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domingo, 16 de setembro de 2012

GRANDES FALÁCIAS SOBRE PIRATARIA DE GAMES

















Lidar com seres humanos é algo complicado. Quem fala isso é uma pessoa que é obrigada a tratar com o público, diariamente, se quiser ganhar o suado dinheirinho que garante os preciosos “joguinhos”, idas ao cinema e passeios descompromissados para “mero” espairecimento. Ou seja: todas essas coisas que ocupam o tempo de um ser humano atualizado e antenado com as tendências do entretenimento moderno (leia-se: NERD).
Como venho passando por uma fase quase que totalmente niilista em vários aspectos da minha vida, gostaria de discursar de uma forma descompromissada (mas aberta a debates acalorados, sem dúvida) acerca de um assunto que simplesmente me desperta interesse: pirataria.

Antes de discorrer o assunto, gostaria de apontar algumas definições que acho pertinente sobre o tema pirataria, visto que o título do post já deixa claro que o tema do artigo são as falácias.

“engano, ilusão, sofisma. Argumento capcioso que induz a erro.” Essa é a definição de falácia.

Falácia, não. E mentir, pode?

Se você não entendeu a definição, meus pêsames. Como estou de bom humor, posso desenhar para aqueles que não entenderam: falácia é um argumento que parece ser verdadeiro, mas não é. É uma afirmação enganosa que serve de base para pessoas de mente pequena e limitada, mas que cai por terra facilmente diante de pessoas esclarecidas.
Apresentada a definição, darei agora alguns exemplos de falácia e de como elas se encaixarão na (minha) discussão sobre o tema.


FALÁCIA AD HOMINEM

Não alimente os Trolls















Essa é a marca de ração preferida dos trolls.
Ad Hominem é uma expressão em latim que quer dizem, ao pé da letra, “ao homem”, ou seja: um ataque à pessoa em vez do embate de argumentos.

Como isso funciona? Simples: movido pela mais pura falta de razão e de argumentos plausíveis, a pessoa ataca o autor dos argumentos em vez de apresentar uma contra-argumentação.
Seria algo do tipo: “o que o negro do Barack Obama entende de política internacional?”. Ora, desde quando a cor da pele de uma pessoa é parâmetro de discussão? Será que o simples fato de uma pessoa ter a pele negra faz dela um incapaz de fazer afirmações que façam sentido? Claro que não.
Então, acho que deu pra entender. Se sua mente não consegue absorver um raciocínio tão simples como esse, fundamental para o desenrolar de um debate saudável, clica no xis ali da barra de titulo e vai ser feliz na sua ignorância (e podem acreditar: a forma mais fácil de ser feliz é se entregar à ignorância. Pra quê ter trabalho pensando e discutindo as coisas? Em time que está ganhando não se mexe, não é mesmo?).

A falácia Ad Hominem não serve apenas para jogos ou pirataria, infelizmente. Como existem muitas pessoas de idade intelectual ainda na fase infantil, qualquer assunto que você venha expor ao publico será (ou poderá ser) alvo desse tipo de imbecilidade.
Não tenho um exemplo construtivo para dar, até pelo fato de que eu tenho o bom-senso de, geralmente, me controlar e não cair na tentação de alimentar trolls. Como sou humano, e todo ser humano é estúpido por natureza (a coisa só vai se diluindo com o passar dos anos, depois de muito aprendizado), não posso afirmar que nunca caí nesse tipo de armadilha.
Pra ser sincero, ainda neste ano, me envolvi em uma situação dessas nos comentários do blog Gagá Games, em um post sobre o Castlevania Harmony of Dissonance. E admito que boa parte da motivação para escrever este texto veio dessa experiência desagradável que tive. Felizmente, me mantive na linha, mesmo que essa "batalha" não tenha me permitido subir de level.
E outra: não sou perfeito e nem tento ser. Com certeza já me utilizei desse recurso infantil em alguns momentos da minha vida (real e virtual).
Mas, nas ocasiões em que cometi tal “pecado”, peço desculpas aos envolvidos.


FALÁCIA POST HOC ERGO PROPTER HOC

Nem todo terrorista é muçulmano. Todo muçulmano é terrorista?
















A tradução desse nome, que parece nome de chefes da saga Xenogears, é mais ou menos essa: “depois disso, logo por causa disso”.
Resumindo, é uma tentativa de validar um argumento por meio de um outro argumento, anterior, que supostamente dá arcabouço ao argumento posterior. Exemplo: joguei videogame por duas horas seguidas e fiquei com a vista cansada.
Uma pessoa pode ficar com a vista cansada por causa da sua rotina de trabalho, ou por causa de algum fator genético ou hereditário e, claro, por jogar muito videogame ou ficar por horas na frente do computador. Mas isso não é uma garantia, com 100% de certeza, de que a sua vista ficou cansada pelo ato de jogar videogame.

Esse tipo de falácia é mais sutil que a Ad Hominem, por exemplo, e não terá muita relevância para o post. Queria apenas alertar para o perigo desse tipo de pensamento imbecil e deixar clara a minha estupefação: é incrível como pessoas ignorantes se utilizam desse tipo de recurso para parecerem inteligentes. Me lembrei de um exemplo: uma pessoa que eu conheço afirmou que, se uma pessoa está acometida por uma tosse, essa tosse só corre o risco de ser um sinal de tuberculose caso ela aconteça (infalivelmente) durante a tarde. Ou seja: se uma pessoa não tosse nesse período, não pode estar com tuberculose. Certo? Acho que me fiz entender. Próximo tópico.


FALÁCIA: INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA















Warning! Warning! Eis aqui um dos tipos de falácia mais perigosos e prejudiciais aos livre pensadores.
Ônus é encargo, responsabilidade. Ou seja, inverter o ônus da prova é jogar nas costas do questionador a responsabilidade de provar que o questionado é quem está errado.

Essa falácia deixa bastante claro que  a pessoa que a utilizou não sabe patavinas do que está dizendo e quer te “vencer” na conversa pela simples possibilidade de você não ter condições de provar que ele está cagando pela boca.
O melhor exemplo deste tipo de falácia acontece em discussões sobre religião e crenças (algo totalmente cansativo e pouco frutífero).
Exemplo: alguém vem e afirma: “Deus não existe”. Aí o sujeito rebate dizendo: “Você não pode provar que Deus não existe, logo você errado. Enquanto você não conseguir provar a não existência de Deus, estará fadado a perder o debate.”
E é aí que eu pergunto: COMO RAIOS EU VOU PROVAR QUE UMA COISA NÃO EXISTE? 

"Aqui em meu quarto, possuo um console de videogame que roda qualquer tipo de mídia. Desde os cartuchos de Atari até os arquivos baixados através do Steam. Nem preciso me preocupar com erros de leitura ou de identificação de formatos de arquivo, pois ele roda tudo lisinho e magicamente, sem que eu precise pressionar um botão ou mexer nas configurações. Agora eu quero que você me prove que este console não existe."

Você pode vir a minha casa e procurar no meu quarto. Isso não vai provar que ele não existe (eu posso simplesmente ter escondido ou emprestado ele a alguém).
Você pode me afirmar que nunca foi visto tal aparelho em lugar nenhum. Até aí, na primeira vez que o ser humano viu o nascimento de quadrigêmeos, tal fenômeno não havia sido observado. Isso não quer dizer que sua possibilidade era zero de acontecer. Deu pra entender aonde quero chegar? Se não, a dica do xisinho continua firme e forte.

Essa falácia se aplica a debates sobre videogame? Mesmo que eu não tenha nenhum exemplo no momento, a resposta provavelmente é sim.


FALÁCIA DA FALSA DICOTOMIA

Quem come vaca acaba com a Amazônia...














Dicotomia: divisão em duas partes.
O perigo da falsa dicotomia é o nivelamento por baixo. Diferente das duas últimas, tenho um exemplo que se aplica diretamente ao cerne do texto (a essa altura do campeonato você já deve ter esquecido, mas o tema é debate sobre a pirataria).
Quando se discute pirataria, é comum as pessoas usarem o seguinte (e idiota) argumento: como você pode condenar a compra de jogos piratas? Por acaso o seu Windows é original? Será que você nunca baixou um MP3 na sua vida? E é aí que eu pergunto: o que raios um mp3 ou uma cópia pirata do Windows tem a ver com a sua escolha de não comprar jogos piratas? Por acaso uma pessoa precisa ser “perfeita” para fazer algo certo?
Seguindo esse mesmo raciocínio, uma pessoa que mata não pode ser repreendida por uma pessoa que mente, pois matar e mentir são “pecados”, igualmente condenadores ao inferno. Meio extremista? Sim, a ideia é essa: usar do mesmo extremismo que uma pessoa que compara o ato de baixar um mp3 esporadicamente com o ato de nunca ter adquirido um jogo original em toda a sua vida.

Claro, o que está em discussão aqui não é periodicidade. Uma coisa errada não vai deixar de ser errada por ser praticada menos ou mais vezes. O que eu discuto aqui é a prática, o hábito e a mentalidade de se praticar tal ato.

Sim, eu baixo músicas em mp3 ilegalmente. Em parte por não dispor de meios práticos para pagar por elas oficialmente. Em parte pelo receio de colocar meus dados bancários à disposição de toda a internet apenas para adquirir uma ou outra música (de discos aleatórios de bandas das quais eu nunca compraria um álbum inteiro apenas por uma faixa). 
Mas, ao escolher comprar discos originais das minhas bandas favoritas, eu reduzo bastante o escopo de meus atos ilícitos, por exemplo.
Já com jogos eu sou mais radical: desde o mês de setembro de 2009, não compro mais jogos pirateados. Nem mesmo faço downloads para aquelas plataformas em que a facilidade para adquirir tais arquivos beira o ridículo, como PSP e Nintendo DS.

Bem, aonde quero chegar com essa falácia? Quero chegar ao fato de que essa afirmação de “seu Windows é pirata, então não me venha criticar TODAS as outras coisas que eu pirateio” é a mais pura falácia da falsa dicotomia.
Não existem apenas duas alternativas: ou você é bonzinho e compra tudo 110% original (e vai para o céu dançar ciranda com Jesus) ou você é o satanista hipócrita que não tem o direito de criticar o ato de pirataria (e vai jogar Queimado com o capeta no inferno).

Não existem mudanças de hábito repentinas. Principalmente maus hábitos que te trazem mais benefícios que prejuízos. E para finalizar este tópico, deixo a pergunta: o que é mais fácil?. Uma pessoa que limita sua área de atuação na prática de pirataria (selecionando o que “merece” ou não ser comprado original) e tenta controlar seus impulsos ou uma pessoa que tem o hábito de não adquirir nada de original (e nem pretende mudar de postura) excluir essa prática repentinamente? Pois é...


FALÁCIA DO APELO À EMOÇÃO

Como pôde tentar voar sem mim!














Nesta mesma seção de comentários do Gagá Games um sujeito, já desesperado pela falta de argumentos e condições de discutir comigo, pediu “educadamente” para eu não criticar a sua postura em relação à pirataria (sendo que em nenhum momento eu havia feito tal coisa ou se quer dirigido meus comentários diretamente a ele) porque não era eu quem pagava as suas contas e dava dinheiro para ele comprar jogos piratas. Simples assim.

Aos mais sensíveis de estômago, peço para que fechem a página do blog agora. Aos que insistirem, gostaria de citar um “curioso” caso da medicina.

Shinkuuu... Hadouken!!!




Prisão de ventre é algo que todo mundo já teve. Mas existe um caso extremo nesse tipo de condição, que gera uma das mais nojentas e asquerosas situações da qual já ouvi falar (e olha que poucas coisas são capazes de virar meu estômago): em certos casos, depois de passar dias e mais dias sem conseguir defecar, uma pessoa pode expelir as fezes acumuladas por via oral. É isso mesmo que você está pensando: uma pessoa é capaz de vomitar uma torrente de fezes pela boca, no sentido literal da palavra. E foi isso que esse sujeito fez, só que no sentido menos denotativo da expressão.

Sem saber, o sujeito citado acima caiu no mais clássico exemplo da falácia do apelo à emoção. É como quando alguém diz: não critique a minha religião, seu insensível e desrespeitoso com as crenças dos outros. Ou: você teria coragem de negar uma moeda a um deficiente num ponto de ônibus?
Só posso responder a esse tipo de questionamento de uma forma: se a sua religião ou crença é algo tão fraco que não resiste a um simples questionamento, você devia rever seus conceitos ou expandir seus horizontes.
E, caso você ainda não saiba, velhos, crianças, idosos e deficientes podem se aproveitar da sua condição em proveito (inescrupuloso) próprio. Sem mais a acrescentar.


FALÁCIA DO APELO À AUTORIDADE

Será que Dilbert conseguirá se aposentar um dia?
















Não se preocupem. Este será o último exemplo de falácia, e ela tem tudo a ver com o tema jogos.
Em geral, a falácia do apelo à autoridade é usada em discussões científicas, pois a sua base consiste, geralmente, em vomitar títulos ou fontes irrefutáveis.
Exemplo: "eu sou formado em achologia, com dois doutorados em pitacologia e um mestrado em achologismo avançado, portanto eu só posso estar certo em minhas afirmações". Ou: "de acordo com a OMIU (Organização Mundial dos Idiotas Unidos), um terço dos jogadores que mataram seus pais com um tiro na cara jogaram Harvest Moon e deixaram a vaquinha morrer de inanição" (se é que isso é possível nesse jogo).

O melhor exemplo que eu já vi e que tem a ver com games? O infalível UOL e seus “especialistas” em análises de games.
Determinado a rebater os comentários sobre a qualidade do jogo Final Fantasy 13, o locutor do vídeo-review não se acanhou em utilizar o recurso do apelo à autoridade, dizendo que "Final Fantasy 13 vendeu x milhões de cópias em uma semana" e que "x sites altamente especializados, gabaritados e comprado$ da mídia internacional haviam dado notas entre 9 e 10 ao game". Nada mais a acrescentar. Se não entendeu, já conhece o procedimento.


Depois de toda essa longa introdução (mas que, creio eu, seja indispensável e basal para o andamento de um debate) posso começar a tratar o assunto de forma mais direta. E como todos os leitores do blog já sabem, sou um tipo de castor obsessivo com mania de listar e organizar tudo (com exceção do meu quarto). Desta forma, aqui vão os tópicos do post:


PIRATARIA VERSUS PREÇO

Sempre soube que pirataria era uma porcaria...












Ah, que delícia... Começar com uma das maiores falácias que cercam o assunto se constitui em um prazer imensurável. O problema aqui é que só idiotas de pouquíssimo nível intelectual se utilizam desse exemplo de falácia. E refutá-los é tão fácil que não chega a ter a mínima graça.

O “argumento” é este (eu sei, as aspas foram mal posicionadas, pois um argumento idiota ainda é um argumento, então lá vai): “não compro jogos originais por causa do preço. Piratas custam dez vezes menos que o original”.

Uma pessoa que se utiliza desse tipo de argumento, além de ser totalmente ignorante no assunto “Indústria e Comércio de Games”, é acometido por uma pobreza de intelecto digna de internação emergencial.
Eu adianto que vou ter uma certa dificuldade para tratar deste tópico, visto que ele já foi bastante desgastado e oferece pouco piso para argumentos e ideias novas. Mas vou tentar resumir as coisas com alguns fatos:

1-jogos (assim como qualquer bem de consumo ou serviço) não aparecem por geração espontânea. Leva anos para criar um jogo.
Profissionais altamente especializados precisam ser remunerados; equipamentos (caros) precisam ser alugados durante anos (ou comprados), sem mencionar as novas tecnologias que são criadas em torno da tarefa e das ramificações de comércio que este ramo fomenta (placas de vídeo; memória para PCs, mouses e mouse pads personalizados e etc,); campanhas de marketing precisam ser realizadas para que o produto ganhe notoriedade.

Ou seja: fazer um jogo não é barato. Jogos indie, feitos por hipies, podem ser baratos (mas não se surpreenda se aquele jogo indie que você adora tem gráficos inferiores, mais bugs ou menor duração e fator replay que blockbusters como Call of Duty), mas superproduções como God of War ou Resident Evil 6 demandam muito, muito, muito, muito, mas muito dinheiro. Claro, isso não é regra absoluta. Mas é mais ou menos assim que o mundo funciona nos games.

De forma alguma quero emanar ondas de coitadismo às empresas de jogos hardcore. Meu bolso não me permite tal comportamento hipócrita. Só quero apontar para os fatos. 
Tampouco estou insinuando que as empresas estão certas em explorar o jogador com sucessivas ondas de (dispensáveis) DLCs, ou continuações que nem esperam o jogo anterior desocupar o lugar na prateleira. Mas fato é fato, e jogos são custosos. E mesmo que não fossem: se alguém cria algo e trabalha nisso, o mínimo que essa pessoa espera é ser recompensada, financeiramente, por todo o seu esforço profissional;

2-“jogos de lançamento custam os olhos da cara. O jogo X deveria custar Y.”
Aí vai da sua necessidade em comprar um jogo dois dias depois de ele ser lançado.
Que jogos no Brasil são caros, isso é bem fácil de perceber. JOGAR VIDEOGAME, EM UM PAÍS COM ALTOS ÍNDICES DE POBREZA E ANALFABETISMO, É ENTRETENIMENTO DE LUXO. Mas você não precisa comprar um jogo de lançamento para se divertir com ele. Jogos envelhecem, mas seu potencial de diversão não tem um prazo de validade tão fugaz.

Com um pouco de paciência, um jogo de lançamento que sai por R$169,00 pode ser adquirido pela metade do preço, três meses depois. E isso não é uma metáfora. É um exemplo prático que aconteceu comigo (dentre tantos outros): esperei “absurdos” três meses e “ganhei um desconto” de 50% na compra do Mass Effect 3, para PS3. Um bom negócio? Pergunte para o disco do Need 4 Speed Shift 2: Unleashed que eu levei de “bônus” por causa da diferença e do chaveirinho N7 do primeiro game citado;

3-“lançamentos de PC custam, em média, R$99,00. Jogos de console, em seu lançamento, deveriam custar o mesmo”.
Concordo. É totalmente possível que jogos PS3 ou 360 custem esse valor de lançamento. Até menos. Mas não com as atuais condições de mercado do Brasil.
Para entender como isso funciona, usarei um exemplo da matemática que todos que cursaram o ensino médio vão se recordar: função.

O preço de custo de um produto pode ser calculado pela função: f (x) = Custo fixo de produção + milhares de outros custos os quais não citarei agora / pelo custo de unidades produzidas (me corrijam em caso de erro. Sou um fracasso em matemática).
Ou seja: se você produz muito, o custo fixo de produção cai por causa da demanda.
Aonde quero chegar? Quero chegar na base instalada de consumidores de um produto: se você fosse um padeiro de uma vila com 10 moradores e, supondo que cada pessoa dessa vila só come 1 pão por dia, você produziria 11 pães no mesmo dia? Claro que não.
Mas, independente da quantidade de pães que o padeiro fabricar, a farinha e os outros ingredientes ainda continuarão a serem vendidos no atacado, não no varejo. E isso afetará diretamente o preço do pãozinho (taí uma frase que nunca imaginei que diria no blog). Acontece o mesmo com os jogos de PC.

Quantas pessoas que você conhece possuem PC em casa? Várias, certo? E quantas pessoas que você conhece possuem um PS3 em casa, totalmente original (sim, a pirataria é levada em consideração durante o processo criativo de um jogo. Duvida? Então pergunte aos desenvolvedores da 2K a verdadeira razão por trás da inclusão de um modo multiplayer no jogo Bioshock 2)? Pouquíssimas, certo?
Partindo desses fatos, qual base instalada será maior, consequentemente demandando mais cópias de um jogo? Um pirulito pra quem disse PC.
Logo, os jogos de PC são mais baratos. Até porque a tarefa de cumprir com os requisitos ideais para rodar o jogo será sua, e não dos criadores;

4-“se os jogos fossem mais baratos, ninguém optaria por comprar jogos piratas”. Então não deve existir pirataria nos EUA, Canadá e tantos outros países de verdade que não o Brasil, certo? Bem, preste atenção à nacionalidade das pessoas que geralmente descobrem exploits em sistemas de consoles como PSP e PS3, entre outros.
Essa foi só uma das muitas formas de dizer que: PIRATARIA NÃO TEM NADA A VER COM CONDIÇÕES ECONÔMICAS, E SIM COM MENTALIDADE.
Jogos de celular, que custam entre R$2,00 e R$10,00 são amplamente pirateados. Preço não é parâmetro. É claro que influenciam no ato final, mas a coisa gira mais em torno da mentalidade e de hábitos do que em questões financeiras.
Pra quê pagar R$2,00 quando eu posso conseguir de graça? Boa pergunta...


O PALADINO DA JUSTIÇA

Pronto para defender a "causa Gamer"!



















Pasmem. E pasmem com vontade, pois em pleno século 21 eu fui agraciado com os seguintes coliformes fecais atirados diretamente em meus ouvidos (ou olhos, já que era um texto): “compro pirata, pois não quero pagar impostos para um governo corrupto e nem quero contribuir com impostos mal utilizados, que chegam a abranger 75% do preço final de um jogo”.

Sim, eu dou um tempo para que os leitores possam recuperar o fôlego.
Pronto. Continuarei: QUE DIABOS DE ARGUMENTO É ESSE?
Preciso responder a esse questionamento da mesma forma que respondi no fórum, ou seja, com outro questionamento (pois a única maneira de ganhar de um idiota em uma discussão é deixá-lo falar): POR QUE VOCÊ NÃO DEIXA DE PAGAR O IPTU DA SUA CASA, JÁ QUE SE TRATA DE IMPOSTOS SENDO COBRADOS PELOS MESMOS POLÍTICOS LADRÕES DO CASO ACIMA”?
A resposta eu mesmo dei: porque se fizer isso, você corre o risco de perder o imóvel para o governo.

Minha intenção com tal pergunta? Simples: deixar claro que punir crime de pirataria é bem mais difícil que punir sonegação de impostos (isso se você for um mero cidadão honesto). Até porque crime de violação de direitos de propriedade intelectual só são punidos por quem abastece a pirataria (aqueles caras que copiam milhares de jogos e filmes pra vender). É como acontece com drogas: o traficante vai preso, enquanto o usuário não pode ser punido apenas pelo uso da substância em si.

Ao meu questionamento, ainda lançaram a (idiota) afirmação de que jogos não são essenciais. São “coisa supérflua”, das quais você não precisa, enquanto que sem a sua casa você vai passar frio e, provavelmente, fome.
Acho que o que torna uma coisa supérflua é a importância que VOCÊ dá a essa coisa. Ninguém tem o direito de ditar o que é importante ou não para mim. Mesmo porque listar as coisas que são essenciais para a sobrevivência de um ser humano não é tarefas das mais complicadas: oxigênio, água e comida. Você não fica sem respirar pelo fato de ter perdido a sua casa, mas nem por isso uma moradia pode ser considerada como algo supérfluo, dispensável. Ou não haveria milhares vivendo nas ruas.

Então, para concluir o raciocínio desse tópico, deixo a afirmação: NÃO EXISTE NENHUMA JUSTIÇA, DE NENHUM TIPO, EM CONSUMIR PRODUTOS PIRATAS. Se você compra games falsificados com essa ideia, saiba que você está apenas ENGANANDO A SI MESMO. Você não está valorizando nenhum tipo de ideal de liberdade ou de democracia, ou ainda de acesso a conteúdo digital. VOCÊ FAZ ISSO EM BENEFÍCIO PRÓPRIO. E não cabe a ninguém, a não ser você mesmo, julgar se sua prática é certa ou errada. Mas fique ciente desse fato.

Ah, quase ia me esquecendo de citar que fui acusado de defender político ladrão por causa do meu argumento, e pelo absurdo de eu “esbanjar” dinheiro pagando opulentos R$70,00 em um jogo de PS3...

NOTA: para aqueles que querem levar à questão ao âmbito extremista do certo e errado, gostaria de fazer a seguinte indagação: se uma pessoa que consome 90% de seus produtos originais, mas cai no deslize de consumir os restantes 10% piratas não tem o direito de questionar o ato e é “digno” de punição, quais os direitos e a punição adequadas para alguém que consome 100% de produtos pirateados?


NO VENTRE DA QUESTÃO

Acredite: tem a ver com o tema!













Preparem-se, pois lá vem mais asneira (não de minha parte, claro): o próximo Mister Hankey a ser atirado na minha face foi o seguinte: “compro jogos piratas para poupar o leitor do meu videogame. Já que não estou comprando mídias pirateadas, não estou incentivando o comércio ilegal.”

Corrijam-me se eu estiver enganado, mas acho que a discussão aqui não é (totalmente) sobre os males em si que a pirataria causa, e sim sobre O ATO DE CONSUMIR PRODUTOS ILEGAIS SER CONDENÁVEL OU NÃO. Isso é uma coisa que, indiscutivelmente, ele é.
De fato, uma pessoa que não grava seus “joguinhos” em disco não está fomentando mercados negros (ao mesmo passo que está deixando de fomentar um mercado formal de venda de discos virgens e gravadores de DVD/Blu-ray). Mas o problema na pirataria não se resume a “financiar indiretamente o tráfico de drogas e o crime organizado”.
Essa prática atinge e fere mais o direito intelectual e de propriedade do que outros.
Ninguém se sente culpado pelo fim do mercado de fitas VHS, pois é necessidade do mercado se adequar a novas tendências e tecnologias que os meios de entretenimento exigem e geram. Mas vamos pegar um exemplo que acaba de vir a minha mente:

Juro que essa imagem não tem nada a ver com o exemplo.













Você é um criador de jogos, e trabalha em uma empresa que não vai muito bem das pernas. O mais recente projeto de sua equipe, apesar de estar em desenvolvimento há longos e dispendiosos anos, não é dos mais inspirados. Se algo não for feito, há uma grande chance de a empresa fechar e todo mundo ficar desempregado.

Pois bem. Certa manhã você levanta com AQUELA ideia na cabeça. Ela vai mudar os rumos do projeto, salvar a empresa da falência e, de quebra, acrescentar algo de bom ao tão desgastado entretenimento de games. Isso é algo inaudito e que você simplesmente sente. Você mal pode esperar para ver a cara dos seus colegas de trabalho e do seu chefe quando contar o que se passa na sua cabeça.

Depois de o jogo estar pronto e fazer um relativo sucesso, vem a decepção: o título, apesar de ser original e de todo o trabalho em campanhas de marketing, vendeu mais cópias ilegais que cópias originais.
Uma bomba para o estúdio e seus funcionários: o jogo mal conseguiu se pagar e empresa vai ter que decretar falência.

E fica a pergunta: o que faltou? Mais empenho da equipe? Uma melhor campanha de marketing? Menos ideias de nicho e mais elementos de fácil reconhecimento a uma gama maior de jogadores? Será que a pirataria teve um papel decisivo nesse caso (que, apesar de não envolver uma “ideia mirabolante que vai mudar os rumos do entretenimento”, com certeza já deve ter acontecido fora do campo das especulações)? Qual a parte de culpa do comércio, indústria e dos jogadores em todo o processo? Será que o pequeno estúdio fechou apenas por causa dos fatores citados acima?
Difícil afirmar. Fica a oportunidade de reflexão no ar.

NOTA: é fato que aparelhos “bloqueados” duram mais e apresentam menos problemas técnicos que os desbloqueados que rodam mídias de todas as cores do arco-íris. Isso se não estivermos falando de um console da Microsoft, claro (desculpem. Não resisti à tentação).


DESMERECENDO O DEMÉRITO DO MERECIMENTO













Sim, o título do tópico era pra causar confusão mesmo. Tendo explicado isso, posso começar.

Howdy Hooooo!!!














Fezes. Fezes ao ventilador. Fezes escritas. Fezes em forma de canção. As fezes chegam a meus ouvidos e olhos de incontáveis maneiras. Mas a próxima da lista veio através do mesmo veículo que as demais: o já citado fórum do site Gagá Games. Sim, eu permiti que a discussão se prolongasse e tomasse proporções que dariam inveja ao melhor criador e treinador de Trolls que o planeta já conheceu. A afirmação foi esta:

“Os jogos atuais não ‘valem a pena serem comprados originais’. Não vou dar meu rico dinheirinho a empresas que não fazem jus aos elementos originais de séries como Resident Evil ou Ninja Gaiden.”

**suspiro para recobrar a livre capacidade de raciocínio e oxigenar o cérebro...**

Bem, o que pode ser dito de uma asneira sem tamanho como essas?
Quer dizer que uma pessoa que pratica tal ato (o de comprar pirata) apenas por concluir que as empresas não estão levando uma franquia nos rumos que ele gostaria se acha gabaritado a fazer algo melhor, que “valha o investimento?”
E QUANTO AOS JOGOS QUE VALEM O INVESTIMENTO (INDISCUTÍVEIS OBRAS DE ARTE DIGITAIS, COMO BATMAN ARKHAM ASYLUM; LITTLE BIG PLANET E GOD OF WAR), POR MEIO DA AQUISIÇÃO LEGAL E OFICIAL DO DISCO/DOWNLOAD? COMO UMA PESSOA DESSAS PRETENDE PRESTIGIAR OS CRIADORES DE TAIS “OBRAS PRIMAS” DIGNAS DE SUA ATENÇÃO?

Será que o mundo dos games anda tão ruim assim, sem representantes que façam jus a uma mera compra de jogo original, para alguém chegar a uma conclusão destas? Se a sua resposta for sim, então eu pergunto: ENTÃO POR QUE DIABOS VOCÊ NÃO PARA DE JOGAR?
Se um jogo não parece valer a pena, ótimo! Você não é obrigado a levar pra casa algo que não te agradou. BAIXA UMA DEMO. PEDE A OPINIÃO DOS TEUS AMIGOS QUE TÊM O JOGO. PROCURA REVIEWS EM SITES E BLOGS. O que não falta é fonte de opinião.

Eu mesmo, com o Mais Um Blog de Games, tenho a humilde e pretensiosa tarefa de dar algum norte aqueles jogadores que venham a se interessar por um jogo que eu, por ventura, já tenha jogado. 
Se venho conseguindo cumprir essa missão, só os leitores é que podem dizer.
Quando eu acho que um jogo não cumprirá as suas expectativas, procuro deixar bem claro no fim do texto, para que sirva de aviso.
Se, mesmo assim, você não conseguir achar bons jogos, ao menos vai estar fazendo uma coisa que vale mais que ouro em barras: PROCURANDO PONTOS DE VISTA DIFERENTES DOS SEUS E AGREGANDO CONHECIMENTO. Mesmo que sobre temas considerados fúteis, ter ciência de algo É SEMPRE MELHOR QUE FICAR NA ESCURIDÃO DA IGNORÂNCIA.


OURO DE TOLO

E desde quando galinha tem ovos?














“Você não passa de um otário que gasta fortunas com joguinho de videogame quando podia estar investindo o seu dinheiro em algo ‘que valha a pena.’”.

Engraçado: do alto dos meus trinta anos de idade, eu não me lembro de ter dado, em momento algum de minha existência neste plano, permissão para Sr. Ninguém decidir por mim o que devo fazer com meu dinheiro.

Sou adulto (pelo menos biologicamente falando, rsrsrs). Pago: água; luz; internet e telefone (maldita venda conjugada!), gás e compras do mês. O que eu gasto com jogos não é nem um terço do total dos meus gastos mensais.
Games, entre outras coisas, são uma excelente válvula de escape que me fazem desestressar e seguir em frente sem dar vazão aos meus desejos de esganar meu chefe ou explodir de raiva por motivos banais quando chego em casa cansado.
Isso posto, gostaria de desafiar a quem quer que seja a redefinir o meu conceito pessoal de “algo que valha a pena.” Valer a pena seria investir na bolsa de valores? Pegar 10% do meu ordenado e entregar nas mãos de um pastor? Gastar com prostitutas (isso eu já faço no GTA, rsrsrs)? Doar a uma ONG de conduta duvidosa?
Não sei dizer. Mas o desafio está lançado.

Ainda sobre a questão dos valores: tal afirmação de incomensurável imbecilidade e falta de imaginação alheios me fez lembrar de uma “engraçada” situação” que vivenciei: na casa de um amigo, enquanto discutíamos vários assuntos, não sei como o tema “jogo original” veio à tona.
Tentando esclarecer o meu leigo amigo acerca do assunto, me prestei a informá-lo de que “um jogo original custava cerca de R$100,00”.
O ano era 2006. E um jogo de PS3 custava bem mais que esse valor nessa época. Precisei rebaixar a faixa de preço para não traumatizá-lo logo de cara, sem nenhum aviso prévio.
Foi então que ele engatilhou a sua arma da imbecilidade (não tem problema em dizer isso, pois a chance desse meu amigo ler este texto é menor que a de sair algo que se aproveite da boca do José Luiz Datena) e disparou:

“Você teria “coragem”de pagar R$100,00 em um jogo?”

**outra pausa para suspiro de oxigenação...**

COMO ASSIM? DESDE QUANDO O SE APROPRIAR DO QUE NÃO LHE PERTENCE VIROU O PADRÃO ACEITÁVEL, AO INVÉS DO EXECRÁVEL SOCIALMENTE? SERÁ QUE EU DEVO ACHAR TOLERÁVEL ESSA INVERSÃO DE VALORES?

Bem, em um país onde vigora a Lei de Gerson, pode até ser. Só não me venha com choradeiras quando alguém que você conhece sofrer de uma doença séria não apresentar melhoras por estar tomando medicamento falsificado sem saber. É um extremismo sim, mas acredite: um tipo de pensamento leva a outro. Ou você vai contar com o bom senso de pessoas que tomam o que não lhes pertence sem quaisquer travas morais sobre o assunto?



QUEM PODE, PODE. QUEM NÃO PODE...

Se chamar Rico tudo bem, mas Riquinho?
















Falácia que é falácia não pode se ater a apenas um dos lados da questão. Por essa razão, gostaria de apresentar duas falácias do "lado branco da força", ou seja, do lado de quem compra (ou apenas compra) jogos originais.
Confesso que estou sendo um tanto imparcial e preguiçoso nesse ponto, pois não me esforcei o bastante para encontrar outros exemplos que engrandecessem o texto. Talvez pelo fato de que o lado negro cause mais prejuízos que o branco. Mas os comentários estão aí para isto mesmo, então...

A primeira se refere ao poder aquisitivo de quem compra jogos originais. O argumento mais difundido é: “QUEM TEM R$1000,00 PARA GASTAR COM UM CONSOLE DE ÚLTIMA GERAÇÃO PODE MUITO BEM PAGAR R$150,00 REAIS EM UM JOGO ORIGINAL.”

Discordo totalmente desse tipo de evacuação em meus ouvidos. Afirmar tal asneira é o mesmo que dizer que uma pessoa que comprou um carro de R$6000,00 não vai “se incomodar” em gastar R$400,00 reais em pneus novos todo mês.
Uma coisa é você comprar um bem mais definitivo, que servirá de base para o seu entretenimento e que terá uma relação custo-benefício medida em anos (afinal, você não compra um console novo todo mês). Outra coisa é pagar quase ¼ do valor do console a cada vez que quiser jogar um jogo novo.
Isso se confirma, principalmente, naqueles casos em que compramos o console visando ao desbloqueio: ele será a base para todos os jogos que serão desfrutados de graça e, portanto, o investimento é mais que compensado no futuro.
De forma alguma estou justificando a prática, se eu fizesse isso, estaria invalidando as centenas de linhas escritas logo acima. O que quero atestar é a idiotia do raciocínio.

Se você pode pagar R$150,00 em um jogo, parabéns. Mas não é uma prática que eu aconselho, tendo em vista que DINHEIRO NÃO NASCE EM ÁRVORE.
Fica mais esse conselho, então.


COMPRO ORIGINAIS PARA PRESTIGIAR O MERCADO DE GAMES E AS DESENVOLVEDORAS

Mas que bonzinho...
















Isso pode ser verdade em parte. Mas não totalmente.
Eu, Shadow Geisel, compro jogos originais para prestigiar o mercado e as desenvolvedoras E, TAMBÉM, PARA NÃO FRITAR O LEITOR ÓTICO DO MEU APARELHO E PARA NÃO MORRER DE RAIVA TENDO QUE REGRAVAR UM JOGO PELA MILÉSIMA VEZ E PARA JOGAR SEM CULPA E PARA ADQUIRIR PRODUTOS TESTADOS E DE QUALIDADE ASSEGURADA (HÁ CONTROVÉRSIAS NESSA PARTE, MAS PACIÊNCIA...) E PARA...

Com mil demônios de nível... o que vem depois do nível 99 mesmo nos RPGs? Ah, deu pra entender...
Eu não compro jogos originais apenas porque sou bonzinho e quero dançar ciranda com Jesus quando morrer. Eu faço isso, acima de tudo, PARA OBTER UMA VANTAGEM ÓBVIA E RAZOÁVEL PARA MIM SEM QUE HAJA A NECESSIDADE DE PASSAR POR CIMA DAS LEIS E DOS DIREITOS DOS OUTROS.
Originais são um bom investimento pelos motivos citados acima. E além de tudo, me garantem tranquilidade na hora do jogo e na hora de recostar a cabeça no travesseiro.

Então, não me venha com o falso moralismo de que compra originais “pela causa gamer’.
Quer fazer algo pela causa gamer? Comece escolhendo melhor os seus candidatos. Ou melhor: comece lendo mais. Adquirir conhecimento é a melhor forma de moldar o mundo ao seu redor de uma forma positiva.
Depois, você pode começar a praticar o hábito de respeitar a opinião dos outros, tentando dialogar de uma forma construtiva sem apelar para a tão nociva falácia Ad Hominem e tantas outras formas abomináveis de escapismo e fuga diante da falta de argumentos.
Você verá como isso vai fazer a sua vida melhorar, nem que seja na forma como você enxerga as coisas. Isso também fará “nascerem” mais arco-íris por metro quadrado no céu. Não gosta de arco-íris? Que pena, pois eu acho que eles são um dos raros indícios de que Deus, na hipótese de sua existência, tem um incrível senso de humor (o ornitorrinco também, mas ele é um assunto para um post em separado, sobre como é bom sacanear e pregar peças nos outros...).

Para finalizar, algumas observações avulsas e conselhos de uma pessoa que tenta aprender com seus próprios erros (além de humor gratuito e adolescente, um dos melhores tipos de humor, diga-se de passagem):

-se a melhor forma de protesto que você encontrou contra os impostos injustos do país foi comprar jogos piratas, só posso sentir pena da sua pequenez de pensamento;

-você não é obrigado a discutir sobre nada. Mas se vai fazer isso, não se utilize de argumentos patéticos e sem embasamento, ou de falácias. Tampouco cultive a mania de trollar os outros. Isso é feio e papai-do-céu castiga. Sobre esse tema, gostaria de deixar o link de um ótimo vídeo que ensina como lidar com trolls. Assista e fique com aquela sensação de culpa por já ter caído na maioria dos erros que o autor vai citar.
Nota: sim, muitas das bases de argumentos foram inspiradas nesse e em outros vídeos do Youtube. E você pensando que esse site só servia pra ver o vídeo original das Empreguetes...

-atualmente, tenho uma relação relativamente tranquila com a pirataria, a mais tranquila quanto o ato de se apoderar de coisas alheias pode ser. Mas essa é a minha opinião. Não escrevi o texto para julgar o comportamento de ninguém. Faça o que lhe achar melhor e continue bebendo Fanta Uva, mesmo sabendo que ela contém várias substâncias cancerígenas que podem te levar à morte;

-um dos grandes problemas da pirataria é que ela torna a relação de consumismo ainda mais vazia do que ela já é, visto que não aproveitamos nem 50% do que compramos quando se trata de jogos;

-empresas não se instalam no Brasil por causa da pirataria; pirataria existe por causa dos altos impostos; pirateiros compram pirata por causa disso. Será que o comportamento e a mentalidade do povo brasileiro não devia entrar nesse cálculo também não?


Se eu fui capaz de convencer a uma única pessoa com este post, já me dou por satisfeito.
Desculpem pelo título, e devo confessar que enganei os leitores: o post não é sobre falácias da pirataria de games. É sobre escolher fazer o que é certo. Se você começa com um jogo ou cd de música, dará continuidade tentando escolher um bom político (isso existe? Rsrsrs). Se você vota com consciência, já é um grande passo para outras grandes e mais urgentes melhorias na sua vida e na dos outros; e isso não há dinheiro que pague.


Au Revoir!





terça-feira, 4 de setembro de 2012

A ÁRDUA TAREFA DE VIVER: UMA LUZ A MENOS NO MUNDO















Há quinze dias chovia e fazia frio em minha cidade.
No começo da semana, um pequeno filhote de siamês albino apareceu do nada na porta de minha casa, provavelmente abandonada por alguém ou pela própria mãe. Meu irmão mais velho e de coração mais mole a acolheu.
O estado da pequena criatura era deplorável, depois de uma visita à veterinária ficou constatado não apenas o sexo dela como a sua situação de saúde: infecção nos olhos, desnutrição e infecção respiratória. E toda essa carga em cima de um filhote de poucos dias de vida.

Começamos, então, o tratamento: pomada para os olhos; vitamina C em gotas e um antibacteriano.
A animação da pequena era notória, e se traduzia em pequenas perseguições a qualquer pessoa da casa aonde quer que ela fosse. A carência por ter sido abandonada na chuva e com poucos dias de vida chegou ao seu ápice, quando a filhote se recusava a dormir em qualquer outro lugar da casa que não fosse na cama comigo ou com meu outro irmão, abraçada em volta do pescoço.

Outra semana começava, e um novo problema surgiu: a pobrezinha não estava se alimentando por conta própria. Depois de um dia conseguimos administrar, por meio de um conta-gotas, uma daquelas papinhas para recém-nascidos que vende no supermercado. Só deus sabe como é difícil, mesmo que se trate de um filhote, forçar um gato a fazer algo que ele não quer. Mesmo assim, estávamos conseguindo dar comida três vezes ao dia.
Outra visita à veterinária e ficamos sabendo da necessidade de alimentá-la de duas em duas horas, e a culpa de estar fazendo a coisa errada, mesmo sem saber, começava a se apoderar de mim. Outra semana acabava, e o tratamento era seguido à risca. Mas algo não estava certo.
A pequena que antes corria e miava a plenos pulmões, agora se mostrava abatida e dormia quase o dia todo.
Os dias não eram fáceis. Precisávamos nos acordar com frequência para dar comida forçada, remédios e um pouco de aconchego. A única coisa que acalmava a pobrezinha era o calor de nosso peito, enquanto ela dormia enrolada em uma toalha de rosto.
Depois de ter trabalhado por quase quinze dias sem um dia de descanso, minha mente e corpo estavam chegando ao seu limite.

Alguns dias se passaram e, mesmo tomando água e comendo de duas em duas horas, seu estado só piorava. Mesmo com o rostinho mais limpo; com seu nariz tendo parado de soltar secreção e com os lindos olhinhos azuis finalmente aparecendo, a pequenina não dava sinais de melhora.
No domingo que passou, dia 2, pude perceber uma terrível piora em seu estado. Sua boca quase não se abria, ficando muito difícil para dar comida. A água, quando descia, fazia a pobrezinha sentir muita dor e incômodo. Seu estado piorava, e a necessidade de levá-la à veterinária para aplicar outra injeção de complexo B (para estimular a alimentação e sua vontade de comer) se fazia urgente.

Meu irmão mais velho voltava de uma rápida viagem, já pela noite. Fui dormir, de nove horas pois precisava acordar cedo para trabalhar, enquanto ele se encarregou de dar os remédios e alimentação.
Levantei da cama devido a um pedido de ajuda dele ao meu outro irmão, por meio de uma frase que vai ficar gravada em minha mente por toda a vida: “levanta! Eu acho que ela está morrendo!”
O desespero se abateu sobre mim e meus irmãos. As lágrimas escorriam como escorrem agora, enquanto escrevo estas palavras.
A respiração da pobrezinha alternava entre acelerada e quase que imperceptível. Só nos restava esperar e acariciar a sua cabecinha para tentar lhe trazer algum conforto.
Fui para a cama, tentar dormir, sem conseguir me livrar da terrível visão de um animalzinho sofrendo em sua morte e não poder fazer nada. Pedi ao meu irmão que a acomodasse no sofá e deixasse a luz acesa. Ele insistiu em ficar ao lado dela, pois não conseguiria dormir de qualquer forma. Depois da meia-noite ele não aguentou e foi dormir.
Ao acordar, fiquei sabendo pelos comentários dos meus irmãos que ela havia, finalmente, falecido.
Dominado por um misto de vergonha, culpa e alívio, levantei e fui trabalhar. A desculpa de que tinha “gente” doente em casa não ia funcionar mais uma vez, como havia funcionado no sábado.

No trabalho, ontem, não conseguia me concentrar. Tive que sair do salão de meu trabalho várias vezes, pois não conseguia parar de chorar. A tristeza, o medo e a insegurança que só as situações de morte trazem dominavam o meu espírito.
Um colega de trabalho, tendo me flagrado em lágrimas, tentava me consolar e entender o que estava acontecendo. Chorando muito, expliquei da melhor forma que o meu estado de nervos me permitiu. Ele apenas pediu pra eu não chorar, e que eu tomasse um copo de água. Mesmo quase podendo sentir o olhar de “tudo isso por causa de um gato”, me acalmei um pouco e tentei continuar minhas tarefas.
Mais dois colegas meus ficaram sabendo o que acontecia, e aos três eu fiz a mesma pergunta: “como um deus pode trazer um animalzinho ao mundo apenas para que ele conheça o abandono, a dor e o sofrimento?”
A melhor resposta que obtive, nos três casos, foi o mais completo silêncio.

O mais triste de tudo isso, além do sofrimento do animal (e de tantos outros seres vivos dia após dia), é a arrogância das pessoas em ditar a quem pode ser direcionado o amor. Na pior das hipóteses, confundem o sentimento citado acima com coito. Na melhor, acreditam que animais não têm alma e não têm tanta capacidade de demonstrar amor quanto um ser humano.

Não é de hoje que não sinto a menor simpatia pelo personagem descrito na bíblia, o Deus católico, evangélico ou que quer que seja. Essa minha antipatia se já se dava muito antes do falecimento de minha mãe, no ano de 2004. Então, não vejo sentido em meu discurso ser acusado de ressentimento pós perda traumática, ou falácia pró-ateísta. Até porque não sou ateu.
Se fosse questionado sobre isso há alguns anos por algum livre pensador movido pela mais sincera curiosidade, certamente minha resposta seria: sim, que era um ateu.
Mas não penso assim. Ateu, por definição, é aquele indivíduo que não crê em nenhuma forma de divindade. Eu não acho que não exista um deus. Só acho que ele está bem longe de ser aquela criatura benigna formada apenas por bondade que a bíblia descreve.
Mas eu tenho a certeza de que, se eu fosse um deus benigno capaz de criar vida, não permitiria que tais coisas acontecessem. Sou um simples humano e, ainda assim, faço o possível para evitar que elas aconteçam àqueles que estão ao meu redor.
Existe uma força maior, mas ela deve sofrer uma espécie de surdez e autismo crônicos, pois se mostra incapaz de dar ouvidos aos gritos de dor e desespero de uma criaturazinha inocente que Ele mesmo trouxe ao mundo.
Dói. Dói tanto que nem dá pra colocar em palavras. Apenas queria pedir desculpas aos leitores do blog por fugir completamente da proposta do mesmo. Queria pedir desculpas também à pequenina, por não conseguir colocar em palavras todos os sentimentos que senti ao longo desses quinze dias.
Com mais esse golpe fica a lição, à qual provavelmente eu não dar ouvidos: a de não me apegar tão facilmente às pessoas e aos outros seres; a de não achar que posso esperar sempre bondade por parte dos outros; a de não me envolver demais.

A minha pequena luz, que me fazia sentir mais compaixão e querer ser um ser humano melhor se foi. Se foi sozinha, sem entender nada do que acontecia e sem poder mensurar o sofrimento que lhe foi jogado nos pequenos ombros.
Fica a saudade de seu pequeno corpo fazendo peso sobre mim enquanto dormia. Fica este post, como forma de homenagem e de não deixar que a sua passagem em minha vida seja esquecida, sem nenhum registro.
A chuva e o frio, ao menos lá fora, finalmente cessaram.

Au Revoir...


sábado, 1 de setembro de 2012

OSSOS DO OFÍCIO

Não, não é que eu tenha ficado totalmente sem ideias para posts do blog. Mesmo sendo um post curto (espero), este aqui vem à luz do dia movido por um rompante quase incontrolável de criatividade e vontade de escrever sobre algo de que eu gosto.

Eu sei, ainda não deixei muito claro o tema do artigo, mas pelo título já deu pra ter uma noção do que vem pela frente.

Os jogos de videogame sempre nos colocam diante de um conflito sedento por resolução. E conflitos não existem sem antagonistas. E que melhores antagonistas da raça humana do que seres que, um dia, também já foram humanos?
Quem acompanha o blog sabe do meu fascínio por criaturas sobrenaturais, tais como vampiros (S2. Obrigado Anne Rice); múmias; lobisomens (S2. S2. Obrigado, Lobisomem: O Apocalipse); robôs e toda espécie de autômatos (S2S2S2S2. Obrigado, Sir. Isaac Asimov). Mas as caveiras... Meu deus do céu!
Se existisse um Fã Clube Oficial dos Esqueletos, minha foto estaria pendurada em uma das paredes do edifício-sede com os dizeres “Presidente e Fundador” logo abaixo da minha imagem.

Sei que o post soará como total falta de opções de assunto, como já disse. Sei também que ele lembrará muito o estilo de escrever de um querido blogueiro que estava afastado há oito meses e voltou à ativa com um ótimo post sobre Grandes Garotas dos Animes (se isso acontecer ficarei mais que feliz com a homenagem). Mas pouco me importa. O blog é meu e preciso obedecer às ordens das minhas amadas carcaças de ossos, sob a terrível pena de ser transformado em uma delas (mais à frente explicarei melhor esse tipo de trágico destino).
Antes de começar a minha lista, preciso definir algumas características comuns aos eternamente de regime:

1-caveiras, esqueletos e afins são criaturas extremamente sacanas. Procurarei evidenciar isso da melhor forma possível ao longo do texto;

2-caveiras estão eternamente de mau humor. Isso fica claro nas suas expressões de “me acordou no meio da noite pra quê, seu filho da pátria”?;

3-elas não costumam demonstrar qualquer faculdade de raciocínio ou bom-senso. Pra quê raios um esqueleto (geralmente munido de escudo e maça/espada) precisa dialogar com sua vítima?

4-caveiras são pilares de filmes de terror trash e são legais pra caramba. Duvida? Dá uma olhada nesse vídeo aqui:



E neste blog, minha palavra é lei. Não gostou? Me processa. Que venha a lista, então.



DEKION (Caverna do Dragão)

De trás de ti, Dekion!
 Quem não conhece Caverna do Dragão? Essa série de desenhos lançada (e descontinuada) pela Marvel Comics é o maior exemplo de “entra-logo-nessa-porra-de-portal-e-para-de-tagarelar-antes-que-essa-droga-se-feche” que já se viu. Ah, vale lembrar que ela era baseada no universo dos livros de RPG Dungeos & Dragons. É uma boa lição que nos foi ensinada quando criança, a de que se você precisa fazer algo, que faça logo ao invés de ficar divagando ou reclamando. Caso contrário um velhote cabeçudo e uma dragqueen de um chifre só vão passar a eternidade maquinando para que você não consiga escapar do inferno (sem que você nem se dê conta disso).
Tá bom, eu sei que essas teorias a respeito da verdade por trás do enredo do desenho eram a maior forçação de barra nada a ver do mundo, mas exercícios de imaginação são sempre bem-vindos. Onde quero chegar?

Dekion foi um membro da ordem dos Cavaleiros Celestiais que traiu seus companheiros. E o que ele ganhou em troca? Ser transformado em caveira pelo Vingador, que sabe que a melhor maneira de punir traição que existe em todo o universo é fazendo uma pessoa virar caveira.
Dekion é muito legal, pois ele usa um daqueles conjuntos de armadura de RPG basicões que se acha no começo de jogos do tipo Diablo. Ele tem umas magias de laser com a sua espada e... é um esqueleto. Um esqueleto que consegue ficar de pé, falar e andar sem um único grama de carne em todo o corpo. Ainda bem que existem as histórias de fantasia para nos dar uma folga dessas funções biológicas pouco interessantes sobre a anatomia humana.
Esse guerreiro faz um acordo com o Vingador (palavra que vem do aramaico antigo da Pérsia Meridional e que pode ser traduzida como “Advogado”, daí você calcula as chances de Dekion se dar bem fazendo um trato com a figura) para sacanear as crianças da luz escolhidas a dedo pelo Pássaro Dourado em pessoa, em troca de se ver livre de sua maldição. E o resto é uma história que provavelmente você já conhece.

Nota: o fato mais relevante desse personagem é sobre a sua voz: enquanto ser-caveira que era, Dekion tinha um vozeirão de deixar qualquer fumante de 60 anos com inveja. Depois que se livrou da maldição, sua voz continuou a mesma (mas deixo claro aqui que, ao abandonar o seu status de caveira, Dekion perdeu todos os Perks relativos a sua condição. Só pra colocar os pingos nos is). WTF? Como ele fazia pra pegar mulher com uma voz daquelas? Abstrai...


BLOOD SKELETON (série Castlevania)



Essas caveiras fazem parte de um dos grupos mais insistentes e agressivos de caveira que se pode ver em um jogo. Tá bom, exagerei um pouco no agressivo, mas elas são bem chatinhas.
A versão normal de caveira em Castlevania simplesmente morre quando leva umas chicotadas (ou golpes de espada de vampiros emo). A Blood Skeleton, além de ser feita de sangue (????), se desmonta todinha ao invés de morrer. Elas são um tormento, pois se configuram como um obstáculo irremovível colocado nos momentos mais inconvenientes do cenário para ferrar com o jogador.
Nem me lembro se aquele crucifixo que solta um flash e mata todos os inimigos da tela afeta essa espécie de esqueleto, mas não me recordo de ter visto uma caveira dessas morrer em toda a série. Exceto, claro, no Castlevania Rondo of Blood, no qual Richter ganha um acessório de uma das donzelas (pra quê servem mulheres em jogo afinal das contas, se não for para ficarem esperando sentadas para serem salvas por heróis de penteados duvidosos e lhes presentear com itens secundários? Heim, japoneses?), é possível mandar elas dessa pra melhor definitivamente, mas é uma rara exceção mesmo dentro da série.

Foto errada, mas muito bonita
Como não quero exceder o limite de caveiras estipulado pela OMS (Organização Mundial de Skeletons), gostaria de fazer uma menção honrosa à Storm Skeleton, um dos tipos mais legais de esqueleto que já foram feitos em um jogo, o Lamment of Inocence para ser mais exato. Cara, olha a descrição desse inimigo no jogo e tenha a coragem de discordar de mim: “The bones of a person Who died in a storm. Comes apart and attacks in pieces.”
Outra menção honrosa, ainda dentro da série Castlevania, fica para a “Wereskeleton”. Aí eu te pergunto: o que é um Werewolf? É um homem que foi mordido por um lobisomem e, nas fases de lua cheia, se transforma em lobo, oras! E o que raios seria um Wereskeleton? É um homem que... foi... eh, mordido por uma caveira... cara, já deu pra sentir o que eu quero dizer, não é? Então, sem mais comentários.


SKELETON WARRIOR (Castlevania Lords of Shadow)

Olha pra trás, Gabe

Se você está diante de uma dessas ossudas, você está com problemas. Se você se vê diante de um “Esqueleto Guerreiro”, você pode tomar a liberdade de multiplicar seus problemas por dois.
No Lords of Shadow a vida não é nada fácil. Mesmo que você jogue no nível fácil. Sério: esse jogo fica na lista de jogos mais difíceis que eu joguei esse ano.
Quando chegamos a um castelo (que não é o do Drácula, desculpe por ser um estraga-prazeres), somos apresentados ao inimigo acima. E o que eu disse que caveiras têm o velho hábito de portar espada e escudo?
Um Skeleton Warrior não é apenas um esqueleto, é um esqueleto versado nas artes da guerra. E o que isso muda para o jogador? Simples: essa caveira FDP tem a habilidade de... defender com seu escudo. Parece bem óbvio? Diga isso à quantidade de vezes que tive que selecionar o comando “continue from the last checkpoint” até conseguir passar da primeira parte em que eles aparecem. E agora, a cereja do bolo: nesse jogo, elas só morrem se você executar um critical hit no final do combo. Nada tão difícil, mas terminar o combo com um critical leva um certo tempo, e Esqueletos Guerreiros não têm paciência para esperar... ou atacam sozinhos. Lembre-se disso.


CURSED REMAINS (God of War II)

É um Kratos no meio com duas caveiras fazendo sanduíche...

O nome desse inimigo pode ser traduzido como “Maldição que Perdura”...
Háááááááá!!! Pegadinha do Malandro! Eu sei, agora, que Cursed Remains quer dizer “Restos Amaldiçoados” (obrigado, você-sabe-quem!).
Elas aparecem no GOW 2. E o que eu mais gosto nessa raça de caveiras, além de sua virulência típica de todos os inimigos da série, é o seu tipo de ataque: elas se fingem de mortas, se montam diante de seus olhos na maior cara de pau e já partem pra cima rodopiando e atacando com seus braços molengas. E o pior: elas têm uma cara de mau e soltam uma risada digna do Fred Krueger. Sinistro!


RAVENANT (Doom 2)

É tapa na caveira!
Como deixar um inimigo que é um resto de ser humano ainda mais legal? Simples: coloque um topzinho branco e ombreiras que disparam mísseis teleguiados que tudo se ajeita.
Ravenant é um dos inimigos de que mais gosto na série Doom. Por quê? Você conhece alguma outra caveira em jogos (e espero que você, definitivamente, não conheça caveiras FORA dos jogos) que solta mísseis teleguiados no herói do game?
Ah, tolinho. Inimigos que atacam de longe devem ter uma óbvia deficiência em ataques à curta distância, você pensa com seus botões (do joystick, não da camisa). Ledo engano!
Os Ravenants, além de tiros de longe, possuem a forma de atacar mais legal de todos os monstros do jogo: bofetadas! Isso mesmo: um inimigo que não tem carne no corpo te ataca com bofetadas. Perceba que não se trata de socos, e sim bofetadas. Como eu tenho tanta certeza? É só prestar atenção ao barulho que elas fazem quando batem, tolinho.

Outra coisa. Olha a descrição desses inimigos, de acordo com o manual do jogo (engrish e interrogações de ironia por minha conta):

“aparentemente quando um demônio morre (????), eles (quem?) o levantam, sacodem a poeira (nada de dar voltas aqui não), amarram alguns acessórios de combate e o manda de volta ao campo de batalha. Sem descanso para os amaldiçoados, heim? Você só espera que seus (de quem? Ravenant ou jogador?) mísseis cumpram com seu papel.”

Se existir uma Associação de Defesa dos Direitos das Caveirinhas, ela deve estar em polvorosa diante de tamanho abuso. Se não existir, eu mesmo trato de fundar uma.

UMA MENÇÃO HONROSA QUE NÃO PODE DEIXAR DE SER FEITA: LOST SOUL

Um verdadeiro enxame!
Não posso falar de caveiras em Doom e deixar de lado as Lost Souls, uma cabeça de caveira que pega fogo e dá... cabeçadas em você. Com certeza elas estarão presentes em Meu Review Supremo de Doom.


SPINAL (Killer Instinct)

Diga: AAAAAHHHHHH

Voltando ao tema “nomes legais”, gostaria de dizer que o nome desse jogo é ultra vezes mais legal que “Street Fighter” ou “The King of Fighters”. Pronto, mais um pouco de justiça nerd sendo entregue direto em suas casas.
Sobre Spinal, só posso usar como argumento a própria biografia do personagem, tipo aquelas que rolavam em jogos de luta para te distrair enquanto você não saqueava algumas moedinhas da sua vó para jogar Street Fighter (sim, não era culpa sua não. É que a Capcom costuma gerar esse tipo de transtorno compulsivo nas pessoas). Descrição abaixo (mais ou menos na íntegra):

Spinal é um guerreiro revivido pela Ultratech (que nomezinho mais genérico de corporação do MAL. Sim, é esse mesmo MAL que você está pensando). Desprovido (ou desprovida. Não fica claro o sexo dessa trepeça, ainda bem!) de suas memórias, Spinal só sabe lutar. Até aí, os lutadores de Street Fighter também, e sem a desculpa de serem caveiras alteradas geneticamente.
Spinal tem mais ou menos 2000 anos, fato esse que só vem a acrescentar ao seu sex appeal. Mas o mais absurdo sobre esse personagem é o que se revela no seu final: cansado de “viver” sempre rodeado por destruição e morte, Spinal resolve dar uma pausa em sua carreira (que carreira?) e, mesmo com sua nomeação ao Oscar (WTF???????!!!!!), ele ainda encontra sérias dificuldades em “encarnar” papeis que façam jus ao seu talento.” Eu não disse que Spinal tinha Sex Appeal? Sem comentários...


KING LEORIC (Diablo)

Nem se anime: esse aí é do 3
Diablo é um RPG de ação. Mas, diferente da maioria dos RPGs, nesse jogo os inimigos vinham em quantidade limitada. Ou seja: nada de passar horas upando seu guerreiro bárbaro genérico (achou que Diablo, um dos pináculos do RPGs ocidentais, estaria livre desse inquebrantável clichê? Então preciso avisar que você nasceu no dia 31 de agosto de 2012).
Aí vinha a quest randômica do Rei Leoric para nos presentear com centenas de caveirinhas minions que nunca paravam de aparecer. Eu sei, isso tá longe de ser uma opção de upagem. Mas fazer o quê?
Isso dá início ao quiz relâmpago do Mais Um Blog de Games: o que é melhor que uma caveira? Gabarito do quiz relâmpago: uma caveira gigante e de coroa na cabeça!
Com isso, gostaria de esclarecer uma coisa à Blizzard: nós, nerds, amamos caveiras. Então, sua tolinha, não precisa adornar caveiras com coroas como isca para gostarmos ainda mais dessas adoráveis criaturas.

P.S.: algo muito engraçado sobre as caveiras de Diablo eu descobri graças à mais pura aleatoriedade: se você for de encontro ao King Leoric depois de ter aceitado a missão de coletar o cérebro de um demônio, será possível completar essa quest ao matar qualquer um dos súditos do Rei Leoric. Caveiras podem não ter coração, mas cérebro elas têm.


DRAGON TOOTH WARRIOR (Valkyrie Profile)

Debaixo dos  caracóis, dos seus cabelos...
Esse inimigo parece ser um esqueleto de um dragão de proporções humanoides.
Ele é forte. Seu golpe Crossswords (não sei o nome ao certo. É aquele golpe em que ele faz um X e dá duas pancadas em você) arranca uma boa tacada do seu life. Ele tem uma boa quantidade de HP e o pior: seu golpe post mortem Possess possui o inimigo mais próximo e dá um boost em seus atributos, além de recuperar seu HP. Ou seja: um inimigo que causa problemas até depois de derrotado. Estou começando a enxergar um padrão aqui.

O Guerreiro Dente-de-Dragão possui uma juba de leão e geralmente ataca em duplas, sendo que a sua participação mais significativa (além de toda essa fase como um todo) se dá no cenário Tower of Lizard Valeth.
Durante a batalha contra o chefe, dois desses guerreiros tomarão a frente do combate, enquanto Lizard Valeth FICA NA RETAGUARDA FEITO UM FILHO DA PUTA SOLTANDO MAGIAS EM CG UMA ATRÁS DA OUTRA NO SEU TRASEIRO SEM DÓ NEM PIEDADE.
Um Dragon morre e possui o segundo. Grande! Quando você mata o segundo, que foi possuído, quem sobra para este possuir? Iiiiiiiiiiisso mesmo que você está pensando: o mago supremo com TODO o maldito HP regenerado, com mais defesa e maior ataque.
Ah, como eram bons os RPGs de antigamente...

 E para finalizar, a caveira mais escrota e FDP de todos os jogos de videogame que foram criados e dos que ainda vão ser:


SKELETONS (Golden Axe-o do Mega Drive, não aquela bosta do PS3/360)

Alguém vai levar uma cabeçada...
Que melhor representante do gênero do que um esqueleto que se chama... Esqueleto?
As caveiras do Golden Axe foram o meu primeiro contato com esse tipo de inimigo em um jogo de videogame. E, cara, como esses bichos eram uns escrotos sem noção.
A vida dos protagonistas desse jogo era representada por uma barra subdividida de cor azul. Um ataque normal de qualquer inimigo normal removia um quadradinho dessa barra. As caveiras não eram lá um exemplo de força entre os inimigos do jogo, e sim um exemplo de resistência e pé no saco propriamente ditos.

Elas vinham em duas cores: branca (mais fraca e “menos resistente”) e a vermelha (mais forte, mais rápida, mais descolada, mais resistente...).
Ambas vinham portando (adivinhe só) espada e escudo. Atacavam com espadadas e com encontrão. Raios! Não sabe o que é um encontrão? É uma corrida seguida de uma ombrada. Parece que nunca jogou Lobisomem: O Apocalipse...
Esse encontrão não causava muito dano e, com o timming correto, podia ser cancelado se você realizasse um encontrão antes do inimigo. O problema eram os abismos.
Caveira que se preze gosta de empurrar amazonas destemidas, anões vikings senis e cavaleiros cosplay do Fábio abismo abaixo.

O melhor jeito de derrotá-las, além de muita paciência, era usando os livros de magia. As caveiras vermelhas (ou rosas, não me recordo bem) tinham uma resistência à mágica que beirava a ficha de atributos do Lorde Sauron em pessoa. Então, era bom você ter estocado uma boa quantidade de livros se quisesse derrotá-las por meio deste recurso. Mas aí você ficava sem livros para os chefes, o que já se configurava um outro problema.

Para finalizar, se você acha que as caveiras de Golden Axe não tinham muita relevância no jogo como um todo, repare quem é o figura que sustenta os personagens selecionáveis na tela de início do primeiro jogo. Pois é...

Eu jurava que tava na outra mão!

Depois de toda essa torrente de besteirol destilado, “vou ficando por aqui” antes que a falta de criatividade total se abata sobre mim. Acho que vou dar uma volta para espairecer. A noite está chegando. Talvez eu vá a uma boate... balançar um pouco o esqueleto... Ok, eu sei que essa foi terrível, mas não podia deixar uma oportunidade dessas passar em branco.


Au Revoir!