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domingo, 8 de setembro de 2013

RED DEAD REDEMPTION: PRIMEIRAS IMPRESSÕES













Minha história com os games da Rockstar começou no ano de 2005.
Com toda a euforia do PS2 e suas centenas de jogos piratas, era bem fácil comprar qualquer jogo que desse na telha e conhecer novas franquias.
Bem, hoje em dia isso ainda é fácil, pois sou rico e dinheiro para games não é um problema pra mim (mas não quero ninguém pedindo grana emprestada, ok? Rsrsrs), mas o que eu quero dizer era que, se hoje eu tenho aproximadamente 50 jogos originais de PS3, na época do PS2 essa marca chegava quase na segunda centena, somando meus jogos com os dos meus irmãos.

Oh, baby, dance, dance, dance! Remexendo assim não pare...


E, se copiar games era fácil, difícil era não ouvir falar de um tal de GTA San Andreas, um dos jogos mais falados do console.
A fama do GTA San Andreas era tamanha que ele foi lançado para praticamente tudo que tivesse uma entrada de DVD e rodasse jogos de videogame (PS2, Xbox, PC, menos o conservador Gamecube e seus patéticos mini discos que não agüentavam o “peso” de um jogo como Resident Evil 4 sem o treinador pedir pausa técnica). E, se eu fosse parar pra falar dos mods que esse jogo ganhou... acho que tem sites na internet que podem oferecer um serviço bem mais completo que o meu.

Não encontrei mas achava bárbaro. E já existe de verdade


Tamanho barulho não era pra menos: GTA era um jogo no qual era possível fazer uma variedade imensa de coisas: nadar; comer até virar um balofo; levantar ferro até virar um pittyboy; roubar carros; comprar casas; jogar em fliperamas; pular de paraquedas; andar de avião e, claro, matar pessoas com as mais variadas armas (sim, Saints Row, a ideia de colocar um pênis de borracha como arma no jogo já existia, assim como muitas das coisas que vossa senhoria decidiu copiar de GTA).

A bike não era bem assim mas deu pra entender


Mas me ouvindo falar assim dá pra pensar que se está diante de um dos maiores experts em GTA San Andreas da história dos games.
A grande verdade é que eu nunca cheguei a concluir sequer a primeira missão do jogo, aquela mesma em que somos ensinados a andar de bike. O motivo é culpa da própria liberdade que o game oferecia ao jogador: pra quê raios eu ia perder tempo matando pessoas em missões de polícia e ladrão quando eu podia descer da bike, roubar o primeiro carro que aparecesse e passear despreocupadamete embalado pelo melhor som que a década de oitenta pôde oferecer? Pois é, difícil de resistir...

Um flagra de Nico semeando a palavra no mundo de GTA IV


Meu segundo caso com games da Rockstar foi com o mega sucesso de vendas, o GTA IV. Esse jogo era um dos que sairiam em um post à parte, caso o meu PC não tivesse resolvido frescar com a minha cara e apagar todo o conteúdo do HD.
Bem, o fato é que GTA IV não fez jus a metade do barulho que causou na época do seu lançamento. E boa parte disso se deveu ao fato dele reduzir bastante a escala de game que foi alcançada com San Andreas, seja geograficamente falando, seja na variedade de gameplay propriamente dita.

"Quem dera ser um peixe... para em teu límpido aquário mergulhar..."


Não me entenda mal: mesmo esperando um jogo mil vezes melhor do que foi entregue no produto final, GTA IV é bom o suficiente para conseguir conquistar o mais rabugento dos jogadores: personagens transbordando carisma, como de costume nos jogos dessa magnífica empresa (Nico Bellic é irresistivelmente engraçado e excêntrico, assim como outras figuras como Bruce, com sua pitoresca mania do “toque no peitinho” - quem jogou entendeu – e Roman, o primo de Niko que só faz merda durante o jogo) e uma atmosfera de “mundo real” poucas vezes vista em jogos desse tipo.

Infelizmente, GTA IV sofre de alguns problemas técnicos que não combinam muito com um game lançado em 2008, como sistema de mira incompreensível (infelizmente também presente no quase perfeito San Andreas); ausência de checkpoints nas missões e excesso de demora e burocracia para chegar aos lugares.
Este último detalhe inviabiliza tarefas que deviam ser divertidas e fluentes, como levar um amigo ou namorada para tomar uns drinques ou jogar sinuca (tente jogar sinuca nesse jogo para descobrir que os amigos de Nico são, na verdade, agentes disfarçados da Matrix programados para varrer o veludo da mesa de bilhar com a sua cara). Eu sei, no game existe um sistema de táxi que te leva a qualquer lugar por uma baixa quantia, mas depois de me acostumar com o prático sistema de Fast Travel de jogos como Fallout fica difícil aceitar tamanho retrocesso. E, por falar em tamanho retrocesso...



O fato é que seriam necessárias duas vidas e um abandono de cargo público para me propiciar o tempo e situações exigidas pelos criadores do jogo a fim de aproveitar tudo que GTA IV tem a oferecer. Espero que GTA V corrija essa “falha”.


MOTIVO DO POST: PRIMEIRAS IMPRESSÕES DE RED DEAD REDEMPTION

Os quatro cavalos do apocalipse zumbi


Meu primeiro contato com esse jogo foi na casa de um amigo, que tem um Xbox 360 destravado para degustação de jogos multiplataforma. Esse método é bastante eficaz para testar aqueles jogos que não têm versão demo e decidir se vale a aquisição da cópia original.
Aliás, por que raios as empresas são tão conservadoras em liberar demos de seus games? Será que elas não percebem que estão tolhendo as possibilidades de propagandear os seus próprios produtos ao se amarrarem e não liberarem uma mera versão demo? Eu podia fazer um post à parte só com jogos que decidi comprar depois de testar a demo, como Darksiders, Need 4 Speed Most Wanted, Flower, Limbo e etc.
É certo que eu podia fazer um outro post à parte apenas com jogos em que a demo serviu como balde de água fria em minhas expectativas de aquisição do game, como Sonic and Sega Transformed ou Resident Evil Revelations. Acho que acabei de descobrir o motivo do conservadorismo...

"Que foi? Agora é crime fazer o Moonwalker"?


Bem, o fato é que eu resolvi experimentar o game e comecei pelo final, jogando a expansão com zumbis Undead Nightmare.
Particularmente, apesar de todo o carisma comum dos jogos dessa empresa, eu achei a jogabilidade de Undead Nightmare muito ruim e desajeitada (talvez pela minha falta de costume com jogos em terceira pessoa). Era difícil andar, atirar e realizar coisas simples como vasculhar um corpo em busca de itens. E olha que eu nem citei o martírio comum a todos os jogos que se utilizam desse tipo de animal de montaria: (rufem os tambores sinistros de halloween) ANDAR A CAVALO EM UM JOGO DE VIDEOGAME, uma das tarefas mais frustrantes impostas pela humanidade a outro exemplar da espécie humana...



Mas deixemos de lado as primeiras impressões antigas e vamos nos concentrar nas novas.


GRÁFICOS

Lindo é pouco. E me refiro ao céu, só pra deixar claro


Não há muito motivo para falar deles neste jogo. São muito bons e cumprem bem o seu papel. Claro, eu ainda estou nas primeiras horas de jogo e não tenho ideia da dimensão do mundo de Red Dead, mas em se tratando da Rockstar Games, com certeza algo de muito bom vai continuar a ser mostrado no jogo.
Seja com um visual mais estilizado (como o de GTA IV) ou mais puxado pro fotorrealismo (o caso do jogo em questão), essa empresa nunca deixa o jogador na mão quando o assunto é impressionar até os mais dificilmente impressionáveis. Duvida? Adoro provar que tenho razão...




SOM

Som não dá pra ouvir, mas o rastro marrom tá logo abaixo da moçoila


Red Dead tem uma atmosfera western bem convincente, mesmo se comparando a jogos como Fallout New Vegas (que, curiosamente, não tem nenhum pretensão de ser western mas o faz com maestria). E acho que a razão para ele não ser tão bem sucedido nesse ponto é o fato de que cavalos não possuem equipamento de rádio.
Sim, é óbvio, mas o que eu quero dizer é que jogos como o New Vegas saem muito na frente em seu clima western por causa das faixas melancólicas que tocam nas estações de rádio (Radio New Vegas, I love you...). Veja se tem como ser mais Western que isso:



Mas veja bem: quando falo de atmosfera western me refiro meramente à parte sonora. Nos outros quesitos Red Dead dá show, como nos gráficos dos campos áridos na imensidão do game.


GAMEPLAY GERAL E COMBATE

Desculpe, John, mas vou ter que apostar no urso


Felizmente o gosto ruim deixado pelos zumbis de Undead Nightmare saiu da boca nessa segunda investida no mundo de Red Dead.
Dessa vez não tive nenhum problema para atirar (é muito bom atirar nesse jogo. As duas armas de fogo que peguei até agora são fortes e têm bastante impacto nos inimigos, mesmo jogando no modo Hardcore), colher itens ou movimentação em geral no jogo. Mas é claro que reclamações não faltam:

Corra, Forest, corra!


-por que raios Marston (o protagonista) corre como um retardado que está com pressa de chegar ao banheiro? Será que isso é padrão nesta geração, fazer os personagens de jogos em terceira pessoa correrem como imbecis?

Pra ele viajar no tempo só falta o capacitor de fluxo


-por que raios o nosso cavalo possui uma barra de estamina que se esvazia em menos de 10 segundos? Sim, eu sei que isso varia de cavalo pra cavalo mas não consigo aceitar que algo tão estúpido seja colocado em um jogo só pra justificar elementos de gameplay. E sabe o que é mais hilário? É que o próprio John Marston PODE CORRER LIVREMENTE E POR TEMPO INDEFINIDO, SEM NENHUMA BARRA ESCROTA DE ESTAMINA LIMITANDO SUA VELOCIDADE. Conclusão a que o jogo nos leva: SERES HUMANOS TÊM MAIS VIGOR FÍSICO QUE CAVALOS...

Ei, John, eu tô aqui!


-por que, ao vasculharmos um corpo em busca de itens, a câmera dá uma virada brusca sem o menor sentido? Eu confesso que esse incômodo se dá mais pela minha dificuldade de orientação em geral, mas não faz o menor sentido você estar virado para o norte e a câmera virar para o sul depois da animação. E irrita bastante, dependendo da tensão do momento;



-Red Dead Redemption já foi chamado de muitas coisas, inclusive sendo comparado ao próprio GTA e, para alguns, tendo superado este no quesito “coisas a fazer” e mundo aberto. Grand Theft Horse é uma das alcunhas deste game, pelo fato óbvio da aquisição e dos passeios de eqüinos. Então, por que raios é tão ruim andar a cavalo nesse jogo?

O cavalo de Red Dead é rápido demais em alguns momentos, lento demais em outros, cansa muito fácil e chega ao ridículo de derrubar o jogador da sela quando a já citada barra de estamina se esvai, fato deveras irritante para os iniciantes na série como é o meu caso. O que eu acho é que, se um jogo vai ter como atração principal andar a cavalo, que essa tarefa seja a mais prazerosa possível.
Mas tem uma coisa muito boa nesse jogo que eu não podia deixar de citar: diferente de games como Shadow of The Colossus, em RDR é possível meter um balaço no rabo do FDP do cavalo que achou de te derrubar bem no meio daquela perseguição a um procurado. E uma salva de palmas à Rockstar por esse mero detalhe...

Você não sabe o quanto eu caminhei... pra chegar até aquiiiiiiii...


-por que, ao nos presentear com um autosave em missões ou durante o mapa central, o jogo nos leva de volta à nossa casa em caso de game over?
Raios, pra quê serve um autosave se você tem que voltar todo o caminho da missão pra poder tentar novamente. Sim, a Rockstar corrigiu o problema da falta de checkponts nas missões, mas ainda sim o sistema de save de RDR parece estar contra o jogador quando deveria estar a seu favor.


TENTANDO GOSTAR OU JÁ GOSTANDO?

Shadow, você está preso por não gostar de mim logo de cara


Acho que RDR é um daqueles jogos como Fallout, pelos quais nós só nos apaixonamos quando conseguimos nos dar conta do tamanho da “encrenca” na qual nos metemos. E essa tarefa poderia ser bastante simplificada pela desenvolvedora do game se ela gastasse um tempinho a mais na produção dando ouvidos às queixas mais comuns dos consumidores.

RDR é grandioso, esbanja personalidade e carisma. Tem gráficos que cumprem muito bem o seu papel e que, às vezes, me fazem ter aquele velho pensamento de “se eu visse essa imagem há uma geração atrás ia dizer que estavam tentando me enganar com uma CG tentando se passar por gráficos em tempo real”.

No game há muita coisa a se fazer: corrida de cavalo, matar bandidos, ajudar estranhos, impedir assassinatos (há um sistema de bem ou mal, dependendo de suas ações, mas fica o conselho: DESCONFIE DE PEDIDOS DE SOCORRO VINDOS DE DONZELAS NO MEIO DO NADA).
Quando você mata um animal, por exemplo, além de poder tirar o couro do bicho pra vender é possível cumprir certos desafios que envolvem matar X quantidades do bicho Y. E acho que não preciso dizer o quanto eu gosto desse tipo de coisa em jogos de mundo aberto (exceto quando há troféus na jogada. Eu tremo na base ao ler as palavras “Earned for collecting all stuff in the game”).

A história principal narra as aventuras de John Marston, um cara meio fora-da-lei que quase é morto ao tentar acertar as contas com um ex amigo de... certo, eu joguei muito pouco do enredo principal para poder discorrer sobre esse assunto, mas a já conhecida qualidade de enredo dos jogos da Rockstar pode ser encontrada neste jogo também, com personagens que conseguem nos fazer rir, nos sentirmos enojados ou justificar a nossa vontade de vê-los com a boca cheia de formiga no dia seguinte.

"Porra de save! Agora vou ter que andar tudo isso de novo..."


Para finalizar, Red Dead Redemption (não diga “rendempixion”. O certo é “ridempxã”. Obrigado, mestre Joel Santana. Mais uma vez vejo que as aulas de inglês valeram véri muito dê worfi...) é um grande jogo que ainda não me cativou como deveria. Em parte pela minha absurda falta de tempo, em parte por causa da tendência a jogar jogos mais “rápidos” e simples (como Doom e Doom 2, da Doom 3BFG Edition) depois de um cansativo dia de trabalho e estudo.
Mas fica o conselho: se você gosta de jogos enormes, com pancadas de coisas a fazer e tem um “tempinho” livre na agenda gamer, não deixe de conhecer o mundo apresentado pela gigante Rockstar Games. E lembre-se: mês de setembro é mês de lançamento de GTA V. Prepare-se para acumular poeira em todos os outros jogos da sua coleção e kiss goodbye a sua vida social.

Ruínas submarinas? Tô dentro!



Au Revoir!

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