“Esse DLC tem tudo pra ser muito legal, se for feito do jeito
certo...”
Ai, ai. Pra quê eu
invento de soltar essas frases proféticas nos meus textos...
Pois bem, Automatron é
o primeiro de um pacote de três DLCs anunciados pela Bethesda no começo do ano.
Eu já fiz um post sobre isso no blog, então clique neste link para saber um
pouco mais das minhas opiniões sobre o assunto.
Pra este post, eu vou
assumir a mesma postura de escrita que a Bethesda assumiu para a confecção de
seu conteúdo baixável, ou seja: SEREI DIRETO, APRESSADO E POUCO MINIMALISTA. E só
por essa frase você já deve ter percebido que as notícias não são nada boas com
relação ao Automatron.
O INÍCIO
Eu comecei um novo
jogo de Fallout 4 no mês de janeiro. Criei uma personagem feminina chamada
Nora, o nome padrão da esposa do protagonista do game (que eu batizei de
Albert). Alterei a dificuldade para Survival, mas decidi procrastinar a minha
segunda incursão no vasto mundo do game para o momento no qual será lançado um
patch que adicionará várias melhorias a esse nível de dificuldade (basicamente,
as mesmas necessidades fisiológicas vistas no modo Hardcore do Fallout New
Vegas).
Com o lançamento do
DLC Automatron, eu decidi retomar meu save com Albert (que já vai na casa dos 8
dias, 19 horas e 21 minutos de duração) e ingressar no novo conteúdo gozando de
todas as vantagens evolutivas que eu amealhei nesse save principal.
A ideia era fazer uma
estimativa da duração de Automatron, subtraindo o tempo gasto com esse DLC do
total do meu tempo de jogo. Isso me daria uma noção de tempo de jogo do novo
conteúdo. Mas o descaso da Bethesda com este DLC foi tanto que eu nem cheguei a
precisar realizar tal cálculo: Automatron é tão curto que eu consegui
completá-lo NO MESMO DIA QUE REALIZEI O DOWNLOAD. Mas estou me adiantando um
pouco. Vamos por partes.
E agora? Quem poderá nos defender dos abusos da Bethesda Game Studios? |
Automatron conta a
história do Mecanista, um maluco aficionado por máquinas que decide soltar um
exército de robôs na Commonwealth para ajudar a melhorar um pouco a situação do
lugar. O problema é que os robôs do Mecanista têm uma noção um pouco diferente
do termo “ajudar” que nós, seres humanos, possuímos, e decidem que a melhor forma
de ajudar o ser humano é abreviar o seu inevitável sofrimento.
E se você já leu
qualquer livro de Isaac Asimov, sobre robôs, deve ter ficado com aquela sensação “gostosa”
de Déjà vu típica de porcarias apressadas, feitas nas coxas, como parece ter
sido o caso desse primeiro DLC do Fallout 4.
Pois bem, continuando
a “história” de Automatron, nós somos inseridos na quest principal através de
um pedido de socorro captado por uma frequência de rádio, um recurso narrativo
nunca usado antes em outros DLCs dessa empresa. E sim, isso foi um sarcasmo da
minha parte, caso o leitor não esteja familiarizado o suficiente com os jogos dessa
desenvolvedora.
Eu confesso: esse capacete de Eyebot do Enclave é bem legal. |
Até aqui nada de muito
grave, visto que o jogo precisa de uma forma rápida, acessível e prática de
apresentar o DLC ao jogador. Imagina se a Bethesda coloca um conteúdo extra no
jogo que dependa de horas de exploração para ser encontrado? Simplesmente não
ia funcionar, concorda?
O enredo continua e
nos apresenta Ada, uma Assaultron que nos serve de anfitriã ao DLC e de
ajudante nos momentos de peleja. Antes que eu me esqueça, Ada teve sua caravana
atacada por um bando de robôs controlados pelos Rust Devils, uma gangue de
Raiders que usa partes mecânicas como proteção de corpo, e se apossam de
qualquer ser cibernético que encontrem pelo caminho, para fins de desmanche e/ou
escambo.
Mas vá guardando a sua
empolgação em cima de quaisquer elementos narrativos acerca desse DLC: NENHUM
elemento “novo” apresentado em Automatron chega a ser mais bem desenvolvido durante
a curta duração deste conteúdo. Nem mesmo a quest principal, que se resume a encontrar,
junto com Ada, algumas peças que servirão para localizar o covil do Mecanista
(algo mais ou menos como aquela parte da main quest do jogo principal, na qual
temos que encontrar um chip para entrar no Instituto).
Prepare-se para combates explosivos no Covil do Mecanista. |
Por falar no covil do
Mecanista, ele não passa de uma fábrica qualquer de montagem de Robobrains, aqueles
robôs pentelhos dos Fallout 2, 3 e Vegas, que usam um tipo de arma sônica contra
você. Se você é fã doente desses inimigos (fico me perguntando quanto dano
mental seu cérebro sofreu, ao longo dos anos), vai se deliciar com os arquivos de
áudio e texto encontrados no lar do Mecanista, que abordam as origens desse
controverso robô que funciona em conjunto com um cérebro humano.
Nesta dungeon não há
nada de especial que não tenhamos visto em outras localidades muito melhores e
mais bem desenvolvidas no restante do mapa. Mas se você acha que enfrentar uma
horda interminável de robôs é uma experiência especial em um jogo, Automatron é
a sua praia.
O QUE HÁ DE NOVO EM AUTOMATRON?
Todo DLC dos jogos da
Bethesda conta com uma gama de novos elementos, tomando a experiência
principal de jogo como base de comparação.
Armas novas, novos
inimigos, perks exclusivos, várias quests e sub-quests.
Esqueça tudo isso. Não
é nada do que você vai encontrar neste DLC do Fallout 4.
Os inimigos “novos” se
resumem a uma tonelada de robôs montados com pedaços de peças aleatórios. Bem,
se você levar em conta que a ideia do DLC gira em torno do Robot Workbench (uma
estação na qual você pode criar um ajudante robô ao seu bel prazer), esse
detalhe não é de todo ruim.
A escrotidão sincera de Jezebel me rendeu boas gargalhadas. |
Já as armas são um
detalhe do qual eu tive que fazer um esforço para perceber que realmente estavam lá. A Assaultron Head, uma cabeça de Assaultron que pode ser usada como canhão
laser, é divertida de usar, mas totalmente frustrante a curto prazo, visto que
ela causa um enorme dano radioativo em você quando carregada.
A Tesla Rifle é a
clássica arma de DLC que fica linda na sua estante, mas não serve de merda
nenhuma contra a maioria dos inimigos que serão enfrentados no jogo,
independente do seu nível de evolução (alguém aí se lembrou do Gauss Rifle, de
Operation Anchorage?).
A cabeça do Assaultron tinha potencial pra ser ainda melhor que a medíocre Alien Blaster no Fallout 4. Obrigado, Bethesda, por mais esse balde de água fria. |
As outras se resumem a
espadas montadas através de pedaços de outros robôs, como o Assaultron e o Mr.
Handy. Tão empolgantes quanto jogar uma partida de damas contra si mesmo.
A ajudante Ada, além
de ser totalmente customizável, possui uma personalidade bem agradável e
passível de empatia, devido a sua culpa por não ter conseguido ajudar seus
companheiros de caravana que foram mortos pelos Raiders. É incrível a
capacidade da Bethesda de fazer o jogador se importar até mais com um NPC que
não passa de um amontoado de peças e parafusos, que com outros, feitos de carne
e osso.
Mas pelo menos os
criadores acertaram em uma coisa: um novo DLC pede um novo minigame pra jogar
no Pipboy, e com isso somos presenteados com o Automatron, um joguinho de ação
que me lembra muito um excelente jogo de SNES, o Super Smash T.V.
ROBÔS, ROBÔS E MAIS ROBÔS...
A frase que estampa a
capa deste DLC é o melhor jeito de resumir a experiência com Automatron: uma
grande batalha contra uma horda quase interminável de robôs (apesar de que o
confronto com o Mecanista é bem empolgante e tenso), dividida em três momentos:
uma quest preliminar pela busca do covil do Mecanista; a exploração do covil em
si; e a sua cara de bobo ao perceber que gastou trinta reais em um conteúdo que
pode ser finalizado em uma tarde apenas, ou até menos, se você colocar no nível
easy e passar correndo pelos combates.
Automatron é tão curto
que fiquei na dúvida se não tinha feito nada de errado que bugou a quest e me
impediu de ver o resto do conteúdo planejado pela Bethesda.
Apesar do ótimo tema
ambiente do covil do Mecanista, que me lembra o filme O Exterminador do Futuro,
não tem nada em Automatron que vá perdurar na sua memória depois que o console
for desligado.
Errata da frase acima: eu NUNCA vou me esquecer desses robôs catando milho desesperadamente, no covil do Mecanista. |
Com este DLC, parece
que a Bethesda finalmente está se rendendo ao estilo Capcom de conteúdo,
cobrando cada vez mais por cada vez menos em seus produtos. E eu me refiro
apenas aos conteúdos extras, baixáveis. É bom deixar bem claro que Fallout 4 é
um dos maiores jogos que você vai jogar na sua vida, e Automatron vem pra
destoar completamente da magnífica experiência que tivemos com o jogo
principal, nos deixando com a dúvida de que o DLC foi realmente desenvolvido pela mesma equipe do projeto principal.
VALE A PENA ADQUIRIR AUTOMATRON?
A resposta é bem
simples, preguiçosa e direta, assim como o conteúdo em si lançado pela
Bethesda: NÃO. NOTA FINAL: 2,5.
Nem a oficina de robôs mantém o interesse do jogador nesse DLC. A Bethesda conseguiu criar um conteúdo extra ainda pior que o infame Operation Anchorage. |
Não gaste seu dinheiro
com este conteúdo. Automatron perde completamente aquele sentimento dos DLCs anteriores
lançados pela Bethesda, o de tirar férias do jogo principal em uma aventura tão
longeva e profunda que te fazia chegar ao cúmulo de esquecer do mundo principal
do jogo.
É uma das maiores
bolas-fora que eu já testemunhei com um conteúdo de DLC lançado por uma
empresa. E olha que nessa conta eu estou levando em consideração publishers
como Capcom e EA.
Automatron é uma piada
de mau gosto. Um insulto ao histórico de ótimos e duradouros DLCs vistos em
jogos como Fallout 3 e Vegas, Oblivion e etc.
É um sinal claro de
começar com o pé esquerdo mostrado pela Bethesda, e eu temo pelos próximos
conteúdos baixáveis do Fallout 4, assim como temo pelo futuro das franquias
dessa desenvolvedora, caso essa seja filosofia de mercado adotada daqui pra
frente.
Essa imagem fica de lembrete, pois pelo jeito a Bethesda se esqueceu como se faz um DLC de peso pra um jogo. |
Se você ainda não
jogou o Fallout 4, não fique com a má impressão causada por esse texto do DLC. Espere uma
promoção na Steam, de preferência uma que agregue todos os conteúdos adicionais
em um pacote só, e aproveite um dos melhores e vastos mundos já criados para um
game nos últimos anos. Mas nem se preocupe com a existência de Automatron: ele
nem é digno da sua atenção.
Au Revoir.
Esse é o segundo motivo pelo qual eu só compro o jogo dps q sai todas as dlc's rsrs dá uma tristeza de gastar dinheiro em algo q vai me decepcionar e eu já tive experiências assim, como eu não tenho certeza de nada prefiro esperar.
ResponderExcluirQue vergonha essa dlc, é sério q vc zerou no mesmo dia q comprou?! Fiquei chocada agora. Essa corrida em busca de dinheiro tá foda, mas isso não me pega.
Ps: vc vai fzr review de TES: Oblivion? Ainda tenho esperanças.
O pior é que tem gente que ainda tenta colocar panos quentes na atitude da Bethesda, arjumentando que ele tem pouca coisa porque é barato. Infelizmente é a pura verdade: eu baixei de tarde e concluí de noite. rsrsrsrsrs. É rir pra não chorar.
ResponderExcluirSobre o TESO, eu não prometo, mas provavelmente eu farei o review dele na ocasião em que a Bethesda anunciar o novo Elder, assim como eu fiz com os posts temáticos do Fallout no ano passado. Isso se eu tiver tempo, claro.
Vish, a Bethesda desaprendeu a fazer uma DLC bacana? Quero uma DLC igual o The Pitt ou Broken Steel, ficar só andando e atirando em robôs não parece uma boa idéia. Nah, agora minhas espectativas pra DLC tão perto do buraco... Faça uma coisa decente da próxima vez.
ResponderExcluirFogo, cara. E o pior é que tem nego retardado na net defendendo uma merda dessas, dizendo que vale o preço de cinco dólares. A CD Projekt Red já lançou DLC gratuito mil vezes melhor que essa bosta, com uma quest e uma dungeon repetida pra "explorar". Uma piada de mau, como eu disse no texto. Uma ofensa a ótimos DLCs feitos no passado, como The Pitt, The Divide, Old World Blues e Point Lookout. Acho que até Operation Anchorage consegue ser melhor que Automatron, pois conta com uma área inédita pra jogar.
ResponderExcluirtambém me decepcionei muito com esse DLC, mesmo sendo assumidamente um pequeno DLC
ResponderExcluira expansão de maio, Far Harbor, é que é para ser a verdadeira "aventura longeva" com as quais estamos acostumados a ver com os games da bethesda
Espero que Far Harbor suceda em me levar de volta à Commonwealth, pq Automatron não conseguiu
Mais uma vez, blog sensacional
Abraços
Mesmo sendo um DLC curto, baratinho, eu acho que a pisada de bola foi feia. Deviam ter liberado esse conteúdo de graça. É uma mancha no currículo de bons DLCs da Bethesda. Ainda lembro das mais de 20 horas que eu gastei com o Shivering Isles, do Oblvion. A jornada em The Pitt. Os bons momentos em Old World Blues (apesar de que esse é da Obsidian). Eram conteúdo que podiam, tranquilamente, contar como jogos à parte, de tão extensos e completos. Automatron eu vou fingir que foi um sonho ruim. E fiquemos na expectativa por Far Harbor mesmo...
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