Lidar com seres humanos é algo complicado. Quem fala isso é uma pessoa que é obrigada a tratar com o público, diariamente, se quiser ganhar o suado dinheirinho que garante os preciosos “joguinhos”, idas ao cinema e passeios descompromissados para “mero” espairecimento. Ou seja: todas essas coisas que ocupam o tempo de um ser humano atualizado e antenado com as tendências do entretenimento moderno (leia-se: NERD).
Como venho passando por uma fase quase que totalmente
niilista em vários aspectos da minha vida, gostaria de discursar de uma forma
descompromissada (mas aberta a debates acalorados, sem dúvida) acerca de um
assunto que simplesmente me desperta interesse: pirataria.
Antes de discorrer o assunto, gostaria de apontar algumas
definições que acho pertinente sobre o tema pirataria, visto que o título do
post já deixa claro que o tema do artigo são as falácias.
“engano, ilusão, sofisma. Argumento capcioso que induz a
erro.” Essa é a definição de falácia.
![]() |
Falácia, não. E mentir, pode? |
Se você não entendeu a definição, meus pêsames. Como estou
de bom humor, posso desenhar para aqueles que não entenderam: falácia é um
argumento que parece ser verdadeiro, mas não é. É uma afirmação enganosa que
serve de base para pessoas de mente pequena e limitada, mas que cai por terra
facilmente diante de pessoas esclarecidas.
Apresentada a definição, darei agora alguns exemplos de
falácia e de como elas se encaixarão na (minha) discussão sobre o tema.
FALÁCIA AD HOMINEM
![]() |
Não alimente os Trolls |
Essa é a marca de ração preferida dos trolls.
Ad Hominem é uma expressão em latim que quer dizem, ao pé da
letra, “ao homem”, ou seja: um ataque à pessoa em vez do embate de argumentos.
Como isso funciona? Simples: movido pela mais pura falta de
razão e de argumentos plausíveis, a pessoa ataca o autor dos argumentos em vez
de apresentar uma contra-argumentação.
Seria algo do tipo: “o que o negro do Barack Obama entende
de política internacional?”. Ora, desde quando a cor da pele de uma pessoa é
parâmetro de discussão? Será que o simples fato de uma pessoa ter a pele negra
faz dela um incapaz de fazer afirmações que façam sentido? Claro que
não.
Então, acho que deu pra entender. Se sua mente não consegue
absorver um raciocínio tão simples como esse, fundamental para o desenrolar de
um debate saudável, clica no xis ali da barra de titulo e vai ser feliz na sua
ignorância (e podem acreditar: a forma mais fácil de ser feliz é se entregar à
ignorância. Pra quê ter trabalho pensando e discutindo as coisas? Em time que
está ganhando não se mexe, não é mesmo?).
A falácia Ad Hominem não serve apenas para jogos ou
pirataria, infelizmente. Como existem muitas pessoas de idade intelectual ainda
na fase infantil, qualquer assunto que você venha expor ao publico será (ou
poderá ser) alvo desse tipo de imbecilidade.
Não tenho um exemplo construtivo para dar, até pelo fato de
que eu tenho o bom-senso de, geralmente, me controlar e não cair na tentação de
alimentar trolls. Como sou humano, e todo ser humano é estúpido por natureza (a
coisa só vai se diluindo com o passar dos anos, depois de muito aprendizado),
não posso afirmar que nunca caí nesse tipo de armadilha.
Pra ser sincero, ainda neste ano, me envolvi em uma situação
dessas nos comentários do blog Gagá Games, em um post sobre o Castlevania
Harmony of Dissonance. E admito que boa parte da motivação para escrever este
texto veio dessa experiência desagradável que tive. Felizmente, me mantive na
linha, mesmo que essa "batalha" não tenha me permitido subir de level.
E outra: não sou perfeito e nem tento ser. Com certeza já me
utilizei desse recurso infantil em alguns momentos da minha vida (real e
virtual).
Mas, nas ocasiões em que cometi tal “pecado”, peço desculpas aos
envolvidos.
FALÁCIA POST HOC ERGO
PROPTER HOC
![]() |
Nem todo terrorista é muçulmano. Todo muçulmano é terrorista? |
A tradução desse nome, que parece nome de chefes da saga Xenogears, é mais ou menos essa: “depois disso, logo por causa disso”.
Resumindo, é uma tentativa de validar um argumento por meio
de um outro argumento, anterior, que supostamente dá arcabouço ao argumento
posterior. Exemplo: joguei videogame por duas horas seguidas e fiquei com a
vista cansada.
Uma pessoa pode ficar com a vista cansada por causa da sua
rotina de trabalho, ou por causa de algum fator genético ou hereditário e,
claro, por jogar muito videogame ou ficar por horas na frente do computador. Mas
isso não é uma garantia, com 100% de certeza, de que a sua vista ficou cansada
pelo ato de jogar videogame.
Esse tipo de falácia é mais sutil que a Ad Hominem, por
exemplo, e não terá muita relevância para o post. Queria apenas alertar para o
perigo desse tipo de pensamento imbecil e deixar clara a minha estupefação: é
incrível como pessoas ignorantes se utilizam desse tipo de recurso para
parecerem inteligentes. Me lembrei de um exemplo: uma pessoa que eu conheço
afirmou que, se uma pessoa está acometida por uma tosse, essa tosse só corre o
risco de ser um sinal de tuberculose caso ela aconteça (infalivelmente) durante
a tarde. Ou seja: se uma pessoa não tosse nesse período, não pode estar com
tuberculose. Certo? Acho que me fiz entender. Próximo tópico.
FALÁCIA: INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA
Warning! Warning! Eis aqui um dos tipos de falácia mais perigosos e prejudiciais aos livre pensadores.
Ônus é encargo, responsabilidade. Ou seja, inverter o ônus
da prova é jogar nas costas do questionador a responsabilidade de provar que o questionado é quem está errado.
Essa falácia deixa bastante claro que a pessoa que a utilizou não sabe patavinas do
que está dizendo e quer te “vencer” na conversa pela simples possibilidade de
você não ter condições de provar que ele está cagando pela boca.
O melhor exemplo deste tipo de falácia acontece em
discussões sobre religião e crenças (algo totalmente cansativo e pouco
frutífero).
Exemplo: alguém vem e afirma: “Deus não existe”. Aí o
sujeito rebate dizendo: “Você não pode provar que Deus não existe, logo você
errado. Enquanto você não conseguir provar a não existência de Deus, estará
fadado a perder o debate.”
E é aí que eu pergunto: COMO RAIOS EU VOU PROVAR QUE UMA
COISA NÃO EXISTE?
"Aqui em meu quarto, possuo um console de videogame que
roda qualquer tipo de mídia. Desde os cartuchos de Atari até os arquivos
baixados através do Steam. Nem preciso me preocupar com erros de leitura ou de
identificação de formatos de arquivo, pois ele roda tudo lisinho e magicamente, sem que eu
precise pressionar um botão ou mexer nas configurações. Agora eu quero que você
me prove que este console não existe."
Você pode vir a minha casa e procurar no meu quarto. Isso
não vai provar que ele não existe (eu posso simplesmente ter escondido ou
emprestado ele a alguém).
Você pode me afirmar que nunca foi visto tal aparelho em lugar
nenhum. Até aí, na primeira vez que o ser humano viu o nascimento de
quadrigêmeos, tal fenômeno não havia sido observado. Isso não quer dizer que
sua possibilidade era zero de acontecer. Deu pra entender aonde quero chegar?
Se não, a dica do xisinho continua firme e forte.
Essa falácia se aplica a debates sobre videogame? Mesmo que
eu não tenha nenhum exemplo no momento, a resposta provavelmente é sim.
FALÁCIA DA FALSA
DICOTOMIA
![]() |
Quem come vaca acaba com a Amazônia... |
Dicotomia: divisão em duas partes.
O perigo da falsa dicotomia é o nivelamento por baixo.
Diferente das duas últimas, tenho um exemplo que se aplica diretamente ao cerne
do texto (a essa altura do campeonato você já deve ter esquecido, mas o tema é
debate sobre a pirataria).
Quando se discute pirataria, é comum as pessoas usarem o
seguinte (e idiota) argumento: como você pode condenar a compra de jogos
piratas? Por acaso o seu Windows é original? Será que você nunca baixou um MP3
na sua vida? E é aí que eu pergunto: o que raios um mp3 ou uma cópia pirata do
Windows tem a ver com a sua escolha de não comprar jogos piratas? Por acaso uma
pessoa precisa ser “perfeita” para fazer algo certo?
Seguindo esse mesmo raciocínio, uma pessoa que mata não pode
ser repreendida por uma pessoa que mente, pois matar e mentir são “pecados”, igualmente condenadores ao inferno.
Meio extremista? Sim, a ideia é essa: usar do mesmo extremismo que uma pessoa
que compara o ato de baixar um mp3 esporadicamente com o ato de nunca ter
adquirido um jogo original em toda a sua vida.
Claro, o que está em discussão aqui não é periodicidade. Uma
coisa errada não vai deixar de ser errada por ser praticada menos ou mais
vezes. O que eu discuto aqui é a prática, o hábito e a mentalidade de se praticar
tal ato.
Sim, eu baixo músicas em mp3 ilegalmente. Em parte por não
dispor de meios práticos para pagar por elas oficialmente. Em parte pelo receio
de colocar meus dados bancários à disposição de toda a internet apenas para
adquirir uma ou outra música (de discos aleatórios de bandas das quais eu nunca
compraria um álbum inteiro apenas por uma faixa).
Mas, ao escolher comprar discos originais das minhas bandas favoritas, eu reduzo bastante o escopo de
meus atos ilícitos, por exemplo.
Já com jogos eu sou mais radical: desde o mês de setembro de
2009, não compro mais jogos pirateados. Nem mesmo faço downloads para aquelas
plataformas em que a facilidade para adquirir tais arquivos beira o ridículo,
como PSP e Nintendo DS.
Bem, aonde quero chegar com essa falácia? Quero chegar ao
fato de que essa afirmação de “seu Windows é pirata, então não me venha
criticar TODAS as outras coisas que eu pirateio” é a mais pura falácia da falsa
dicotomia.
Não existem apenas duas alternativas: ou você é bonzinho e
compra tudo 110% original (e vai para o céu dançar ciranda com Jesus) ou você é
o satanista hipócrita que não tem o direito de criticar o ato de pirataria (e
vai jogar Queimado com o capeta no inferno).
Não existem mudanças de hábito repentinas. Principalmente
maus hábitos que te trazem mais benefícios que prejuízos. E para finalizar este
tópico, deixo a pergunta: o que é mais fácil?. Uma pessoa que limita sua área de
atuação na prática de pirataria (selecionando o que “merece” ou não ser
comprado original) e tenta controlar seus impulsos ou uma pessoa que tem o
hábito de não adquirir nada de original (e nem pretende mudar de postura) excluir essa prática repentinamente? Pois
é...
FALÁCIA DO APELO À
EMOÇÃO
![]() |
Como pôde tentar voar sem mim! |
Nesta mesma seção de comentários do Gagá Games um sujeito, já desesperado pela falta de argumentos e condições de discutir comigo, pediu “educadamente” para eu não criticar a sua postura em relação à pirataria (sendo que em nenhum momento eu havia feito tal coisa ou se quer dirigido meus comentários diretamente a ele) porque não era eu quem pagava as suas contas e dava dinheiro para ele comprar jogos piratas. Simples assim.
Aos mais sensíveis de estômago, peço para que fechem a
página do blog agora. Aos que insistirem, gostaria de citar um “curioso” caso
da medicina.
![]() |
Shinkuuu... Hadouken!!! |
Prisão de ventre é algo que todo mundo já teve. Mas existe um caso extremo nesse tipo de condição, que gera uma das mais nojentas e asquerosas situações da qual já ouvi falar (e olha que poucas coisas são capazes de virar meu estômago): em certos casos, depois de passar dias e mais dias sem conseguir defecar, uma pessoa pode expelir as fezes acumuladas por via oral. É isso mesmo que você está pensando: uma pessoa é capaz de vomitar uma torrente de fezes pela boca, no sentido literal da palavra. E foi isso que esse sujeito fez, só que no sentido menos denotativo da expressão.
Sem saber, o sujeito citado acima caiu no mais clássico
exemplo da falácia do apelo à emoção. É como quando alguém diz: não critique a
minha religião, seu insensível e desrespeitoso com as crenças dos outros. Ou:
você teria coragem de negar uma moeda a um deficiente num ponto de ônibus?
Só posso responder a esse tipo de questionamento de uma
forma: se a sua religião ou crença é algo tão fraco que não resiste a um
simples questionamento, você devia rever seus conceitos ou expandir seus
horizontes.
E, caso você ainda não saiba, velhos, crianças, idosos e
deficientes podem se aproveitar da sua condição em proveito (inescrupuloso)
próprio. Sem mais a acrescentar.
FALÁCIA DO APELO À
AUTORIDADE
![]() |
Será que Dilbert conseguirá se aposentar um dia? |
Não se preocupem. Este será o último exemplo de falácia, e ela tem tudo a ver com o tema jogos.
Em geral, a falácia do apelo à autoridade é usada em
discussões científicas, pois a sua base consiste, geralmente, em vomitar
títulos ou fontes irrefutáveis.
Exemplo: "eu sou formado em achologia, com dois doutorados em
pitacologia e um mestrado em achologismo avançado, portanto eu só posso estar
certo em minhas afirmações". Ou: "de acordo com a OMIU (Organização Mundial dos
Idiotas Unidos), um terço dos jogadores que mataram seus pais com um tiro na
cara jogaram Harvest Moon e deixaram a vaquinha morrer de inanição" (se é que
isso é possível nesse jogo).
O melhor exemplo que eu já vi e que tem a ver com games? O
infalível UOL e seus “especialistas” em análises de games.
Determinado a rebater os comentários sobre a qualidade do
jogo Final Fantasy 13, o locutor do vídeo-review não se acanhou em utilizar o
recurso do apelo à autoridade, dizendo que "Final Fantasy 13 vendeu x milhões de
cópias em uma semana" e que "x sites altamente especializados, gabaritados e
comprado$ da mídia internacional haviam dado notas entre 9 e 10 ao game". Nada
mais a acrescentar. Se não entendeu, já conhece o procedimento.
Depois de toda essa longa introdução (mas que, creio eu,
seja indispensável e basal para o andamento de um debate) posso começar a
tratar o assunto de forma mais direta. E como todos os leitores do blog já
sabem, sou um tipo de castor obsessivo com mania de listar e organizar tudo
(com exceção do meu quarto). Desta forma, aqui vão os tópicos do post:
PIRATARIA VERSUS
PREÇO
![]() |
Sempre soube que pirataria era uma porcaria... |
Ah, que delícia... Começar com uma das maiores falácias que cercam o assunto se constitui em um prazer imensurável. O problema aqui é que só idiotas de pouquíssimo nível intelectual se utilizam desse exemplo de falácia. E refutá-los é tão fácil que não chega a ter a mínima graça.
O “argumento” é este (eu sei, as aspas foram mal
posicionadas, pois um argumento idiota ainda é um argumento, então lá vai):
“não compro jogos originais por causa do preço. Piratas custam dez vezes menos que
o original”.
Uma pessoa que se utiliza desse tipo de argumento, além de
ser totalmente ignorante no assunto “Indústria e Comércio de Games”, é
acometido por uma pobreza de intelecto digna de internação emergencial.
Eu adianto que vou ter uma certa dificuldade para tratar
deste tópico, visto que ele já foi bastante desgastado e oferece pouco piso
para argumentos e ideias novas. Mas vou tentar resumir as coisas com alguns
fatos:
1-jogos (assim como qualquer bem de consumo ou serviço) não
aparecem por geração espontânea. Leva anos para criar um jogo.
Profissionais altamente especializados precisam ser
remunerados; equipamentos (caros) precisam ser alugados durante anos (ou comprados), sem
mencionar as novas tecnologias que são criadas em torno da tarefa e das ramificações de comércio que este ramo fomenta (placas de vídeo; memória para PCs,
mouses e mouse pads personalizados e etc,); campanhas de marketing precisam ser
realizadas para que o produto ganhe notoriedade.
Ou seja: fazer um jogo não é barato. Jogos indie, feitos por
hipies, podem ser baratos (mas não se surpreenda se aquele jogo indie que você
adora tem gráficos inferiores, mais bugs ou menor duração e fator replay que
blockbusters como Call of Duty), mas superproduções como God of War ou Resident
Evil 6 demandam muito, muito, muito, muito, mas muito dinheiro. Claro, isso não é regra absoluta. Mas é mais ou menos assim que o mundo funciona nos games.
De forma alguma quero emanar ondas de coitadismo às empresas
de jogos hardcore. Meu bolso não me permite tal comportamento hipócrita. Só quero apontar
para os fatos.
Tampouco estou insinuando que as empresas estão certas em
explorar o jogador com sucessivas ondas de (dispensáveis) DLCs, ou continuações
que nem esperam o jogo anterior desocupar o lugar na prateleira. Mas fato é
fato, e jogos são custosos. E mesmo que não fossem: se alguém cria algo e trabalha nisso,
o mínimo que essa pessoa espera é ser recompensada, financeiramente, por todo o
seu esforço profissional;
2-“jogos de lançamento custam os olhos da cara. O jogo X
deveria custar Y.”
Aí vai da sua necessidade em comprar um jogo dois dias
depois de ele ser lançado.
Que jogos no Brasil são caros, isso é bem fácil de perceber. JOGAR VIDEOGAME, EM UM PAÍS COM ALTOS ÍNDICES DE POBREZA E ANALFABETISMO, É ENTRETENIMENTO DE LUXO. Mas você não precisa comprar um jogo de lançamento para se divertir com ele.
Jogos envelhecem, mas seu potencial de diversão não tem um prazo de validade tão fugaz.
Com um pouco de paciência, um jogo de lançamento que sai por
R$169,00 pode ser adquirido pela metade do preço, três meses depois. E isso não
é uma metáfora. É um exemplo prático que aconteceu comigo (dentre tantos outros): esperei “absurdos”
três meses e “ganhei um desconto” de 50% na compra do Mass Effect 3, para PS3. Um
bom negócio? Pergunte para o disco do Need 4 Speed Shift 2: Unleashed que eu
levei de “bônus” por causa da diferença e do chaveirinho N7 do primeiro game citado;
3-“lançamentos de PC custam, em média, R$99,00. Jogos de
console, em seu lançamento, deveriam custar o mesmo”.
Concordo. É totalmente possível que jogos PS3 ou 360 custem
esse valor de lançamento. Até menos. Mas não com as atuais condições de mercado do Brasil.
Para entender como isso funciona, usarei um exemplo da
matemática que todos que cursaram o ensino médio vão se recordar: função.
O preço de custo de um produto pode ser calculado pela
função: f (x) = Custo fixo de produção + milhares de outros custos os quais não
citarei agora / pelo custo de unidades produzidas (me corrijam em caso de erro.
Sou um fracasso em matemática).
Ou seja: se você produz muito, o custo fixo de produção cai
por causa da demanda.
Aonde quero chegar? Quero chegar na base instalada de
consumidores de um produto: se você fosse um padeiro de uma vila com 10
moradores e, supondo que cada pessoa dessa vila só come 1 pão por dia, você
produziria 11 pães no mesmo dia? Claro que não.
Mas, independente da quantidade de pães que o padeiro fabricar, a
farinha e os outros ingredientes ainda continuarão a serem vendidos no atacado,
não no varejo. E isso afetará diretamente o preço do pãozinho (taí uma frase que nunca imaginei que diria no blog). Acontece o mesmo com os jogos de PC.
Quantas pessoas que você conhece possuem PC em casa? Várias,
certo? E quantas pessoas que você conhece possuem um PS3 em casa, totalmente
original (sim, a pirataria é levada em consideração durante o processo criativo
de um jogo. Duvida? Então pergunte aos desenvolvedores da 2K a verdadeira razão
por trás da inclusão de um modo multiplayer no jogo Bioshock 2)? Pouquíssimas,
certo?
Partindo desses fatos, qual base instalada será maior,
consequentemente demandando mais cópias de um jogo? Um pirulito pra quem disse
PC.
Logo, os jogos de PC são mais baratos. Até porque a tarefa
de cumprir com os requisitos ideais para rodar o jogo será sua, e não dos criadores;
4-“se os jogos fossem mais baratos, ninguém optaria por
comprar jogos piratas”. Então não deve existir pirataria nos EUA, Canadá e
tantos outros países de verdade que não o Brasil, certo? Bem, preste atenção à
nacionalidade das pessoas que geralmente descobrem exploits em sistemas de
consoles como PSP e PS3, entre outros.
Essa foi só uma das muitas formas de dizer que: PIRATARIA NÃO TEM NADA A VER COM CONDIÇÕES ECONÔMICAS, E SIM COM MENTALIDADE.
Essa foi só uma das muitas formas de dizer que: PIRATARIA NÃO TEM NADA A VER COM CONDIÇÕES ECONÔMICAS, E SIM COM MENTALIDADE.
Jogos de celular, que custam entre R$2,00 e R$10,00 são
amplamente pirateados. Preço não é parâmetro. É claro que influenciam no ato
final, mas a coisa gira mais em torno da mentalidade e de hábitos do que em
questões financeiras.
Pra quê pagar R$2,00 quando eu posso conseguir de graça? Boa
pergunta...
O PALADINO DA JUSTIÇA
![]() |
Pronto para defender a "causa Gamer"! |
Pasmem. E pasmem com vontade, pois em pleno século 21 eu fui agraciado com os seguintes coliformes fecais atirados diretamente em meus ouvidos (ou olhos, já que era um texto): “compro pirata, pois não quero pagar impostos para um governo corrupto e nem quero contribuir com impostos mal utilizados, que chegam a abranger 75% do preço final de um jogo”.
Sim, eu dou um tempo para que os leitores possam recuperar o
fôlego.
Pronto. Continuarei: QUE
DIABOS DE ARGUMENTO É ESSE?
Preciso responder a esse questionamento da mesma forma que
respondi no fórum, ou seja, com outro questionamento (pois a única maneira de
ganhar de um idiota em uma discussão é deixá-lo falar): POR QUE VOCÊ NÃO DEIXA DE PAGAR O IPTU DA SUA CASA, JÁ QUE SE TRATA DE
IMPOSTOS SENDO COBRADOS PELOS MESMOS POLÍTICOS LADRÕES DO CASO ACIMA”?
A resposta eu mesmo dei: porque se fizer isso, você corre o
risco de perder o imóvel para o governo.
Minha intenção com tal pergunta? Simples: deixar claro que punir
crime de pirataria é bem mais difícil que punir sonegação de impostos (isso se
você for um mero cidadão honesto). Até porque crime de violação de direitos de
propriedade intelectual só são punidos por quem abastece a pirataria (aqueles
caras que copiam milhares de jogos e filmes pra vender). É como acontece com
drogas: o traficante vai preso, enquanto o usuário não pode ser punido apenas
pelo uso da substância em si.
Ao meu questionamento, ainda lançaram a (idiota) afirmação
de que jogos não são essenciais. São “coisa supérflua”, das quais você
não precisa, enquanto que sem a sua casa você vai passar frio e, provavelmente, fome.
Acho que o que torna uma coisa supérflua é a importância que
VOCÊ dá a essa coisa. Ninguém tem o
direito de ditar o que é importante ou não para mim. Mesmo porque listar as
coisas que são essenciais para a sobrevivência de um ser humano não é tarefas
das mais complicadas: oxigênio, água e comida. Você não fica sem respirar pelo
fato de ter perdido a sua casa, mas nem por isso uma moradia pode ser
considerada como algo supérfluo, dispensável. Ou não haveria milhares vivendo
nas ruas.
Então, para concluir o raciocínio desse tópico, deixo a
afirmação: NÃO EXISTE NENHUMA JUSTIÇA,
DE NENHUM TIPO, EM
CONSUMIR PRODUTOS PIRATAS. Se você compra games falsificados com essa ideia,
saiba que você está apenas ENGANANDO A SI MESMO. Você não está
valorizando nenhum tipo de ideal de liberdade ou de democracia, ou ainda de
acesso a conteúdo digital. VOCÊ FAZ ISSO
EM BENEFÍCIO PRÓPRIO. E não
cabe a ninguém, a não ser você mesmo, julgar se sua prática é certa ou errada. Mas fique ciente desse
fato.
Ah, quase ia me esquecendo de citar que fui acusado de
defender político ladrão por causa do meu argumento, e pelo absurdo de eu
“esbanjar” dinheiro pagando opulentos R$70,00 em um jogo de PS3...
NOTA: para aqueles
que querem levar à questão ao âmbito extremista do certo e errado, gostaria de
fazer a seguinte indagação: se uma pessoa que consome 90% de seus produtos
originais, mas cai no deslize de consumir os restantes 10% piratas não tem o
direito de questionar o ato e é “digno” de punição, quais os direitos e a
punição adequadas para alguém que consome 100% de produtos pirateados?
NO VENTRE DA QUESTÃO
![]() |
Acredite: tem a ver com o tema! |
Preparem-se, pois lá vem mais asneira (não de minha parte, claro): o próximo Mister Hankey a ser atirado na minha face foi o seguinte: “compro jogos piratas para poupar o leitor do meu videogame. Já que não estou comprando mídias pirateadas, não estou incentivando o comércio ilegal.”
Corrijam-me se eu estiver enganado, mas acho que a discussão
aqui não é (totalmente) sobre os males em si que a pirataria causa, e sim sobre
O ATO DE CONSUMIR PRODUTOS ILEGAIS SER
CONDENÁVEL OU NÃO. Isso é uma coisa que, indiscutivelmente, ele é.
De fato, uma pessoa que não grava seus “joguinhos” em disco
não está fomentando mercados negros (ao mesmo passo que está deixando de
fomentar um mercado formal de venda de discos virgens e gravadores de
DVD/Blu-ray). Mas o problema na pirataria não se resume a “financiar
indiretamente o tráfico de drogas e o crime organizado”.
Essa prática atinge e fere mais o direito intelectual e de
propriedade do que outros.
Ninguém se sente culpado pelo fim do mercado de fitas VHS,
pois é necessidade do mercado se adequar a novas tendências e tecnologias que
os meios de entretenimento exigem e geram. Mas vamos pegar um exemplo que acaba
de vir a minha mente:
![]() |
Juro que essa imagem não tem nada a ver com o exemplo. |
Você é um criador de jogos, e trabalha em uma empresa que não vai muito bem das pernas. O mais recente projeto de sua equipe, apesar de estar em desenvolvimento há longos e dispendiosos anos, não é dos mais inspirados. Se algo não for feito, há uma grande chance de a empresa fechar e todo mundo ficar desempregado.
Pois bem. Certa manhã você levanta com AQUELA ideia na
cabeça. Ela vai mudar os rumos do projeto, salvar a empresa da falência
e, de quebra, acrescentar algo de bom ao tão desgastado entretenimento de
games. Isso é algo inaudito e que você simplesmente sente. Você mal pode
esperar para ver a cara dos seus colegas de trabalho e do seu chefe quando
contar o que se passa na sua cabeça.
Depois de o jogo estar pronto e fazer um relativo sucesso,
vem a decepção: o título, apesar de ser original e de todo o trabalho em
campanhas de marketing, vendeu mais cópias ilegais que cópias originais.
Uma bomba para o estúdio e seus funcionários: o jogo mal
conseguiu se pagar e empresa vai ter que decretar falência.
E fica a pergunta: o que faltou? Mais empenho da equipe? Uma
melhor campanha de marketing? Menos ideias de nicho e mais elementos de fácil
reconhecimento a uma gama maior de jogadores? Será que a pirataria teve um
papel decisivo nesse caso (que, apesar de não envolver uma “ideia mirabolante
que vai mudar os rumos do entretenimento”, com certeza já deve ter acontecido
fora do campo das especulações)? Qual a parte de culpa do comércio, indústria e dos
jogadores em todo o processo? Será que o pequeno estúdio fechou apenas por
causa dos fatores citados acima?
Difícil afirmar. Fica a oportunidade de reflexão no ar.
NOTA: é fato que
aparelhos “bloqueados” duram mais e apresentam menos problemas técnicos que os
desbloqueados que rodam mídias de todas as cores do arco-íris. Isso se não
estivermos falando de um console da Microsoft, claro (desculpem. Não resisti à
tentação).
DESMERECENDO O
DEMÉRITO DO MERECIMENTO
Sim, o título do tópico era pra causar confusão mesmo. Tendo explicado isso, posso começar.
![]() |
Howdy Hooooo!!! |
Fezes. Fezes ao ventilador. Fezes escritas. Fezes em forma de canção. As fezes chegam a meus ouvidos e olhos de incontáveis maneiras. Mas a próxima da lista veio através do mesmo veículo que as demais: o já citado fórum do site Gagá Games. Sim, eu permiti que a discussão se prolongasse e tomasse proporções que dariam inveja ao melhor criador e treinador de Trolls que o planeta já conheceu. A afirmação foi esta:
“Os jogos atuais não ‘valem a pena serem comprados originais’.
Não vou dar meu rico dinheirinho a empresas que não fazem jus aos elementos
originais de séries como Resident Evil ou Ninja Gaiden.”
**suspiro para recobrar a livre capacidade de raciocínio e
oxigenar o cérebro...**
Bem, o que pode ser dito de uma asneira sem tamanho como
essas?
Quer dizer que uma pessoa que pratica tal ato (o de comprar
pirata) apenas por concluir que as empresas não estão levando uma franquia nos
rumos que ele gostaria se acha gabaritado a fazer algo melhor, que “valha o investimento?”
E QUANTO AOS JOGOS
QUE VALEM O INVESTIMENTO (INDISCUTÍVEIS OBRAS DE ARTE DIGITAIS, COMO BATMAN
ARKHAM ASYLUM; LITTLE BIG PLANET E GOD OF WAR), POR MEIO DA AQUISIÇÃO LEGAL E
OFICIAL DO DISCO/DOWNLOAD? COMO UMA PESSOA DESSAS PRETENDE PRESTIGIAR OS
CRIADORES DE TAIS “OBRAS PRIMAS” DIGNAS DE SUA ATENÇÃO?
Será que o mundo dos games anda tão ruim assim, sem
representantes que façam jus a uma mera compra de jogo original, para alguém
chegar a uma conclusão destas? Se a sua resposta for sim, então eu pergunto:
ENTÃO POR QUE DIABOS VOCÊ NÃO PARA DE JOGAR?
Se um jogo não parece valer a pena, ótimo! Você não é
obrigado a levar pra casa algo que não te agradou. BAIXA UMA DEMO. PEDE A OPINIÃO DOS TEUS AMIGOS QUE TÊM O JOGO. PROCURA
REVIEWS EM SITES E BLOGS. O que não falta é fonte de opinião.
Eu mesmo, com o Mais Um Blog de Games, tenho a humilde e
pretensiosa tarefa de dar algum norte aqueles jogadores que venham a se
interessar por um jogo que eu, por ventura, já tenha jogado.
Se venho conseguindo cumprir essa
missão, só os leitores é que podem dizer.
Quando eu acho que um jogo não cumprirá as suas
expectativas, procuro deixar bem claro no fim do texto, para que sirva de
aviso.
Se, mesmo assim, você não conseguir achar bons jogos, ao
menos vai estar fazendo uma coisa que vale mais que ouro em barras: PROCURANDO PONTOS DE VISTA DIFERENTES DOS SEUS E AGREGANDO CONHECIMENTO.
Mesmo que sobre temas considerados fúteis, ter ciência de algo É SEMPRE MELHOR QUE
FICAR NA ESCURIDÃO DA IGNORÂNCIA.
OURO DE TOLO
![]() |
E desde quando galinha tem ovos? |
“Você não passa de um otário que gasta fortunas com joguinho de videogame quando podia estar investindo o seu dinheiro em algo ‘que valha a pena.’”.
Engraçado: do alto dos meus trinta anos de idade, eu não me
lembro de ter dado, em momento algum de minha existência neste plano, permissão
para Sr. Ninguém decidir por mim o que devo fazer com meu dinheiro.
Sou adulto (pelo menos biologicamente falando, rsrsrs). Pago: água; luz; internet e telefone (maldita venda conjugada!), gás e compras
do mês. O que eu gasto com jogos não é nem um terço do total dos meus gastos
mensais.
Games, entre outras coisas, são uma excelente válvula de
escape que me fazem desestressar e seguir em frente sem dar vazão aos meus
desejos de esganar meu chefe ou explodir de raiva por motivos banais quando
chego em casa cansado.
Isso posto, gostaria de desafiar a quem quer que seja a
redefinir o meu conceito pessoal de “algo que valha a pena.” Valer a pena seria
investir na bolsa de valores? Pegar 10% do meu ordenado e entregar nas mãos de
um pastor? Gastar com prostitutas (isso eu já faço no GTA, rsrsrs)? Doar a uma
ONG de conduta duvidosa?
Não sei dizer. Mas o desafio está lançado.
Ainda sobre a questão dos valores: tal afirmação de
incomensurável imbecilidade e falta de imaginação alheios me fez lembrar de uma
“engraçada” situação” que vivenciei: na casa de um amigo, enquanto discutíamos
vários assuntos, não sei como o tema “jogo original” veio à tona.
Tentando esclarecer o meu leigo amigo acerca do assunto, me
prestei a informá-lo de que “um jogo original custava cerca de R$100,00”.
O ano era 2006. E um jogo de PS3 custava bem mais que esse
valor nessa época. Precisei rebaixar a faixa de preço para não traumatizá-lo logo
de cara, sem nenhum aviso prévio.
Foi então que ele engatilhou a sua arma da imbecilidade (não tem
problema em dizer isso, pois a chance desse meu amigo ler este texto é menor
que a de sair algo que se aproveite da boca do José Luiz Datena) e disparou:
“Você teria “coragem”de pagar R$100,00 em um jogo?”
**outra pausa para suspiro de oxigenação...**
COMO ASSIM? DESDE
QUANDO O SE APROPRIAR DO QUE NÃO LHE PERTENCE VIROU O PADRÃO ACEITÁVEL, AO INVÉS
DO EXECRÁVEL SOCIALMENTE? SERÁ QUE EU DEVO ACHAR TOLERÁVEL ESSA INVERSÃO DE
VALORES?
Bem, em um país onde vigora a Lei de Gerson, pode até ser. Só não me venha com choradeiras quando alguém que você
conhece sofrer de uma doença séria não apresentar melhoras por estar tomando
medicamento falsificado sem saber. É um extremismo sim, mas acredite: um tipo
de pensamento leva a outro. Ou você vai contar com o bom senso de pessoas que
tomam o que não lhes pertence sem quaisquer travas morais sobre o assunto?
QUEM PODE, PODE. QUEM NÃO PODE...
![]() |
Se chamar Rico tudo bem, mas Riquinho? |
Falácia que é falácia não pode se ater a apenas um dos lados da questão. Por essa razão, gostaria de apresentar duas falácias do "lado branco da força", ou seja, do lado de quem compra (ou apenas compra) jogos originais.
Confesso que estou sendo um tanto imparcial e preguiçoso
nesse ponto, pois não me esforcei o bastante para encontrar outros exemplos que
engrandecessem o texto. Talvez pelo fato de que o lado negro cause mais prejuízos que o branco. Mas os comentários estão aí para isto mesmo, então...
A primeira se refere ao poder aquisitivo de quem compra
jogos originais. O argumento mais difundido é: “QUEM TEM R$1000,00 PARA GASTAR COM UM CONSOLE DE ÚLTIMA GERAÇÃO PODE
MUITO BEM PAGAR R$150,00 REAIS EM UM JOGO
ORIGINAL.”
Discordo totalmente desse tipo de evacuação em meus ouvidos.
Afirmar tal asneira é o mesmo que dizer que uma pessoa que comprou um carro de
R$6000,00 não vai “se incomodar” em
gastar R $400,00 reais em pneus novos todo mês.
Uma coisa é você comprar um bem mais definitivo, que servirá
de base para o seu entretenimento e que terá uma relação custo-benefício medida
em anos (afinal, você não compra um console novo todo mês). Outra coisa é pagar
quase ¼ do valor do console a cada vez que quiser jogar um jogo novo.
Isso se confirma, principalmente, naqueles casos em que
compramos o console visando ao desbloqueio: ele será a base para todos os jogos
que serão desfrutados de graça e, portanto, o investimento é mais que
compensado no futuro.
De forma alguma estou justificando a prática, se eu fizesse
isso, estaria invalidando as centenas de linhas escritas logo acima. O que
quero atestar é a idiotia do raciocínio.
Se você pode pagar R$150,00 em um jogo, parabéns. Mas não é
uma prática que eu aconselho, tendo em vista que DINHEIRO NÃO NASCE EM ÁRVORE.
Fica mais esse conselho, então.
COMPRO ORIGINAIS PARA PRESTIGIAR O MERCADO DE GAMES E AS
DESENVOLVEDORAS
Isso pode ser verdade
Eu, Shadow Geisel, compro jogos originais para prestigiar o
mercado e as desenvolvedoras E, TAMBÉM,
PARA NÃO FRITAR O LEITOR ÓTICO DO MEU APARELHO E PARA NÃO MORRER DE RAIVA TENDO
QUE REGRAVAR UM JOGO PELA MILÉSIMA VEZ E PARA JOGAR SEM CULPA E PARA ADQUIRIR
PRODUTOS TESTADOS E DE QUALIDADE ASSEGURADA (HÁ CONTROVÉRSIAS NESSA PARTE, MAS
PACIÊNCIA...) E PARA...
Com mil demônios de nível... o que vem depois do nível 99
mesmo nos RPGs? Ah, deu pra entender...
Eu não compro jogos originais apenas porque sou bonzinho e
quero dançar ciranda com Jesus quando morrer. Eu faço isso, acima de tudo, PARA OBTER UMA VANTAGEM ÓBVIA E RAZOÁVEL
PARA MIM SEM QUE HAJA A NECESSIDADE DE PASSAR POR CIMA DAS LEIS E DOS DIREITOS
DOS OUTROS.
Originais são um bom investimento pelos motivos citados
acima. E além de tudo, me garantem tranquilidade na hora do jogo e na hora de
recostar a cabeça no travesseiro.
Então, não me venha com o falso moralismo de que compra
originais “pela causa gamer’.
Quer fazer algo pela causa gamer? Comece escolhendo melhor
os seus candidatos. Ou melhor: comece lendo mais. Adquirir conhecimento é a
melhor forma de moldar o mundo ao seu redor de uma forma positiva.
Depois, você pode começar a praticar o hábito de respeitar a
opinião dos outros, tentando dialogar de uma forma construtiva sem apelar para
a tão nociva falácia Ad Hominem e tantas outras formas abomináveis de escapismo
e fuga diante da falta de argumentos.
Você verá como isso vai fazer a sua vida melhorar, nem que
seja na forma como você enxerga as coisas. Isso também fará “nascerem” mais
arco-íris por metro quadrado no céu. Não gosta de arco-íris? Que pena, pois eu
acho que eles são um dos raros indícios de que Deus, na hipótese de sua
existência, tem um incrível senso de humor (o ornitorrinco também, mas ele é um
assunto para um post em separado, sobre como é bom sacanear e pregar peças nos
outros...).
Para finalizar, algumas observações avulsas e conselhos de
uma pessoa que tenta aprender com seus próprios erros (além de humor gratuito e adolescente, um dos melhores tipos de humor, diga-se de passagem):
-se a melhor forma de protesto que você encontrou contra os
impostos injustos do país foi comprar jogos piratas, só posso sentir pena da
sua pequenez de pensamento;
-você não é obrigado a discutir sobre nada. Mas se vai fazer
isso, não se utilize de argumentos patéticos e sem embasamento, ou de falácias.
Tampouco cultive a mania de trollar os outros. Isso é feio e papai-do-céu
castiga. Sobre esse tema, gostaria de deixar o link de um ótimo vídeo que
ensina como lidar com trolls. Assista e fique com aquela sensação de culpa por
já ter caído na maioria dos erros que o autor vai citar.
Nota: sim, muitas das bases de argumentos foram inspiradas nesse e em outros vídeos do Youtube. E você pensando que esse site só servia pra ver o vídeo original das Empreguetes...
-atualmente, tenho uma relação relativamente tranquila com a pirataria, a mais tranquila quanto o ato de se apoderar de coisas
alheias pode ser. Mas essa é a minha opinião. Não escrevi o texto para julgar o
comportamento de ninguém. Faça o que lhe achar melhor e continue bebendo Fanta
Uva, mesmo sabendo que ela contém várias substâncias cancerígenas que podem te
levar à morte;
-um dos grandes problemas da pirataria é que ela torna a
relação de consumismo ainda mais vazia do que ela já é, visto que não
aproveitamos nem 50% do que compramos quando se trata de jogos;
-empresas não se instalam no Brasil por causa da pirataria;
pirataria existe por causa dos altos impostos; pirateiros compram pirata por
causa disso. Será que o comportamento e a mentalidade do povo brasileiro não
devia entrar nesse cálculo também não?
Se eu fui capaz de convencer a uma única pessoa com este
post, já me dou por satisfeito.
Desculpem pelo título, e devo confessar que enganei os
leitores: o post não é sobre falácias da pirataria de games. É sobre escolher
fazer o que é certo. Se você começa com um jogo ou cd de música, dará
continuidade tentando escolher um bom político (isso existe? Rsrsrs). Se você
vota com consciência, já é um grande passo para outras grandes e mais urgentes
melhorias na sua vida e na dos outros; e isso não há dinheiro que pague.
Au Revoir!