13 é: escolha uma configuração de ataques e massacre o botão X o mais rápido que puder, trocando de paradigmas quando a coisa ficar feia. De que adianta ter um visual deslumbrante se você nem tem tempo pra apreciar os movimentos do combate, sendo obrigado a fitar de forma mesmérica os menus de batalha?

Pra piorar, a maioria das áreas do game só podem ser acessadas uma vez. Ou seja: passou por aquele lugar, pode ir se despedindo pra sempre. Não há mapa-múndi ou airships. O melhor que FF13 pode proporcionar, além de seus gráficos, é uma planície verdejante central como recompensa por horas e mais horas de corredores tecnológicos em linha reta (quaisquer semelhanças com Calm Lands NÃO são mera coincidência).

Summons Transformers? Na boa, essa foi a pior ideia que já tiveram nessa franquia...


E é por isso que digo: MEU PAU DE ÓCULOS PRA QUEM COMPARA FINAL FANTASY 10 A ESTA PORCARIA EMPERIQUITADA DESSE FINAL FANTASY 13.
Final Fantasy 10 não é linear. Para pra pensar um pouco: Yuna tem uma jornada a cumprir. A localização dos templos dos Aeons é sabida pelos integrantes do grupo. Eles não têm tempo a perder. Qual seria a razão de Yuna e seu bando ficar parando pra desviar do objetivo (sendo que isso acontece no enredo, inevitavelmente) pra ficar bundando por aí desbravando novos continentes? Nenhuma, é claro. Imagine que um parente seu está doente e você tem que comprar um remédio. Seria normal você ir para um outro bairro e bater papo com os amigos em uma sorveteria antes de passar a farmácia pra comprar remédio? Claro que não.

Sem contar o fato de que, quando adquirimos a airship, É NESTE MOMENTO QUE FINAL FANTASY 10 COMEÇA PRA VALER. Antes disso, realmente, a história é colocada em primeiro plano e os criadores limitam a sua liberdade de ir e vir em prol da narrativa. Depois temos total liberdade para realizar sidequests e acessar locais secretos, antes inacessíveis sem a nave. Resumindo: Final Fantasy 13 é um Final Fantasy 10 que não deu certo. A ideia é a mesma, mas sem o mesmo estilo, qualidade e alma que tornaram único este game. Em FF10 é possível voltar ao começo do jogo, andando, se você quiser. Você consegue fazer isso em FF13?

Será que essa quizumba vai tirar 99999 de dano?


Mudando de assunto, outra quebra de paradigmas neste capítulo é o limite de dano. No game há as habilidades Break HP Limit e Break Damage Limit. Isso significa que seus ataques e pontos de vida não se resumem mais ao máximo de 9999, padrão na série.
Um diferencial deste capítulo, também, é o sistema de Overdrives. Digo o sistema mesmo, não o recurso em si. Se você jogou FF7 e FF8 deve estar familiarizado com o conceito: você apanha e uma barra de especial se enche, permitindo executar um golpe ou habilidade exclusiva a cada personagem. A diferença de FF10 é que há várias forma de carregar essa barra, que vão desde a mais estóica de tocas (trocadilho referencial, eu não me canso) que é a de apanhar, até algumas bem originais como o simples ato de vencer uma batalha ou quando você acerta um status negativo no inimigo.
Outro detalhe que este game inova é que não há níveis de evolução. Quando você ganha um nível é possível andar um caminho na imensa trilha da Sphere Board, uma espécie de tábua de habilidades muito semelhante a um tabuleiro de xadrez.

Cuidado pra não se perder


A Sphere Board é o coração do sistema de FF10. Nela há caminhos a serem trilhados, em um paralelo com a peregrinação que Yuna e cia. precisam realizar para ficarem mais fortes e aptos a derrotar Sin. Cada personagem começa em um trecho da prancha de habilidades de atributos. Quando ganha um nível, você pode dar um passo (parece aqueles jogos tipo banco imobiliário ou Jogo da Vida) e aprender o que estiver nas adjacências de onde você está. A Sphere Grid é um sistema original e que te deixa à vontade para customizar seu personagem do jeito que te der na telha (tanto que foi copiado no FF12). Mas o problema é justamente este: se você não estiver familiarizado com as habilidades pertencentes às classes mais famosas da série, como certeza irá se perder e isso vai afetar a utilidade de um personagem em combate. 

Por exemplo: sir Auron é um monk. Seus caminhos incluem muitas esferas de aumento de HP e ataque, assim como habilidades para enfraquecer o inimigo. Lulu é uma black mage, então se você vir um comando do tipo que baixa o poder de ataque do inimigo e um comando de aumentar o poder de mágica, claro que você irá seguir este segundo. Mas isso só funciona pros mais óbvios. Com quem aprender a habilidade Cheer, por exemplo (que aumenta a defesa dos aliados)? Com Sir Auron, com Tidus ou com Wakka? Aí fica mais complicado, não é? E olha que eu nem mencionei o peixe fora d’água que é Kimahri nessa dança das cadeiras em forma de tabela.
A maior vantagem da Sphere Board, além de não precisar estar em um nível diretamente pra aprender uma habilidade ou gozar de um atributo (por causa do sistema de adjacências), é que você aprender tudo com todo mundo. Uma black mage causando 99999 de dano em ataques físicos? Por que não?



PERSONAGENS



Aqui reside a alma deste excelente jogo. Pra começar a falar um pouco deles, preciso dizer que eu considero que FF 10 não tenha um, mas pelo menos três protagonistas. O primeiro, lógico, é o autor da frase que abre o jogo e o meu texto. O segundo personagem é Yuna: tudo gira em torno de seus Aeons e da peregrinação feita para alcançar o objetivo de derrotar Sin. O terceiro é Sir Auron. O monge de cabelos grisalhos e de poucas palavras é tão importante no desenrolar dos fatos que não tem como considerá-lo um personagem secundário. Os outros personagens, mesmo os que consideramos chatos (como Wakka e até o próprio Tidus) são tão bem construídos e fundamentados que exercem papel crucial no enredo mesmo assim. Darei mais detalhes sobre cada um deles a seguir, em ordem de aparição no game.


 TIDUS- é o jogador de Blitzball e pentelho de carteirinha. Sério, não precisamos de mais de duas horas de jogo pra desenvolvermos uma repulsão quase que instantânea a esse personagem. A voz dele é irritante e alguns dos momentos mais constrangedores do jogo com certeza envolvem esse cara que parece uma mistura de surfista com a Heather do Silent Hill 3.
Mas foi como eu disse: mesmo o chato de galochas do Tidus é tão sólido na trama que não conseguimos deixar de gostar dele. Eu gosto muito da narração dos fatos que ele faz, em primeira pessoa, com observações interessantes e bem soturnas sobre a forma como ele interpreta os eventos que ocorrem em Spira. Mesmo sendo um pentelho, um crybaby, Tidus consegue ser bem engraçado e tem seus momentos altos no jogo (fico me perguntando que tipo de Aeon seria obtido no templo de Macarena... quem jogou vai entender a piada).
Em combate, Tidus usa espadas de uma mão e sua especialidade são os monstros de pequeno porte e mais difíceis de acertar, dada sua alta taxa de Hit.
No Overdrive de Tidus você tem que acertar um ponto específico de uma linha para aumentar o dano, dentro de um limite de tempo. Mais ou menos como uma versão bastante simplificada do Limit Break de Squall no FF8.


RIKU- é a ladra do time. Ela é da etnia Al Bhed e filha de Cid, o líder dos Al Bhed e engenheiro responsável pela Airship que usamos.
Em combate, Riku é quase inútil. Ela tem habilidades voltadas ao roubo, barganha de itens e suborno de monstros. Mesmo sendo essencial no time (alguns dos melhores itens só se conseguem pela sua habilidade Master Chief), fica difícil encaixá-la nas batalhas mais difíceis (aquelas nas quais precisamos do maior poder de fogo possível pra vencer). Na segunda vez que você encontrar Riku, o seu talento especial com itens será um motivo de comemoração pela presença da pequena em seu grupo. Quem jogou sabe a que me refiro.
Riku tem fobia de trovões, usa garras para lutar e seu overdrive lhe dá a capacidade de combinar itens para potencializar seus efeitos. Por exemplo, ao combinar dois Bomb Fragments, Riku solta um ataque múltiplo de magias explosivas. Não chega a ser inútil, mas sabe como é: o forte dos ladrões é agir à surdina, e não nas linhas de frente. Sua especialidade em combate são os inimigos mecânicos, que se destroem com o uso do comando Steal.


WAKKA- assim como Tidus, o musculoso Wakka é um jogador de Blitzball. Ele tem um preconceito enorme contra os Al Bhed e tem uma queda por uma certa Black Mage de dotes indiscutíveis (se é que você me entende). Wakka é bem chatinho, por causa do seu jeito meio negão Rapper de ser. Mas ele tem muitos pontos altos na história, principalmente quando deixa suas idéias pré-concebidas de lado para se dedicar ao que realmente importa. Sendo um seguidor fiel de Yevon, Wakka é bastante intransigente e cabeça dura, mesmo que seu coração seja cheio de bondade. Em combate, Wakka luta com uma bola de Blitzball. Sua especialidade são os monstros voadores e, assim como Tidus, ele tem uma alta taxa de acerto.
O Overdrive de Wakka é um ataque com sua bola. Seu especial é bem variado, contando com quatro tipos que só podem ser conseguidos em campeonatos e torneios de Bliztball.


LULU- é impossível não se apaixonar por esta personagem logo na primeira vez que a vemos. Lulu é uma black mage de pavio curto, olhos vermelhos e enormes... bem, jogue o jogo (ou preste atenção à imagem na descrição dela) e veja por si mesmo. Lulu é como uma irmã para Yuna, e ela impõe muito respeito entre o grupo. Se alguém tem um comentário sagaz a dizer em momentos onde o time parece estar confuso e disperso, essa pessoa com certeza é Lulu. De fato, algumas das melhores cenas do jogo envolvem a frieza e sagacidade desta personagem. Falar de Lulu é até difícil. É uma daquelas personagens fictícias que parecem que sempre existiram, ou que deviam ter sido criadas há muito tempo, tamanha a sua credibilidade e solidez.

Lulu ataca com suas magias e com um tipo de boneco voodoo de alguns personagens da série Final Fantasy, como o Cactuar, Moomba (do FF8), o Moogle e até o Onion Knight, uma classe de trabalho presente em jogos mais antigos. O detalhe engraçado é que, dependendo do nível do feitiço lançado, o boneco de Lulu copia os seus gestos na hora de executar o feitiço.
O Overdrive de Lulu é o Fury, no qual podemos escolher uma de suas magias para soltá-las em sequência. Aparece uma barra e um contador de tempo. Para encher essa barra é preciso girar a alavanca analógica direita como um desesperado para ganhar níveis. Quanto mais níveis, mais vezes a magia escolhida será lançada. O problema com esse Overdrive é a mesquinhez e a sacanagem dos criadores: o dano das magias é cortado a mais ou menos um terço pra cada vez que é lançado, nos fazendo perguntar qual a utilidade de soltar vários feitiços se o dano é reduzido.
A especialidade de Lulu são os inimigos elementais.


KIMAHRI- esse personagem é uma espécie de homem-pantera. Ele faz parte da etnia Ronso. Kimahri é um caso bem especial no FF10, visto que ele não se encaixa na batalha do jogo. Não que ele não seja interessante. Longe disso. Kimahri tem seus 15 minutos de fama, e até rola uma cena hilária entre ele e Tidus. Na primeira vez que joguei, achei que ele era mudo, pois demora muito pra que ele demonstre que possui a capacidade da fala. Ele é muito fiel a Yuna e, quando fala, demonstra ter muito bom senso e perspicácia.
Falarei melhor disso no tópico Sistema, mas Kimahri não se encaixa muito bem nos caminhos da Sphere Board. Para quem não conhece as habilidades presentes na série, não é nada incomum se perder nos caminhos por não saber “qual é a dele” no sistema de evolução.
Kimahri é um Blue Mage, ou seja, tem a habilidade de copiar algumas habilidades dos inimigos e usá-las como Overdrive. Um recurso bastante escanteado, diga-se de passagem. Ele usa uma lança pra atacar, o que demonstra o quanto este personagem está deslocado no jogo com um todo, visto que ele não possui nenhuma habilidade de Lancer a ser aprendida. A especialidade de Kimahri em combate é... deu pra sacar o drama, não deu?


YUNA- a linda adolescente com jeitinho de gueixa e com 200% de fofusterona correndo em suas veias. Impossível não se apaixonar pela sua meiguice.
Como eu disse, Yuna é a segunda protagonista do game: tudo gira em torno dela. Se estivéssemos em uma aula de química, Yuna seria o núcleo do átomo e seus Guardians seriam os elétrons. Yuna é bem calma. Mesmo em momentos de tensão ela não levanta a voz e nunca se estressa com seus companheiros de equipe. Ela tem um senso de responsabilidade enorme, sendo a própria imagem do auto-sacrifício dentro do enredo. Não posso falar muito para não soltar spoiler a quem não jogou, mas a história de Yuna é bem bonita e inspiradora: em um dado momento do jogo, Yuna decide tomar as rédeas de seu destino e viver sem falsas esperanças. É impossível não reconhecer paralelos religiosos (ou da falta de religião) no enredo de FF10, mesmo que eu só tenha me dado conta disto nesta última jogada.

Yuna é linda, e com certeza cheira a perfume de rosas celestiais colhidas da própria Ygdrasil em sua época de maior fertilidade. Brincadeiras à parte, Yuna é um dos pilares da jogabilidade nas batalhas, visto que ela (além de ser uma White Mage) pode invocar summons para lhe auxiliar.
Sua arma é um típico cajado de mago, e sua especialidade são os inimigos grandes demais pra serem derrotados de uma vez só, ou os inimigos que soltam golpes que deixam status negativos (visto que os Aeons são imunes a todos os status do jogo, com exceção de Curse, que te impede de usar Overdrives).
Em seu Overdrive, o Grand Summon, Yuna pode escolher um Aeon para já vir com a barra de especial cheia. Isso significa que você pode soltar dois Overdrives em uma mesma batalha, se o Aeon conseguir sobreviver. Aqui eu faço uma crítica aos criadores pela preguiça: sendo Yuna a razão de ser do jogo, podiam ter elaborado um Overdrive mais impactante pra ela. Como exemplo eu posso dar o comando de boost do FF8 ou o recurso de ver a invocação mais incrementada, como no FF9.
A cena mais bela do game é a que Yuna dança para enviar os espíritos dos mortos em Kilika ao farplane. Aqui vai o vídeo. Se o Youtube me censurar, procurem assistir que vale a pena.




SIR AURON- você deve ter reparado que FF10, assim como o FF9, quebra a tradição dos personagens principais terem nome e sobrenome. Então, por que chamar o personagem acima de Sir Auron? Sir é um título, usado até os dias de hoje no Reino Unido para designar pessoas de alta honra. Esse título era muito usado entre cavaleiros da alta cúpula, na idade média. Mas a razão, aqui no Mais Um Blog de Games, é que chamar o personagem mais fodão de toda a saga Final Fantasy apenas de “Auron” é um crime cabível de pena de morte na Shadowlândia.
Certa vez eu estava vadiando no Facebook quando li um post com uma enquete sobre quem seria o personagem mais foda dessa série. Entre os candidatos estavam Sir Auron e um tal de Sephiroth. Eu comecei a rir antes de dar a minha óbvia resposta ao post.

Sir Auron é foda. Ele é o terceiro protagonista do game, e todas as decisões do grupo passam por ele antes de serem aprovadas, mesmo que inconscientemente. Não é exagero dizer que, sem este personagem a história do game não aconteceria, visto que ele faz o link entre a época atual e a de mil anos atrás. Ele conheceu o pai de Tidus e o de Yuna, o Highsummoner Lord Braska (aos summoners que conseguem derrotar Sin é dada esta alcunha). E por que Sir Auron é tão foda? Por tudo, a começar pela sua aparência: ele é um monge. Ele usa uma túnica vermelhar muito estilosa e luta com um dos braços amarrados, pra dentro do roupão (apesar de carregar uma espada tão pesada que muitos precisam usar os dois braços para levantá-la). Ele anda e luta com uma postura de guerreiro samurai e demonstra ter muito jogo de cintura para lidar com as mais diversas situações no enredo. Sir Auron consegue ser engraçado nos momentos apropriados; obstinado sem parecer um colegial pentelho e sério em grande parte do tempo, preferindo o silêncio a comentários desnecessários. Ele não é nem um pouco intransigente ou preconceituoso, sendo totalmente pragmático da ponta dos dedos do pé até a raiz dos cabelos grisalhos. Todas essas qualidades de liderança fazem dele o líder do bando eleito inconscientemente por todos.
Sir Auron é um monge. Ele usa uma espada pesada e sua especialidade são os monstros com carapaça ou com alto poder de defesa. Seu Overdrive é o Bushido, com quatro golpes variados.


SEYMOUR GUADO - Seymour é um mestiço de humano e da etnia Guado, uma espécie humanoide de seres bem altos e com os braços cumpridos. Eles são os tradicionais elfos, pra quem não sacou a jogada ainda. Seymour é um dos mestres de Yevon (como um sacerdote). Ele é bastante poderoso e, assim como Yuna, é um summoner. Ele possui uma voz, na dublagem americana, que me lembra muito o dublador do cavaleiro de bronze de Cisne, Ioga. Seymour não é controlável, infelizmente. Só podemos fazê-lo em um momento específico do game, durante o confronto entre Sin e os Crusaders em Mushroom Rock. Uma coisa que poucos sabem é que Seymour possui um Overdrive próprio, o Requiem. Se você deixá-lo atacar o bastante durante esta batalha dá pra executar o golpe, que é bem genérico por sinal.
Uma coisa que sempre me frustrou com esse personagem é um detalhe que tinha na capa do jogo pirata que eu comprei, ainda em 2005 para PS2. No verso havia imagens com os rostos de todos os personagens jogáveis do grupo. A carinha esquisita de Seymour (que parece ter saído de um campeonato pra ver quem exibia o cabelo mais fisicamente impraticável do mundo, junto com Sephiroth) estava lá. Então eu joguei o jogo inteiro na expectativa de poder trazê-lo para o meu grupo. Mas se você parar pra pensar (e ignorar um “pequeno” detalhe sobre Seymour) isso não faria o menor sentido, visto que dois summoners não teriam muito motivo pra peregrinar na mesma jornada.
Aqui vai um link do Réquiem pro caso de você não ter paciência de fazer pessoalmente:




JECHT - ele tem um nome putamente legal, e é o genitor que adora praticar bully contra sua própria prole. Jecht é o maior jogador de Blitzball de todos os tempos. Se você aprender técnica dele com Tidus, o Jecht Shot, você entenderá o porquê.
Na minha visão dos fatos, Jecht é o verdadeiro herói do jogo. É ele quem decide bolar um jeito de acabar com o ciclo de ressurreição de Sin de uma vez por todas. Jecht é um sobrevivente. Ele decide que o sofrimento dos summoners deve acabar e sempre consegue dar um jeito nas coisas.
Ele luta com uma espada de 20 metros de comprimento por 5 de largura e adora batalhas com rock pauleira tocando de fundo (entendedores entenderão). Seu Overdrive é o Ultimate Jecht Shot e sua especialidade em combate é fazer criancinhas de 6 anos de idades mostrarem os bebês chorões que realmente são.


AEONS


O Aeon de Lord Braska


Como já falei antes, não é à toa que os melhores Final Fantasies são os que envolvem os summons diretamente no enredo. As invocações são o que eu mais gosto nesta série, e em FF10 elas estão em sua melhor forma ever.
Pra começar, neste game os summons não aparecem, dão o seu showzinho e vão embora como nos outros jogos. Aqui, quando Yuna invoca, o aeon fica na batalha como um personagem jogável. Você controla todas as ações dele na luta, como atacar; defender; soltar magias. Eles só não podem usar itens. De resto, um aeon tem todas as funcionalidades de um personagem normal e ainda a vantagem de serem imunes a status (exceto Curse). Se você for um jogador esperto como eu, notará que aeons elementais já vêm de fábrica com uma magia de cura. Deu pra entender a que me refiro, não é mesmo?

Por um acaso a airship de vocês viaja na velocidade da luz?

As vantagens dos aeons não param por aí: ao encontrar a summoner Belgemine, uma mulher que lembra muito a princesa Leia do Star Wars, você terá o recurso de ensinar habilidades novas ao seu aeon, como a magia Haste, Cure ou comandos como Lancet (útil para encher o MP dos summons em batalha). Ao avançar, é possível até customizar diretamente os atributos deles, como força e etc. Seu Ifrit é lento pra caramba? Ensine a magia Haste e seja feliz disparando um Meteor Strike atrás do outro nos inimigos.
Os aeons, além de ataque normal possuem um ataque especial não elemental e um Overdrive (a invocação propriamente dita). Falarei mais deles a seguir, em ordem de aquisição.
Mas, antes de começar a detalhar os aeons, vale lembrar que para adquiri-los é preciso passar pelos Cloyster of Trials, uma espécie de sala do Jogos Mortais na qual temos que resolver enigmas baseados no uso de esferas. Sobre isso só jogando mesmo, até para não dar spoiler. Mas prepare o seu estoque de paciência para passar pelos desafios, principalmente no Templo de Bevelle. E nunca, mas nunca mesmo, saia de uma destas provações sem adquirir o item do baú acessado pela Destruction Sphere. Depois não diga que eu não avisei...

NOTA: os ataques especiais dos aeons são bem legais nesta versão, mas não se comparam com os de Final Fantasy 8 e 9.


VALEFOR - é um pássaro com seios, e seu nome é muito estiloso e sonoro. Valefor voa (claro) dificultando que monstros terrestres o acertem. Ele tem as quatro magias elementais e possui alta taxa de acerto. Valefor é muito útil nos momentos iniciais do jogo. Seu ataque normal é uma patada rasante na cabeça do inimigo, que faz um barulho bem legal quando acerta em critical. Seu ataque especial é o Sonic Wings, que atrasa o turno do inimigo. Seu Overdrive é o Energy Ray. Além deste, Valefor é o único aeon que possui um Overdrive extra, o Energy Blast, no qual a sua cabeça gira como a de uma coruja. Valefor é obtido no templo de Besaid.

Frase de Yuna ao invocá-lo pela primeira vez: “Por favor, lute conosco”.




IFRIT - o demônio do fogo que não poderia faltar na lista de summons de um FF que se preze (desculpe, Belias, mas fazer cosplay de Ifrit não te torna um summon diferente).
Ifrit está muito bonito nesta versão, com tatuagens espalhadas por todo o corpo, brincos e uma barriguinha sarada de quem não perde uma sessão de abdominais na academia dos espers. Ele é muito lento, mas bastante forte. Seu ataque normal é uma patada dupla, que nos dá uma sensação aproximada do peso do bichão. Seu ataque especial e não-elemental é o Meteor Strike, no qual ele joga uma bola de fogo muito impactante e fuderosa no inimigo que tem a propriedade de ignorar a defesa do inimigo. O Overdrive de Ifrit é o clássico Hellfire, com uma cereja de pedra pra dar uma graça maior ao bolo.
Ifrit é adquirido na ilha tropical de Kilica.

Frase de Yuna ao invocá-lo pela primeira vez: “Você vai... nos ajudar”?



IXION - a primeira vez que eu vi esse aeon eu fiquei um pouco assustado, pois ele me lembra muito um summon clássico da série, o Unicórnio (uma invocação inútil que só faz curar, se não estou enganado). Mas Ixion é um dos aeons mais morais da lista. Ele é um cavalo com um chifre em forma de lança, com atributo mágico de trovão. Ele é adquirido no templo de Djose, e seu ataque comum é um peido de arco-íris. Quer ver?




Brincadeirinha. O ataque normal de Ixion é uma chifrada. Seu ataque especial é o Aerospark, um ataque com discos de energia que anulam melhorias de status. Ele tem magias de trovão e de suporte. Seu Overdrive é o Martelo de Thor (sim, traduzi pois o nome em português é mais legal). O que eu mais gosto em Ixion é o charminho que ele faz pra sair do portal que Yuna usa para chamá-lo. Ixion é bem rápido, tem ataque mediano e uma boa taxa de esquiva.

Frase de Yuna ao invocá-lo pela primeira vez: “Prazer em te conhecer. Meu nome é Yuna”. (uota réu! Só faltava ela pedir pra adicionar ele no Face...)




SHIVA - a dama do gelo. Shiva é uma diva. É impossível não gostar desta personagem. Ela parece uma dançarina do ventre, e tem algumas partes de seu corpo cobertas por camadas de gelo. Shiva tem um olhar bastante sombrio, por causa de seus olhos azuis-escuros. Pegamos ela (no bom sentido) no templo de Macalania. Seu ataque normal é um chute lateral estiloso pra caramba. Seu ataque especial é o Heavenly Strike, uma estalactite gigante de gelo que cai na cabeça do inimigo e causa o status Threaten. Ela possui magias de gelo e magias de defesa ígnea.
Seu Overdrive é o Diamond Dust, que é muito bonito mas praticamente igual a sua versão do FF8, infelizmente sem todo o impacto contido na oitava versão. Colocarei o link para que você julgue por conta própria.

Frase de Yuna ao invocá-la pela primeira vez: “Por favor, nos ajude”.






BAHAMUT - um dos melhores aeons do jogo. É adquirido depois do tormento do labirinto tecnológico de Bevelle. Se você prestou bastante atenção, o faith que se comunica com Tidus durante todo o jogo possui uma roda nas costas, igual a este aeon. Tire suas conclusões.
Neste jogo, Bahamut tem um visual muito legal, lembrando uma entidade egípcia de alto nível. Se você assistiu ao filme Advent Children deve ter percebido que o mesmo visual foi aproveitado em uma das melhores cenas já feitas em um filme de animação. Caso não, aqui vai o link do vídeo.



Essa cena é muito foda, não é mesmo? Mas, continuando: no FF10 ele me lembra muito o Alien, por causa da sua estrutura e da sua cauda. Seu ataque normal é uma palmadinha capaz de educar até o mais peralta dos monstros. Seu ataque especial é o Impulse, uma explosão de quatro bolas de energia que tem a simples propriedade de ser muito foda e acertar em todos os inimigos na tela. Seu orverdrive é o Megaflare, que eu achei bem fraquinho se comparado ao Megaflare das outras versões (o efeito da explosão é muito esquisito, parecendo uns bolores de mofo misturado com algodão e nuvens...). Bahamut possui as quatro magias elementais em suas versões mais fortes (aga). Ele é um aeon de alto nível, sendo bastante avacalhado em todos os atributos (muito forte, medianamente rápido, alta defesa, alta defesa mágica, alto evade...).

Frase de Yuna ao invocá-lo pela primeira vez: “minha... nossa”! (kkkkkkkkkk)




YOJIMBO - é um samurai, e seu nome significa algo como guarda-costas, ou mercenário, em japonês. Yojimbo é fodástico. Ele é estilo puro, sendo muito forte em todos os aspectos (exceto quantidade de HP). Tem uma historinha envolvendo esse aeon. A estátua que guarda o aeon Yojimbo foi roubada de seu templo original e colocada na caverna próximo a Calm Lands para evitar danos maiores aos summoners (pra não soltar spoilers). Yojimbo era um crusader, e ele possui quatro ataques apenas e nenhuma magia. Apesar disso, Yojimbo é o personagem mais forte de todo o jogo.

Ele é um mercenário. Para que ele ataque, Yuna deve molhar a mão do canalha com alguma quantia em dinheiro. Se você der 0 de Gil ele vai embora. Quanto mais dinheiro você der, "melhor" pode ser o golpe utilizado (o motivo das aspas é que impera a aleatoriedade no padrão de ataque deste aeon. Eu acho isso errado. As quantias deviam ser fixas). No golpe Daigoro, Yojimbo manda seu fiel companheiro (um tipo de cachorro-monstro gordo pra caramba) atacar em seu lugar. No Kozuka, ele ataca com uma adagas de Naruto. No Wakizashi, o mais legal, Yojimbo dá uma cortada no ar que acerta todos os oponentes. Seu último golpe, o insuperável Zanmato, Yojimbo executa o que seria o seu Overdrive, e CORTA QUAISQUER OPONENTES NA BATALHA AO MEIO. Isso mesmo que você pensou: pode ser chefe, dark aeon ou aqueles monstros avacalhados da Monster Arena: Yojimbo não faz distinção de credo, raça ou cor e passa a faca em quem estiver em seu caminho.
O problema é que todos esses golpes são aleatórios, então não se surpreenda em pagar a soma de 1,000,000,000 de Gil e assistir Yojimbo executar um simples Wakizashi.
E, se a palavra Odin surgiu na sua cabeça na primeira vez que eu falei a palavra cortar, é um sinal de que você é um fã das antigas de Final Fantasy.

Frase de Yuna ao invocá-lo pela primeira vez: “Por favor, abra o caminho para nós...” (na base da faca, se for preciso).



 ANIMA - lembram quando eu disse que estava preparando um artigo sobre os summons que eu mais gostava? A razão de ser desse artigo perdido, entre outras, é a existência de summons negros como Anima, Diablos, Zalera e Leech.
Anima é o summon mais foda de todos os tempos e de todas as realidades alternativas já lançado nessa série. Ela parece uma planta carnívora que engoliu o personagem Mukuro, do fighting game The Last Blade 2. A cena na qual nos é apresentada Anima é, com certeza, a cena mais legal de todo o jogo. E em HD o negócio ficou ainda melhor do que já era. Aqui vai o vídeo:






Sério, da primeira vez que eu vi essa cena meu * quase caiu da bunda, de tanta estupefação. Se você adora coisas como trevas e demônios e regiões abissais malégnas das profundezas das trevas, deve ter uma boa noção do impacto que esse tipo de cena causa em mim.
Anima tem uma ligação bastante forte com Seymour (chame ela na última parte do jogo, dentro de Sin, para ativar um diálogo único entre ela e Seymour). Ao meu ver, ela é o aeon mais forte do jogo, e o mais útil também. Agilidade não é o seu forte, algo que contrasta muito com a CG na cidade de Luca (licença poética pra não estragar a melhor cena do jogo), mas nada que a magia haste e umas speed spheres não resolvam. 

"Você faz parte de mim, e eu faço parte de você Shadow"...


De resto, Anima é perfeita em tudo: possui uma das mais altas taxas de ataque, evade, magick power e hit entre todos os aeons. Seu ataque normal é uma variação sem graça do Pain, o ataque usado na CG que ela solta pra arregaçar a tudo e a todos e tudo governar.
Este ataque tem um efeito muito lindo, e é o golpe mais estiloso e charmoso de todos. Ela solta uma onda cinética de seu olho (que sangra) e acerta um alvo. Pain causa o status death, ou seja: se o inimigo não for imune a este status, Pain causa morte sem querer saber do HP do alvo. Anima tem quase todas as magias do jogo, e algumas habilidades também.
Em seu Overdrive, o Oblivion, ela mostra a sua verdadeira essência: Anima, na psicologia, é a parte feminina da nossa psique. Essa é a parte de cima, a que podemos ver. Durante o Oblivion, o inimigo é absorvido pelo chão e nos é revelada a parte de baixo do aeon, Animus, a parte masculina que parece um samurai velho de cabelos grisalhos. Ele arrebenta as correntes que prendem seus punhos e... veja por si mesmo.



Esse Overdrive é o golpe que causa mais dano em todo o jogo, ultrapassando com facilidade o limite de 99999 de dano e alcançado a casa dos milhões (pode acreditar).
Anima é adquirida no templo de Baaj, aquele no qual Tidus é quase engolido por um peixe gigante logo no começo do jogo.

Frase de Yuna ao invocá-lo (a) pela primeira vez: “Eu dividirei a sua dor com você” (mah, oêêê! Você está certa disso?)


MAGUS SISTERS - esse aeon faz parte da já antiga tradição instaurada por FF7, a de summons espalhafatosos que demoram bastante, tanto pra entrar em cena quanto para executar seus ataques especiais (Bahamut Zero; Eden; Ark; Zodiark...). Se você jogou FF4, deve lembrar que elas eram um chefe que enfrentávamos para pegar um dos cristais dos elementos. E um chefe bem chatinho, diga-se de passagem.
No FF10, há certos pré-requisitos que devem ser cumpridos para poder adquirir esse aeon secreto. Nada absurdo, mas envolvem alguns eventos missable que podem frustrar bastante quem não conhece um jogo (nada de tão sério, visto que FF10 é um jogo que dificilmente você vai querer jogar apenas uma vez).

Esse aeon é bastante esquisito. Ele é composto por três irmãs (Cindy, Mindy e Sandy), que gostam de fazer cosplay de insetos em suas horas vagas. Cada uma delas é responsável por um tipo de estratégia. Por exemplo: a gordinha solta Reflect na magra mais alta e depois alguma delas lança uma black magick na que está com Reflect, causando dano dobrado no inimigo.
Assim como Yojimbo, não tem como escolher diretamente o que elas vão fazer no combate. Você tem a sua escolha opções do tipo “dê o melhor de si”, ou “ajude um aliado”, e só lhe resta torcer para escolher a opção que mais combina com a personagem em questão. Caso erre a tática, elas ficam descansando e passam a vez de agir.
O Overdrive de Magus Sisters demanda que AS TRÊS BARRAS DE OVERDRIVE DAS TRÊS PERSONAGENS ESTEJAM CHEIAS, então o comando Entrust e o Overdrive Grand Summon de Yuna são mais do que necessários neste caso. O especial é o Delta Attack, bastante demorado e bonito, causando um dano monstruoso se você estiver com altos níveis de magick attack com Yuna. Se você for um fã dos melhores RPGs que a Square lançou, vai se lembrar que Delta Attack é uma técnica tripla do eterno Crono Trigger, que envolvia Crono, Luca e Frog.
Magus Sisters pode ser obtido no Remien Temple, em Calm Lands.

Frase de Yuna ao invocá-las pela primeira vez: “Nós precisamos de toda a sua ajuda”. (eu sei que a tradução acima é a correta, mas acho que ficaria mais legal se a frase fosse “nós precisamos da ajuda de TODAS as três”.).





Se você duvida que Delta Attack é retirado de Chrono Trigger, aqui vai o vídeo pra você parar de discordar do soberano da Shadowlândia:




-Shadow Geisel: o aeon mais forte e apelão de todos. Encontrado no estado de Pernambuco, Brasil. A origem do seu nome é tão estúpida que muitos se recusam a aceitá-la: Geisel vem do anime Super Onze, que era exibido na rede TV até certo tempo atrás (devido a sua paixão por personagens que utilizem poder de gelo) e Shadow, porque a palavra Shadow é muito legal e sonora (menos quando estamos falando de ouriços com pistolas nas mãos).
Para ter acesso a ele, basta você entrar no endereço maisumblodegame.blogspot.com.com.br e esperar 17 ciclos lunares para que ele consiga, finalmente, escrever um post por completo.
Seu ataque normal é o Mimimi de Fim de Texto, no qual ele detalha as agruras de manter um blog no ar e não ter conseguido enriquecer com isso. Seu Overdrive é o Review Supremo de 99.999 Laudas, no qual ele tentar matar seus oponentes com vários status do tipo slow, poison, boringness e etc.

 Frase de Yuna ao invocá-las pela primeira vez: “Obrigado por existir, Shadow. E obrigado por me chamar de gueixa condescendente que virou uma puta no Final Fantasy 10/2”.


BLITZBALL, UM CAPÍTULO À PARTE EM FINAL FANTASY 10

O nome dessa cidade seria uma homenagem à amiga de Crono? Quem sabe...


Os jogos de Final Fantasy ficaram famosos por causa de FF7 e seus diversos minigames espalhados durante a jornada do jogo. Mais à frente, estes minigames eram compilados no parque de diversões flutuante conhecido como Gold Saucer, um dos lugares mais divertidos e com coisas pra fazer que já foi criado em um game. No FF7 tinha um minigame com um submarino; minigame de moto; de boxe; corrida de Chocobos entre outros. Final Fantasy 8 reduziu para apenas um o leque de possibilidades de minigames com o excelente Triple Triad, que contava com uma das músicas mais divertidas que já foram feitas para este tipo de atividade paralela. O eterno minigame de cartas foi copiado no Final Fantasy 9, perdendo dois terços de sua graça e utilidade no sistema daquele jogo.

Pose de bonzão. Mas fica só na pose mesmo.


No Final Fantasy 10, um novo minigame (totalmente original) foi criado e, se você selecionou o comando New Game e assistiu à belíssima introdução do jogo, já sabe do que se trata o Blitzball: uma espécie de futebol americano jogado embaixo d’água.

Tidus, assim como seu velho, é um renomado jogador deste esporte, um tipo de Neimar das piscinas. Durante uns bons bocados do enredo, todo um hype se cria em torno de Tidus e da sua capacidade como jogador, assim como a possibilidade dos fracassados Auroch’s Champions (não sei se o nome é exatamente este mas, pesquisando na Wikipedia, descobri que auroque é uma espécie de bovino) ganharem ao menos uma partida (pela primeira vez) com a presença do jogador-estrela no time.
Quando temos acesso ao minigame, durante os eventos de Luca, descobrimos que não é assim que a banda toca na real. Tidus é um fracote de marca maior. Ele vem no nível 2 e sem nenhuma técnica. Wakka, o capitão do time, é um total fracasso, com baixos status de ataque e bloqueio (mesmo estando no nível 3). Aliás, explicar o sistema do Blitzball é algo deveras chato e complicado. Se quiser mais detalhes, assista a um vídeo ou jogue o jogo.

"Mas que goleiro mais esquisito. Será que é novato? Deve jogar pela seleção da Atlântida"...


No enredo, há um paralelo entre o Blitzball da Spira de mil anos atrás e a religião de Yevon (Tidus percebe que a comemoração de gol no seu mundo é a mesma saudação com que os seguidores de Yevon se cumprimentam entre si durante o jogo).
Logo na primeira partida já dá pra ter uma noção de que as coisas não serão nada fáceis e divertidas quando se fala desse esporte no jogo. Tidus e Wakka, apesar de sua experiência, são bastante fracos no início e os oponentes em geral estão vários níveis acima dos jogadores do seu time. Há um sistema idiota de contratar jogadores, falando com npcs usando o botão quadrado. Na prática só sobra o lixo pra você, com alguns times mais fortes chegando ao absurdo de comprar o passe de alguns jogadores por mais de 30 partidas.
Nem se empenhe ou se preocupe em vencer a partida de estreia em Luca. Eu acho que nem é possível, a menos que você se utilize de algum dispositivo de trapaça como Game Shark.

O problema do Blitzball é que ele é muito mal-incentivado pelos criadores e pelo próprio sistema do jogo. Eu detestei tanto esse minigame que só vim jogá-lo na quinta vez que terminei o jogo, conseguindo o incrível placar de 13 X 0 contra um time que nem me recordo em um dos meus melhores momentos (e sem a habilidade canivete suíço de Tidus, o Jecht Shot).
É difícil encontrar jogadores bons para contratar. Os atributos dos jogadores são bem chatinhos de compreender, exigindo um pouco de leitura para começar a ter noção de como se joga (coisa que falta aqui e que deve ser ingrediente essencial em todo minigame bom, que é a simplicidade e a intuitividade).
A impressão que fica, infelizmente, é a de que os criadores colocaram o minigame lá mas não esperavam que ninguém gostasse dele (total oposto do jogo de cartas do FF8).

Vivaaaaa! O bunda mole supremo chegou!


Mas por incrível que pareça, é possível gostar do Blitzball e até, vejam só, SE DIVERTIR COM ELE.
E é bom que você se acostume a essa ideia, se quiser destravar os outros Overdrives de Wakka, ganhar a sua melhor arma e os itens necessários para a fabricação dela.
Como sou muito generoso, darei algumas dicas rápidas para que você passe por este transtorno chamado Blitzball sem muito danos a seus tecidos cerebrais:

Três contra um é sacanagem


-escolha, apertando o botão triângulo, o modo Manual de movimentação;

-pode parecer algo tolo de se dizer, mas apertando o botão quadrado com um jogador de posse da bola, é possível escolher a sua ação (passar, chutar) antecipadamente às investidas inimigas;

-os atributos que importam são: shoot, pass e endurance para artilheiros e catch para goleiros. Ignore todo o resto;

-APRENDA, NO NAVIO PARA KILIKA, O JECHT SHOT. Mais uma vez: NÃO PASSE DESSA PARTE DO JOGO SEM APRENDER O JECHT SHOT COM TIDUS. Se você odiou o Blitzball e quer passar por ele apenas pelas recompensas obrigatórias, essa técnica é fundamental para facilitar a sua vida;

-marque os personagens com maior valor de shoot. Além de dificultar a vida deles na hora de tentar fazer gol, marcando você tem a chance de aprender técnicas de outros jogadores (apertando o botão xis na hora que a palavra “techcopy” aparece no topo da tela);

-lembre-se: Blitzball pode ser chato mas não tem nada a ver com a banda dos anos 80, Blitz (graças a Yevon).

Infelizmente, os criadores acharam legal a ideia de te obrigar a jogar centenas partidas do minigame pra poder fabricar a Celestial Weapon de Wakka.
Acho que a única coisa que eu acho realmente legal no Blitzball, além do fato de que os personagens não morrem afogados no campo (e nem em outras partes com água do jogo), é o irrelevante detalhe de que o nosso save point é uma miniatura de uma arena desse esporte.


DESAFIOS ABSURDOS DE FINAL FANTASY 10

Haja paciência


Existem dois tipos de jogadores desse jogo: aqueles que completaram o jogo até mais de uma vez (aproximadamente 98,9%) e aqueles que completaram o jogo e todos os desafios escabrosos que tem pra se fazer nele (o resto dos %. Sou péssimo em exatas).
Isso porque, depois que pegamos a airship é que o bicho vai pegar pro lado do jogador.

No jogo existem as Celestial Weapons, armas definitivas para cada um dos sete personagens jogáveis. Algumas são até fáceis de se obter, como a Masamune de Auron ou a Nirvana de Yuna. O problema é que essas armas vêm com seu potencial bloqueado. Para destravar as habilidades (como Break Damage Limit ou Triple Overdrive) é necessário ter o Celestial Mirror (adquirido em Remien Temple) e mais dois itens: um crest e um sigil, associados aos planetas do sistema solar e exclusivos para cada um. Lembra do que eu falei sobre a obrigação de jogar Blitzball? O Jupiter Sigil, necessário para maximizar a World Champion de Wakka, é um prêmio aleatório de um dos campeonatos do jogo (a chance dele aparecer varia de acordo com o número e partidas que você ganhou... sad but true.)
Nesse mesmo esquema, alguns dos desafios mais absurdos e intransigentes que eu já vi em um videogame estão presentes em Final Fantasy 10. abaixo, uma longa lista com os piores pesadelos que um jogador de RPG pode ter em sua carreira.


-A CORRIDA DE CHOCOBOS EM CALM LANDS: pra montar em um chocobo é preciso, antes, treiná-lo. Treinar um chocobo é fácil, visto que o maior problema destas aves selvagens é a sua tendência em não correr em linha reta. Alguns desafios, como pegar balões, fazer um percurso o mais rápido possível e desviar de gaivotas serão colocados pra você durante o treinamento.
O problema é que, no último desafio, todos esses obstáculos serão colocados ao mesmo tempo durante o percurso que compreende a entrada sul de Calm Lands e passa pela saída, ao norte.

De longe, esse desafio é o pior de todos no jogo. Consegui completá-lo duas vezes: a primeira, com QUATRO HORAS SEGUIDAS TENTANDO (bons tempos de vagabundo aqueles...), no PS2. A segunda agora, no PS3, com a metade desse tempo.
O problema desse desafio é que ele é muito à frente de seu tempo, sendo imune a vídeos de Youtube, guias estratégicos e qualquer outro tipo de trapaça que você possa sonhar em usar (exceto a do Game Shark). Não adianta ver outras pessoas fazendo. Não adianta contar com a sorte. Só tem três coisas que podem te ajudar a completar este desafio (que consiste em chegar em primeiro com um tempo de 0:00:00 no final. Terminar uma corrida antes mesmo de começar?

Esse aqui deu a sorte de começar no lado certo


Que loucura é essa, você me pergunta. Calma que eu chego lá). Uma delas é a prática. PRATIQUE, PRATIQUE E PRATIQUE UM POUCO MAIS, até conseguir pegar a manha de controlar o chocobo e se ligar em certos detalhes que vão te ajudar. A segunda é: RESPIRE FUNDO E TENHA MUITA, MAS MUITA PACIÊNCIA MESMO. Não vale a pena arremessar um controle em uma TV full HD de R$800,00 por causa de um jogo apenas. E a terceira é: NÃO DESISTA. FF10 tem desafios absurdos sim, mas as recompensas (na maioria dos casos) valem a pena. E a sensação de alcançar o impossível é muito recompensadora.

Nesta corrida, contra apenas um competidor, acontece o seguinte: no caminho estarão alguns balões vermelhos que você tem que pegar. Cada balão desses diminui 3 segundos o seu tempo total (sacou agora como é possível chegar com o tempo zerado?). mas há três problemas quanto a isso: o primeiro é que a disposição (e acho que a quantidade também) deles é randômica. Se você der o azar de largar mais longe dos balões que seu oponente, prepare-se pra reiniciar a corrida e começar do zero. SQN. Eu esqueci de mencionar que, caso as coisas dêem terrivelmente erradas logo de cara, NÃO HÁ UM MALDITO COMANDO DE RETRY NA PAUSA? Bem, acho que a palavra “absurdo” no título explica muita coisa. Ou seja: se você perder muitos balões logo na largada, terá que esperar a corrida acabar pra poder tentar de novo. Legal, não?

Por isso que eu adoro FPS: nada que um tiro de shotgun na cara dessa vadia não resolvesse...



O segundo e terceiro problemas são as gaivotas do inferno que vão tentar te acertar no meio do caminho. Elas parecem estar no cio e vêm pra cima de você quase que sem trégua. Nesta última tentativa, cheguei ao absurdo de ser atingido por CINCO gaivotas consecutivamente. Um combo de dar inveja a alguns lutadores do Street Fighter 4.
Quando um desses pássaros te atinge, leva cerca de três segundos pra você se recuperar e voltar a correr. O problema é que, a cada acerto no seu chocobo com labirintite, uma penalidade de 3 segundos é adicionada ao seu tempo. Deu pra sentir o drama? Pois é.
Como recompensa pelo milagre do 0:00:00 (você ficaria surpreso com a quantidade de vezes que eu consegui o maldito placar de 0:00:04 segundos...) você ganha o segundo item pra fazer a arma de Tidus e um troféu mais que merecido, caso seja a versão remasterizada em HD.


-ESQUIVA DE TROVÕES: esse desafio eu só fiz uma vez, agora na última vez que joguei. Ele consiste em esquivar de 200 trovões em Thunder Plains, aquele lugar fantasmagórico que fica caindo raios sem parar que Riku adora.
O problema deste desafio reside em alguns detalhes: os trovões caem muito rápido, depois que o brilho do relâmpago aparece; não há nenhum tipo de marcador na tela pra te dar uma noção de quantos trovões você conseguiu esquivar; SE VOCÊ FOR ATINGIDO POR UM MÍSERO TROVÃO, A CONTAGEM COMEÇA DO ZERO.

Maaaaaaaaaaaaaaas, por incrível que pareça, esse desafio é mil vezes mais fácil que a maldita corrida de chocobos de Calm Lands (a sua calma vai pro espaço neste momento, acredite). Primeiro porque, diferentemente da corrida, a esquiva de trovões é um desafio trapaceável. Há vários vídeos no Youtube ensinando técnicas que podem te ajudar a completar, que se resumem basicamente a repetir um mesmo trajeto curto para poder sempre saber em que ponto do cenário você vai estar quando o trovão cair. Segundo porque não depende de sorte ou do bom humor do sistema do jogo.
Abaixo, dicas rápidas pra quem aceitar o desafio:

Riku não deu ouvido as minhas dicas


-tenha uma arma com a habilidade de evitar encontros com monstros (batalhas). Nem tente começar a fazer sem um item destes. O barulho de vidro quebrando (quando a batalha começa) e a imprevisibilidade de não saber se você está diante de uma batalha ou de um relâmpago COM CERTEZA vão tirar a sua concentração;

-falando em concentração, pra completar esse desafio você vai precisar de muita dela. Como não há um marcador na tela, você vai ter que anotar quantos trovões já esquivou. A dica é: dê pausa depois que Tidus dá um pulo após esquivar do trovão e anote de 20 em 20 trovões. Isso vai garantir que você pegue prática, mantenha o ritmo e não corra o risco de perdê-lo por ter que pausar o jogo muitas vezes. Depois que tirar a pausa é só voltar ao trajeto pré-determinado;

-não se intimide. Este desafio, como eu já disse, é bem mais fácil do que parece. Não demanda habilidade, e sim paciência e concentração. Tenha em mente que você pode apertar o botão xis até com uma certa dose de antecipação que Tidus ainda vai esquivar, então não fique nervoso.

Eu consegui completar em 30 minutos, com uma hora de tentativa. Tá vendo como é muito mais light que a corrida? E a sensação de passar por cima de mais uma tarefa que você julgava impossível vai ter dar uma sensação maravilhosa do quão você é capaz de superar o impossível.
A recompensa para este desafio, além de um troféu pipocando na sua tela, é o item para a arma de Lulu.


-CAÇA DE BORBOLETAS EM MACALANIA WOODS: na labiríntica floresta de Macalania há um carinha com cabeça de periquito que vai te propor um desafio: capturar 14 borboletas raras de asas azuis em duas telas distintas (sete em cada). Você terá um tempo pra completar. Mas há alguns complicadores: as borboletas não param quietas, e às vezes chegam a voar em um ângulo que não dá pra capturá-las. Falando em ângulo, essa parte tem uma péssima noção 3D na área. Você nunca sabe direito se está se afastando ou chegando perto de algumas borboletas nos trechos mais complicados; no cenário há muitas borboletas de asas vermelhas. Elas são agourentas e chamam uma batalha inevitável (mesmo com armas do tipo Peaceful). O tempo congela na batalha, mas Tidus demora tanto na animação de pegar a borboleta que acaba gastando preciosos 3 segundos do seu tempo (sim, eu contei). Pegar mais de duas borboletas é fracasso na certa. O pior está em um pequeno detalhe: se você errar as borboletas não reaparecem (acho que numa tentativa de evitar fraudes), te obrigando a entrar e sair da tela (e aguentar um load).

Nem de longe este é o desafio absurdo mais difícil do jogo. Mas fica a dica: quando você completar as sete borboletas de uma área, não siga o impulso de passar para a próxima tela. Pare um pouco, respire e volte à procura do baú com a recompensa. No segundo baú está o item para completar a arma de Kimahri. Sem troféus aqui.


-corrida de chocobos no Remiem Temple: este desafio é condicional. Se você não quiser completar a lista de troféus, nem é preciso vencer este aqui. Mesmo que você não abra muitos baús no percurso, vencendo a sua primeira recompensa será o Celestial Mirror, necessário para energizar as Celestial Weapons em Macalania Woods. De fato, este desafio nem pode ser considerado absurdo. Ele é apenas intransigente, visto que para ganhar o troféu associado a ele você precisa abrir 5 arcas durante a corrida e ainda chegar em primeiro. O problema é que, mesmo assistindo a vídeos e decorando pra onde ir (nem perca seu tempo dando murro em ponta de faca. Não perca mesmo. Procure um vídeo no Youtube e seja feliz. Final Fantasy 10 já te fez sofrer demais até aqui), há um componente de sorte (e boa vontade do jogo em não trapacear) depois que você abre o último baú. Algumas tentativas e em meia hora dá pra conseguir sem muita dor de cabeça.


-esconde-esconde dos Cactuar: no deserto de Sanubia há uma tempestade de areia bloqueando o acesso a uma área. É um mecanismo de defesa de uma tribo de Cactuar para defender a sua vila (uma merda de um lugar vazio cheio de cactus...).
Para desativar essa Ancient Magick de altíssima complexidade, é necessário achar 9 cactuars espalhados pelo deserto (alguns não estão no deserto, vou logo avisando) e coletar uma esfera de cada um. Pra coletar, é preciso enfrentar os pestinhas em uma batalha de esconde-esconde, na qual é preciso chegar perto deles sem que eles te vejam. Há um tempo curto e se ele te vir, você ainda terá mais duas chances pra acertar. Alguns são bem chatinhos de vencer. E a boa notícia é que, mesmo perdendo, eles vão te dar uma esfera (a esfera Del Perdedor). Use as nove esferas na estátua de Cactuar que fica perto da tempestade e você terá acesso à área com baús, contendo alguns itens de utilidade duvidosa e o item necessário para completar a God Hand de Riku.

Eu completei todos sem errar, e não muda em nada na qualidade dos itens adquiridos ao terminar o desafio. Então não perca seu tempo: aproveite essa colher de chá dada pela Square e seja feliz sem frustrações, sendo que o mais trabalhoso neste minigame é ter que voltar de esfera em esfera (Tidus só leva uma por vez) pra colocar na estátua.


-monster arena, dark aeons e Penance: a Monster Arena é uma tenda em Calm Lands. Falando com um velhinho ele te disponibilizará armas com a habilidade Capture, que serve para capturar um monstro derrotado por meio de ataques físicos. Alguns dos mais difíceis e melhores itens do jogo são presenteados quando você captura determinadas quantidades e espécies de monstros. As armas de Yuna e Sir Auron, por exemplo, só podem ser completadas com este recurso.
Quando você completa determinadas áreas ou espécies de monstros (tipo, todos os tipos de Flan) o velhinho da arena vai fazer um monstro especial, super forte, que geralmente possui atributos avacalhados e que vai te matar com um golpe só. A vantagem maior da Monster Arena é poder pagar pra enfrentar um monstro específico, caso você precise de um item (como as armas com No Encouter, dropadas pelo monstro Wraith). Na Monster Arena, todos os chefes do jogo são representados em suas formas mais apelonas, causando danos violentos e status dos mais variados tipos.

Você pulou 200 trovões por essa belezura? Eu também pulei e pularia mais 200...


Já os Dark Aeons são exclusivos da versão internacional do jogo. Como eu nunca joguei outra versão que não esta, não sei como é o lindo mundo de Spira sem essas pragas da natureza desses summons negros. Os Dark Aeons são aquelas versões possuídas por Yu Yevon na batalha final, só que com todos os ataques causando o dano máximo (99.999) e com alguns status e golpes exclusivos. Eles são liberados de seu sono milenar depois que você adquire a airship de Cid (viu, atual Square-Enix? Final Fantasy de verdade tem chocobos, airships e Cid na receita do bolo).
Dark Valefor pode ser encontrado voltando a Besaid, no portão de entrada. Dark Ifrit está armando uma tocaia no deserto de Sanubia. Dark Ixion, como não podia deixar de ser, se encontra em Thunder Plains, sendo que ele possui a magia exclusiva Thundaja, que causa dano não-elemental (WTF? Como assim?). Dark Shiva é preguiçosa e resolveu não sair de casa, podendo ser encontrada na porta do templo congelado de Macalania. Dark Bahamut está no templo de Zanarkand e, para completar a arma de Tidus, Calabdog (eita nomezinho...), você vai ter que passar por ele de qualquer jeito. Dark Yojimbo é mercenário, mas não é andarilho, preferindo esperar por você na Caverna do Faith Roubado mesmo. Dark Anima está esfriando as correntes na Montanha de Gagazet, e é um dos mais difíceis do jogo. Dark Magus Sisters espera por você em Mushroom Rock, pra brincar de pega-pega. Já Dark Shadow Geisel só pode ser encontrado de ano em ano, em novembro, quando o Mais Um Blog de Games faz aniversário.

Dark Shadow Geisel carregando mais um ataque...


Vale lembrar que os Dark Aeons não são imunes ao Overdrive Zanmato de Yojimbo (claro que esta regra não vale para Dark Shadow Geisel, visto que este domina a técnica da Defesa com a Mão Nua, ensinada pelo Mestre Ancião dos Cinco Picos Antigos). Então a estratégia, pra quem está com um pouco de pressa ou é um cagão covarde, é encher a barra de especial de Yuna, juntar uma alta quantia de Gil (geralmente um milhão é suficiente) e cruzar os dedos para que o Ronin esteja de bom humor na ocasião.

Penance é um chefe secreto que pode ser enfrentado no topo da airship. Eu não me lembro dos requisitos para habilitá-lo, mas confesso que nunca nem cheguei a ver esse chefe no jogo. É que derrotar um inimigo deste naipe com o Zanmato é covardia grande demais, e tira a graça do desafio. E, pra vencê-lo, é preciso estar com os atributos de ataque e magia em 255, o máximo. E só Quetzalcoatl sabe o trabalho que dá pra alcançar isso nesse jogo (acredite: a Sphere Board que você vê, quando maximiza a tela, é só o começo).


Considerações finais do meu review supremo de Final Fantasy 10



Geralmente, quando eu vou escrever um texto, eu sigo anotando, durante a jogada, todos os tópicos que eu ache relevantes para a construção do artigo. Isto tem funcionado muito bem, e até me ajuda em trabalhos de faculdade, só pra citar um exemplo. Construir um texto a partir de tópicos ajuda a manter e organizar uma estrutura na minha cabeça, já que o meu forte não é a memória provisória.

Com este Review Supremo em especial, um dos mais importantes para mim por se tratar de um dos jogos que mais marcaram minha trajetória, eu decidi que aproveitaria 100% de todas as anotações que fiz durante esta última jogada, assim como detalhes que sempre estiveram na minha cabeça desde que comecei a jogar este jogo, em 2005. isto significa que tudo que você leu é o mais puro extrato, só que mais bem elaborado e estendido, da minha experiência direta com Final Fantasy 10. E este texto, assim como o do Kingdom Hearts (que virá nos próximos meses), é uma das razões que me fizeram criar este blog.

Final Fantasy é o melhor RPG já desenvolvido pela Square, em minha opinião. O fato da recente Square-Enix só ter dado bola fora nesse últimos anos e lançar um trabalho quase perfeito de remasterização com um game excelente só pode ser considerado um presente dos deuses. Sem sombra de dúvidas, essa foi a melhor ideia que essa empresa teve desde que começou a só fazer merda com o nome da franquia.
Jogar Final Fantasy 10 com gráficos atualizados para a alta definição, com um sistema de troféus e algumas mudanças pra melhor é uma oportunidade de ouro de conferir um dos melhores jogos de videogame em sua melhor forma.

Lulu versão Dark Knight?


Mais uma coisa: eu tinha resolvido falar de Final Fantasy 10/2 ao longo do texto, mas fazê-lo seria macular a imagem de um jogo quase perfeito em todos os aspectos. Final Fantasy 10/2 é um ótimo jogo, sendo bastante divertido e criativo. O problema dele reside apenas em seu título e na tática fajuta de fisgar os fãs do jogo original, que não tem muito a ver com o spin-off em questão.
Final Fantasy 10/2 é um chute no saco de toda a construção perfeita de personagens feita em Final Fantasy 10. Na época de seu lançamento ele recebeu algumas notas bem baixas em revistas como EGM Brasil. Em parte eu concordo, mas tenho que frisar que o game em questão é um daqueles casos que não podem ser julgados apenas por um ponto de vista, sob o risco de sermos parciais e injustos com um game que, isoladamente, se mostra ter excelente qualidade (o caso de Resident Evil 4).

Nesta coletânea de dois jogos em HD há um tipo de epílogo, que passa durante os créditos, que conta mais ou menos o futuro dos eventos após o FF 10/2. E o meu conselho é: coloque pedaços de papel higiênico nos ouvidos e se prepare para uma torrente de fezes atiradas contra você. Absurdos do naipe de Sir Auron tendo deixado uma filha; Yuna tendo brigado com Tidus e arrastando asa para um desconhecido qualquer e o retorno triunfal de, ninguém mais, ninguém menos que SIN. Isso mesmo que você ouviu: o retorno de Sin...
Como eu disse, não leve a sério esse epílogo. Não vale a pena nem ouvir, pois nem troféu isso vai te garantir, diferente do vídeo Eternal Calm.



Pra finalizar, e mantendo a minha promessa de incluir cada entrada do meu caderno de notas no texto, queria deixar a reclamação de que, além das músicas alteradas, essa versão em HD conta com alguns loads que simplesmente não havia no jogo original. Isso não chega a atrapalhar em nada, mas é algo que simplesmente não devia acontecer (a exemplo do porco trabalho que fizeram com a versão de Crono Trigger para PSone).

E é isso pessoal. Obrigado a quem leu e um duplo obrigado a quem aceitar a minha dica de mais um excelente jogo que eu julgo ser indispensável no currículo gamer de um jogador de RPG que se preze. Agora preciso ir embora. Fico devendo o Review Supremo do Kingdom Hearts nos próximos meses. Não sei quando vai ser, visto que o trabalho e a faculdade estão acabando com qualquer coisa que eu possa chamar de tempo livre ou fim-de-semana nesses últimos dois meses. O post vai sair, só Shiva sabe quando. Ou melhor, quando eu puder e tiver com paciência pra escrever.


Eu sei que é egoísmo, mas esta é a minha história...

Au revoir...

17 comentários:

  1. Que emoção, um review supremo de FFX! Legal saber que é seu JRPG favorito. =D

    PS: Adorei sua aparição stealth aí no meio do texto. rsrs

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  2. Eu tava devendo esse texto a mim mesmo desde que criei o blog, em 2011. adoro FF10 de paixão. eu sei que, tecnicamente tem outros RPGs praticamente sem falhas que são melhores que ele (como Crono Trigger), mas pra mim esse jogo é insuperável.
    a aparição stealth foi pra testar o nível de atenção dos leitores, Rebeca. rsrsrsrrs, e tb pra tirar a dúvida que muitas pessoas têm sobre eu ser uma pessoa real ou ser um algoritmo criado pela Matrix para escrever textos imensos e aparentemente sem fim.
    que bom que você gostou. sempre curto a sua participação no blog. um abraço.
    P.S: eu sou o cara de camisa branca, não a garotinha com cara de zumbi no banco de trás, só pra não restar dúvidas.

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  4. Nossa, isso que foi uma análise, eu tenho um blog e to começando agora, analiso alguns games e tal, só que, meu deus, não sei se conseguirei ser tão detalhado assim O.o

    Passa lá no meu blog e fala o que acha? Poderia me dar dicas para crescer!

    www.gamesbr1337.blogspot.com

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  5. Anderson, seja bem-vindo ao blog. Pra te dar dicas eu precisaria saber o que você pretende alcançar com o seu blog, qual o seu estilo de texto e etc. Eu li as suas impressões sobre o Arkham Asylum e achei bem legal, pois você deu particularidade ao texto contando o que mais gosta no jogo. escrever sem erros de português também é essencial, e vc escreve muito bem. eu fiz um post no meu blog dando dicas pra iniciantes. vou deixar o link pra você dar uma lida, assim como meus sinceros votos de boa sorte com o seu projeto. abraço: http://maisumblogdegame.blogspot.com.br/2012/09/ensinando-pescar.html

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  6. muito legal o post, achei q tinha parado o blog, ainda bem q ñ.
    Final fantasy 10 foi um jogo q me impressionou bastante na época, mas o que realmente me marcou foi final fantasy tatics, até porque foi o primeiro ff q joguei.
    Ff10,é um game q continua até hoje com visual bonito e personages interessantes, é daqueles jogos q podemos considerar q ñ se perde no tempo

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  7. o blog não tá parado não, Rafael. estou postando muito pouco por falta de tempo mesmo. infelizmente não posso, por enquanto, realizar o meu sonho de ganhar a vida escrevendo sobre games, que é o que eu gosto de fazer. preciso trabalhar e estudar, infelizmente. então só vai sair post quando as circunstâncias permitirem.
    FF 10 é um grande jogo mesmo, incompreendido por muitos que não têm capacidade e sensibilidade de perceber a sua total qualidade. Ff Tactics tb, e sinto muito pela sua alma por ter começado a jogar FF por um dos capítulos mais casca-grossas de se aprender do zero rsrsrsrsrs. e FF10, realmente, resiste ao tempo de forma magnífica. uma salva de palmas pra Square-Enix pela ideia de remasterizar este excelente trabalho.

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    1. Ola Shadow Geisel, achei o seu blog bem bacana e você escreve um material de qualidade. A exemplo dessa ótima analise de Final Fantasy X.

      Gostaria de saber, se você não está interessado na criação de um logo para o seu site. Sou designer recém formado e estou em busca de trabalhos para me aprimorar. Se você tiver interesse entre em contato comigo.

      Conheça o meu trabalho aqui no meu site: http://lsimiscuka.blogspot.com.br/

      Não quero nada em troca, apenas ganhar experiencia com desenvolvendo. Por favor entre em contato comigo para mais detalhes.

      Estou no aguardo.

      Até mais!

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  8. Lucas, não consegui visualizar pelo link. estou meio sem tempo agora. te dou uma resposta no final de semana. obrigado pela atenção.

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    1. Putz que esquisito você não conseguir ver. Se você tentou abrir em celular pode ser isso. Ele é em Flash. Tente carregar no PC. Por favor entre em contato comigo pelo Facebook. O meu é lucas.simiscuka@gmail.com.

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  9. Curti bastante, eu tb escrevo para um site, o www.sidequestrpg.com
    se puder acompanhar...

    espero que continue postando mais, e sucesso.

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  10. Obrigado pelo post,! Adorei amei,! Ja zerei o 10 internacional,! Completo, panance stts 255 tudo ,! Amei o jogo,! E parabens mesmo ,! Sem palavras ,! O minimo e vim agradecer aki ,!

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  11. Obrigado tb, Anônimo. Acredite, é essa resposta do público que dá a nós, blogueiros, o incentivo necessário pra continuar. Modéstia a parte, esse texto ficou show mesmo. Um dos que mais me orgulho. Conto com a sua participação e espero que vc esteja gostando do conteúdo de vídeos. Abraços.

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  12. Adorei o Review só queria fazer uma pequena "correção", em determinado trecho do texto você citou que apesar do Kimahri utilizar lança ele não herda nenhuma habilidade comum dos personagens da profissão lancer na série Final Fantasy. Ontem enquanto jogava FFV notei que os Lancers no FFV(Dragoon Knight) possuem a habilidade lance que exatamente a mesma coisa que o Lancet do Kimahri(é claro que o lance dos Dragoon não absorve habilidades dos mobs porém com excessão disso é exatamente a mesma skill), então no fim das contas o Kimahri tem sim uma habilidade pertencete aos lancers de FF porém ela sofreu algumas pequenas mudanças mas não fugiu a sua essência que é absorver HP e MP..

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  13. Eu sei que Khimari tem a habilidade Jump, típica dos Dragooners, Anônimo. Mas chamar ele de lancer por causa de uma habilidade é o mesmo que dizer que Yuna é uma White Mage só pq ela tem Cure e Holy, quando na verdade seu job é Summoner. Khimari se encaixa no padrão dos blue mages, pois ele copia habilidades dos inimigos. De qualquer forma, só apenas tecnicalidades. Obrigado pela participação e fico feliz que tenha gostado do review.

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  14. Enquanto isso na praia antes da investida final, Tidus começa a contar:

    "Ouça a minha história. Esta pode ser a nossa última chance..."

    "Com quem tu tá falando, cara? A gente tava junto contigo o tempo todo, deixa de ser louco!", respondem os outros membros do grupo

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    1. Tidus e Yuna: "Eu vejo gente morta..."
      KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

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