Essa semana que se encerra foi uma das mais corridas que já
tive em minha vida. Para não entrar em detalhes irrelevantes ao blog só preciso
dizer que estava saindo de casa às 6:00h e desabando na cama às 23:00h. Nada
muito diferente da rotina do pessoal do sul e sudeste que sofre com
engarrafamentos diabólicos planejados pelo Raito Yagami, Bruce Wayne e
Ozymandias juntos, mas ainda assim algo bem cansativo pra quem não está
acostumado.
ATUALIZADO: o
fato é que os deuses (sombrios) da aleatoriedade resolveram sorrir para mim
mais uma vez, resultando na minha impossibilidade de atualizar o blog devido a
um problema no Blogger que me impedia de postar algo de novo ou fazer
alterações nas postagens existentes.
Não satisfeitos, os mesmos deuses resolvem mostrar suas
mandíbulas novamente sob a forma de um caminhão que PASSOU PELA MINHA RUA E PARTIU O CABO DE INTERNET DA MINHA CASA.
Todos esses eventos (e minha falta de paciência) contribuíram para a inércia do
Mais Um Blog de Games nestes últimos dias.
Mas, deixando os queixumes sobre divindades desocupadas de
lado, o lado bom de tudo isso é que eu tive mais tempo para conhecer o game
analisado a seguir e criar um texto um pouco mais rico aos leitores. A lista
dos Vigors e a relação de Booker e Elizabeth são duas coisas que não estavam
nos planos originais do texto, só pra dar um exemplo.
Então, vamos ao que interessa.
Bem, o fato é que o Mais Um Blog de Games não está morto.
Não só está vivo como nessa semana pude colocar as mãos em um dos jogos mais
esperados por mim neste ano: BIOSHOCK
INFINITE (como já deu pra perceber pelo título do post. Acho que eu preciso
planejar melhor estas tentativas de causar surpresas no texto...).
Sem mais delongas, vamos às impressões iniciais que
tive com as primeiras cinco horas de gameplay.
GRÁFICOS
Essa geração de consoles foi muito mascarada por trailers
falsos que mostravam gráficos bem distantes do produto final que seriam os
jogos. O melhor exemplo disso é o desgracento do Alien Colonial Marines. E sim,
eu acho que a Sega (detentora dos direitos para games) merecia levar uma surra
de sabre de luz por permitir que certos lixos usem a palavra “Alien” em seus
títulos.
Mas continuando, Bioshock Infinite chamou muita atenção com
seus gráficos. Ele inclusive foi vencedor de vários prêmios (antes mesmo de ser
lançado) em feiras e eventos ao redor do mundo. E o que eu achei dos visuais de
BI? Duas coisas.
A primeira é que eles nem chegam nem perto de todo o hype
que foi criado em torno de seus visuais, o que nos ensina a lição de não dar
importância a trailers de jogo, sejam fake ou verdadeiros. Os gráficos sempre
parecem melhores em vídeos que em tempo real, na sua TV.
Booker foi ao culto orar. rsrsrsrs |
A segunda coisa é que os gráficos de BI são bonitos pra
caramba. Não que nos outros jogos isso não acontecesse. É que aqui ficou a
impressão de que a criadora do game finalmente conseguiu se entender com o
hardware dos consoles da atual geração (principalmente com o do problemático
PS3) e conseguiu entregar um produto com menos falhas, mais refinado.
O problema das texturas aparecendo depois do load, visto nos
outros dois games da série, até agora não deu as caras em Infinite. Defeitos
de clipping também são muito raros de serem vistos.
Os visuais de BI não chegarão a arrancar lágrimas nerd dos
seus olhos, mas é impossível não ficar impressionado com a beleza e o
colorido encontrados na cidade de Columbia.
Logo no começo da jornada, por exemplo, nos deparamos com
uma belíssima igreja inundada e vários efeitos de luz que beiram a perfeição
digital. Também fiquei hipnotizado por um belo cavalo mecânico encontrado mais
à frente na cidade de Columbia. Nem tanto pelos gráficos, e sim pela minha
fascinação por robôs e esse tipo de coisa steampunk. Voltando ao assunto do
post...
Lusco-fusco. |
Gráficos não pesam tanto em um jogo quando se julga a
diversão proporcionada por este. Eu gostei muito dos visuais de Bioshock
Infinite. É impossível não se embasbacar com a beleza e grandiosidade de
Columbia enquanto Booker passeia de cadeirinha no começo do jogo. Falarei mais
sobre isso em um tópico especial sobre o início deste game, mas o que eu posso
adiantar sobre os gráficos do game é que não houve nenhum tipo de maquiagem ou
tentativa de enganação por parte dos criadores: Infinite é tudo aquilo que
prometeu em trailers, contando com um dos efeitos de luz mais bonitos que eu já
vi nessa geração.
MÚSICAS E EFEITOS
SONOROS
Uma parte muito importante e significativa para mim em um jogo. E neste quesito BI não decepciona nem um pouco.
Ainda na parte da igreja somos agraciados com um belo hino
de igreja. Lembra daquela linda música que Elizabeth cantava em um dos
trocentos trailers que saíram do Infinite? Se não se lembra eu coloco ele aqui
para refrescar a sua memória:
Pois bem, essa música se revelou um hino cantado pelos
habitantes da cidade nessa parte da igreja. Aliás, tente não cair na risada com
as opiniões de Booker a respeito dos costumes dos moradores.
As músicas do restante do game seguem o mesmo estilo dos
outros Bioshocks, com temas sombrios de violinos e muitas músicas tocadas por
rádios ou gramofones da época em que a sua avó ainda... flertava com pretendentes
do sexo oposto, para não cair em termos chulos.
O que sempre me chamou muita atenção neste jogo, desde a
época dos trailers, foram os efeitos sonoros de ações corriqueiras, como coleta
de itens e etc. Esses sons são muito legais e demonstram o cuidado com os
detalhes por parte da criadora do game (adoro o som do Bucking Bronco quando o
selecionamos).
De resto ainda não joguei o suficiente para discernir o
padrão geral da qualidade sonora do jogo, mas o que eu ouvi até agora me
agradou bastante, principalmente a voz do personagem Booker: a voz de Booker é
muito agradável de se ouvir, e ele tece muitos comentários a respeito de várias situações durante suas
andanças pelos cenários.
Aliás, eu gostei tanto da voz deste personagem que é até
injusto não tentar me expressar de uma melhor forma: se eu fosse mulher,
definiria a voz de Booker como “máscula e sensual”. Mas como eu, Shadow Geisel,
sou um personagem fictício criado por outrem posso me desvencilhar desses
sexismos impostos pela nossa sociedade patriarcal e preconceituosa e definir a
voz de Booker Dewitt como “máscula e sensual”. Pronto! Quaisquer comentários de
ordem homofóbica ou que ponham em cheque a minha opção sexual por causa disso
podem ser enviados diretamente para o e-mail (que eu nunca abro, por isso
sempre indico aqui) Maisumblogdegames@bol.com.br.
A voz de Elizabeth também é muito bonita. Se você assistiu
ao trailer que eu indiquei acima deve sentir o mesmo aperto no coração
costumeiro de quando ouvimos uma música ou voz que remetem à divindade. Não
entendeu lhufas, não é mesmo? Bem simples: a voz rouca de Elizabeth é coisa
linda de se ouvir. A música cantada pela bela pequena durante o game é uma
coisa muito marcante na experiência de Infinite e grudou na minha cabeça como
um vírus mental. Mas o erro que eu cometi com Yuna do FF10 eu não vou cometer
com Elizabeth do Infinite: o de procurar saber quem é a dona da magnífica voz
da personagem da ficção. Acredite: tem certas coisas que é melhor não
sabermos...
HISTÓRIA
Elizabeth:
-Você tem medo de
Deus, Booker?
Booker Dewitt:
-Não, mas eu tenho
medo de você...
Como via de regra eu não corri atrás de muitos detalhes
sobre esse jogo antes de comprar. Apenas dei uma conferida nas notas que ele
tinha levado para me certificar de que valia o investimento de jogo original.
Então, pelo que eu pude entender da história do jogo é o
seguinte: você controla o personagem Booker Dewitt, um carinha que precisa
pagar uma dívida (não faço ideia ainda de que dívida é essa) com pessoas que
têm uma voz distorcida. Essas figuras nunca aparecem e ficam cobrando a sua
parte na barganha: encontrar e resgatar com vida uma mulher chamada Elizabeth.
Essa personagem é conhecida como “O Cordeiro”.
Por essas e outras já dá pra ter uma ideia de que Infinite
aborda temas considerados bem pesados como racismo (os negros são espizinhados
até a morte pelos cidadãos de Columbia), fanatismo religioso e eugenia (negros
são retratados como demônios. Chineses são retratados como vampiros e mexicanos
como porcos, me fazendo lembrar da história em quadrinhos Maus ).
Manda bala nesse nigrou FDP. |
Aliás, apesar de toda a pagação de pau com a voz de Booker,
não é exagero dizer que se você quiser ter uma pista do enredo do game nos
primeiros minutos, basta prestar atenção à forma como ele se comporta e reage a
certos acontecimentos. Por exemplo: Booker não é o protagonista que
entra mudo e sai calado dos típicos FPSs (como o próprio Bioshock). Ao se
deparar com a frase “e os teus pecados, eu os lavarei”, Booker responde com o
comentário “Boa sorte, camarada”.
Quando lê a inscrição que cita a “semente do profeta” ele
responde com um lacônico “humph”, o que me passa a impressão quase palpável de
que Booker é agnóstico ou até mesmo ateu.
A trama nos revela que ele possui as letras “AD” na mão
direita, que no distrito de Columbia (eu não ia perder essa referência por
nada) lhe garante o apelido carinhoso de “Falso Pastor”.
Uma frase logo no começo do game pode ser um sinal do que
realmente está acontecendo durante toda a aventura: “A mente de um sujeito vai
lutar desesperadamente para criar memórias que nunca existiram...”
Quando levamos game over (abordarei isso no tópico sobre
sistema e gameplay) Booker sai de uma sala misteriosa e abre uma porta
iluminada para o além. Tudo muito misterioso e confuso para o aviadores de
primeira viagem em Columbia...
Outra frase que me chamou atenção ao que os roteiristas
pretendem com o game foi “O que é Columbia senão a arca para um outro tempo”?
De resto, aconselho os jogadores a prestarem bastante
atenção aos detalhes e gravações em vinil do game. Eles, assim como no Bioshock 1
e 2, revelam peculiaridades sobre personagens e locais encontrados no game.
SUBTÓPICO: A BELA E A
FERA
Meus problemas com o blogger, citados no início do texto, adiaram o post mas serviram para acrescentar um pouco mais de detalhes ao texto
como um todo.
Com o passar das horas de Bio Infinite pude constatar que a relação
de interatividade entre Booker e Elizabeth é uma das mais incríveis e naturais
que eu já presenciei em um jogo de videogame. Os esforços da Irrational para
deixar claro que Elizabeth tem chances zero de ser mais uma Ashley da vida são
palpáveis em todas as coisas que a bela pequena pode realizar. Elizabeth pode,
por exemplo, procurar dinheiro e entregar a Booker; salvar o herói da morte
certa com itens de cura e recuperação de MP; entregar munição; destrancar travas e cadeados. Isso sem falar
nos itens e objetos que ela materializa no campo da batalha para auxiliar seu
protetor.
Também fica clara a importância de Elizabeth nos mínimos
detalhes das conversas entre a dupla. Ela não é um peso morto que será
seqüestrado e resgatado dez vezes durante o jogo: uma vez que você se encontre
com Elizabeth ela será uma presença constante em 90% da aventura, com raras
pausas para podermos “desenjoar” de suas andanças (o som dos saltos dela me dá
nos nervos, às vezes) e observações mais que pitorescas sobre cada pôster e
obra de arte encontrados em Columbia.
Só para encerrar o
tópico: é muita bem construída a relação entre esses dois personagens. Preste
atenção em cada diálogo, reação a certos eventos e forma de interagir dos dois
e você perceberá que nada está construído entre Elizabeth e Booker. O
sentimento entre eles (seja lá qual for) vai se transformando e evoluindo
conforme o jogador avança no enredo e nos elementos de jogabilidade. Um ponto a
mais para os criadores do game por este quesito.
O COMEÇO DE BIOSHOCK
INFINITE
Precisei criar um tópico inédito no meu formato de review de primeiras impressões. Tudo isso por causa do efeito que o começo do primeiro Bioshock causou sobre mim.
Esses detalhes constarão, provavelmente, no Review Supremo
de Bioshock que pretendo lançar algum dia. Mas como não faço ideia de quando
esse “um dia” vai ser é melhor falar um pouco sobre isso agora.
O começo do Bioshock é um dos mais charmosos e interessantes
que eu já vi em um jogo.
O desastre de avião. A carcaça do veículo afundando em meio
às chamas. O farol pouco iluminado. O reflexo da lua na água. A apresentação de
Rapture enquanto Jack descende lentamente em meio às ameaças de Andrew Ryan...
tudo isso causou uma primeira impressão que ficou gravada em minha memória para
o resto da minha vidinha gamer.
E Infinite se parece muito, mas muito mesmo, com o primeiro
Bioshock neste aspecto.
Infinite começa com Booker e dois completos desconhecidos em
um pequeno bote rumo a um tipo de farol, na costa da pequena e pacífica cidade
de Maine no ano de 1912.
Ao sentar em uma cadeira em uma estranha construção que
lembra uma gaiola de pássaro, Booker chega à cidade de Columbia no melhor
estilo “brinquedo de parque de diversões” que já foi visto. Se a chegada de
Jack à Rapture é melancólica e misteriosa, a de Booker é o completo oposto:
regada a muita adrenalina e certeza de perigo constante.
A panorâmica na cidade nos apresenta a utopia apresentada
nos trailers que inundavam a internet. E o que eu posso dizer a esse respeito é
que os criadores do game cumpriram com cada palavra que prometeram durante a
produção do jogo: o design de Columbia é uma das coisas mais impressionantes
que eu já presenciei em um jogo de videogame.
Tudo se encontra suspenso por enormes balões sustentados por
turbinas de alto poder de combustão (não é bem assim que a coisa funciona, mas
não posso falar mais sem dar spoilers de enredo).
A beleza da cidade é tamanha que me faz lembrar as clássicas
utopias encontradas em ficções de H.G. Wells e Julio Verne. Tudo isso regado a
steampunk dos brabos, do jeitinho que eu gosto.
A cidade criada pela equipe da Irrational tem vida própria.
É uma utopia paradisíaca bem da forma como foi descrita por Levine e seus
colaboradores, com pessoas felizes em uma cidade pacata (acrofobia aqui? Claro
que não!) em seus intermináveis dias ensolarados de piqueniques na grama (não
foi à toa a menção à cidadezinha de Maine no início).
Mas as paradas de 6 de julho (uma referência bem
interessante) enfeitadas por fogos de artifício não conseguem esconder por
muito tempo que há algo de podre no reino de Columbia. Os corvos, sempre eles,
estão por todos os lugares para denunciar que o preconceito, a violência e a
corrupção estão impregnados por toda a cidade.
Desde o início a cidade parece perfeita demais pra ser de
verdade...
Mesmo com toda essa névoa de maldade humana pairando no ar,
quero dar um importante conselho: NÃO
PASSE CORRENDO PELOS MINUTOS INICIAIS DE BIOSHOCK INFINITE, pois há muita
coisa para ser notada. Desde os cartazes ricamente ilustrados (um dos pontos
altíssimos não só deste game como de todos os outros que Levine dirige) até
alguns pequenos e quase irrelevantes detalhes. Aliás, falando neles, a parte em que Booker chega a uma
feira é uma das melhores do jogo até agora. Nela é possível reconhecer vários
elementos familiares da franquia (os Vigors, mais conhecidos como Plasmids; as
máquinas de venda e etc.).
Tudo isso serve para confirmar que não estamos diante de um
jogo alienígena que se aproveita do nome da franquia (como o caso de Resident
Evil 6), e sim de um autêntico exemplar que consegue nos passar a certeza da familiaridade de retornar a um querido lugar bastante familiar.
Dependendo do tipo de jogador que você é, as primeiras duas
horas de Infinite podem ser tanto uma tortura quanto um intrigante passeio em
um dos melhores designers de fases que já foram feitos em uma cidade fictícia dentro de um game. É tudo uma questão de ambientação e atmosfera. Jogue e verá.
GAMEPLAY, SISTEMA,
ASPECTOS GERAIS E OUTROS DETALHES QUE NÃO CONSEGUI ENCAIXAR NOS TÓPICOS
ANTERIORES
A primeira coisa que eu reparei neste jogo foi o seu sistema
de save. No Infinite, diferente dos anteriores, não é possível escolher o
momento em que vamos salvar. Isso mesmo que você pensou: uma palavrinha maldita
chamada “AUTOSAVE” que pode significar a morte da liberdade de ir e vir em um
jogo.
No Bioshock original tínhamos a opção não só de salvar
quando quiséssemos como retornar a quase qualquer lugar dos cenários anteriores
do jogo. No Bioshock 2 essa liberdade já foi meio que tolhida: podíamos salvar
a qualquer momento mas as áreas eram fechadas: uma vez finalizada o game nos
avisa que seria impossível retornar futuramente aquele local (fazendo surgir na
minha cabeça a pergunta “pra quê que um blu-ray comporta 50GB de dados mesmo”?).
No Infinite tudo ficou ainda mais superficial, linear e descartável. Ou foi o
que eu pensei...
A cidade de Columbia tem tantas opções de caminhos que
causam calafrios em pessoas desequilibradas como eu que adoram vasculhar cada
cantinho em busca daquela dispensável munição de pistola escondida no cenário. Mesmo
com uma seta que indica o objetivo principal fica quase impossível não perder
um ou outro lugar ou item escondido. E, para meu total desespero, o game ainda
nos ataca com as terríveis palavras “Side Quests” e “Pode ser vantajoso
retornar a lugares anteriormente visitados”... TOC em alta concentrações na
cidade “ao ar livre” de Columbia.
E o problema está justamente aí: o fato de não poder
escolher o momento de salvar o jogo, além de te fazer perder a hora de dormir
pra trabalhar, dificultará e muito a exploração no jogo, assim como o
destravamento de certos troféus e itens no game.
Passados os momentos de andança descompromissada e
contemplação diante da beleza de Columbia o game nos apresenta aos já
conhecidos elementos da série: “tiros” de plasmids; balas voando a torto e a
direito; "hackeamento" de turrets; inimigos espertinhos saltando para os lados e
para frente em cima de você; atiradores de elite te acertando a distâncias
absurdas... tudo que nos faz amar e odiar Bioshock ao mesmo tempo. Claro que
não poderia esquecer das máquinas de venda que lembram a famosa Zoltar, do
filme “Quero Ser Grande” do Tom Hanks.
"Fill your cravings at the Circus of Values" |
Com essa descrição dá pra ter uma ideia da dificuldade do
jogo: eu comecei no nível hard e já consegui morrer três vezes nos primeiros confrontos
contra a polícia de Columbia. E olhe que eu nem citei o Magnetic Repulsive
Shield, um escudo que serve como segunda barra de vida e protege Booker contra
projéteis e ataques à distância.
Sim, caro leitor, você vai ter muita raiva com esse jogo e
vai descobrir que ele não leva o nome Bioshock em seu título à toa. Lembra
daquele papo de irritar o jogador, de Levine? Pois é...
Já os itens do game são bem abundantes mas recarregam pouca
energia e MP do protagonista. Não chegam a ser um transtorno como no Bioshock 2
mas são bem fáceis de se encontrar. A diferença aqui é que não podemos mais
acumular seringas de MP ou health kits: acabou sua barra de escudo e a de
energia é game over, ou mais ou menos isso. Também só é possível levar duas
armas por vez com seu personagem, algo que pode causar um susto inicial nos
jogadores mais habituados em colecionar vários tipos de arma.
Ah, quase ia me esquecendo de dizer que se você morrer perde
uma parte do dinheiro acumulado, no melhor estilo Diablo e tantos outros jogos
sádicos que adoram torturar os jogadores. Sem falar no risco de reaparecer a
dezenas de metros do local de sua morte...
Uma coisa terrível que acabou se confirmando a respeito
deste jogo foi a AUSÊNCIA DE MULTIPLAYER.
É isso mesmo: nada de headshots de Skyhook nos inimigos no Bioshock Infinite.
Só espero que, se for implementado um modo multijogador, que não tenhamos que
pagar mais U$10,00 por algo que já devia ter vindo no disco original. Falando
em disco original, é bom atentar para o fato de que o primeiro Bioshock vem
incluso no Infinite. Não precisa de nenhum truque ou avançar no jogo para
conhecer um dos maiores clássicos desta geração: é só selecioná-lo no menu de
jogos do seu PS3/360 pra começar a mandar bala no seu Big Daddy preferido.
Se você jogou um jogo chamado System Shock ou os outros dois
Bioshocks não ficará nem um pouco surpreso com os Vigors. Eles são as versões
dos plamids do Bio 1 e 2. o que eu mais gostei deles neste game é a forma como
os criadores deram uma variada na função e na originalidade destes poderes que,
para mim, são a parte mais divertida dos games desta série. Abaixo uma lista
com os oito Vigors (obrigado seu caminhoneiro, por partir meu cabo de internet
e me dar mais tempo para poder conferir os oito Vigors do game...) encontrados
no Infinite. Vale ressaltar que a maioria dos poderes encontrados no game não
estão presentes neste aqui. Vale lembrar também que eu não seguirei a ordem dos
poderes dos quais mais gosto (como via de regra dos meus textos) e sim a ordem
de aparição no jogo.
POSSESSION-esses
dois SS iniciais são pronunciados como Z. Sinto desapontá-lo mas é assim que as
regras de pronúncia em inglês funcionam, mesmo que não sigam o menor padrão ou
façam o menor sentido.
A função do Possession, como o nome diz, é controlar
máquinas e seres humanos. É o equivalente ao Enrage dos outros jogos.
DICA: apesar de não parecer, este Vigor é uma das
habilidades mais úteis do game. Serve pra ganhar dinheiro também, se é que você
me entende.
DEVIL’S KISS- É o
poder de fogo que não poderia faltar em um Bioshock. Não
gosto nem um pouco desse aí. Ele solta uma esfera flamejante que explode no
inimigo, sendo uma versão piorada do Incinerate. Nenhum motivo pra usar este
poder por muito tempo.
MURDER OF CROWS-
se eu fosse seguir a ordem de preferência que sempre sigo, Murder of Crows
seria o último colocado fácil fácil.
Meu Vigor preferido. Ele lança uma nuvem de corvus infernae
no inimigo. Os corvos causam dano e incapacitam o alvo por uns segundos. A
armadilha desse vigor é uma das minhas preferidas também, pois Booker deixa um
ninho de corvos cheio de ovos no chão. Muito legal.
Esse Vigor é o equivalente ao plamid Insect Swarm, sendo
este um dos meus preferidos de todos os tempos também. Vale lembrar que Murder
of Crows transforma os cadáveres inimigos em armadilhas de corvo, assim como
Insect Swarm fazia com as abelhas.
BUCKING BRONCO-
amo de paixão a pronúncia desse nome. Eu adoro também o som de relinchar de
cavalo que toca quando selecionamos esse Vigor.
Ele levita o inimigo no ar. Bem simples.
Não é muito útil, sendo o equivalente ao Telekinesis. Se
tirar as palavras “Baby Moses” da cabeça é difícil, imagina ‘Bucking Bronco,
Bucking Bronco...”
SHOCK JOKEY- esse
Vigor bate todos os recordes em demora de aquisição de toda a série. Sabe
quando o jogo insere um plasmid no enredo, te obrigando a obtê-lo para
prosseguir na história? É o caso de Shock Jokey.
Ele é o plasmid de choque (o clássico Electrobolt dos outros
Bios). Nada de diferente aqui. O que eu gostei muito nele é a sua armadilha:
quando carregado, Shock Jokey cria uns cristais azuis bonitos pra caramba que
fazem um barulhinho legal do tipo “não chegue perto: risco de choque elétrico”.
CHARGE- o plasmid
mais sem graça da história de Bioshock. Ele faz o jogador avançar e dar uma
pancada no inimigo. Equivale ao (mil vezes melhor e mais charmoso) Aero Dash do
multiplayer do Bio 2. Não gosto desse aí e ainda não encontrei uma razão de ser
para ele.
UNDERTOW- eu
gosto deste aqui, mesmo que ele seja quase que totalmente inútil. Undertow cria
uma tromba d’água que empurra ou puxa o inimigo distante. O mais parecido que
eu já vi na série é o Geiser Trap, também do multiplayer. De resto, fica
difícil encontrar uma utilidade maior que não seja a de desbloquear um troféu
que pede que derrubemos 20 inimigos de Columbia. O visual do braço de Booker
com este Vigor é bem legal, mas é um dos poderes mais sem razão de ser (só não
ganha para o Charge).
RETURN TO SENDER-
uma palma aos criadores pela coragem em nomear uma habilidade com um nome bem diferente e
mais uma palma pela sua utilidade: Return to Sender te transforma no Neo do
Matrix. Este Vigor cria um escudo que para projéteis atirados em sua
direção. Se carregado ele manda as balas de volta ao inimigo. Preciso salientar
a utilidade de uma habilidade dessas no jogo? Se você duvida, espere até se
encontrar com um dos bosses mais sacais da história dos games, a SIREN.
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
Bioshock Infinite está valendo a compra? Sim, está valendo
todos os muitos centavos de real por mim investidos nele.
Infinite é um daqueles jogos não devem ser julgados apenas
pelos seus primeiros minutos e tem um começo que pode ser considerado moroso
por alguns jogadores, então eu recomendo que passe longe se não estiver com
muita paciência para vasculhar e observar cada detalhe dos cenários. Se esse
for o seu caso o recurso do Locator, do Deadspace, é mais que bem-vindo e deve
ser usado sem parcimônia.
Ele pode até não ser o jogo que vai revolucionar o gênero
mas exala mais personalidade em sua primeira hora que a maioria dos FPSs
que eu vi durante toda essa geração, e se eu tivesse que definir com palavras a
experiência que tive com o jogo até então seria com a frase “Bioshock Infinite
é um belo passeio em um grande parque de diversões a 10.000 metros de
altura”.
De fato, alguns detalhes poderiam ter sido corrigidos e
herdados de outros games do gênero, como a coleta de simultânea de vários itens
(catar moeda por moeda com o cursor é um pé no saco que já devia ter sido
excluído desse tipo de jogo).
Mas, se você é fã de jogos de tiro com enredos misteriosos e
personagens pitorescos aos montes, comece a jogar Infinite o quanto antes. Esse
é o meu conselho.
E por hoje é só pessoal. Termino o texto pedindo desculpas
aos leitores pela escassez de posts e me despeço de vocês com a imagem de um
dos personagens que estou mais ansioso para enfrentar no game.
Au Revoir!
Simplesmente fantastico, parabéns por mais um post incrível.
ResponderExcluirobrigado pelos elogios Anônimo. se você tem um Ps3 fica de olho que nesses dias eu farei uma promoção aqui no blog. e, se for participar, espero que vc não comente como Anônimo rsrsrs.
ResponderExcluirEba! Finalmente o Blogger resolveu colaborar. Estava ansiosa por esse post, Shadow. =D
ResponderExcluirpois é, Rebeca, este mês está sendo o que os americanos costumam chamar de "one hell of a month" rsrsrs. você tava bem sumida, heim? cadê você nos comentários do post A Tela Perdida? achei que você ia participar mais... :(
Excluirsobre o Infinite, ainda esta semana vou fazer uma promoção que tem a ver com ele. espero que você participe, mesmo que não seja com a intenção de ganhar o prêmio. abraços.
Gostei bastante do seu Blog, Seus textos são bem engraçados e explicativos, ainda vou conseguir escrever assim, mesmo o enorme texto do bioshock consegui ler até o final sem parar para olhar o facebook, rs.
ResponderExcluirTambem tenho meu blog são apenas 5 posts até agora talvez gostaria de dar uma olhadinha http://gamepira.blogspot.com.br/
um abraço e boa sorte
obrigado pelos elogios, Lixero. fiquei com uma dúvida: você diz que espera um dia escrever assim (eu, particularmente, espero que você vá além e não se contente com tão pouco rsrsrs) mas pelo que pude perceber em seu blog quase todo (ou todo) o material vem de outras fontes. se a ideia for essa mesmo, não vejo nenhum problema. mas se vc deseja aprimorar seu estilo de escrita e narrativa te aconselho a começar ousando mais com seus próprios textos e colocando a sua marca no que escreve. de qualquer forma, boa sorte. se precisar de dicas ou precisar de ajuda os comentários estão aí pra isso. abraços.
ExcluirDroga, Shadow; mais um jogo para a lista de desejos, rs.
ResponderExcluirBTW, ótimo texto. Apesar de que não entendi o porque de a descrição dos poderes serem consideradas spoilers mas tudo bem.
ResponderExcluirbem, gledson, sobre a lista de desejos fico feliz que pude influenciar positivamente em sua decisão de comprar o jogo. mas acredite: ele é muito bom e vale a pena. se você tem um PS3 pode participar da promoção que eu lançarei no sábado e concorrer a uma cópia do jogo.
ResponderExcluirsobre a sua dúvida, spoiler pode ser qualquer coisa que estrague as suas surpresas e diversão com um jogo, mesmo que não diga respeito ao enredo. eu mesmo ficaria possesso se alguém me revelasse a lista de habilidades antes de eu jogar. por isso dei o aviso de spoiler.