Depois de vários desligamentos
bruscos na minha cara, um incidente envolvendo uma caneca de café e quinze dias
de molho na assistência técnica, finalmente meu surrado notebook de quatro anos
de uso (e contando, assim espero...) pôde retornar ao seu querido lugar em cima
da minha cama, como nunca deveria deixar de ser.
E sim, fazer vídeos de gameplay
falando bobagens sem um roteiro pré-programado é bastante divertido. Mas não
tem jeito: minha paixão é escrever. Eu tenho mais jeito com as palavras (escritas), e
gosto muito da segurança de poder falar a maior besteira da face da Terra para,
quinze minutos depois, ter a chance de corrigir tudo depois de reler
minhas próprias palavras e ver como soaria esquisito aos ouvidos do leitor. Não
que não seja possível fazer isso com vídeos, claro, mas a trabalheira que dá
pra editar, cortar, rezar para que o editor não engula alguma parte dos
comentários, é algo que simplesmente não me apetece.
Parafraseando um estimado
camarada também blogueiro, EU GOSTO DA
PALAVRA ESCRITA, DA CONCATENAÇÃO DE IDEIAS E DO VERBO SENDO RASGADO COM TODA A
VELOCIDADE QUE MEUS FRENÉTICOS DEDOS ALCANÇAM QUANDO ESTÃO ANSIOSOS PARA
EXPRESSAR A OPINIÃO DO SEU DONO (essa última parte é cortesia minha).
Claro que não vou abandonar
completamente o conteúdo de vídeos. Muito pelo contrário: a ideia é evitar as
acusações de spam diminuindo a quantidade de posts de vídeo, aumentando a
qualidade dos temas, das opiniões e do layout dos vídeos em si. Com o Windows 7
instalado no notebook renascido das gotas de café... quero dizer, das cinzas,
só posso dizer uma coisa: SONY VEGAS, AÍ
VOU EU!
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Me Aguarde, Sony Vegas... |
MINHA PRIMEIRA VEZ COM O SEGUNDO FILHO, DO TERCEIRO CAPÍTULO, DO QUE
DEVERIA SER O PRIMEIRO JOGO PARA O QUARTO CONSOLE...
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Voar com eletricidade? Me explica isso, seu Cole |
Esse não é um (a) Review Supremo
(a). Mas para não ficar parecendo que eu sou um especialista na série do jogo
do qual vou falar, terei que contar uma breve historinha chata que é típica
daquele formato de texto no blog.
A série Infamous (tive que perguntar a um
australiano como raios se pronuncia isso, visto que todo mundo que eu conheço
tem um jeito diferente de dizer) apareceu pra mim no PS3, claro, quando um dos
meus 357 irmãos comprou o primeiro game da série.
Infamous conta a história de Cole, um entregador
(careca, só pra não deixar esse relevante detalhe passar) que causa a
destruição da cidade onde mora ao transportar um misterioso pacote, uma bomba que
matou boa parte da cidade e lhe conferiu poderes de eletricidade.
Pra ser ainda mais sincero do que eu costumo ser
com meus leitores, EU NÃO JOGUEI NEM
INFAMOUS NEM INFAMOUS 2. Sim, cometi o crime de começar uma série pelo seu
terceiro episódio (leva nome de segundo mas tem cor de tamarindo com gosto de
framboesa...), e com a continuação dos textos sobre a nova geração de games vocês
verão que o jogo analisado neste texto não foi o único a cometer tamanho
pecado. Mas eu ASSISTI MEUS IRMÃOS
JOGANDO OS DOIS JOGOS. Bem, mais o primeiro que o segundo... Ok, eu
confesso que não conhecia quase nada da série antes de jogar seu terceiro
capítulo (que leva nome de segundo mas...), exceto por ter assistido meus
irmãos jogando o primeiro. No Infamous 2, aparecem outras pessoas com poderes
(gelo; acho que fogo também; e caramelo... hum, que delícia o poder de caramelo...) e a coisa
foca mais A Besta! Sim, meus queridos leitores: arrependam-se, pois a Besta
está vindo para arregaçar tudo e a todos e Cole tem a “ingrata” missão de ficar
mais poderoso do que já era pra poder chutar o traseiro da Besta de volta
pra... seja lá de onde esses monstros estilo tokusatsu e nada sencientes vêm.
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O mundo é a tua concha, Charlie Brown |
No mês de fevereiro concretizei meu plano malégno
de adquirir uma máquina de destruição em massa, AKA Playstation 4. Como não
tinha nada pra jogar, encomendei o Infamous Second Son, que deveria ter sido o
primeiro jogo de nova geração a estrear no console mas acabou chegando um pouco
atrasado (agora você começa a entender o título deste tópico, não é mesmo?). Enquanto
o segundo filho não chegava, matei minha sede next-gen com Dragon Age
Inquisition, que com certeza será alvo de um post futuramente.
Sem mais delongas, inicio aqui o retorno dos textos
quilométricos do Mais Um Blog de Games e a minha análise de Infamous Second
Son.
ENREDO
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"Diferente como, heim irmão? Explica essa história direito..." |
O terceiro jogo da série parece se passar no mesmo
universo dos games anteriores, muito embora que quase não haja referências aos
outros dois jogos. Second Son se passa na cidade de Seattle e conta a história
de Delsin (não me peça pra lembrar seu sobrenome, please), um adolescente
arruaceiro que adora pichar/grafitar paredes e provocar de todas as formas seu
irmão Reggie, o xerife da cidadezinha onde os dois moram.
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Eita mentezinha suja! É amor fraternal, caramba. |
Delsin tem traços físicos que puxam pro
oriental/indígena, muito embora que suas raízes fiquem subentendidas durante
todo o jogo.
Em uma de suas traquinagens, Delsin e seu irmão
Reggie se deparam com um camburão que transportava três presidiários de uma
prisão especial para super-poderosos.
O veículo sofre um “acidente”, Delsin toca no braço
de um deles e descobre que é um Conduíte, uma pessoa que tem o dom de absorver
poderes elementais de outras pessoas com poderes elementais. Esse termo, antes
que eu me esqueça, foi traduzido erroneamente como “Condutor” nas legendas em
português (todo o jogo está dublado e legendado para português BR em um ótimo
trabalho, diga-se de passagem). Conduíte são aqueles tubos usados na construção
para receber fios e outras coisas do tipo. Condutor é quem conduz. Delsin é um
Conduíte, pois recebe os poderes de outras pessoas. Hank é um Condutor, pois
passa seu poder de fumaça para o aborrescente (quebrando aqui o clichê do fogo, mesmo que apenas
com uma outra roupagem visual).
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Essa fumaça é das boas |
Sério, na primeira vez que
absorvi a fumaça que saía de um carro (você realiza essa ação apertando o botão
de touch do controle, que também transmite o som do evento no auto-falante
embutido) eu comecei a rir, pois nunca conseguiria pensar em uma piada que
estivesse à altura do ato de um adolescente rebelde ter poder que envolva sugar fumaça... Deu pra sentir o drama intelectual pelo qual Delsin me fez passar? Acho
que sim.
Bem, pouco importa toda essa terminologia. Aos olhos
de Brooke Augustine (uma tiazona que comanda a prisão na base de lajotas de
concreto nas articulações alheias), todos eles são algo que o governo chama de
Bioterroristas, e devem ser aprisionados para o bem maior da sociedade. Olhando
o estrago que fazemos durante o jogo, mesmo seguindo o caminho do mocinho, fica
um pouco mais fácil compreender a motivação de Augustine.
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Mesmo sendo meio clichê, Augustine é assustadora |
Como estou tratando do enredo, preciso rebater uma
crítica que li sobre a questão das escolhas morais presentes no jogo.
Em toda a série Infamous, em alguns momentos nos é
dada a opção (dualista, sempre) de tomar uma atitude boa ou uma atitude má. Alguns
analistas acusaram o enredo de Second Son de ser muito simplista nesse quesito
das escolhas. Eu discordo absolutamente e vou explicar por que.
Na maioria dos filmes, quadrinhos e até mesmo jogos
de videogame, é bastante fácil identificar quem é o antagonista ou vilão da
obra. Se for um filme da Disney então, nem se fala.
Um doce pra quem adivinhar em qual das duas imagens abaixo se encontra o vilão da série Em busca do Vale Encantado (que não é da Disney, e sim de uma tal de Amblim Entertainment):
Pois é... Bem-vindo ao mundo dos clichês. Na vida real o buraco é beeeeeeem mais em baixo.
Maldade, fora do mundo do faz-de-conta, não é uma coisa fácil de identificar. Ela não vem estampada na cara das pessoas como se estivéssemos em um baile de máscaras. Por exemplo, muitas vezes nós tomamos atitudes que podem ser
consideradas como más por outras pessoas mas que não foram tomadas baseadas
necessariamente em maldade ou mau caratismo. Egoísmo, por exemplo, é um dos
motivos que se encaixam nessa comparação.
Ou seja: nem sempre, ou quase nunca, o vilão da
história vai usar uma máscara preta no rosto ou andar nas pontas dos pés
trajando uma camisa listrada de preto-e-branco. E em Infamous, a linha entre o
que entendemos por bondade ou maldade sempre foi bastante tênue.
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"Eu uso máscara preta e não sou o vilão. Ou sou"? |
Pra deixar as coisas mais claras, posso citar a
primeira situação do jogo na qual teremos que tomar um lado. Depois de capturar
Hank, Brooke Augustine enfia estacas de concreto (de longe o poder mais legal
do jogo) nas pernas de Delsin, torturando o rapaz para que ele dê mais
informações sobre possíveis bioterroristas em sua vila. É aí que o sistema de
carma entra em cena: podemos mandar um belo FODA-SE na cara de Augustine e
apenas agir de acordo com a personalidade de Delsin (causando dor e sofrimento
para os outros moradores da vila) ou nos entregarmos numa tentativa altruísta
de evitar que a vilã faça mal aos outros inocentes. Viu como nem sempre é tão
simples assim? E só pra te deixar um pouco mais aliviado, Augustine tortura os
colegas de Delsin de qualquer forma.
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Nem sempre é tão fácil delinear o limite entre bem e mal |
Só pra o texto não ficar maior do que já está, todo
o clima do jogo tem uma leve pegada de X-Men (medo e preconceito com o que não
compreende), com momentos de tensão, muitos momentos frenéticos e empolgantes e
também uma porção de drama, mas nunca cansando ou constrangendo o jogador com
excesso de choradeira ou problemas aparentemente impossíveis de resolver. Já pelo
enredo dá pra ter uma noção do parque de diversões chamado Infamous Second Son.
SOM
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Meu braço direito como vai fazer som de "Kaboom"! |
O som do jogo é excelente. Como eu comentei, alguns
ruídos são transmitidos diretamente no caixa de som presente no controle do
PS4. A trilha sonora de Second Son é original e de boa qualidade, empolgando o
jogador sem encher o saco com roquinho mela-cueca. Por sinal, é possível baixar
essa trilha gratuitamente pelo console.
Como já havia adiantado, a dublagem brasileira está
bastante competente. Pelo menos nos poucos minutos que joguei, até descobrir
como mudava (muito me agrada o combo diálogos em inglês + legendas em português),
fiquei bastante satisfeito em perceber que as vozes combinam bastante com as
originais em inglês.
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É caro, mas quem precisa de dois rins? O importante é ouvir de onde vêm os passos do inimigo... |
De resto, não há nada pra comentar sobre o som no
jogo. Tudo funciona muito bem e a trilha sonora é de boa qualidade, mesmo que
não seja daquelas que merecem uma vaga no seu mp3 player. Só pra finalizar fica
a dica: SE VOCÊ POSSUI UM FONE 7.1 DA
SONY, Second Son conta com uma configuração especial para este equipamento
em particular. Bem legal da parte da Sucker Punch lembrar-se dos consumidores que
apóiam os produtos oficiais da empresa.
GRÁFICOS
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Fumaça levando jovens às alturas? Bela mensagem, Sucker Punch... |
Geralmente eu solto aquela velha frase, de que só
cito gráficos quando eles ou são muito bons ou são muito ruins. Mas aqui eu vou
dar uma folga a essa regra criada por mim e minha mente minimalista, pelo
simples fato de que estamos no contexto de transição de gerações de console.
Essa geração de consoles, em especial o Playstation
4, tem sido marcada por muitas remasterizações: os carinhas pegam um jogo de
PS3, dão um tapa de leve em alguns efeitos de luz e aumentam a resolução de 720p para 1080p, que parece ser um padrão absoluto no PS4. Então, nada mais
natural que os jogadores fiquem com um pouco de dúvida sobre quais jogos
representam um real salto de qualidade técnica. Quanto a isso eu posso tranquilizar
vocês, leitores: Infamous Second Son, mesmo não sendo perfeito em tudo, é um
genuíno representante do que seu novo aparelho pode fazer pelas suas cansadas
retinas de gamer.
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Infamous não tem CGIs. Tempo real. Pode acreditar... |
É um fenômeno bastante comum: no começo de uma nova
geração aparecem jogos que não podem ser considerados perfeitos (por exemplo:
as coisas atingidas por Delsin não ficam com efeito de chamuscado, como era de
se esperar de um hardware de nova geração), mas que mostram avanços antes
impossíveis na geração passada. Second Son é um deles: nem todos os seus
detalhes são extremamente bem trabalhados, mas na visão geral das coisas INFAMOUS SECOND SON É UM JOGO QUE VAI TE
IMPRESSIONAR MUITO VISUALMENTE.
A batalha contra o último chefe vai te dar a
certeza que você nunca viu um inimigo tão grande e com tantos
objetos/partículas/coisas/trecos voando e balançando na tela ao mesmo tempo em
jogos dos consoles passados.
Tudo no game é muito bonito: fogo se comporta como
fogo. Luz parece luz. A fumaça é pra lá de realista (e tinha que ser né, já que
essa é a razão de ser da jogabilidade do “filho do Bob Marley” controlado por
nós) e a água é tão bem feita que vai te fazer sentir raiva de Delsin e sua “hidrofobia”, se é que
você me entende... E eu pensei que isso era um problema da geração do Ps2, mas
tudo bem... Infamous é sobre fumaça e adolescentes rebeldes com cara de índio oriental,
não sobre água.
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Nunca as velhinhas foram tão bem representadas. |
Pra finalizar: os visuais de Second Son beiram o
fotorrealismo em alguns momentos (expressões faciais e cutscenes extremamente realistas e naturais) e é mais do
que impressionante no gameplay em tempo real. Acredite, você nunca vai cansar
de entrar e sair dos dutos de ar espalhados pela cidade.
PARQUINHO DE
DIVERSÕES A CÉU ABERTO
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A mensagem de Infamous está implícita em suas paisagens: LIBERDADE |
O que tem pra se fazer na Seattle fictícia de
Second Son? Se você jogou os outros dois jogos, nada de muito diferente: o principal é que podemos ir e vir pela cidade, dessa vez em uma velocidade um pouco menos
exagerada que nos jogos anteriores. E sim, isso foi uma crítica: eu sempre
achei muito frenética e hiperativa a movimentação de Cole em Infamous 1 e 2. Vai ver que é por que Cole era um cara meio elétrico... Nossa... Eu juro que nunca mais solto outra piada dessas. Pelo menos não no mesmo texto...
Na parte das missões, elas são bem variadas. Temos as
missões de destruir centros de comando do DUP. Missões onde devemos encontrar e destruir
câmeras de vigilância, tendo como guia a própria imagem da câmera (Delsin tem
um smartphone que faz tudo que o seu faz, além de disparar rajadas de fumaça). Missões
de localizar e neutralizar espiões infiltrados em “multidões” (bem fáceis, pois
ele sempre vai correr e se denunciar caso você se aproxime). Missões de
localizar arquivos de áudio que contam (interessantes) detalhes do enredo. E as
minhas favoritas de todos os tempos ever, que são a melhor representação do
espírito de liberdade e rebeldia que circunda Second Son: AS FUCKING DELICIOSAMENTE DIVERTIDAS MISSÕES DE PICHAÇÃO DE MUROS
ALHEIOS.
Eu sei, já vimos isso em outros jogos, como GTA San
Andreas. Mas nunca em outro jogo esse tipo de ação fez tanto sentido e combinou
perfeitamente com as atitudes do protagonista. Sem contar que as possibilidades
propiciadas pelo hardware do controle do PS4 tornam a brincadeira muito mais
divertida.
Existem também algumas subtarefas que não se
encaixam na definição de missão, como impedir o tráfico de drogas (não se
empolgue: mesmo no lado negro da força o game não te dá a escolha de se aliar
aos meliantes. Infamous é um jogo para toda a família); destruir drones
do Google assim como câmeras dedo-duro que ficam fazendo um barulho irritante
quando te detectam.
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Olha a cara de quem tá odiando essa coisa de colecionar novas habilidades... |
Todas essas ações seriam bastante corriqueiras se
não fossem pelos poderes que Delsin vai acumulando ao longo de sua jornada:
sim, poderes! Lembra da história do conduíte? Delsin pode absorver o poder de
uma pessoa tocando em sua mão, no melhor feeling Sylar que um game já me
proporcionou. É ESTRONDOSAMENTE DELICIOSO DESCOBRIR UMA NOVA HABILIDADE (são apenas
quatro no total, infelizmente. Fico mordendo o lábio de vontade de usar o poder
de vidro, o poder de papel, o poder de caramelo...), que pode significar desde
uma simples melhoria na forma como você se locomove pela cidade (angels, Mister
Bubbles, dancing in the Sky...) até na facilidade em dar cabo dos inimigos. Falando
neles, a variedade não é lá das melhores: há apenas policiais (pra carma
vermelho) e soldados do DUP e suas variantes.
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O poder de Neon. Eu te disse que seu queixo ia cair com o visual desse jogo, não disse? |
Ainda nesse campo, gostaria de dar um puxão de
orelha (capaz de fazer a orelha de um ser humano normal ficar parecida com a do
Dumbo) no pessoal da Sucker Punch: QUE
PORRA FOI AQUELA COM O PODER DO CONCRETO? PASSAMOS O JOGO TODO SONHANDO COM A
HABILIDADE MAIS LEGAL DO JOGO, PRA QUANDO FINALMENTE COLOCARMOS AS MÃOS NELA
NÃO TER UM ATAQUE ESPECIAL? FUCK YOU, SUCKER PUNCH.
Outra cagada também foi com o poder do papel. Não,
diferente do caramelo, eu não estou tirando sarro: realmente existe um poder de
papel no jogo. E é apresentado de forma bem interessante, em umas missões que
temos que perseguir uma assassina que deixa origamis na cena de seus crimes. O problema aqui reside em uma daquelas
mal-executadas tentativas de transcender a mídia original do game e forçar uma
interação entre outros elementos, como no fatídico caso do Assassin’a Creed e
seu celular. Explico...
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Bizarro como uma simples máscara de papel pode ser tão tenebrosa... |
As missões de papel consistem em perseguir a
assassina do origami e recolher pistas (com a câmera do celular) acerca das
suas atividades. O problema é que é preciso se conectar a um website específico
pra poder concluir as missões (um tipo de ARGUE). Eu terminei a primeira e fui me conectar para
dar prosseguimento. Simplesmente não consegui!
Mesmo com uma cópia em português e original,
rodando em um aparelho “bloqueado” conectado à rede oficial da Sony no Brasil,
eu simplesmente não consegui me conectar no jogo e contribuir com o joguete de
sinergia entre mídias proposto pela Sucker Punch. Claro, isso causou a minha
ira completa, me dando a total certeza de que havia acabado de conhecer a parte
“sucker” desta maravilhosa produtora de games.
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Tomara que esse papel não tenha sido usado... |
O que eu fiz? O que todo adulto politizado e em
pleno exercício de seus direitos de consumidor faria: FUI PEDIR PENICO AO GOOGLE. Uns poucos cliques e acabei descobrindo
que muitos jogadores padeciam do mesmo problema: muita frustração e nada de
voar em gêiseres de papel higiênico Seattle afora...
Um pouco mais de pesquisa e descobri que, mesmo
conseguindo completar todas as etapas da missão, NÃO É POSSÍVEL ABRIR A CABEÇA DA ORIGAMI KILLER, COMER SEU CÉREBRO E
BAILAR BONITAMENTE EM LINDAS COLUNAS DE PAPEL MACHÊ ARANHA-CÉUS ACIMA. Mas
que decepção, Chupadora de Punhos...
Bem, o conselho que eu dou, além de pedir arrego pro Google sempre que você não souber de algo, é de assistir a algum detonado com a parte final das missões. O desenrolar das partes intermediárias é um jogo de gato-e-rato chato sem nenhum fato interessante. A parte final conta a identidade da Origami Killer, mesmo que nos negue uma desejada e óbvia batalha contra a garota (o jogo chega ao cúmulo de nos levar ao cenário do confronto com o último chefe apenas pra coletarmos mais um animal de origami). Ou seja: pule logo pro que interessa, que é a identidade e motivação da coelhinha colegial que adora rolos de papel higiênico.
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"Quer o poder do papel, Shadow? Eu arranco dele pra você"! |
Só pra concluir este tópico, Second Son não
decepciona no quesito caixinha de areia: é muito divertido viajar de um ponto a
outro da cidade, destruir drones e todas as outras coisas citadas nas linhas
acima. De fato, em certos momentos o jogo vai te irritar profundamente (como na
batalha dos anjos perto dos painéis. Quem jogou vai saber que não tem como isso
ser um spoiler) pra te deixar totalmente livre 90% do total da experiência. Polegar
pra cima pra Sucker Punch nesse jogo.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS SOBRE O FILHO CAÇULA
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"Isso vai ser divertido". |
Tirando alguns detalhes mais técnicos que não
consegui deixar de perceber (como o dos efeitos dos poderes de Delsin em
pessoas e objetos) e a duração, que eu acho que podia ser um pouquinho maior
(seria ótimo uma terceira parte da cidade, toda planejada para que usássemos os
quatro poderes de acordo com suas qualidades e defeitos), Infamous Second Son é
um ótimo jogo pra quem quer ter um gostinho da nova geração. Não foi meu
primeiro jogo, pois não aguentei e comprei o Dragon Age Inquisition antes que
Infamous chegasse, mas com certeza você não vai se arrepender do console novo
que comprou se seu primeiro jogo for esse.
É muito bom jogar um jogo bem satisfatório em todos
os seus aspectos, no qual a frase “ORGULHOSAMENTE Produzido pela Sucker Punch”
pipoca nas letrinhas finais. Em tempos onde produtoras pedem conselhos a
jogadores via Twitter sobre como proceder com suas próprias criações, jogar uma obra que sabe a quê veio e que se orgulha de
si mesma é coisa linda de se ver.
Se for para atribuir uma nota, eu darei um merecido
7,5 para Infamous Second Son. O
QUÊÊÊÊ?????!!!!!! Mas como assim, Shadow Geisel da Shadowlândia??????? 7,5 para
um jogo que você teceu elogios e mais elogios? Pessoal, vamos lembrar que 7,5
está DOIS PONTOS E MEIO ACIMA DA MÉDIA.
Eu não sou um daqueles analistas comprados da IGN que ficam dando 9/10 para
porcarias como The Order só por que a Sony pagou. Enquanto a Sony não me pagar,
farei justiça nerd com toda a força do meu ser obscuro.
Se for pra responder a clássica frase INFAMOUS
SECOND SON VALE A COMPRA? A reposta é um sonoro SIM. Aproveite que o jogo tem
quase dois anos, pechinche com o lojista até sua língua sangrar e se divirta
horrores com um dos melhores jogos de ação que este começo de geração pode te
oferecer. De longe, se existe um jogo para estrear com o pé direito na nova geração de games, esse jogo é Infamous Second Son. Não consigo pensar em outro exemplo melhor no momento.
Au Revoir!