Lidar com seres humanos é algo complicado. Quem fala isso é uma pessoa que é obrigada a tratar com o público, diariamente, se quiser ganhar o suado dinheirinho que garante os preciosos “joguinhos”, idas ao cinema e passeios descompromissados para “mero” espairecimento. Ou seja: todas essas coisas que ocupam o tempo de um ser humano atualizado e antenado com as tendências do entretenimento moderno (leia-se: NERD).
Como venho passando por uma fase quase que totalmente
niilista em vários aspectos da minha vida, gostaria de discursar de uma forma
descompromissada (mas aberta a debates acalorados, sem dúvida) acerca de um
assunto que simplesmente me desperta interesse: pirataria.
Antes de discorrer o assunto, gostaria de apontar algumas
definições que acho pertinente sobre o tema pirataria, visto que o título do
post já deixa claro que o tema do artigo são as falácias.
“engano, ilusão, sofisma. Argumento capcioso que induz a
erro.” Essa é a definição de falácia.
Falácia, não. E mentir, pode? |
Se você não entendeu a definição, meus pêsames. Como estou
de bom humor, posso desenhar para aqueles que não entenderam: falácia é um
argumento que parece ser verdadeiro, mas não é. É uma afirmação enganosa que
serve de base para pessoas de mente pequena e limitada, mas que cai por terra
facilmente diante de pessoas esclarecidas.
Apresentada a definição, darei agora alguns exemplos de
falácia e de como elas se encaixarão na (minha) discussão sobre o tema.
FALÁCIA AD HOMINEM
Não alimente os Trolls |
Essa é a marca de ração preferida dos trolls.
Ad Hominem é uma expressão em latim que quer dizem, ao pé da
letra, “ao homem”, ou seja: um ataque à pessoa em vez do embate de argumentos.
Como isso funciona? Simples: movido pela mais pura falta de
razão e de argumentos plausíveis, a pessoa ataca o autor dos argumentos em vez
de apresentar uma contra-argumentação.
Seria algo do tipo: “o que o negro do Barack Obama entende
de política internacional?”. Ora, desde quando a cor da pele de uma pessoa é
parâmetro de discussão? Será que o simples fato de uma pessoa ter a pele negra
faz dela um incapaz de fazer afirmações que façam sentido? Claro que
não.
Então, acho que deu pra entender. Se sua mente não consegue
absorver um raciocínio tão simples como esse, fundamental para o desenrolar de
um debate saudável, clica no xis ali da barra de titulo e vai ser feliz na sua
ignorância (e podem acreditar: a forma mais fácil de ser feliz é se entregar à
ignorância. Pra quê ter trabalho pensando e discutindo as coisas? Em time que
está ganhando não se mexe, não é mesmo?).
A falácia Ad Hominem não serve apenas para jogos ou
pirataria, infelizmente. Como existem muitas pessoas de idade intelectual ainda
na fase infantil, qualquer assunto que você venha expor ao publico será (ou
poderá ser) alvo desse tipo de imbecilidade.
Não tenho um exemplo construtivo para dar, até pelo fato de
que eu tenho o bom-senso de, geralmente, me controlar e não cair na tentação de
alimentar trolls. Como sou humano, e todo ser humano é estúpido por natureza (a
coisa só vai se diluindo com o passar dos anos, depois de muito aprendizado),
não posso afirmar que nunca caí nesse tipo de armadilha.
Pra ser sincero, ainda neste ano, me envolvi em uma situação
dessas nos comentários do blog Gagá Games, em um post sobre o Castlevania
Harmony of Dissonance. E admito que boa parte da motivação para escrever este
texto veio dessa experiência desagradável que tive. Felizmente, me mantive na
linha, mesmo que essa "batalha" não tenha me permitido subir de level.
E outra: não sou perfeito e nem tento ser. Com certeza já me
utilizei desse recurso infantil em alguns momentos da minha vida (real e
virtual).
Mas, nas ocasiões em que cometi tal “pecado”, peço desculpas aos
envolvidos.
FALÁCIA POST HOC ERGO
PROPTER HOC
Nem todo terrorista é muçulmano. Todo muçulmano é terrorista? |
A tradução desse nome, que parece nome de chefes da saga Xenogears, é mais ou menos essa: “depois disso, logo por causa disso”.
Resumindo, é uma tentativa de validar um argumento por meio
de um outro argumento, anterior, que supostamente dá arcabouço ao argumento
posterior. Exemplo: joguei videogame por duas horas seguidas e fiquei com a
vista cansada.
Uma pessoa pode ficar com a vista cansada por causa da sua
rotina de trabalho, ou por causa de algum fator genético ou hereditário e,
claro, por jogar muito videogame ou ficar por horas na frente do computador. Mas
isso não é uma garantia, com 100% de certeza, de que a sua vista ficou cansada
pelo ato de jogar videogame.
Esse tipo de falácia é mais sutil que a Ad Hominem, por
exemplo, e não terá muita relevância para o post. Queria apenas alertar para o
perigo desse tipo de pensamento imbecil e deixar clara a minha estupefação: é
incrível como pessoas ignorantes se utilizam desse tipo de recurso para
parecerem inteligentes. Me lembrei de um exemplo: uma pessoa que eu conheço
afirmou que, se uma pessoa está acometida por uma tosse, essa tosse só corre o
risco de ser um sinal de tuberculose caso ela aconteça (infalivelmente) durante
a tarde. Ou seja: se uma pessoa não tosse nesse período, não pode estar com
tuberculose. Certo? Acho que me fiz entender. Próximo tópico.
FALÁCIA: INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA
Warning! Warning! Eis aqui um dos tipos de falácia mais perigosos e prejudiciais aos livre pensadores.
Ônus é encargo, responsabilidade. Ou seja, inverter o ônus
da prova é jogar nas costas do questionador a responsabilidade de provar que o questionado é quem está errado.
Essa falácia deixa bastante claro que a pessoa que a utilizou não sabe patavinas do
que está dizendo e quer te “vencer” na conversa pela simples possibilidade de
você não ter condições de provar que ele está cagando pela boca.
O melhor exemplo deste tipo de falácia acontece em
discussões sobre religião e crenças (algo totalmente cansativo e pouco
frutífero).
Exemplo: alguém vem e afirma: “Deus não existe”. Aí o
sujeito rebate dizendo: “Você não pode provar que Deus não existe, logo você
errado. Enquanto você não conseguir provar a não existência de Deus, estará
fadado a perder o debate.”
E é aí que eu pergunto: COMO RAIOS EU VOU PROVAR QUE UMA
COISA NÃO EXISTE?
"Aqui em meu quarto, possuo um console de videogame que
roda qualquer tipo de mídia. Desde os cartuchos de Atari até os arquivos
baixados através do Steam. Nem preciso me preocupar com erros de leitura ou de
identificação de formatos de arquivo, pois ele roda tudo lisinho e magicamente, sem que eu
precise pressionar um botão ou mexer nas configurações. Agora eu quero que você
me prove que este console não existe."
Você pode vir a minha casa e procurar no meu quarto. Isso
não vai provar que ele não existe (eu posso simplesmente ter escondido ou
emprestado ele a alguém).
Você pode me afirmar que nunca foi visto tal aparelho em lugar
nenhum. Até aí, na primeira vez que o ser humano viu o nascimento de
quadrigêmeos, tal fenômeno não havia sido observado. Isso não quer dizer que
sua possibilidade era zero de acontecer. Deu pra entender aonde quero chegar?
Se não, a dica do xisinho continua firme e forte.
Essa falácia se aplica a debates sobre videogame? Mesmo que
eu não tenha nenhum exemplo no momento, a resposta provavelmente é sim.
FALÁCIA DA FALSA
DICOTOMIA
Quem come vaca acaba com a Amazônia... |
Dicotomia: divisão em duas partes.
O perigo da falsa dicotomia é o nivelamento por baixo.
Diferente das duas últimas, tenho um exemplo que se aplica diretamente ao cerne
do texto (a essa altura do campeonato você já deve ter esquecido, mas o tema é
debate sobre a pirataria).
Quando se discute pirataria, é comum as pessoas usarem o
seguinte (e idiota) argumento: como você pode condenar a compra de jogos
piratas? Por acaso o seu Windows é original? Será que você nunca baixou um MP3
na sua vida? E é aí que eu pergunto: o que raios um mp3 ou uma cópia pirata do
Windows tem a ver com a sua escolha de não comprar jogos piratas? Por acaso uma
pessoa precisa ser “perfeita” para fazer algo certo?
Seguindo esse mesmo raciocínio, uma pessoa que mata não pode
ser repreendida por uma pessoa que mente, pois matar e mentir são “pecados”, igualmente condenadores ao inferno.
Meio extremista? Sim, a ideia é essa: usar do mesmo extremismo que uma pessoa
que compara o ato de baixar um mp3 esporadicamente com o ato de nunca ter
adquirido um jogo original em toda a sua vida.
Claro, o que está em discussão aqui não é periodicidade. Uma
coisa errada não vai deixar de ser errada por ser praticada menos ou mais
vezes. O que eu discuto aqui é a prática, o hábito e a mentalidade de se praticar
tal ato.
Sim, eu baixo músicas em mp3 ilegalmente. Em parte por não
dispor de meios práticos para pagar por elas oficialmente. Em parte pelo receio
de colocar meus dados bancários à disposição de toda a internet apenas para
adquirir uma ou outra música (de discos aleatórios de bandas das quais eu nunca
compraria um álbum inteiro apenas por uma faixa).
Mas, ao escolher comprar discos originais das minhas bandas favoritas, eu reduzo bastante o escopo de
meus atos ilícitos, por exemplo.
Já com jogos eu sou mais radical: desde o mês de setembro de
2009, não compro mais jogos pirateados. Nem mesmo faço downloads para aquelas
plataformas em que a facilidade para adquirir tais arquivos beira o ridículo,
como PSP e Nintendo DS.
Bem, aonde quero chegar com essa falácia? Quero chegar ao
fato de que essa afirmação de “seu Windows é pirata, então não me venha
criticar TODAS as outras coisas que eu pirateio” é a mais pura falácia da falsa
dicotomia.
Não existem apenas duas alternativas: ou você é bonzinho e
compra tudo 110% original (e vai para o céu dançar ciranda com Jesus) ou você é
o satanista hipócrita que não tem o direito de criticar o ato de pirataria (e
vai jogar Queimado com o capeta no inferno).
Não existem mudanças de hábito repentinas. Principalmente
maus hábitos que te trazem mais benefícios que prejuízos. E para finalizar este
tópico, deixo a pergunta: o que é mais fácil?. Uma pessoa que limita sua área de
atuação na prática de pirataria (selecionando o que “merece” ou não ser
comprado original) e tenta controlar seus impulsos ou uma pessoa que tem o
hábito de não adquirir nada de original (e nem pretende mudar de postura) excluir essa prática repentinamente? Pois
é...
FALÁCIA DO APELO À
EMOÇÃO
Como pôde tentar voar sem mim! |
Nesta mesma seção de comentários do Gagá Games um sujeito, já desesperado pela falta de argumentos e condições de discutir comigo, pediu “educadamente” para eu não criticar a sua postura em relação à pirataria (sendo que em nenhum momento eu havia feito tal coisa ou se quer dirigido meus comentários diretamente a ele) porque não era eu quem pagava as suas contas e dava dinheiro para ele comprar jogos piratas. Simples assim.
Aos mais sensíveis de estômago, peço para que fechem a
página do blog agora. Aos que insistirem, gostaria de citar um “curioso” caso
da medicina.
Shinkuuu... Hadouken!!! |
Prisão de ventre é algo que todo mundo já teve. Mas existe um caso extremo nesse tipo de condição, que gera uma das mais nojentas e asquerosas situações da qual já ouvi falar (e olha que poucas coisas são capazes de virar meu estômago): em certos casos, depois de passar dias e mais dias sem conseguir defecar, uma pessoa pode expelir as fezes acumuladas por via oral. É isso mesmo que você está pensando: uma pessoa é capaz de vomitar uma torrente de fezes pela boca, no sentido literal da palavra. E foi isso que esse sujeito fez, só que no sentido menos denotativo da expressão.
Sem saber, o sujeito citado acima caiu no mais clássico
exemplo da falácia do apelo à emoção. É como quando alguém diz: não critique a
minha religião, seu insensível e desrespeitoso com as crenças dos outros. Ou:
você teria coragem de negar uma moeda a um deficiente num ponto de ônibus?
Só posso responder a esse tipo de questionamento de uma
forma: se a sua religião ou crença é algo tão fraco que não resiste a um
simples questionamento, você devia rever seus conceitos ou expandir seus
horizontes.
E, caso você ainda não saiba, velhos, crianças, idosos e
deficientes podem se aproveitar da sua condição em proveito (inescrupuloso)
próprio. Sem mais a acrescentar.
FALÁCIA DO APELO À
AUTORIDADE
Será que Dilbert conseguirá se aposentar um dia? |
Não se preocupem. Este será o último exemplo de falácia, e ela tem tudo a ver com o tema jogos.
Em geral, a falácia do apelo à autoridade é usada em
discussões científicas, pois a sua base consiste, geralmente, em vomitar
títulos ou fontes irrefutáveis.
Exemplo: "eu sou formado em achologia, com dois doutorados em
pitacologia e um mestrado em achologismo avançado, portanto eu só posso estar
certo em minhas afirmações". Ou: "de acordo com a OMIU (Organização Mundial dos
Idiotas Unidos), um terço dos jogadores que mataram seus pais com um tiro na
cara jogaram Harvest Moon e deixaram a vaquinha morrer de inanição" (se é que
isso é possível nesse jogo).
O melhor exemplo que eu já vi e que tem a ver com games? O
infalível UOL e seus “especialistas” em análises de games.
Determinado a rebater os comentários sobre a qualidade do
jogo Final Fantasy 13, o locutor do vídeo-review não se acanhou em utilizar o
recurso do apelo à autoridade, dizendo que "Final Fantasy 13 vendeu x milhões de
cópias em uma semana" e que "x sites altamente especializados, gabaritados e
comprado$ da mídia internacional haviam dado notas entre 9 e 10 ao game". Nada
mais a acrescentar. Se não entendeu, já conhece o procedimento.
Depois de toda essa longa introdução (mas que, creio eu,
seja indispensável e basal para o andamento de um debate) posso começar a
tratar o assunto de forma mais direta. E como todos os leitores do blog já
sabem, sou um tipo de castor obsessivo com mania de listar e organizar tudo
(com exceção do meu quarto). Desta forma, aqui vão os tópicos do post:
PIRATARIA VERSUS
PREÇO
Sempre soube que pirataria era uma porcaria... |
Ah, que delícia... Começar com uma das maiores falácias que cercam o assunto se constitui em um prazer imensurável. O problema aqui é que só idiotas de pouquíssimo nível intelectual se utilizam desse exemplo de falácia. E refutá-los é tão fácil que não chega a ter a mínima graça.
O “argumento” é este (eu sei, as aspas foram mal
posicionadas, pois um argumento idiota ainda é um argumento, então lá vai):
“não compro jogos originais por causa do preço. Piratas custam dez vezes menos que
o original”.
Uma pessoa que se utiliza desse tipo de argumento, além de
ser totalmente ignorante no assunto “Indústria e Comércio de Games”, é
acometido por uma pobreza de intelecto digna de internação emergencial.
Eu adianto que vou ter uma certa dificuldade para tratar
deste tópico, visto que ele já foi bastante desgastado e oferece pouco piso
para argumentos e ideias novas. Mas vou tentar resumir as coisas com alguns
fatos:
1-jogos (assim como qualquer bem de consumo ou serviço) não
aparecem por geração espontânea. Leva anos para criar um jogo.
Profissionais altamente especializados precisam ser
remunerados; equipamentos (caros) precisam ser alugados durante anos (ou comprados), sem
mencionar as novas tecnologias que são criadas em torno da tarefa e das ramificações de comércio que este ramo fomenta (placas de vídeo; memória para PCs,
mouses e mouse pads personalizados e etc,); campanhas de marketing precisam ser
realizadas para que o produto ganhe notoriedade.
Ou seja: fazer um jogo não é barato. Jogos indie, feitos por
hipies, podem ser baratos (mas não se surpreenda se aquele jogo indie que você
adora tem gráficos inferiores, mais bugs ou menor duração e fator replay que
blockbusters como Call of Duty), mas superproduções como God of War ou Resident
Evil 6 demandam muito, muito, muito, muito, mas muito dinheiro. Claro, isso não é regra absoluta. Mas é mais ou menos assim que o mundo funciona nos games.
De forma alguma quero emanar ondas de coitadismo às empresas
de jogos hardcore. Meu bolso não me permite tal comportamento hipócrita. Só quero apontar
para os fatos.
Tampouco estou insinuando que as empresas estão certas em
explorar o jogador com sucessivas ondas de (dispensáveis) DLCs, ou continuações
que nem esperam o jogo anterior desocupar o lugar na prateleira. Mas fato é
fato, e jogos são custosos. E mesmo que não fossem: se alguém cria algo e trabalha nisso,
o mínimo que essa pessoa espera é ser recompensada, financeiramente, por todo o
seu esforço profissional;
2-“jogos de lançamento custam os olhos da cara. O jogo X
deveria custar Y.”
Aí vai da sua necessidade em comprar um jogo dois dias
depois de ele ser lançado.
Que jogos no Brasil são caros, isso é bem fácil de perceber. JOGAR VIDEOGAME, EM UM PAÍS COM ALTOS ÍNDICES DE POBREZA E ANALFABETISMO, É ENTRETENIMENTO DE LUXO. Mas você não precisa comprar um jogo de lançamento para se divertir com ele.
Jogos envelhecem, mas seu potencial de diversão não tem um prazo de validade tão fugaz.
Com um pouco de paciência, um jogo de lançamento que sai por
R$169,00 pode ser adquirido pela metade do preço, três meses depois. E isso não
é uma metáfora. É um exemplo prático que aconteceu comigo (dentre tantos outros): esperei “absurdos”
três meses e “ganhei um desconto” de 50% na compra do Mass Effect 3, para PS3. Um
bom negócio? Pergunte para o disco do Need 4 Speed Shift 2: Unleashed que eu
levei de “bônus” por causa da diferença e do chaveirinho N7 do primeiro game citado;
3-“lançamentos de PC custam, em média, R$99,00. Jogos de
console, em seu lançamento, deveriam custar o mesmo”.
Concordo. É totalmente possível que jogos PS3 ou 360 custem
esse valor de lançamento. Até menos. Mas não com as atuais condições de mercado do Brasil.
Para entender como isso funciona, usarei um exemplo da
matemática que todos que cursaram o ensino médio vão se recordar: função.
O preço de custo de um produto pode ser calculado pela
função: f (x) = Custo fixo de produção + milhares de outros custos os quais não
citarei agora / pelo custo de unidades produzidas (me corrijam em caso de erro.
Sou um fracasso em matemática).
Ou seja: se você produz muito, o custo fixo de produção cai
por causa da demanda.
Aonde quero chegar? Quero chegar na base instalada de
consumidores de um produto: se você fosse um padeiro de uma vila com 10
moradores e, supondo que cada pessoa dessa vila só come 1 pão por dia, você
produziria 11 pães no mesmo dia? Claro que não.
Mas, independente da quantidade de pães que o padeiro fabricar, a
farinha e os outros ingredientes ainda continuarão a serem vendidos no atacado,
não no varejo. E isso afetará diretamente o preço do pãozinho (taí uma frase que nunca imaginei que diria no blog). Acontece o mesmo com os jogos de PC.
Quantas pessoas que você conhece possuem PC em casa? Várias,
certo? E quantas pessoas que você conhece possuem um PS3 em casa, totalmente
original (sim, a pirataria é levada em consideração durante o processo criativo
de um jogo. Duvida? Então pergunte aos desenvolvedores da 2K a verdadeira razão
por trás da inclusão de um modo multiplayer no jogo Bioshock 2)? Pouquíssimas,
certo?
Partindo desses fatos, qual base instalada será maior,
consequentemente demandando mais cópias de um jogo? Um pirulito pra quem disse
PC.
Logo, os jogos de PC são mais baratos. Até porque a tarefa
de cumprir com os requisitos ideais para rodar o jogo será sua, e não dos criadores;
4-“se os jogos fossem mais baratos, ninguém optaria por
comprar jogos piratas”. Então não deve existir pirataria nos EUA, Canadá e
tantos outros países de verdade que não o Brasil, certo? Bem, preste atenção à
nacionalidade das pessoas que geralmente descobrem exploits em sistemas de
consoles como PSP e PS3, entre outros.
Essa foi só uma das muitas formas de dizer que: PIRATARIA NÃO TEM NADA A VER COM CONDIÇÕES ECONÔMICAS, E SIM COM MENTALIDADE.
Essa foi só uma das muitas formas de dizer que: PIRATARIA NÃO TEM NADA A VER COM CONDIÇÕES ECONÔMICAS, E SIM COM MENTALIDADE.
Jogos de celular, que custam entre R$2,00 e R$10,00 são
amplamente pirateados. Preço não é parâmetro. É claro que influenciam no ato
final, mas a coisa gira mais em torno da mentalidade e de hábitos do que em
questões financeiras.
Pra quê pagar R$2,00 quando eu posso conseguir de graça? Boa
pergunta...
O PALADINO DA JUSTIÇA
Pronto para defender a "causa Gamer"! |
Pasmem. E pasmem com vontade, pois em pleno século 21 eu fui agraciado com os seguintes coliformes fecais atirados diretamente em meus ouvidos (ou olhos, já que era um texto): “compro pirata, pois não quero pagar impostos para um governo corrupto e nem quero contribuir com impostos mal utilizados, que chegam a abranger 75% do preço final de um jogo”.
Sim, eu dou um tempo para que os leitores possam recuperar o
fôlego.
Pronto. Continuarei: QUE
DIABOS DE ARGUMENTO É ESSE?
Preciso responder a esse questionamento da mesma forma que
respondi no fórum, ou seja, com outro questionamento (pois a única maneira de
ganhar de um idiota em uma discussão é deixá-lo falar): POR QUE VOCÊ NÃO DEIXA DE PAGAR O IPTU DA SUA CASA, JÁ QUE SE TRATA DE
IMPOSTOS SENDO COBRADOS PELOS MESMOS POLÍTICOS LADRÕES DO CASO ACIMA”?
A resposta eu mesmo dei: porque se fizer isso, você corre o
risco de perder o imóvel para o governo.
Minha intenção com tal pergunta? Simples: deixar claro que punir
crime de pirataria é bem mais difícil que punir sonegação de impostos (isso se
você for um mero cidadão honesto). Até porque crime de violação de direitos de
propriedade intelectual só são punidos por quem abastece a pirataria (aqueles
caras que copiam milhares de jogos e filmes pra vender). É como acontece com
drogas: o traficante vai preso, enquanto o usuário não pode ser punido apenas
pelo uso da substância em si.
Ao meu questionamento, ainda lançaram a (idiota) afirmação
de que jogos não são essenciais. São “coisa supérflua”, das quais você
não precisa, enquanto que sem a sua casa você vai passar frio e, provavelmente, fome.
Acho que o que torna uma coisa supérflua é a importância que
VOCÊ dá a essa coisa. Ninguém tem o
direito de ditar o que é importante ou não para mim. Mesmo porque listar as
coisas que são essenciais para a sobrevivência de um ser humano não é tarefas
das mais complicadas: oxigênio, água e comida. Você não fica sem respirar pelo
fato de ter perdido a sua casa, mas nem por isso uma moradia pode ser
considerada como algo supérfluo, dispensável. Ou não haveria milhares vivendo
nas ruas.
Então, para concluir o raciocínio desse tópico, deixo a
afirmação: NÃO EXISTE NENHUMA JUSTIÇA,
DE NENHUM TIPO, EM
CONSUMIR PRODUTOS PIRATAS. Se você compra games falsificados com essa ideia,
saiba que você está apenas ENGANANDO A SI MESMO. Você não está
valorizando nenhum tipo de ideal de liberdade ou de democracia, ou ainda de
acesso a conteúdo digital. VOCÊ FAZ ISSO
EM BENEFÍCIO PRÓPRIO. E não
cabe a ninguém, a não ser você mesmo, julgar se sua prática é certa ou errada. Mas fique ciente desse
fato.
Ah, quase ia me esquecendo de citar que fui acusado de
defender político ladrão por causa do meu argumento, e pelo absurdo de eu
“esbanjar” dinheiro pagando opulentos R$70,00 em um jogo de PS3...
NOTA: para aqueles
que querem levar à questão ao âmbito extremista do certo e errado, gostaria de
fazer a seguinte indagação: se uma pessoa que consome 90% de seus produtos
originais, mas cai no deslize de consumir os restantes 10% piratas não tem o
direito de questionar o ato e é “digno” de punição, quais os direitos e a
punição adequadas para alguém que consome 100% de produtos pirateados?
NO VENTRE DA QUESTÃO
Acredite: tem a ver com o tema! |
Preparem-se, pois lá vem mais asneira (não de minha parte, claro): o próximo Mister Hankey a ser atirado na minha face foi o seguinte: “compro jogos piratas para poupar o leitor do meu videogame. Já que não estou comprando mídias pirateadas, não estou incentivando o comércio ilegal.”
Corrijam-me se eu estiver enganado, mas acho que a discussão
aqui não é (totalmente) sobre os males em si que a pirataria causa, e sim sobre
O ATO DE CONSUMIR PRODUTOS ILEGAIS SER
CONDENÁVEL OU NÃO. Isso é uma coisa que, indiscutivelmente, ele é.
De fato, uma pessoa que não grava seus “joguinhos” em disco
não está fomentando mercados negros (ao mesmo passo que está deixando de
fomentar um mercado formal de venda de discos virgens e gravadores de
DVD/Blu-ray). Mas o problema na pirataria não se resume a “financiar
indiretamente o tráfico de drogas e o crime organizado”.
Essa prática atinge e fere mais o direito intelectual e de
propriedade do que outros.
Ninguém se sente culpado pelo fim do mercado de fitas VHS,
pois é necessidade do mercado se adequar a novas tendências e tecnologias que
os meios de entretenimento exigem e geram. Mas vamos pegar um exemplo que acaba
de vir a minha mente:
Juro que essa imagem não tem nada a ver com o exemplo. |
Você é um criador de jogos, e trabalha em uma empresa que não vai muito bem das pernas. O mais recente projeto de sua equipe, apesar de estar em desenvolvimento há longos e dispendiosos anos, não é dos mais inspirados. Se algo não for feito, há uma grande chance de a empresa fechar e todo mundo ficar desempregado.
Pois bem. Certa manhã você levanta com AQUELA ideia na
cabeça. Ela vai mudar os rumos do projeto, salvar a empresa da falência
e, de quebra, acrescentar algo de bom ao tão desgastado entretenimento de
games. Isso é algo inaudito e que você simplesmente sente. Você mal pode
esperar para ver a cara dos seus colegas de trabalho e do seu chefe quando
contar o que se passa na sua cabeça.
Depois de o jogo estar pronto e fazer um relativo sucesso,
vem a decepção: o título, apesar de ser original e de todo o trabalho em
campanhas de marketing, vendeu mais cópias ilegais que cópias originais.
Uma bomba para o estúdio e seus funcionários: o jogo mal
conseguiu se pagar e empresa vai ter que decretar falência.
E fica a pergunta: o que faltou? Mais empenho da equipe? Uma
melhor campanha de marketing? Menos ideias de nicho e mais elementos de fácil
reconhecimento a uma gama maior de jogadores? Será que a pirataria teve um
papel decisivo nesse caso (que, apesar de não envolver uma “ideia mirabolante
que vai mudar os rumos do entretenimento”, com certeza já deve ter acontecido
fora do campo das especulações)? Qual a parte de culpa do comércio, indústria e dos
jogadores em todo o processo? Será que o pequeno estúdio fechou apenas por
causa dos fatores citados acima?
Difícil afirmar. Fica a oportunidade de reflexão no ar.
NOTA: é fato que
aparelhos “bloqueados” duram mais e apresentam menos problemas técnicos que os
desbloqueados que rodam mídias de todas as cores do arco-íris. Isso se não
estivermos falando de um console da Microsoft, claro (desculpem. Não resisti à
tentação).
DESMERECENDO O
DEMÉRITO DO MERECIMENTO
Sim, o título do tópico era pra causar confusão mesmo. Tendo explicado isso, posso começar.
Howdy Hooooo!!! |
Fezes. Fezes ao ventilador. Fezes escritas. Fezes em forma de canção. As fezes chegam a meus ouvidos e olhos de incontáveis maneiras. Mas a próxima da lista veio através do mesmo veículo que as demais: o já citado fórum do site Gagá Games. Sim, eu permiti que a discussão se prolongasse e tomasse proporções que dariam inveja ao melhor criador e treinador de Trolls que o planeta já conheceu. A afirmação foi esta:
“Os jogos atuais não ‘valem a pena serem comprados originais’.
Não vou dar meu rico dinheirinho a empresas que não fazem jus aos elementos
originais de séries como Resident Evil ou Ninja Gaiden.”
**suspiro para recobrar a livre capacidade de raciocínio e
oxigenar o cérebro...**
Bem, o que pode ser dito de uma asneira sem tamanho como
essas?
Quer dizer que uma pessoa que pratica tal ato (o de comprar
pirata) apenas por concluir que as empresas não estão levando uma franquia nos
rumos que ele gostaria se acha gabaritado a fazer algo melhor, que “valha o investimento?”
E QUANTO AOS JOGOS
QUE VALEM O INVESTIMENTO (INDISCUTÍVEIS OBRAS DE ARTE DIGITAIS, COMO BATMAN
ARKHAM ASYLUM; LITTLE BIG PLANET E GOD OF WAR), POR MEIO DA AQUISIÇÃO LEGAL E
OFICIAL DO DISCO/DOWNLOAD? COMO UMA PESSOA DESSAS PRETENDE PRESTIGIAR OS
CRIADORES DE TAIS “OBRAS PRIMAS” DIGNAS DE SUA ATENÇÃO?
Será que o mundo dos games anda tão ruim assim, sem
representantes que façam jus a uma mera compra de jogo original, para alguém
chegar a uma conclusão destas? Se a sua resposta for sim, então eu pergunto:
ENTÃO POR QUE DIABOS VOCÊ NÃO PARA DE JOGAR?
Se um jogo não parece valer a pena, ótimo! Você não é
obrigado a levar pra casa algo que não te agradou. BAIXA UMA DEMO. PEDE A OPINIÃO DOS TEUS AMIGOS QUE TÊM O JOGO. PROCURA
REVIEWS EM SITES E BLOGS. O que não falta é fonte de opinião.
Eu mesmo, com o Mais Um Blog de Games, tenho a humilde e
pretensiosa tarefa de dar algum norte aqueles jogadores que venham a se
interessar por um jogo que eu, por ventura, já tenha jogado.
Se venho conseguindo cumprir essa
missão, só os leitores é que podem dizer.
Quando eu acho que um jogo não cumprirá as suas
expectativas, procuro deixar bem claro no fim do texto, para que sirva de
aviso.
Se, mesmo assim, você não conseguir achar bons jogos, ao
menos vai estar fazendo uma coisa que vale mais que ouro em barras: PROCURANDO PONTOS DE VISTA DIFERENTES DOS SEUS E AGREGANDO CONHECIMENTO.
Mesmo que sobre temas considerados fúteis, ter ciência de algo É SEMPRE MELHOR QUE
FICAR NA ESCURIDÃO DA IGNORÂNCIA.
OURO DE TOLO
E desde quando galinha tem ovos? |
“Você não passa de um otário que gasta fortunas com joguinho de videogame quando podia estar investindo o seu dinheiro em algo ‘que valha a pena.’”.
Engraçado: do alto dos meus trinta anos de idade, eu não me
lembro de ter dado, em momento algum de minha existência neste plano, permissão
para Sr. Ninguém decidir por mim o que devo fazer com meu dinheiro.
Sou adulto (pelo menos biologicamente falando, rsrsrs). Pago: água; luz; internet e telefone (maldita venda conjugada!), gás e compras
do mês. O que eu gasto com jogos não é nem um terço do total dos meus gastos
mensais.
Games, entre outras coisas, são uma excelente válvula de
escape que me fazem desestressar e seguir em frente sem dar vazão aos meus
desejos de esganar meu chefe ou explodir de raiva por motivos banais quando
chego em casa cansado.
Isso posto, gostaria de desafiar a quem quer que seja a
redefinir o meu conceito pessoal de “algo que valha a pena.” Valer a pena seria
investir na bolsa de valores? Pegar 10% do meu ordenado e entregar nas mãos de
um pastor? Gastar com prostitutas (isso eu já faço no GTA, rsrsrs)? Doar a uma
ONG de conduta duvidosa?
Não sei dizer. Mas o desafio está lançado.
Ainda sobre a questão dos valores: tal afirmação de
incomensurável imbecilidade e falta de imaginação alheios me fez lembrar de uma
“engraçada” situação” que vivenciei: na casa de um amigo, enquanto discutíamos
vários assuntos, não sei como o tema “jogo original” veio à tona.
Tentando esclarecer o meu leigo amigo acerca do assunto, me
prestei a informá-lo de que “um jogo original custava cerca de R$100,00”.
O ano era 2006. E um jogo de PS3 custava bem mais que esse
valor nessa época. Precisei rebaixar a faixa de preço para não traumatizá-lo logo
de cara, sem nenhum aviso prévio.
Foi então que ele engatilhou a sua arma da imbecilidade (não tem
problema em dizer isso, pois a chance desse meu amigo ler este texto é menor
que a de sair algo que se aproveite da boca do José Luiz Datena) e disparou:
“Você teria “coragem”de pagar R$100,00 em um jogo?”
**outra pausa para suspiro de oxigenação...**
COMO ASSIM? DESDE
QUANDO O SE APROPRIAR DO QUE NÃO LHE PERTENCE VIROU O PADRÃO ACEITÁVEL, AO INVÉS
DO EXECRÁVEL SOCIALMENTE? SERÁ QUE EU DEVO ACHAR TOLERÁVEL ESSA INVERSÃO DE
VALORES?
Bem, em um país onde vigora a Lei de Gerson, pode até ser. Só não me venha com choradeiras quando alguém que você
conhece sofrer de uma doença séria não apresentar melhoras por estar tomando
medicamento falsificado sem saber. É um extremismo sim, mas acredite: um tipo
de pensamento leva a outro. Ou você vai contar com o bom senso de pessoas que
tomam o que não lhes pertence sem quaisquer travas morais sobre o assunto?
QUEM PODE, PODE. QUEM NÃO PODE...
Se chamar Rico tudo bem, mas Riquinho? |
Falácia que é falácia não pode se ater a apenas um dos lados da questão. Por essa razão, gostaria de apresentar duas falácias do "lado branco da força", ou seja, do lado de quem compra (ou apenas compra) jogos originais.
Confesso que estou sendo um tanto imparcial e preguiçoso
nesse ponto, pois não me esforcei o bastante para encontrar outros exemplos que
engrandecessem o texto. Talvez pelo fato de que o lado negro cause mais prejuízos que o branco. Mas os comentários estão aí para isto mesmo, então...
A primeira se refere ao poder aquisitivo de quem compra
jogos originais. O argumento mais difundido é: “QUEM TEM R$1000,00 PARA GASTAR COM UM CONSOLE DE ÚLTIMA GERAÇÃO PODE
MUITO BEM PAGAR R$150,00 REAIS EM UM JOGO
ORIGINAL.”
Discordo totalmente desse tipo de evacuação em meus ouvidos.
Afirmar tal asneira é o mesmo que dizer que uma pessoa que comprou um carro de
R$6000,00 não vai “se incomodar” em
gastar R $400,00 reais em pneus novos todo mês.
Uma coisa é você comprar um bem mais definitivo, que servirá
de base para o seu entretenimento e que terá uma relação custo-benefício medida
em anos (afinal, você não compra um console novo todo mês). Outra coisa é pagar
quase ¼ do valor do console a cada vez que quiser jogar um jogo novo.
Isso se confirma, principalmente, naqueles casos em que
compramos o console visando ao desbloqueio: ele será a base para todos os jogos
que serão desfrutados de graça e, portanto, o investimento é mais que
compensado no futuro.
De forma alguma estou justificando a prática, se eu fizesse
isso, estaria invalidando as centenas de linhas escritas logo acima. O que
quero atestar é a idiotia do raciocínio.
Se você pode pagar R$150,00 em um jogo, parabéns. Mas não é
uma prática que eu aconselho, tendo em vista que DINHEIRO NÃO NASCE EM ÁRVORE.
Fica mais esse conselho, então.
COMPRO ORIGINAIS PARA PRESTIGIAR O MERCADO DE GAMES E AS
DESENVOLVEDORAS
Isso pode ser verdade
Eu, Shadow Geisel, compro jogos originais para prestigiar o
mercado e as desenvolvedoras E, TAMBÉM,
PARA NÃO FRITAR O LEITOR ÓTICO DO MEU APARELHO E PARA NÃO MORRER DE RAIVA TENDO
QUE REGRAVAR UM JOGO PELA MILÉSIMA VEZ E PARA JOGAR SEM CULPA E PARA ADQUIRIR
PRODUTOS TESTADOS E DE QUALIDADE ASSEGURADA (HÁ CONTROVÉRSIAS NESSA PARTE, MAS
PACIÊNCIA...) E PARA...
Com mil demônios de nível... o que vem depois do nível 99
mesmo nos RPGs? Ah, deu pra entender...
Eu não compro jogos originais apenas porque sou bonzinho e
quero dançar ciranda com Jesus quando morrer. Eu faço isso, acima de tudo, PARA OBTER UMA VANTAGEM ÓBVIA E RAZOÁVEL
PARA MIM SEM QUE HAJA A NECESSIDADE DE PASSAR POR CIMA DAS LEIS E DOS DIREITOS
DOS OUTROS.
Originais são um bom investimento pelos motivos citados
acima. E além de tudo, me garantem tranquilidade na hora do jogo e na hora de
recostar a cabeça no travesseiro.
Então, não me venha com o falso moralismo de que compra
originais “pela causa gamer’.
Quer fazer algo pela causa gamer? Comece escolhendo melhor
os seus candidatos. Ou melhor: comece lendo mais. Adquirir conhecimento é a
melhor forma de moldar o mundo ao seu redor de uma forma positiva.
Depois, você pode começar a praticar o hábito de respeitar a
opinião dos outros, tentando dialogar de uma forma construtiva sem apelar para
a tão nociva falácia Ad Hominem e tantas outras formas abomináveis de escapismo
e fuga diante da falta de argumentos.
Você verá como isso vai fazer a sua vida melhorar, nem que
seja na forma como você enxerga as coisas. Isso também fará “nascerem” mais
arco-íris por metro quadrado no céu. Não gosta de arco-íris? Que pena, pois eu
acho que eles são um dos raros indícios de que Deus, na hipótese de sua
existência, tem um incrível senso de humor (o ornitorrinco também, mas ele é um
assunto para um post em separado, sobre como é bom sacanear e pregar peças nos
outros...).
Para finalizar, algumas observações avulsas e conselhos de
uma pessoa que tenta aprender com seus próprios erros (além de humor gratuito e adolescente, um dos melhores tipos de humor, diga-se de passagem):
-se a melhor forma de protesto que você encontrou contra os
impostos injustos do país foi comprar jogos piratas, só posso sentir pena da
sua pequenez de pensamento;
-você não é obrigado a discutir sobre nada. Mas se vai fazer
isso, não se utilize de argumentos patéticos e sem embasamento, ou de falácias.
Tampouco cultive a mania de trollar os outros. Isso é feio e papai-do-céu
castiga. Sobre esse tema, gostaria de deixar o link de um ótimo vídeo que
ensina como lidar com trolls. Assista e fique com aquela sensação de culpa por
já ter caído na maioria dos erros que o autor vai citar.
Nota: sim, muitas das bases de argumentos foram inspiradas nesse e em outros vídeos do Youtube. E você pensando que esse site só servia pra ver o vídeo original das Empreguetes...
-atualmente, tenho uma relação relativamente tranquila com a pirataria, a mais tranquila quanto o ato de se apoderar de coisas
alheias pode ser. Mas essa é a minha opinião. Não escrevi o texto para julgar o
comportamento de ninguém. Faça o que lhe achar melhor e continue bebendo Fanta
Uva, mesmo sabendo que ela contém várias substâncias cancerígenas que podem te
levar à morte;
-um dos grandes problemas da pirataria é que ela torna a
relação de consumismo ainda mais vazia do que ela já é, visto que não
aproveitamos nem 50% do que compramos quando se trata de jogos;
-empresas não se instalam no Brasil por causa da pirataria;
pirataria existe por causa dos altos impostos; pirateiros compram pirata por
causa disso. Será que o comportamento e a mentalidade do povo brasileiro não
devia entrar nesse cálculo também não?
Se eu fui capaz de convencer a uma única pessoa com este
post, já me dou por satisfeito.
Desculpem pelo título, e devo confessar que enganei os
leitores: o post não é sobre falácias da pirataria de games. É sobre escolher
fazer o que é certo. Se você começa com um jogo ou cd de música, dará
continuidade tentando escolher um bom político (isso existe? Rsrsrs). Se você
vota com consciência, já é um grande passo para outras grandes e mais urgentes
melhorias na sua vida e na dos outros; e isso não há dinheiro que pague.
Au Revoir!
Falou tudo, hehe! :)
ResponderExcluir
ResponderExcluirShadow, tópico pesado e cheio de falácias, sim falácias suas e aos montes.
Sobre o tópico cara, em um ponto á de concordar, eu tenho musica das minhas bandas em MP3 sim, infelizmente o custo dos CD's é alto no Brasil (como muitas outras coisas claro), mas, quando tem o show das bandas que gosto não exito em dar R$150,00 - R$350,00 para ir em um show, visto o Iron que antigamente o custo para uma pista meia boca era seus R$40,00, hoje não fica por menos de R$100,00. O imposto é caro, os próprios músicos mudaram o perfil, lançam poucos CD's de gravadoras mais baratas, nem lutam contra a pirataria dos mesmos mas fazem muitos shows, muitos mesmo.
De games cara, é um absurdo o imposto sobre games, sobre carro, apartamento, juros de banco, etc. Como você tem 30 anos e eu ja vivo neste momento também (tenho 25) sei, e você sabe, que os juros e impostos são extremamente abusivos, o governo deixa qualquer um cobrar o que quiser e eles mesmos ainda colocam o imposto e nem ligam dos preços, simplesmente vivem naquela "se tem getne comprando, para que diminuir o preço?", dito isso nossa presidenta de merda ainda me faz uma exploração sem tamanho nos automóveis importados que para "valorizar" o mercado interno aumenta o preço do externo!!! O economista mais lixo sabe que isso foge completamente do incentivo! Se quer vender se melhora o seu preço e não aumenta o do outro!! Os jogos de um console são muito caros e tem o imposto aplicado errado, cara, se os jogos para nós tivessem um custo igual de outros países eu pagaria tranquilamente, mas pera ae, como é que pode valer mais a pena importar um jogo?! Eu estou pagando imposto ao fazer isso? Sim. Não do meu país. Quando jogava em console comprava jogo de fora, ou de pessoas que importavam. Pagava o imposto do país de origem mas não pagava o do meu, pois mesmo importando e pagando o imposto do país de origem ainda saia mais barato do que aqui!! Cara, é cruel. Para PC eu sou bem sincero em dizer, dos meus 30 jogos instalados, 29 são originais, 1 é pirata, o MW3 que peguei pirata para ver se o jogo é bacana, curti, e farei a compra, assim como faço para os outros games, claro, farei a compra por Steam e pagarei uma bagatela bem menor que em uma mídia fisíca de um console. Estou me justificando? Não, como você mesmo disse no Post, custa caro um game, se alguem não prestigiar e valorizar a industria quebra, os caras fazem jogos com preço bom sim, nossos impostos (sem dizer a moeda) que são péssimos, bem que poderiam criar Demos, para console tem bastante, para PC não tem nada. E nem entro na clássica falácia de que "a qualidade do jogo desta geração caiu muito e não vale o que cobra" (já li isso aqui no seu blog, não lembro onde), se o jogo não lhe agrada, não reclame, só não jogar, pior é pegar pirata, jogar até o talo e depois ainda reclamar -.-
Continua...
Breve sobre o QUEM PODE, PODE... Cara antigamente (antes do governo PT) o Brasil era assim: quem pode pode, e quem não pode vai ter que lutar mais para conseguir. Hoje é assim; quem pode, pode, quem não pode faça um carne de 72x, pague 2.5x no produto e tenha. Console, hoje é para todos, só dividir em várias parcelinhas que o comprador vai ter a diversão, no caso da compra de games, oras, o cara não tem dinheiro para comprar o console direito, acha que vai comprar o game original? Claro que não. Ai fico ferrado da vida com o governo, pois ao invés dos caras trabalharem mais com o fatos imposto, eles preferem "facilitar" para qualquer um pagar, desde que alimente os juros dos bancos que pagam seus impostos gordos, política ridícula praticada, ai ferra o povo de pouca instrução com várias dívidas e o que acontece? Ao invés do Brasil formar um povo que trabalha e é independente, forma um povo endividado, enche de "benefício" como bolsa família e demais só para o povo ter o que comer, botar o filho na escola podre do estado e se manter pagando dívida, e ainda vem na minha TV falar que "fizemos o pais um país com menor número de pobre" a cara, na boa, vão todos estes políticos a merda!
ExcluirFinalizando. Sonego imposto sim cara, e sonego tranquilamente, não peço nota fiscal eletrônica pois não quero este controle absurdo de quanto eu ganho e gasto que o governo faz e ainda fazendo propagandas idiotas na televisão com atores muito bem pagos falando "comprei esta sandália com o dinheiro da nota fiscal paulista" A VAI SE FERRAR!!!! Eles investem em instrumentos modernos demais para controlar declaração (dos melhores do mundo, vide meu pai que tem uma empresa de contadoria), poderiam investir em outras coisas, não vou delongar, mas não me cai uma lágrima por não deixar o governo comer mais do meu dinheiro, já basta 30% do salário, imposto sobre o que compro, da qual ainda tem imposto para produzir, e o produtor ainda paga mais imposto em suas matérias primas, cara, é muito roubo do governo que não investe nada, nada do que tem no Brasil.
Continua...
Prefiro, 1000x pagar imposto para outro país do que para o meu, um dia, quando o Brasil acordar ele vai se igualar a países de primeiro mundo. Nos estados unidos, inglaterra os poucos que pude conhecer e não so ficar falando, pagar da gosto cara, sério, ir em uma loja e pagar 400(R$800,00)dólares em uma placa HD7970 é muito bom, pois eu sei que no meu pais a mesma está R$1800,00. Comprar um relógio da Diesel e pagar meros 50 dólares sabendo que no mais país está R$600,00 é outra coisa.
ExcluirEnfim, fugi do assunto pois acabei foi desabafando das indignidades que tenho a este país. Questão de pirataria, imposto, não são exclusivas aos nossos joguinhos eletrônicos, vão muito além disso, isso aí é questão de política, nem de econômia mais.
Se o problema é o governo, vamos votar direito, né? O PT só vem aumentando a carga tributária e gasta horrores com publicidade (para dizer que faz, quando poderia gastar este dinheiro para simplesmente fazer). Vamos pressionar o governo (este e o próximo) para baixar os impostos e gastar direito. Se nos EUA o Obama gasta 500 mil dólares com uma viagem diplomática, sai em todos os jornais as críticas quanto ao gasto desnecessário.
ExcluirAqui se o governo faz uma comitiva para passar a mão na cabeça do protoditador mais próximo e gasta 2 milhões, todo mundo elogia e se você critica, só pode ser um golpista antidemocrático...
Shadow, tópico pesado e cheio de falácias, sim falácias suas e aos montes."
Excluirpesado por quê? você só pode considerar um texto desses "pesado" se tiver pudores de discutir sobre qualquer tema que seja. e faltou você apontar as falácias utilizadas por mim.
sobre as suas preferências, não vejo problema algum no seu comportamento. você é adulto e (provavelmente) dono do próprio nariz. a ideia do texto não é julgar comportamento de ninguém.
""a qualidade do jogo desta geração caiu muito e não vale o que cobra" (já li isso aqui no seu blog, não lembro onde)"
quando foi que eu afirmei, em algum texto do meu blog, que um jogo não valia a pena ser comprado original? se afirmei algo remotamente parecido, peço desculpas pois me expressei mal. o que eu afirmo em minhas "análises" é se o jogo vale ou não a pena SER JOGADO. quando pergunto, no final dos textos, VALE A COMPRA? não estou fazendo proselitismo de nada. estou apenas querendo informar ao leitor se o jogo é bom o suficiente (e se faz jus ao hype) para ser adquirido. se vc vai comprar pirata ou original, não é problema meu.
sobre as suas afirmações a respeito de política: a razão do post não é criticar os (óbvios e injustos) impostos que recaem sobre os games. a ideia do post é apontar falsos argumentos (ou seja, falácias) que servem de base para pessoas que querem justificar a compra de produtos piratas.
e sim, eu sei que impostos injustos não recaem apenas sobre games. se você trabalha, deve saber que uns três ou quatros meses do seu trabalho em um ano são apenas para pagar impostos. mas como o blog é para falar de jogos eletrônicos e eu não sou economista, acho que fez-se necessário que eu limitasse meus comentários à área de games.
quanto a sonegar impostos na compra de games, isso é algo que eu evito de fazer. sempre compro por lojas da internet que têm CNPJ e dão a nota fiscal. se elas são desonestas, já é outra história. e concordo com o Fernando: a solução para os impostos de games (e de todos os outros) é votar com consciência, pensando no amanhã e não apenas no agora.
e sim, eu tb odeio o atual governo. a presidente Dilma é uma CRIMINOSA que trata os trabalhadores como LIXO. sou funcionário público, então acho que não precisa dizer mais nada.
Opa meu jovem, não quis lhe criticar para ser agressivo com sua escrita.
ExcluirSobre suas falácias e o tópico pesado, peço por gentileza que permita eu julgar um texto, no caso do texto achei pesado pelo tom, como se fosse um ataque a algo ou algumas pessoas que se enquadram nas suas observações.
Sobre o trecho, relax man, não falei de voce, nem citei nome ou coisa parecida, apenas vi em uma das msg do post.
Percebi que esta arisco, como leitor, não quero Incomodar, pois é seu blog, fica na paz amigo e continue a escrever, faz bem. Abraço.
relaxa Rodrigo. Você sabe que é um dos leitores do blog por quem tenho enorme carinho.
Excluirquem bom que foi alguém nos comentários que falou, e não eu. acontece que às vezes a gente fala besteira sem perceber mesmo.
o texto é arisco sim, mas não é um ataque a ninguém. é arisco porque trata das asneiras que as pessoas falam para justificar a prática da pirataria. cara, isso é uma coisa tão simples: ou você faz ou não faz. não estou aqui para julgar ninguém. agora, se o cara vem com essas baboseiras hipócritas fingindo que usa pirata para fazer justiça por causa dos roubos do país em que vive, aí eu respondo com um texto de 20 páginas sobre o assunto rsrsrs.
e outra: se vc achasse que eu tinha dito alguma besteira ou coisa ofensiva (que fugisse à proposta do texto) você tinha (e tem) todo o direito de discordar e apontar onde e quando isso aconteceu. de que adianta um amigo que só sabe concordar com tudo que vc diz? eu mesmo não quero esse tipo de amizade.
fica na paz também e te espero nos comentários do próximo post.
Muito bom o texto. Gostei dos apontamentos das falácias e inclusive me identifiquei muito com sua indignação. Cheguei até a escrever um post sobre pirataria no meu blog que tem alguns apontamentos similares e gostaria que você lesse depois caso se interesse:
ResponderExcluirhttp://www.cubagames.com.br/846/
(deculpe por colocar o link, parece mendigagem, hehehe)
Em um dos comentários do meu post, me esclareceram que o motivo dos jogos de console serem mais caros aqui é que os impostos cobrados para os jogos de console são maiores porque entram na infame e antiquada categoria de jogos de azar, enquanto os jogos de PC são tributados como software (que até tem vantagens). Ou seja, MW3 no XBox é cobrado como caça-níquel, enquanto MW3 no PC é cobrado como um Norton Antivirus.
Fernando, vou ler o post quando tiver mais tempo. e você pode me indicar leituras sem o menor problema. se eu soubesse que vc tem um blog já teria te pedido o link há muito tempo.
ExcluirNota: games não são mais classificados como jogos de azar. desde a inclusão dos mesmos na lei Rouanet, games caíram no âmbito dos produtos culturais, podendo terem seus impostos reduzidos na fonte.
e jogos não são/eram caros apenas pela antiga classificação de jogo de azar. os impostos representam mais de 75% do preço final desse produto.
Bom, eu admito que já usei mt da pirataria. E eu não estava nem aí, achava que era só um brinquedo msm, então tava td bem e tals. No meu PS1 e PS2, nunca rodaram jogos originais, apenas os piratões. Mas hoje em dia, eu - acho que posso falar assim - amadureci e passei a me informar mais sobre a indústria dos jogos em geral, o que mudou minha visão sobre pirataria. De forma alguma, condeno quem compra pirata, afinal seria hipocrisia, já que eu, como já disse antes, comprei mt. Mas hoje em dia, faço o máximo que posso para comprar jogos originais, coisa que nem está tão difícil assim, com jogos saindo por preços mais baratos através de compras digitais. Na Live, por exemplo, um jogo sai mais barato do que em mídia física, não mt mais barato, mas ainda assim é um desconto bom. E outra, hoje em dia, existe Steam e com um PC mediano é possível rodar os jogos atuais - msm que seja com os gráficos no minimo, como é meu caso em alguns jogos -, então é só ter uma conta no Steam que com 20 reais tu consegue faturar um ou dois jogos bons - esses dias estavam os 2 primeiros Mass Effects em promoção! Só não comprei, pq já comprei jogos esse mês, na Steam msm, foram 3 jogos por 17R$! Com esse preço, não precisa mais piratear -.
ResponderExcluirBom, ótimo texto, você realmente abordou mts falácias que são utilizadas não apenas em discussões sobre jogos, mas em discussões sobre qualquer outra coisa e eu sou o tipo de cara que adora debater, então já sofri mt com esses tipos de falácia - Eu lembro que na aula de filosofia, a gente tava discutindo sobre pessoas feias serem proibidas de entrar em baladas e enquanto todo mundo só concordou que aquilo era errado, eu tb concordei que era errado, mas levantei o ponto: O dono da balada não tá no direito dele de deixar entrar só quem ele quer? A discussão se estendeu, até que chegou um ponto onde a porta voz da sala (a sala inteira estava contra mim) disse que eu então não ia poder entrar na balada, ou seja, ela ficou sem argumentos e resolveu me ofender para sair por cima. -. Caracas, o comentário ficou enorme! Mas eu vou acabar ele por aqui, já tá grande demais rsrsrsrsrs
kkkkkkkkkkkkkkkk. com amadurecimento vem uma consciência maior, Luís. quando eu escrevi esse texto não conhecia o sistema do Steam. excelente, pra dizer o mínimo. eu devia citá-lo no texto mas sempre dá preguiça de editar. pessoas feias não entrarem na balada? kkkkkkkkkkkkkkk. o problema é que beleza é algo muito relativo, e costuma mudar com o passar do tempo (a opinião). acho que vou fazer um texto sobre o Steam, futuramente, pra corrigir essa injustiça.
Excluir