Só pra não deixar de citar um ótimo filme |
O Mais Um Blog de Games dá uma pausa em seu coma induzido de
postagens para falar não de um jogo, mas de um filme a que assisti há uns
poucos meses mas que não sai da minha cabeça.
A FINA ARTE DO
ARREMESSO DE BALDE DE ÁGUA FRIA
Acredite se quiser: pedi um anime do nível de Death Note e me indicaram este |
Eu considero essa coisa de indicar algo a um amigo
ou conhecido um assunto muito sério. Desvios de rota podem acontecer quando
tentamos indicar uma obra a uma pessoa que compartilha (mais ou menos) do mesmo
gosto que a gente. E, na Shadowlândia, esses desvios podem ser punidos com as
mais severas penas de mortes já criadas pela mente doentia do ser humano. Para
livrar meus súditos desse terrível destino, gostaria de dar alguns conselhos na
hora de indicar um game, banda, filme ou livro que você achou mó legal mas que
outras pessoas, talvez, não vejam exatamente dessa mesma forma.
1- Contenha a sua
empolgação: não há nada mais chato do que aquela pessoa que fala de um
episódio de Cavaleiros do Zodíaco como se fosse o maior achado nerd desde a
invenção de Matrix ou Akira. Se você exagera muito na hora de tentar convencer
uma pessoa de que uma coisa é boa e vale a pena ser vista, o máximo que você
vai conseguir são duas coisas: ficar parecendo um boboca deslumbrado e criar
uma expectativa na cabeça de seu (sua) amigo (a) que dificilmente a obra será
capaz de suprir.
2- Não seja
insistente: ontem eu vinha no ônibus e dois caras conversavam ao meu lado.
Um dos sujeitos estava super empolgado com a descoberta de uma banda nova e
fazia de tudo para que seu amigo conferisse a novidade. O cara se utilizou de
todas as ferramentas disponíveis no utility belt dos chatos de carteirinha
insistentes: falou o nome da banda mais de 10 vezes durante a conversa (sério,
não estou exagerando); SOLETROU o
nome para que o cara pesquisasse no Google; pediu o Facebook do coitado para
marcá-lo em um post sobre a banda; pediu que o cara entrasse no Youtube ASSIM
que chegasse em casa para não correr o risco de esquecer dessa tarefa de suma
importância. Ou seja: o cara praticamente matou quaisquer chances de seu colega
desenvolver um interesse natural pela coisa, mesmo sem ter a intenção de fazê-lo.
3- Conheça a pessoa a
quem você está indicando algo. Esse conselho pode parecer um tanto óbvio,
mas eu sinto a necessidade de citá-lo devido à quantidade de vezes em que isso
acontece comigo.
Eu adoro filmes de terror. Eu cresci assistindo a Alien,
Tubarão, Terror em Amytiville, Sexta-Feira 13 e quase tudo de que sua memória
seja capaz de se recordar. Eu também sou fã de carteirinha de histórias
sombrias voltadas a esse gênero, como o Monstro do Pântano escrito pelo célebre
Alan Moore. Pra me fisgar em uma obra, basta que um interessante elemento de
terror seja acrescentado à trama de forma coesa que o resto é história.
Sendo assim, nada mais natural que amigos e familiares
estejam cientes do tipo de coisa que vai me agradar em uma história, seja ela
de um jogo, livro ou desenho animado. Infelizmente não é o que acontece, e às
vezes o golpe pode vir de onde menos se espera.
25 episódios que podiam ser resumidos em 5... |
Há uns dias estava eu, inocentemente assistindo a um dos
episódios de uma série de anime de que gosto muito, The Lost Canvas. Dizer que
gosto muito desse anime não expressa o quanto eu gosto desse anime. Para ter
uma noção mais precisa dê uma olhada no texto que eu escrevi sobre os primeiros
26 episódios baseados no mangá japonês (alerta de redundância soando neste
momento...).
Foi então que meu irmão, sangue do meu sangue, vociferou em
alto e bom som: “tu tá perdendo tempo vendo um desenho que já viu mais de mil
vezes. A gente podia assistir Shingeki no Kyojin (Ataque de Titãs), que é tão
interessante quanto Lost Canvas”. Castigado por uma imensa curiosidade, me
senti compelido a experimentar esse desenho sobre o qual todos falavam muito
bem e que tinha uma boa chance de ser tão bom quanto Lost Canvas e Death Note,
os dois melhores animes aos quais tive o prazer de assistir na última década.
Vinte cinco episódios depois e algumas críticas durante as
sessões de três episódios diários (comentar sobre algo enquanto assisto é um
claro sinal de que não estou gostando do que estou vendo) tiro a minha
conclusão: Attack on Titans não chega aos pés dos primeiros cinco episódios de
Lost Canvas. É deveras chato em alguns momentos, tem uma péssima direção de
eventos e é dramático em
exagero. E o pior é que meu irmão ainda se surpreendeu pela
classificação de Drama de Ação que o desenho recebeu em um site de análises.
Sangue do meu sangue...
4- Ninguém pode
agradar a gregos e troianos. Tenha a ciência de que, por melhor que seja
uma coisa, algumas pessoas simplesmente não sentirão o mesmo impacto que você.
Os motivos são os mais variados: gosto pessoal; identificação com o gênero;
falta de bagagem cultural e etc.
Para ser mais exato em meu exemplo eu vou citar um ocorrido
entre mim e um amigo meu. Com historinha chata mas breve, claro, como não
poderia deixar de ser no blog.
Damien e seu fiel companheiro, Cérberus |
Ter cultura e ser inteligente neste país é um mal que pode te render
vários efeitos colaterais. Um deles é que, dependendo do seu nível de
intelectualidade, a maioria das pessoas não será capaz de entender o que você quer
dizer e, provavelmente, não acharão a menor graça em piadas e brincadeiras
feitas por você.
Certa vez ao começar a jogar uma nova partida de
Fallout 3, decidi que interpretaria um personagem totalmente maléfico. Batizei
o meliante de Damien. Esse meu amigo começou a rir quando soube. Questionei-o e
ele me explicou que havia assistido ao remake de A Profecia, que conta a
história de Damien e seu fardo em ser o filho do capeta. Deu pra entender onde
eu quis chegar com esse exemplo?
Se faltasse o conhecimento do personagem do filme ao meu
amigo, a referência passaria totalmente despercebida e eu seria considerado um
retardado sem senso de humor. Tá bom, exagerei um pouco mas é mais ou menos
isso que as pessoas pensam nessas situações quando não te conhecem direito.
RAZÃO DE SER DO POST
(POIS EU SEMPRE ACABO FALANDO DEMAIS E ESQUECENDO O REAL MOTIVO DE SER DO
POST): COMBINAÇÃO DEVERAS INTERESSANTE!
É ou não é a cara da Bjork? |
Eu mantenho uma relação de amor e ódio com a seção de filmes
das Lojas Americanas. Amor porque eu adoro comprar DVDs de filme. Ódio por
causa das malditas filas da loja que, por diversas vezes, me fizeram desistir
de uma possível compra por
causa demora.
Essa relação de amor e ódio também aparece na hora de
“folhear” as caixas de filmes em busca de velhos conhecidos ou desconhecidos
possivelmente ilustres que estejam à espera de um desbravador de “ótimos filmes
que ninguém assistiu”.
Sendo fã de filmes de terror, nada mais natural que eu sinta
uma atração quase irresistível por filmes trash e lado b. E foi a minha
experiência de décadas que me fez classificar (erroneamente) Splice: A Nova Espécie como um filme lado b e trash digno do
lendário Cine Trash, programa que passava nas tardes da TV Bandeirantes e que
era apresentado pelo eterno José Mojica Marins. Fica a lição de nunca julgar um
DVD pelo box...
Uma breve sinopse do filme, sem spoilers é claro: Splice
conta a história de um casal de cientistas que trabalha em um grande
laboratório de pesquisas de combinação de genes. A técnica existe de verdade,
sendo conhecida pela palavra inglesa “splicing”, que significa combinar, unir,
juntar. Graças aos céus, é uma técnica que passa bem longe disso aqui:
A equipe do casal de cientistas trabalha em um projeto que
tem a finalidade de construir uma criatura que combina o melhor do DNA de
vários animais, acrescentado do DNA humano também. Isso é tudo que posso dizer
sem estragar o filme, mas não precisa ser muito inteligente pra deduzir que quando
o DNA do ser humano é adicionado a uma receita o resultado é o bolo desandar,
não é mesmo?
POR QUE EU ACREDITO
QUE SPLICE MERECE UM POUCO DA SUA ATENÇÃO
Pra atiçar ainda mais a sua curiosidade com o filme |
Sejamos francos: depois de filmes como Alien, O Oitavo Passageiro poucas obras conseguiram acrescentar
algo de criativo ao gênero ficção e terror. Se você conhece um exemplo melhor
que esse, sinta-se à vontade para exteriorizar a sua indicação, mas peço que
leve em consideração os quatro conselhos acima. Até filmes como E.T (péssimo
exemplo) e O Enigma do Outro Mundo (ótimo exemplo, inclusive o prequel)
acabaram sendo influenciados pelo clássico supremo de 1979, pois tentavam se
distanciar da linha estabelecida e copiada à exaustão do terror espacial.
Splice: A Nova Espécie, já ganha um ponto por ter
personalidade própria e (for god sake) NÃO
TENTAR COPIAR UM FILME QUE FOI LANÇADO HÁ EXATOS 34 ANOS.
O começo do filme consegue prender o espectador e, graças
aos deuses, este ótimo ritmo é mantido durante cada um dos 104 minutos de filme. Nenhuma, eu
digo, NENHUMA cena de Splice está lá sem ter alguma razão de ser. Todas
desempenham um excelente papel na construção e desenvolvimento do roteiro, que é bem conciso e bem executado por sinal.
Outro ponto positivo fica para os personagens principais,
que fogem dos clichês impostos pelo gênero (heim, Prometheus?) e conseguem ser
interessantes sem serem forçados. Um destaque em especial dou à personagem da
doutora Elsa, interpretada pela excelente Sarah Polley. Um exemplo de como uma
personagem feminina pode ser intrigante sem ser um clone da Ripley ou sem
esfregar um par de melões gigantescos na cara de quem está assistindo.
Eu sempre soube que tinha algo de alienígena nesse DNA |
Um destaque também para a cantora islandesa Bjork, que
interpreta a personagem Dren. Sua atuação foi responsável por alguns dos
principais momentos nos quais eu tive que segurar a respiração para conter a
ansiedade de não saber o que aconteceria a seguir. Ok, sou um mentiroso
compulsivo mas não posso deixar passar a informação de que quem “interpreta” a
personagem Dren (ao meu ver, o personagem principal do filme) é a atriz Delphine
Chanéac. Justiça seja feita, mesmo que a comparação seja inevitável.
De acordo com a Wikipedia, Splice é um filme canadense e
francês de ficção científica dirigido por Vincenzo Natali. Talvez sua origem
possa nos dar uma pista do porquê de tanta qualidade e de seu jeitão lado b de
ser. Splice é um peixe fora d’água se comparado aos demais filmes
(principalmente os ruins, como o sofrível Guerra Mundial Z) da indústria
norte-americana. É justamente por fugir do senso comum que ele brilha de uma
forma bastante competente por causa de seu mérito e esforços próprios.
É triste ver que algumas porcarias como Percy Jackson ou
Transformers recebam tanta atenção da mídia e público e diamantes brutos como
Splice fiquem mofando em um cantinho obscuro da seção de DVD de grandes lojas.
De qualquer forma, mesmo fugindo um pouco do tema do blog,
ainda consigo manter a sua razão de ser e principal motivo que me levou a criá-lo:
expressar minha opinião pessoal, recomendar obras de entretenimento relevantes
e fazer um pouco de justiça nerd àqueles menos contemplados pelos veículos
tradicionais da mídia.
E é isso. Espero ter indicado um filme do qual os leitores
gostarão de assistir e deixo mais uma dica: é ótimo poder acompanhar um bom
filme ou jogo do zero, sem saber muito a seu respeito e ter “aquela” deliciosa
surpresa que tanto nos motiva a escrever posts enormes indicando algo que nos
agradou. Então, procure comprar o DVD original do filme sem assistir a trailers
ou ler mais a seu respeito. Confiem no paladar de filmes do titio Shadow que
não vão se arrepender. Até a próxima.
Au Revoir!
Splice é mesmo uma pérola escondida! Foi (quase) negado até pelos próprios produtores. O filme já estava pronto em 2008, mas só foi exibido em um festival em 2009 e lançado oficialmente em 2010!
ResponderExcluirEu assisti porque já tinha visto Cube, obra anterior do diretor e bastante inusitada. Estou correndo atrás dos outros filmes dele agora.
E se você curte Monstro do Pântano, está rolando um rumor de um novo filme baseado no personagem dirigido por este mesmo cara!
pois é Aquino. esse filme foi uma grata surpresa. eu sempre ia comprar dvds e rola uma "paquera" entre a capa do filme e eu. resolvi dar uma chance e não me arrependi. O Cubo eu assisti mas não gostei muito. a ideia é boa mas não muito bem executada, principalmente na escolha do elenco. claro que temos que dar um desconto, pois é praticamente uma produção independente.
Excluireu curto muito a fase de Alan Moore do monstro do pântano. vampiros, zumbis, lobisomens, cultos satânicos maquinando a destruição do mundo... tem como ficar melhor? assisti ao vexatório filme original, de mil novecentos e bolinha. se sair um novo dificilmente vai fazer jus à fase de Moore, então o que vier de bom será lucro.
errata: rolava. acabou ficando meio esquisito esse erro. maldita mania de publicar sem reler antes.
Excluirestá interessado em se tornar um editor de um blog comunitário ? www.conectazon.com.br?
ResponderExcluirUm novo site abre espaço para editores blogueiros ampliarem seus horizontes e fazerem parte de um projeto comunitário e também divulgarem seus blogs.
O Conectazon é um blog-portal-comunitário e abriu espaço para que blogueiros possam compartilhar suas postagens ou mesmo se tornar um dos blogueiros editores (há até 90 vagas disponíveis), mas não haverá remuneração para o blogueiro, orem ele ficará livre para postar um de seus links de afiliados no fim de suas postagens ou mesmo informar o link do seu site, no mais fica aqui os links para este novo Blog-portal comunitário:
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ResponderExcluirmelhor coisa que alguma vez eu tenho um código do cartão PSN e eu não posso acreditar que ele realmente funcionou! Bata até http://psn.cardcodes.net