Minha história com os games da Rockstar começou no ano de
2005.
Com toda a euforia do PS2 e suas centenas de jogos piratas,
era bem fácil comprar qualquer jogo que desse na telha e conhecer novas
franquias.
Bem, hoje em dia isso ainda é fácil, pois sou rico e
dinheiro para games não é um problema pra mim (mas não quero ninguém pedindo
grana emprestada, ok? Rsrsrs), mas o que eu quero dizer era que, se hoje eu
tenho aproximadamente 50 jogos originais de PS3, na época do PS2 essa marca
chegava quase na segunda centena, somando meus jogos com os dos meus irmãos.
Oh, baby, dance, dance, dance! Remexendo assim não pare... |
E, se copiar games era fácil, difícil era não ouvir falar de
um tal de GTA San Andreas, um dos jogos mais falados do console.
A fama do GTA San Andreas era tamanha que ele foi lançado
para praticamente tudo que tivesse uma entrada de DVD e rodasse jogos de
videogame (PS2, Xbox, PC, menos o conservador Gamecube e seus patéticos mini
discos que não agüentavam o “peso” de um jogo como Resident Evil 4 sem o
treinador pedir pausa técnica). E, se eu fosse parar pra falar dos mods que esse jogo ganhou... acho que tem sites na internet que podem oferecer um serviço bem mais completo que o meu.
Não encontrei mas achava bárbaro. E já existe de verdade |
Tamanho barulho não era pra menos: GTA era um jogo no qual era possível
fazer uma variedade imensa de coisas: nadar; comer até virar um balofo;
levantar ferro até virar um pittyboy; roubar carros; comprar casas; jogar em
fliperamas; pular de paraquedas; andar de avião e, claro, matar pessoas com as
mais variadas armas (sim, Saints Row, a ideia de colocar um pênis de borracha
como arma no jogo já existia, assim como muitas das coisas que vossa senhoria
decidiu copiar de GTA).
A bike não era bem assim mas deu pra entender |
Mas me ouvindo falar assim dá pra pensar que se está diante
de um dos maiores experts em GTA San Andreas
da história dos games.
A grande verdade é que eu nunca cheguei a concluir sequer a
primeira missão do jogo, aquela mesma em que somos ensinados a andar de bike. O
motivo é culpa da própria liberdade que o game oferecia ao jogador: pra quê
raios eu ia perder tempo matando pessoas em missões de polícia e ladrão quando
eu podia descer da bike, roubar o primeiro carro que aparecesse e passear
despreocupadamete embalado pelo melhor som que a década de oitenta pôde oferecer?
Pois é, difícil de resistir...
Um flagra de Nico semeando a palavra no mundo de GTA IV |
Meu segundo caso com games da Rockstar foi com o mega
sucesso de vendas, o GTA IV. Esse jogo era um dos que sairiam em um post à
parte, caso o meu PC não tivesse resolvido frescar com a minha cara e apagar
todo o conteúdo do HD.
Bem, o fato é que GTA IV não fez jus a metade do barulho que
causou na época do seu lançamento. E boa parte disso se deveu ao fato dele reduzir bastante a escala de game que foi alcançada com San Andreas, seja geograficamente falando, seja na variedade de gameplay propriamente dita.
"Quem dera ser um peixe... para em teu límpido aquário mergulhar..." |
Não me entenda mal: mesmo esperando um jogo mil vezes melhor
do que foi entregue no produto final, GTA IV é bom o suficiente para conseguir
conquistar o mais rabugento dos jogadores: personagens transbordando carisma,
como de costume nos jogos dessa magnífica empresa (Nico Bellic é
irresistivelmente engraçado e excêntrico, assim como outras figuras como Bruce,
com sua pitoresca mania do “toque no peitinho” - quem jogou entendeu – e Roman,
o primo de Niko que só faz merda durante o jogo) e uma atmosfera de “mundo
real” poucas vezes vista em jogos desse tipo.
Infelizmente, GTA IV sofre de alguns problemas técnicos que
não combinam muito com um game lançado em 2008, como sistema de mira
incompreensível (infelizmente também presente no quase perfeito San Andreas);
ausência de checkpoints nas missões e excesso de demora e burocracia para
chegar aos lugares.
Este último detalhe inviabiliza tarefas que deviam ser
divertidas e fluentes, como levar um amigo ou namorada para tomar uns drinques
ou jogar sinuca (tente jogar sinuca nesse jogo para descobrir que os amigos de
Nico são, na verdade, agentes disfarçados da Matrix programados para varrer o
veludo da mesa de bilhar com a sua cara). Eu sei, no game existe um sistema de
táxi que te leva a qualquer lugar por uma baixa quantia, mas depois de me
acostumar com o prático sistema de Fast Travel de jogos como Fallout fica
difícil aceitar tamanho retrocesso. E, por falar em tamanho retrocesso...
O fato é que seriam necessárias duas vidas e um abandono de
cargo público para me propiciar o tempo e situações exigidas pelos criadores do
jogo a fim de aproveitar tudo que GTA IV tem a oferecer. Espero que GTA V
corrija essa “falha”.
MOTIVO DO POST:
PRIMEIRAS IMPRESSÕES DE RED DEAD REDEMPTION
Os quatro cavalos do apocalipse zumbi |
Meu primeiro contato com esse jogo foi na casa de um amigo,
que tem um Xbox 360 destravado para degustação de jogos multiplataforma. Esse
método é bastante eficaz para testar aqueles jogos que não têm versão demo e decidir se vale a aquisição da cópia original.
Aliás, por que raios as empresas são tão conservadoras em
liberar demos de seus games? Será que elas não percebem que estão tolhendo as
possibilidades de propagandear os seus próprios produtos ao se amarrarem e não
liberarem uma mera versão demo? Eu podia fazer um post à parte só com jogos que
decidi comprar depois de testar a demo, como Darksiders, Need 4 Speed Most
Wanted, Flower, Limbo e etc.
É certo que eu podia fazer um outro post à parte apenas com
jogos em que a demo serviu como balde de água fria em minhas expectativas de
aquisição do game, como Sonic and Sega Transformed ou Resident Evil Revelations.
Acho que acabei de descobrir o motivo do conservadorismo...
"Que foi? Agora é crime fazer o Moonwalker"? |
Bem, o fato é que eu resolvi experimentar o game e comecei
pelo final, jogando a expansão com zumbis Undead Nightmare.
Particularmente, apesar de todo o carisma comum dos jogos
dessa empresa, eu achei a jogabilidade de Undead Nightmare muito ruim e
desajeitada (talvez pela minha falta de costume com jogos em terceira pessoa). Era difícil andar, atirar e realizar coisas simples como vasculhar
um corpo em busca de itens. E olha que eu nem citei o martírio comum a todos os
jogos que se utilizam desse tipo de animal de montaria: (rufem os tambores
sinistros de halloween) ANDAR A CAVALO EM UM JOGO DE VIDEOGAME, uma
das tarefas mais frustrantes impostas pela humanidade a outro exemplar da
espécie humana...
Mas deixemos de lado as primeiras impressões antigas e vamos
nos concentrar nas novas.
GRÁFICOS
Lindo é pouco. E me refiro ao céu, só pra deixar claro |
Não há muito motivo para falar deles neste jogo. São muito
bons e cumprem bem o seu papel. Claro, eu ainda estou nas primeiras horas de
jogo e não tenho ideia da dimensão do mundo de Red Dead, mas em se tratando da
Rockstar Games, com certeza algo de muito bom vai continuar a ser mostrado no
jogo.
Seja com um visual mais estilizado (como o de GTA IV) ou
mais puxado pro fotorrealismo (o caso do jogo em questão), essa empresa nunca
deixa o jogador na mão quando o assunto é impressionar até os mais dificilmente
impressionáveis. Duvida? Adoro provar que tenho razão...
SOM
Som não dá pra ouvir, mas o rastro marrom tá logo abaixo da moçoila |
Red Dead tem uma atmosfera western bem convincente, mesmo se
comparando a jogos como Fallout New Vegas (que, curiosamente, não tem nenhum
pretensão de ser western mas o faz com maestria). E acho que a razão para ele
não ser tão bem sucedido nesse ponto é o fato de que cavalos não possuem
equipamento de rádio.
Sim, é óbvio, mas o que eu quero dizer é que jogos como o
New Vegas saem muito na frente em seu clima western por causa das faixas
melancólicas que tocam nas estações de rádio (Radio New Vegas, I love you...). Veja se tem como ser mais Western que isso:
Mas veja bem: quando falo de atmosfera western me refiro
meramente à parte sonora. Nos outros quesitos Red Dead dá show, como nos
gráficos dos campos áridos na imensidão do game.
GAMEPLAY GERAL E
COMBATE
Desculpe, John, mas vou ter que apostar no urso |
Felizmente o gosto ruim deixado pelos zumbis de Undead
Nightmare saiu da boca nessa segunda investida no mundo de Red Dead.
Dessa vez não tive nenhum problema para atirar (é muito bom
atirar nesse jogo. As duas armas de fogo que peguei até agora são fortes e têm
bastante impacto nos inimigos, mesmo jogando no modo Hardcore), colher itens ou
movimentação em geral no jogo. Mas é claro que reclamações não faltam:
Corra, Forest, corra! |
-por que raios Marston (o protagonista) corre como um
retardado que está com pressa de chegar ao banheiro? Será que isso é padrão
nesta geração, fazer os personagens de jogos em terceira pessoa correrem como
imbecis?
Pra ele viajar no tempo só falta o capacitor de fluxo |
-por que raios o nosso cavalo possui uma barra de estamina
que se esvazia em menos de 10 segundos? Sim, eu sei que isso varia de cavalo
pra cavalo mas não consigo aceitar que algo tão estúpido seja colocado em um
jogo só pra justificar elementos de gameplay. E sabe o que é mais hilário? É
que o próprio John Marston PODE CORRER
LIVREMENTE E POR TEMPO INDEFINIDO, SEM NENHUMA BARRA ESCROTA DE ESTAMINA
LIMITANDO SUA VELOCIDADE. Conclusão a que o jogo nos leva: SERES HUMANOS TÊM MAIS VIGOR FÍSICO QUE CAVALOS...
Ei, John, eu tô aqui! |
-por que, ao vasculharmos um corpo em busca de itens, a
câmera dá uma virada brusca sem o menor sentido? Eu confesso que esse incômodo
se dá mais pela minha dificuldade de orientação em geral, mas não faz o menor
sentido você estar virado para o norte e a câmera virar para o sul depois da
animação. E irrita bastante, dependendo da tensão do momento;
-Red Dead Redemption já foi chamado de muitas coisas, inclusive
sendo comparado ao próprio GTA e, para alguns, tendo superado este no quesito
“coisas a fazer” e mundo aberto. Grand Theft Horse é uma das alcunhas deste
game, pelo fato óbvio da aquisição e dos passeios de eqüinos. Então, por que
raios é tão ruim andar a cavalo nesse jogo?
O cavalo de Red Dead é rápido demais em alguns momentos,
lento demais em outros, cansa muito fácil e chega ao ridículo de derrubar o
jogador da sela quando a já citada barra de estamina se esvai, fato deveras
irritante para os iniciantes na série como é o meu caso. O que eu acho é que,
se um jogo vai ter como atração principal andar a cavalo, que essa tarefa seja
a mais prazerosa possível.
Mas tem uma coisa muito boa nesse jogo que eu não podia deixar
de citar: diferente de games como Shadow of The Colossus, em RDR é possível
meter um balaço no rabo do FDP do cavalo que achou de te derrubar bem no meio
daquela perseguição a um procurado. E uma salva de palmas à Rockstar por esse
mero detalhe...
Você não sabe o quanto eu caminhei... pra chegar até aquiiiiiiii... |
-por que, ao nos presentear com um autosave em missões ou
durante o mapa central, o jogo nos leva de volta à nossa casa em caso de game
over?
Raios, pra quê serve um autosave se você tem que voltar todo
o caminho da missão pra poder tentar novamente. Sim, a Rockstar corrigiu o
problema da falta de checkponts nas missões, mas ainda sim o sistema de save de
RDR parece estar contra o jogador quando deveria estar a seu favor.
TENTANDO GOSTAR OU JÁ
GOSTANDO?
Shadow, você está preso por não gostar de mim logo de cara |
Acho que RDR é um daqueles jogos como Fallout, pelos quais
nós só nos apaixonamos quando conseguimos nos dar conta do tamanho da
“encrenca” na qual nos metemos. E essa tarefa poderia ser bastante simplificada
pela desenvolvedora do game se ela gastasse um tempinho a mais na produção
dando ouvidos às queixas mais comuns dos consumidores.
RDR é grandioso, esbanja personalidade e carisma. Tem
gráficos que cumprem muito bem o seu papel e que, às vezes, me fazem ter aquele
velho pensamento de “se eu visse essa imagem há uma geração atrás ia dizer que
estavam tentando me enganar com uma CG tentando se passar por gráficos em tempo
real”.
No game há muita coisa a se fazer: corrida de cavalo, matar
bandidos, ajudar estranhos, impedir assassinatos (há um sistema de bem ou mal,
dependendo de suas ações, mas fica o conselho: DESCONFIE DE PEDIDOS DE SOCORRO
VINDOS DE DONZELAS NO MEIO DO NADA).
Quando você mata um animal, por exemplo, além de poder tirar
o couro do bicho pra vender é possível cumprir certos desafios que envolvem
matar X quantidades do bicho Y. E acho que não preciso dizer o quanto eu gosto
desse tipo de coisa em jogos de mundo aberto (exceto quando há troféus na
jogada. Eu tremo na base ao
ler as palavras “Earned for collecting all stuff in the game”).
A história principal narra as aventuras de John Marston, um
cara meio fora-da-lei que quase é morto ao tentar acertar as contas com um ex
amigo de... certo, eu joguei muito pouco do enredo principal para poder
discorrer sobre esse assunto, mas a já conhecida qualidade de enredo dos jogos
da Rockstar pode ser encontrada neste jogo também, com personagens que
conseguem nos fazer rir, nos sentirmos enojados ou justificar a nossa vontade
de vê-los com a boca cheia de formiga no dia seguinte.
"Porra de save! Agora vou ter que andar tudo isso de novo..." |
Para finalizar, Red Dead Redemption (não diga
“rendempixion”. O certo é “ridempxã”. Obrigado, mestre Joel Santana. Mais uma
vez vejo que as aulas de inglês valeram véri muito dê worfi...) é um grande jogo
que ainda não me cativou como deveria. Em parte pela minha absurda falta de
tempo, em parte por causa da tendência a jogar jogos mais “rápidos” e simples
(como Doom e Doom 2, da Doom 3BFG Edition) depois de um cansativo dia de
trabalho e estudo.
Mas fica o conselho: se você gosta de jogos enormes, com
pancadas de coisas a fazer e tem um “tempinho” livre na agenda gamer, não deixe
de conhecer o mundo apresentado pela gigante Rockstar Games. E lembre-se: mês
de setembro é mês de lançamento de GTA V. Prepare-se para acumular poeira em
todos os outros jogos da sua coleção e kiss goodbye a sua vida social.
Ruínas submarinas? Tô dentro! |
Au Revoir!
Muito bacana, belo post, mandou mt bem na comparação e no tema
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